Monday, May 31

Festa da Visitação da Virgem Santa Maria

Leitura da Profecia de Sofonias (Sof 3, 14-18)
Clama jubilosamente, filha de Sião solta brados de alegria, Israel.
Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém.
O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos.
O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal.
Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém:
«Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos.
O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador.
Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor,
exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».
Afastei para longe de ti a desventura, a humilhação que te oprimia, Jerusalém.

Salmo: Is 12
Refrão: Exultai de alegria, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Deus é o meu Salvador,
Tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome
anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (
Lc 1, 39-56)
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi ditoda parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses.
Depois regressou a sua casa.

Pontos de Reflexão
A Igreja celebra a festa da Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, em Ain-Karin, na Judeia. Isabel estava grávida de São João Baptista, o precursor de Jesus. É o encontro de duas mulheres que celebram jubilosas a vinda de Jesus Salvador: o Reino de Deus, a Boa Nova, as promessas de Deus já estão cumpridas e continuam a cumprir-se no meio dos homens de boa vontade.
No seu Evangelho, São Lucas afirma: naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu ventre e Isabel ficou replecta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: \"Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!\" (Lucas 1,39ss.).
É o milagre da vida que brota com força e poder e vence o mundo. É a força e o poder da Palavra de Deus que faz a Virgem conceber e permite que aquela que era estéril dê à luz (Lucas 1,30ss.). É por isso que Maria, trazendo Jesus em seu seio, irrompe neste sublime canto de alegria e júbilo que é o \"Magnificat\" (Lucas 1,46-55).
Um hino de impacto social: Realizado o Mistério da Encarnação, Maria empreende a marcha até Ain Karim; A partilha da alegria de Maria com a Sua prima Isabel, pelas «maravilhas» n’Ela operadas; O «Magnificat» expressão solene da esperança de libertação do povo. Maria, a Filha de Sião: A presença misteriosa desta Mulher nos projectos salvadores de Deus; O apelo profético ao optimismo do povo, prestes a ser libertado.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
No Greater Love (a partir da trad. Pas de plus grand amour, Lattès 1997, p. 132)

«Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha»

Depois de ter sido visitada pelo anjo, Maria foi a correr ter com a sua prima Isabel, que estava grávida. E a criança que ia nascer, João Batista, saltou de alegria no seio de Isabel. Que maravilha! Deus todo poderoso escolheu uma criança que ia nascer para anunciar a vinda do Seu Filho!
Pelo mistério da Anunciação e da Visitação, Maria representa o próprio modelo da vida que devíamos levar. Primeiro, acolheu Jesus na sua existência; depois, partilhou o que recebeu. Cada vez que recebemos a Sagrada Comunhão, Jesus, o Verbo, torna-Se carne na nossa vida - dom de Deus, ao mesmo tempo belo, gracioso, singular. Assim foi a primeira Eucaristia: o oferecimento por Maria do seu Filho, que estava nela, nela em quem Ele tinha estabelecido o primeiro altar. Maria, a única que podia afirmar com absoluta confiança: «Isto é o meu corpo», ofereceu, a partir deste primeiro momento, o seu próprio corpo, a sua força, todo o seu ser, para a formação do Corpo de Cristo.
A nossa Mãe, a Igreja, elevou as mulheres a uma grande honra diante de Deus, ao proclamar Maria Mãe da Igreja.

Thursday, May 27

Quinta-feira da Semana VIII do Tempo Comum

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro (1 Pedro 2, 2-5.9-12)
Caríssimos: Como crianças recém-nascidas, desejai ardentemente o leite espiritual e puro, a fim de crescerdes, por ele, para a salvação, uma vez que «saboreastes como o Senhor é bom». Aproximai-vos d’Ele, que é a pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para anunciar os louvores d’Aquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Vós que outrora não éreis seu povo, agora sois povo de Deus; vós que outrora não tínheis alcançado misericórdia, agora alcançastes misericórdia. Caríssimos, eu vos exorto, como estrangeiros e peregrinos que sois neste mundo, a repelir os desejos carnais, que lutam contra a alma. Tende no meio dos gentios um bom comportamento; deste modo, aqueles que vos caluniam como malfeitores verão as vossas boas obras e darão glória a Deus no dia em que Ele Se manifestar.

Salmo 99 (100)
Refrão: Vinde à presença do Senhor com cânticos de alegria.

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.

Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 10, 46-52)
Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.

Pontos de Reflexão
São Pedro convida a olhar para Cristo, como Pedra viva do edifício da salvação, desenhado por Deus, chamando a atenção dos cristãos para que sejam também eles «pedras vivas» da Igreja, sobretudo através do testemunho. Cristo é a pedra fundamental do edifício da salvação da humanidade planeada por Deus. Os cristãos são as pedras vivas, membros do sacerdócio régio, Povo de Deus. Devem comportar-se bem diante dos não cristãos para os edificar e converter.
A mesma Palavra que nos regenera, também nos alimenta e faz crescer para a salvação. É um alimento semelhante ao leite genuíno e sadio. Jesus é Palavra viva; quando se saboreia a sua bondade, não se quer outro alimento. Jesus é a Pedra viva, escolhida e preciosa, posta pelo Pai como pedra angular da casa espiritual que constrói nele e por ele, para que se torne comunidade sacerdotal que lhe oferece sacrifícios agradáveis; quem a recusar, tropeça nela.
Ao dar a vista ao cego Bartimeu, Jesus cumpre o oráculo dos profetas a seu respeito: «os cegos vêm…» Ele, o cego, é por sua vez, um, expoente do ser humano, desamparado, cego, à procura da luz da verdade, que só encontra no mesmo Cristo que o cura. Acaba por ser também um paradigma de fé adulta e tenaz. A primeira comunidade cristã via neste «milagre», neste «sinal» o esboço duma catequese baptismal.
O cego Bartimeu reconhece Jesus como o Filho de David. Uma fé mais esclarecida, a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus, dará a vista a muitos cegos, atingidos pela cegueira espiritual e permitirá as condições necessárias a um fiel seguimento de Jesus. Que saibamos gritar como Bartimeu que implorou com coragem e perseverança a misericórdia de Jesus:: Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!

Pensamentos do Padre Dehon
O adorável sacrifício dos nossos altares é o dom por excelência do Coração de Jesus e do seu amor. É, no dizer de S. Francisco de Sales, o centro da religião, o coração da devoção, a alma da piedade, o mistério inefável que contém o abismo da caridade divina e pelo qual Deus nos comunica com suprema liberalidade as suas graças e benefícios.
O Santo Sacrifício da Missa é, para todos os Sacerdotes do Coração de Jesus, o grande acto do dia, o holocausto de perfeito amor e o sacrifício reparador por excelência.
Os Sacerdotes do Coração de Jesus, ao celebrar a Eucaristia, e os que não são padres, ao participar nela, compenetrar-se-ão com amor dos sentimentos e das intenções do Coração de Jesus. Unirão a oferta do seu coração à do Coração divino de Jesus para a maior glória de Deus e para a salvação das almas.
Os Sacerdotes do Coração de Jesus terão gosto em celebrar Missas reparadoras. Procurarão também que os benfeitores as mandem celebrar, com fundações apropriadas. Celebrarão ao menos uma por mês em reparação de todas as Missas sacrílegas que entristecem profundamente o Coração do seu bom Mestre.
(DSP n. 128)

Oração
Senhor, que a minha vida se torne, cada vez mais, uma oferta de acção de graças ao Pai, uma eucaristia permanente. Para isso, abre-me os olhos da fé viva, para que saiba reconhecer os seus dons, as maravilhas que Ele realizou e continua a realizar. Muitas vezes, os meus olhos estão mais atentos para ver o que é obscuro do que para admirar a tua luz. «Abre os meus olhos, Senhor, às maravilhas do teu amor», para que a minha vida se torne oblação amorosa de tudo quanto me deste e vais dando cada dia. Que tudo quanto eu fizer, por palavras ou por obras, seja realizado em teu nome, dando graças, Contigo e por Ti, no Espírito Santo, a Deus Pai. Amen.

Thursday, May 20

Pensamento do dia: 20-05-2010

A angústia é a vertigem da liberdade.
G. Marcel

Adufa

Fossa
Por exemplo: Cheiras que nem uma adufa

Reflectindo: Quinta-feira da Semana VII do Tempo Pascal

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Act. 22, 30; 23, 6-11)
Naqueles dias, querendo o tribuno obter informações seguras sobre as acusações dos judeus contra Paulo, mandou que lhe tirassem as algemas e reunissem os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio. Fez então descer Paulo para comparecer diante deles. Paulo, sabendo que o Conselho era constituído pelo partido dos saduceus e pelo partido dos fariseus, exclamou no meio do Sinédrio: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus, e é pela nossa esperança na ressurreição dos mortos que estou a ser julgado». Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se. De facto os saduceus dizem que não há ressurreição, nem Anjos, nem espíritos, ao passo que os fariseus afirmam uma e outra coisa. Levantou-se enorme gritaria e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nenhum mal neste homem. E se foi um espírito ou um Anjo que lhe falou?». A discussão redobrou de violência, a tal ponto que o tribuno, receando que eles despedaçassem Paulo, ordenou que os soldados descessem para o tirarem do meio deles e o reconduzissem à fortaleza. Na noite seguinte, o Senhor apareceu a Paulo e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de Mim em Jerusalém, deverás dar testemunho também em Roma».

Salmo Responsorial: Salmo 15 (16)
Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 17, 20-26)
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim, para que sejam consumados na unidade e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste como a Mim. Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu esteja neles».

Pontos de Reflexão
Paulo está preso em Jerusalém e comparece perante o Sinédrio. Aí provoca polémica ao falar da esperança na ressurreição dos mortos: ele proclama que Jesus é o Messias, o Crucificado, que foi ressuscitado dos mortos. A sua afirmação suscita um aceso debate entre saduceus e fariseus: para os saduceus não há ressurreição dos mortos, nem anjos, nem espíritos; pelo contrário, os fariseus acreditavam que sim.
No fim do episódio, o Senhor apareceu a Paulo e anuncia-lhe que devia dar testemunho d’Ele na capital do Império: Roma.
Jesus reza pelos discípulos para que eles possam chegar à perfeita unidade e vejam a glória do Mestre. Reza por todos os que acreditam ou vão acreditar no Seu nome, na Sua pessoa, nos Seus ensinamentos. Ele foi enviado por deus Pai como consequência do amor que Ele tem por cada um de nós, Seus filhos muito amados e predilectos.
A unidade das Pessoas divinas é a fonte e o modelo da unidade entre os cristãos. O Filho de Deus feito homem é o primeiro Homem, Cabeça da humanidade nova, Centro da unidade de todos os homens, Mediador da união entre os homens e Deus. Foi para estabelecer esta união que Jesus Se ofereceu na Cruz; por ela Ele orou e continua a orar junto do Pai.
Como o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, também os crentes hão-de estar com eles, para que o mundo creia que Jesus é o enviado do Pai. Esta unidade é possível pelo amor, a única forma de uma pessoa estar noutra sem perder a sua própria identidade. Mas o amor é obediência, é realização da vontade do Pai. Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.
Para acreditar, o mundo precisa de encontrar testemunhas, discípulos convictos e cristãos que tenham feito a experiencia de um verdadeiro encontro com a pessoa de Jesus Cristo e não tanto de uma doutrina interessante.

Pensamentos do Padre Dehon
«Quero que, onde eu estiver, eles estejam comigo». É a promessa do céu, a promessa da visão intuitiva e da posse de Deus: «Quero que eles vejam a minha glória, Ut videant claritatem meam». É mais do que uma oração, mais do que um desejo, Nosso Senhor exprime uma vontade, fala ao seu Pai como de igual para igual. Pede que os seus discípulos sejam testemunhas da glória que o seu Pai lhe destinou desde toda a eternidade. Depois recorda sumariamente as condições desta beatitude para os seus discípulos: «O mundo não os conhece, diz a seu Pai, e por causa disso não chega à salvação nem à glória do céu. Mas eu conheci-vos e vós me glorificastes. Os meus apóstolos conheceram-vos em mim, compreenderam que eu era vosso enviado. Dei-lhes a conhecer o vosso nome e dá-lo-ei a conhecer ainda mais».
Conhecer Deus, conhecer prática e progressivamente Jesus e a revelação, eis, portanto, o caminho da beatitude. Este conhecimento começou pelo ensino comum da Igreja. Ele cresce sempre mais pelas luzes mais abundantes que Nosso Senhor comunica àqueles que se aplicam a conhecê-lo na oração e no recolhimento. Deve estar unido ao amor, que cresce em nós nas mesmas proporções. Quanto mais conhecemos a Deus mais o amamos, quanto mais nos tornamos dignos do seu amor, mais nos unimos intimamente com ele e com Jesus Cristo. Eis o caminho, eis a via: melhor conhecer Nosso Senhor para melhor o amar.
«Pai, que o amor com que me amastes esteja neles e eu neles!». São as últimas palavras do testamento do Sagrado Coração. Nosso Senhor podia mostrar-se mais amoroso e mais terno por nós? Pensemos bem nestas palavras: «Meu Pai, amai-os como me amastes a mim desde toda a eternidade. Amai-me neles, amai-os como meus irmãos, como outros que eu mesmo…». Que diríamos nós sobre a terra de um príncipe real que dissesse ao seu pai: «Eis alguns dos vossos súbditos, adoptai-os como vossos filhos, amai-os como me amais a mim, dai-lhes uma parte da minha herança…». Isto seria o cúmulo da amizade, da abnegação, da dedicação, e isto nunca se viu, mas Nosso Senhor pediu isto por nós a seu Pai. E acrescentou: «E eu mesmo estarei neles, et ego in ipsis. Habitarei neles, viverei nos seus corações, serei um só com eles…». Foi esta união divina que nos foi prometida. Tornamo-nos participantes da natureza divina; divinae consortes naturae, como diz S. Pedro. Esta união estabelece-se pelo estado de graça e acrescenta-se cada dia pela vida interior. Está à minha disposição e posso torná-la todos os dias mais íntima. Que loucura se o não fizesse!
(Leão Dehon, OSP 3, p. 490s.).

Oração
Pai Nosso, hoje a nossa prece centra-se no desejo de Cristo ao pedir-te a unidade total de quantos por todo o mundo acreditamos nele.
Só tu podes conseguir o que parece impossível: que os irmãos separados nos unamos numa Igreja, formando um só rebanho sob um só pastor.
Todos fomos baptizados num mesmo Espírito para formar um só corpo, a Igreja de Jesus. Ajuda-nos, Pai, a manter a unidade com o vínculo da paz, porque uma só é a meta da esperança da vocação a que tu nos chama gratuitamente em Cristo nosso Senhor.

Tuesday, May 18

Pensamento do dia: 18-05-2010

A amizade é sempre amizade, não importa situação.
Cícero

Adivinha 17

Casar com três mulheres é poligamia.
Casar com duas mulheres é bigamia.
E casar com uma mulher, o que é?

Terça-feira da Semana VII do Tempo Pascal

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 20, 17-27)
Naqueles dias, estando Paulo em Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da Igreja. Quando chegaram junto dele, disse-lhes: «Sabeis como me comportei sempre convosco, desde o primeiro dia em que pus os pés na Ásia. Servi o Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio de provações que me vieram das ciladas dos judeus. Em nada que vos pudesse ser útil me furtei a pregar-vos e a instruir-vos, publicamente e de casa em casa. Exortei judeus e gregos a converterem-se a Deus e a acreditarem em Jesus, nosso Senhor. Agora vou para Jerusalém, prisioneiro do Espírito, sem saber o que lá me espera. Só sei que o Espírito Santo me avisa, de cidade em cidade, que me aguardam cadeias e tribulações. Mas por título nenhum eu dou valor à vida, contanto que leve a bom termo a minha carreira e a missão que recebi do Senhor Jesus: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus. Agora, eu sei que não tornareis a ver o meu rosto, vós todos entre os quais passei anunciando o Reino. Por isso posso garantir-vos, hoje, que não me sinto responsável pela perda de nenhum de vós, pois não me furtei a anunciar-vos todo o desígnio de Deus a vosso respeito».

Salmo 67 (68)
Refrão: Povos da terra, cantai ao Senhor.

Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.

Bendito seja o Senhor, dia após dia.
Preocupa-se connosco Deus, nosso Salvador.
O nosso Deus é um Deus que salva,
da morte nos livra o Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 17, 1-11a)
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho Te glorifique e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste. É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo. Eu glorifiquei-Te sobre a terra, consumando a obra que Me encarregaste de realizar. E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo com aquela glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu mos deste e eles guardam a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto Me deste vem de Ti, porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me enviaste. É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu; e neles sou glorificado. Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto Eu vou para Ti».

Pontos de Reflexão
Este é um grande discurso de S. Paulo, que os Actos dos Apóstolos nos transmitiram; é o seu testamento pastoral, dirigido aos anciãos, aos pastores, de Éfeso, quando supunha que seria a última vez que os veria. Emerge a figura de um homem totalmente dedicado ao serviço do Senhor, um serviço prestado com humildade, coragem e desinteresse. Espera-o um futuro onde não faltarão cadeias e tribulações. Mas conforta-o a presença iluminadora do Espírito por quem se sente seduzido. Nada o detém na corrida para a meta, porque o testemunho do Evangelho da graça de Deus é urgente. Vigilância, desinteresse, caridade são as virtudes fundamentais que lhes recomenda.
A oração sacerdotal: o clima das duas leituras é de despedida; o Cap. 17 de São João é um dos mais sublimes de todo o Evangelho; Desde o séc. V, esta oração é chamada sacerdotal, por se ver nela a consagração do Filho ao Pai. Necessitamos de rezar com Jesus: A oração de Jesus é um convite à participação dos apóstolos e da Igreja futura; A crise generalizada de oração nos nossos dias; Precisamos de rezar, rezar sempre e com mais intensidade; com mais fé e confiança; a sós e em comunidade; levando a oração à vida e a vida à oração.
Jesus sabe que a sua hora está a chegar, e que a sua missão está próxima do fim. E, levantando os olhos ao céu, dá início à sua oração em que Jesus, no fim da última Ceia, faz a oblação de Si ao Pai e intercede pelos seus, os do presente e os do futuro. É a chamada “oração sacerdotal”. A glorificação que Jesus pede para Si é a participação da sua santa humanidade na glória que o Filho de Deus desde sempre leve junto do Pai, glorificação que se há-de manifestar na ressurreição e que será participada por todos aqueles que O reconhecerem. É a grande oração ofertorial do Sacrifício do Senhor ao Pai, em seu nome e em nome de toda a Igreja e por toda a humanidade.

Pensamentos do Padre Dehon
Depois que o Salvador deu aos apóstolos as suas últimas recomendações, ergueu os olhos ao céu e rezou pelos sacerdotes:
Meu Pai, diz, consumei a obra que me havíeis confiado, agora glorificai-me, glorificai a minha humanidade. Recomendo-vos também os meus discípulos. Separei-os do mundo, dei-lhes a conhecer a minha origem e a minha missão, peço-vos insistentemente por eles. Em breve deixá-los-ei para ir para Vós, não os abandoneis, protegei-os por causa de mim. Conservai-os no vosso amor e na caridade fraterna. Que sejam um entre si e connosco. Deverão viver no mundo pelo apostolado, mas peço-vos que os preserveis de toda a influência má. Protegei-os contra o demónio, conservai-os na verdade e na santidade, para que sejam capazes de cumprirem a sua missão. Envio-os ao mundo para o converterem e santificarem, como Vós me enviastes a mim mesmo. Vou agora sacrificar-me e imolar-me por eles, a fim de fecundar o seu ministério. Pelos méritos do meu sacrifício, receberão o Espírito Santo, que será o seu guia, a sua força e o seu santificador (Jo 17). (Leão Dehon, OSP 4, p. 259)

Oração
Senhor Jesus, que pela tua oblação reparadora, me fizeste nova criatura, animada pelo teu Espírito, na comunidade de amor que é a Igreja, dá-me a graça de participar no teu mistério de sofrimento e de alegria, no teu mistério de caridade, para que, em mim e por mim, se manifeste a glória do Pai e a tua glória. Infunde no meu coração os dons da ciência e da sapiência, para que possa conhecer-te, saborear-te, amar-te e possuir-te cada vez mais. Infunde em mim o dom do conselho, para que Te procure e conheça no meio das ocupações e preocupações, que enchem a minha vida. Infunde em mim o dom do discernimento, para que possa escolher-Te, no meio de tudo quanto me envolve. Faz-me ver a luz do teu rosto em cada rosto humano, para que sempre busque e encontre a Ti. Que sejas glorificado e conhecido, primeiro e acima de quanto eu mesmo possa ser glorificado. Amen.

Monday, May 17

Segunda-feira da Semana VII do Tempo Pascal

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 19, 1-8)
Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou a região alta e chegou a Éfeso. Encontrou lá alguns discípulos e perguntou-lhes: «Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?». Eles responderam-lhe: «Nem sequer ouvimos falar do Espírito Santo». Paulo perguntou: «Então, que baptismo recebestes?». Eles responderam: «O baptismo de João». Disse-lhes Paulo: «João administrou um baptismo de penitência, dizendo ao povo que acreditasse n’Aquele que ia chegar depois dele, isto é, em Jesus». Depois de ouvirem estas palavras, receberam o Baptismo em nome do Senhor Jesus. Quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar línguas e a profetizar. Eram ao todo uns doze homens. Paulo foi em seguida à sinagoga, onde falou com firmeza durante três meses, argumentando de modo convincente sobre o reino de Deus.

Salmo 67 (68)
Refrão: Povos da terra, cantai ao Senhor.

Levanta-Se Deus, dispersam-se os inimigos
e fogem diante deles os que O odeiam.
Como se desfaz o fumo, assim eles se dissipam,
assim perecem os ímpios à vista de Deus.

Os justos exultam na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.

Pai dos órfãos e defensor das viúvas
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 16, 29-33)
Naquele tempo, disseram os discípulos a Jesus:
«De facto agora falas abertamente, sem enigmas. Agora vemos que sabes tudo e não precisas que ninguém Te faça perguntas. Por isso acreditamos que saíste de Deus».
Respondeu-lhes Jesus:
«Agora acreditais? Vai chegar a hora – e já chegou – em que sereis dispersos, cada um para seu lado, e Me deixareis só; mas Eu não estou só, porque o Pai está comigo. Digo-vos isto, para que em Mim tenhais a paz. No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo».

Pontos de Reflexão
Os futuros cristãos de Éfeso eram ainda, nesta altura, apenas discípulos de João Baptista, que tinham recebido somente o baptismo do Precursor. Ora o baptismo de João era um rito ascético, que convidava à penitência, ao passo que o baptismo cristão é sinal da vida nova dada por Jesus Cristo. É um dom, comunica o Espírito Santo; supõe a conversão por parte de quem o recebe; mas é dom gratuito, fruto do sacrifício pascal do Senhor. Os discípulos de Éfeso ainda não tinham chegado até aqui.
O Espírito Santo, um ilustre desconhecido: O Espírito Santo, o grande desconhecido na vida dos cristãos; Falta de formação catequética e sacramental, sobre a vida e acção do Espírito Santo na Igreja; A inexperiência vivencial da Sua presença amorosa, na vida pessoal e comunitária; Abuso das explicações da Sua actuação quase mágica nos sacramentos, e normal dificuldade na captação dos símbolos. O Templo do Espírito Santo: Ele é o suporte da Igreja, com a Sua acção eficaz na vida da Comunidade eclesial; O Espírito Santo define-Se pela Sua presença e acção libertadora; Assim O descobrimos na vida de Jesus e na vida da Igreja.
Jesus anuncia aos discípulos que, enquanto estiveram no mundo, sentirão, como Ele sentiu, as dificuldades, angústias e até a perseguição inerentes a esta vida, mas pela força do Espírito de Jesus ressuscitado eles vencerão o mundo, como Ele o venceu. É precisamente o momento em que os discípulos fazem um acto de fé e de confiança maior no Mestre, é precisamente esse que Ele escolhe para lhes anunciar maiores provações e lhes pedir maior confiança para as tribulações que os esperam. A confiança no Senhor não pode ter limites!

Pensamentos do Padre Dehon
S. João não apenas compadeceu no martírio de Jesus, ele mesmo foi mártir. Nosso Senhor tinha-lhe predito: «Bebereis o mesmo cálice que eu, tinha-lhe dito, e sereis baptizados no mesmo baptismo». S. João foi, como Jesus, preso, encadeado e condenado. Sofreu o suplício do azeite a ferver. Foi enviado em exílio para Patmos. Diz-nos no Apocalipse: «Eu, João, vosso irmão, participei nas tribulações dos mártires e na sua paciência; fui atirado para a ilha de Patmos para dar testemunho de Jesus Cristo, cujo Evangelho pregava» (Ap 1, 9). S. João é para nós o modelo da reparação e da imolação, como é o modelo do amor do Salvador. Amou a reparação e o sacrifício. Esteve no martírio com alegria. Tinha ouvido Jesus dizer aos apóstolos: «Devo ser baptizado com o baptismo do meu sangue e tenho pressa que isso aconteça». Tinha ouvido também o «Surgite eamus» (levantai-vos e vamos ao encontro do traidor). Como é que não teria desejado também as provações que deviam torná-lo semelhante ao seu bom Mestre? (Leão Dehon, OSP 3, p. 407).

Oração
Senhor Jesus, que na tua imensa bondade nos preparas para sermos uma nova criação no teu Espírito, e para aderirmos a Ti com fé profunda, dá-nos a graça de participarmos no teu mistério de sofrimento e de alegria, no teu mistério de caridade. Nós o pedimos por intercessão de S. João Evangelista, teu Apóstolo muito amado, e nosso preceptor na contemplação do teu Lado aberto e do teu Coração trespassado. Que ele nos ensine também o espírito de reparação, de expiação, de sacrifício, para repararmos os pecados dos outros e especialmente os nossos próprios pecados. Queremos consagrar-Te a nossa vida e fazer dela uma eucaristia para Glória e Alegria do Pai. Amen.

Thursday, May 13

Aduelas

Costelas

Por exemplo: Estepilha, levei um sopapo e quebrei as aduelas.

13 Maio: Festa de Nossa Senhora de Fátima

Nota Histórica
No ano 1917, quando o mundo se debatia ainda nas violências e atrocidades da guerra, a Virgem Maria apareceu seis vezes em Fátima a três pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco. Por meio deles, a Santa Mãe de Deus recomendou insistentemente aos homens a firmeza da fé e o espírito de oração, penitência e reparação. O culto de Nossa Senhora de Fátima, depois de ter sido aprovado pelo Bispo da diocese e mais tarde confirmado pela Autoridade Apostólica, foi especialmente honrado com a peregrinação do papa Paulo VI ao local das aparições no ano 1967 e João Paulo II nos anos 1982 e 1991.

Leitura do Apocalipse de São João (Ap 21, 1-5a)
Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.
Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu».
Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».

Salmo: Judite 13
Refrão: Tu és a honra do nosso povo.

Bendita sejas, minha filha, pelo Deus Altíssimo,
mais do que todas as mulheres da terra;
e bendito seja o Senhor nosso Deus,
criador do céu e da terra.

Ele enalteceu de tal forma o teu nome
que nunca mais deixarão os homens
de celebrar os teus louvores
e recordarão eternamente o poder de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 12, 46-50)
Naquele tempo, enquanto Jesus estava a falar à multidão, chegaram sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam falar-Lhe. Alguém Lhe disse:
«Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo».
Mas Jesus respondeu a quem O avisou:
«Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?».
E apontando para os discípulos, disse:
«Estes são a minha mãe e os meus irmãos: todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 19, 25-27)
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Cleofas, e Maria Madalena.
Então, Jesus, ao ver ali a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe:
«Mulher, eis o teu filho!»
Depois, disse ao discípulo:
«Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.


Maria, Mãe da Igreja e Advogada dos fiéis
Por ocasião das cerimónias religiosas que têm lugar nestes dias em Fátima, Portugal, em honra da Virgem Mãe de Deus, onde acorrem numerosas multidões de fiéis para venerarem o seu coração maternal e compassivo, desejamos mais uma vez chamar a atenção de todos os filhos da Igreja para o inseparável vínculo que existe entre a maternidade espiritual de Maria e os deveres que têm para com Ela os homens resgatados.
Julgamos ser de grande utilidade para as almas dos fiéis considerar duas verdades muito importantes para a renovação da vida cristã.
A primeira verdade é esta: Maria é Mãe da Igreja, não só por ser Mãe de Jesus Cristo e sua íntima colaboradora na nova economia da graça, quando o Filho de Deus n’Ela assumiu a natureza humana para libertar o homem do pecado mediante os mistérios da sua carne, mas também porque brilha à comunidade dos eleitos como admirável modelo de virtude.
Depois de ter participado no sacrifício redentor de seu Filho, e de maneira tão íntima que mereceu ser por Ele proclamada Mãe não somente do discípulo João, mas – seja consentido afirmá-lo – do género humano, por este de algum modo representado, Ela continua agora no Céu a desempenhar a sua função materna de cooperadora no nascimento e desenvolvimento da vida divina em cada alma dos homens remidos.
Mas de que modo coopera Maria no crescimento da vida da graça nos membros do Corpo Místico? Antes de tudo, pela sua oração incessante, inspirada por uma ardentíssima caridade. A Virgem Santa, de facto, gozando embora da contemplação da Santíssima Trindade, não esquece os seus filhos que caminham, como Ela outrora, na peregrinação da fé; pelo contrário, contemplando-os em Deus e conhecendo bem as suas necessidades, em comunhão com Jesus Cristo que está sempre vivo para interceder por nós, deles se constitui Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira.
No entanto, a cooperação da Mãe da Igreja no desenvolvimento da vida divina nas almas não consiste apenas na sua intercessão junto do Filho. Ela exerce sobre os homens remidos outra influência importantíssima, a do exemplo, segundo a conhecida máxima: as palavras movem, o exemplo arrasta. Realmente, tal como os ensinamentos dos pais adquirem maior eficácia quando são acompanhados pelo exemplo duma vida conforme as normas da prudência humana e cristã, assim também a suavidade e o encanto das excelsas virtudes da Imaculada Mãe de Deus atraem irresistivelmente as almas para a imitação do divino modelo, Jesus Cristo, de que Ela foi a mais perfeita imagem.
Mas nem a graça do divino Redentor nem a poderosa intercessão de sua e nossa Mãe espiritual poderiam conduzir-nos ao porto da salvação, se a tudo isso não correspondesse a nossa perseverante vontade de honrar Jesus Cristo e a Virgem Mãe de Deus com a fiel imitação das suas sublimes virtudes.
É, pois, dever de todos os cristãos imitar religiosamente os exemplos de bondade que lhes deixou a Mãe do Céu. É esta a segunda verdade sobre a qual nos agrada chamar a vossa atenção. É em Maria que os cristãos podem admirar o exemplo que lhes mostra como realizar, com humildade e magnanimidade, a missão que Deus confiou a cada um neste mundo, em ordem à sua eterna salvação e à do próximo.
Uma mensagem de suma utilidade parece chegar hoje aos fiéis da parte d’Aquela que é a Imaculada, a toda santa, a cooperadora do Filho na restauração da vida sobrenatural das almas. A santa contemplação de Maria incita-os, de facto, à oração confiante, à prática da penitência, ao santo temor de Deus, e recorda-lhes com frequência aquelas palavras com que Jesus Cristo anunciava estar perto o reino dos Céus: Arrependei-vos e acreditai no Evangelho, bem como a sua severa advertência: Se não vos arrependerdes, perecereis todos de maneira semelhante.
Comemorando-se este ano o vigésimo quinto aniversário da solene consagração da Igreja a Maria Mãe de Deus e ao seu Coração Imaculado, feita pelo Nosso Predecessor Pio XII no dia 31 de Outubro de 1942, por ocasião da Rádio-Mensagem à Nação Portuguesa – consagração que Nós mesmo renovámos no dia 21 de Novembro de 1964 – exortamos todos os filhos da Igreja a renovar pessoalmente a sua própria consagração ao Coração Imaculado da Mãe da Igreja e a viver este nobilíssimo acto de culto com uma vida cada vez mais conforme à vontade divina, em espírito de serviço filial e devota imitação da sua celeste Rainha.

Da Exortação Apostólica Signum magnum do Papa Paulo VI (Dia 13 de Maio de 1967: AAS 56, 1967, 4-473, 475)


Pontos de Reflexão
O contexto geográfico-histórico das aparições:
a) Três crianças rezam o terço na Cova da Iria...
b) Depois do Anjo de Portugal, é Maria que lhes confia a Sua mensagem...
c) o reconhecimento da Hierarquia são prova da credibilidade das aparições...
Fátima e o Evangelho:
a)Há plena concordância, como sublinha João Paulo II (13/5/82...
b) A sua mensagem, tal como o Evangelho, é sempre nova e sempre actual...
c) ela aponta caminhos concretos de santidade e introduz-nos na Missão salvadora da Igreja...
Dimensão pastoral de Fátima:
a) O poder irradiador e sedutor da sua mensagem....
b) Uma resposta concreta no apelo da Nova Evangelização...
c) A transformação de mentalidades que Fátima advoga...
d) Uma especial peregrinação ao mundo da graça, exige que sejamos fermento, no nosso modo de ser e de agir...


Oração
Deus de infinita bondade, que nos destes a Mãe do vosso Filho como nossa Mãe, concedei-nos que, seguindo os seus ensinamentos e com espírito de verdadeira penitência e oração, trabalhemos generosamente pela salvação do mundo e pela dilatação do reino de Cristo.

Monday, May 3

Pensamento do dia: 03-05-2010

A acção moral é uma adaptação.
F. Rauh

Provérbio 23

Maio claro e ventoso faz o ano rendoso.

Sunday, May 2

Festa de São Filipe e São Tiago, Apóstolos

Nota Histórica
Filipe, nascido em Betsaida, foi discípulo de João Baptista e depois seguiu a Cristo.
Tiago, primo do Senhor, filho de Alfeu, foi bispo de Jerusalém; escreveu uma epístola; levou uma vida de grande mortificação e converteu à fé muitos judeus. Recebeu a coroa do martírio no ano 62.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios (1 Cor 15, 1-8)
Recordo-vos, irmãos, o Evangelho que vos anunciei e que recebestes, no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos, se o conservais como eu vo-lo anunciei; aliás teríeis abraçado a fé em vão.
Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram.
Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim, como o abortivo.

Salmo 18A (19A)
A sua mensagem ressoou por toda a terra.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
o seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 14, 6-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém vai ao Pai senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe:
«Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta».
Respondeu-lhe Jesus:
«Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim próprio, mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim. Acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».

Do Tratado de Tertuliano, presbítero, «Sobre a prescrição dos hereges»

A pregação apostólica
Cristo Jesus, Nosso Senhor, durante a sua vida terrena, foi ensinando quem era Ele, quem tinha sido desde sempre, qual era a vontade do Pai que Ele vinha realizar e qual devia ser o comportamento do homem. Ensinava-o umas vezes diante de todo o povo, outras vezes em particular aos seus discípulos, entre os quais escolheu doze, que destinou para serem os principais mestres das nações.
Tendo-se excluído um deles, mandou os outros onze, quando estava prestes a voltar ao Pai, depois da sua ressurreição, para irem ensinar as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Imediatamente os Apóstolos – palavra que significa «enviados» – chamaram por sorteio a Matias como duodécimo em lugar de Judas, segundo a profecia contida num salmo de David. Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judeia, onde instituíram Igrejas, e partiram depois por todo o mundo a proclamar a mesma doutrina e a mesma fé entre as nações.
Em cada cidade fundaram Igrejas, que foram o gérmen e a semente para as outras Igrejas que se instituíram e continuam a instituir. Por este motivo, também estas são consideradas apostólicas, porque são descendentes das Igrejas apostólicas.
Todo o género deve ser referido necessariamente à sua origem. Por isso, apesar de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam senão uma Igreja: a primeira, que foi fundada pelos Apóstolos e que é a fonte de todas as outras.
Assim, todas elas são primeiras e todas apostólicas, porque todas formam uma só. A sua unidade manifesta-se pelo vínculo da paz, da fraternidade e da hospitalidade. A nenhuma outra razão se devem estas prerrogativas senão à unidade da mesma tradição sacramental.
O único meio de saber qual foi a pregação dos Apóstolos, e, portanto, qual foi a revelação que Jesus Cristo lhes fez, é o recurso às Igrejas que os Apóstolos fundaram e a quem eles pregaram quer de viva voz quer pelos seus escritos.
O Senhor tinha dito claramente em certa ocasião: Tenho muitas coisas a dizer-vos, mas ainda não as podeis compreender; e acrescentou: Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos orientará em toda a verdade. Com estas palavras revelou aos Apóstolos que nada ficariam a ignorar, porque lhes prometia o Espírito da verdade, que os havia de levar ao conhecimento de toda a verdade. De facto, esta promessa foi cumprida, como provam os Actos dos Apóstolos ao narrarem a descida do Espírito Santo.