Friday, September 30

São Jerónimo


São Jerónimo nasceu em Estridon (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi baptizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito activa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.

Leituras de Sexta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


O Livro de Baruc fala-nos dos sentimentos do povo de Deus durante o exílio. A sua humilde oração pode ser também a de nós todos, povo salvo, mas que continua pecador, oração que é um verdadeiro acto de contrição de quem sabe reconhecer que tudo o que sofre é consequência dos seus pecados. Este povo sente-se solidário na história passada feita de promessas divinas e de pecados do povo. O povo não correspondeu à generosidade de Deus, revoltou-se e desobedeceu e por isso, confessa as suas culpas e reconhece a inocência e a justiça de Deus. Mas é a justiça de Deus que dá ao povo capacidade para recomeçar, ter nova esperança, e esperar o perdão.
Com este grave aviso, Jesus chamava a atenção das cidades que não tinham prestado atenção à pregação dos seus enviados; e chama-nos a nós a escutarmos todos aqueles que nos fazem chegar a mesma mensagem de salvação. É a sua própria mensagem que nos chega através dos seus mensageiros. A condenação das três cidades deve ser entendida a vários níveis: Jesus sublinha que estas cidades não acolheram a Palavra pregada por Ele e o apelo à conversão; Jesus realça o abandono dos seus e dá-se conta da hostilidade do povo; Jesus prevê que o Evangelho ultrapasse as fronteiras da Galileia e que chegue a todos os povos, enquanto as cidades que ouviram a sua pregação permaneçam fechadas. Este evangelho é um aviso para todos aqueles que se excluem da graça do Senhor e caem na hipocrisia e na resistência. Jesus lastima o maior dos pecados, contra o Espírito Santo: fechar os olhos às manifestações da graça, à oferta de perdão. É o grande risco da missão cristã. Jesus disse claramente: Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.

Thursday, September 29

Os Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael

Hoje a Igreja celebra a Festa de três Arcanjos que aparecem com referências especiais na Sagrada Escritura: S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael. São Gregório Magno diz-nos que deveis saber que a palavra «Anjo» designa uma função, não uma natureza. Aqueles santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos. Só são Anjos quando exercem a função de mensageiros. Os que transmitem mensagens de menor importância chamam-se Anjos; os que transmitem mensagens de maior transcendência chamam-se Arcanjos.
Na santa cidade do Céu, onde a visão de Deus dá um perfeito conhecimento de tudo, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros; mas quando vêm realizar alguma missão junto dos homens, são conhecidos pelo nome da função que exercem. Acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim.
S. Miguel (significa quem é como Deus?) é o anjo dos supremos combates, melhor guia do cristão na hora da viagem para a eternidade. É o protector da Igreja de Deus.
S. Gabriel (significa Deus é a minha força) é o mensageiro da Incarnação. É o enviado dos grandes anúncios: anunciou a Zacarias o nascimento de João Baptista e revela a Maria o nascimento de Jesus. O Papa Pio XII declarou-o como patrono das telecomunicações.
S. Rafael (significa medicina de Deus) é um diligente e eficaz protector duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico.
Os anjos são aqueles que estão na companhia de Deus, que O contemplam e que prestam o culto eterno. A profecia de Daniel que ouvimos na 1ª leitura é a imagem e descrição duma visão dum anjo que está com Deus e que O serve. São estes seres que servem Cristo, que O honram, que O assistem, que O auxiliam.
O Evangelho exorta-nos a termos um grande conhecimento de Jesus Cristo e também a deixarmos acolher e conhecer por Ele.
Peçamos ao Senhor que nos conceda a graça de sermos constantemente guardados e cuidados por estes anjos que O contemplam no céu e que transmitem a Palavra de Deus para que entendamos os desígnios e os planos do nosso Deus.

Leituras da Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

Leitura da Profecia de Daniel (Dan 7, 9-10.13-14)
Eu estava a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se. Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo. Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos. Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino jamais será destruído.

Salmo 137 (138)
Refrão:
Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor.

De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

Todos os reis da terra Vos hão-de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 1, 47-51)
Naquele tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?». Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas. Verás coisas maiores do que estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».

Wednesday, September 28

Quarta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Um outro livro do Antigo Testamento, agora o de Neemias, dá conta da boa vontade do rei de Babilónia, que se dispõe a deixar partir até o seu copeiro-mor, para ir à terra dos seus antepassados, Jerusalém, para reconstruir a cidade que se encontrava em ruínas. E até lhe entrega cartas de recomendação, para que ele possa ter bom acolhimento da parte das autoridades locais, quando chegar a essa terra. Deus tem, de facto, na mão o coração dos homens e guia-os, se eles se deixarem conduzir por Ele. A memória de Neemias acaba por conduzir à presença protectora e providente de Deus, cuja mão guia os protagonistas da reconstrução do povo. Então, o profeta Neemias para participar na reconstrução da cidade santa, pede licença e ajuda ao rei para ultrapassar as dificuldades do caminho.

O reino de Deus exige de todos abertura e acolhimento. Em três breves episódios, faz-se a explicação do que significa: Seguir Jesus. É atitude que exige sempre grande disponibilidade exterior e interior. Os diálogos referidos no evangelho dizem-nos que, além dos Doze, havia outros que queriam seguir Jesus, ainda que não soubessem claramente o que isso significava. As exigências do seguimento de Cristo só se tornaram claras depois da Páscoa. Aparecem três interlocutores: o primeiro apresentou-se por sua iniciativa. Ele diz-lhe que o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Ao segundo, Jesus ordena-lhe que O siga. Mas ele pede licença para ir enterrar o pai. Para o Senhor, está morto tudo o que não seja o Deus vivo. O terceiro fez um programa que apresenta a Jesus: Eu vou seguir‑te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família. Mas Jesus diz-lhe: Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus. Por isso é exigente com todos os que o querem seguir, pedindo-lhes uma maior disponibilidade, que não admite quaisquer demoras: por causa do egoísmo, da comodidade, do sentimento....
Peçamos a graça de vivermos como ressuscitados na comunidade dos homens novos, que é a Igreja, contribuindo com a nossa vida desapegada e sóbria, e com nossa dedicação generosa, para a edificação da mesma.

Tuesday, September 27

São Vicente de Paulo

Nascido em Pouy, Dax, França em 24 de Abril de 1581.
Em 1600 é nomeado capelão da Rainha Margarida de Valois; dois anos mais tarde, é pároco de Clichy e, no ano seguinte, perceptor na célebre família "De Gondi".
1617 é o ano determinante da vida de S. Vicente: decide consagrar a sua vida ao serviço dos Pobres.
Em 1625 funda a Congregação da Missão para evangelizar o povo do campo, mas também para a formação do Clero.
Em 1633, com Luisa Marillac, funda a Filhas da Caridade.
S. Vicente foi "um plasmador de consciências, um sedutor de almas, um anunciador e um profeta da Caridade de Cristo, um verdadeiro homem de Deus".
Morreu em 27 de Setembro de 1660, mas o seu espírito continua vivo nas suas obras.

Terça-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


As palavras do profeta anunciam a futura glória de Jerusalém: até as nações pagãs afluirão à cidade de Deus. Esta Profecia realiza-se plenamente na Igreja de Cristo, de que Jerusalém é a figura antecipada e à qual são chamados os povos de todo o mundo, na unidade de uma só e mesma família, unida pelo Espírito de Deus. A comunidade dos regressados do exílio era propensa a uma atitude penitencial. É a alegria que deve caracterizar a nova comunidade que deve amar a verdade e a paz. A reunião de todos os povos em Jerusalém é o reconhecimento do Senhor e toda esta esperança, que o profeta procura incutir no seu povo, baseia-se na confiança no Senhor e na certeza profunda na sua fidelidade.
A segunda parte do Evangelho de S. Lucas começa com a resolução de Jesus de subir a Jerusalém, para aí sofrer a paixão. Será um gesto de pura misericórdia da sua parte, como ele se anuncia desde já com a atitude que toma em relação às cidades da Samaria que O não querem acolher. O caminho de Jerusalém levará Jesus até à cruz e à ressurreição. É a sua hora, a hora em que se manifesta a vontade de Jesus de dar a vida. Ele acolhe todo o sofrimento dos homens e dá a vida para os salvar. O evangelho ajuda-nos a compreender a atitude com que havemos de viver e reagir às dificuldades e oposições. Os discípulos indignaram-se com os habitantes de certa aldeia da Samaria, que não acolheram a Jesus, e propunham uma punição imediata para eles. Parecia-lhes justo punir quem não quisesse receber a Jesus, estavam convencidos que a sua reacção era impulsionada pelo Espírito de Deus. Mas Jesus não pensa assim e repreende-os. Ele sabe que agora é o tempo da conversão, em que reina a bondade, a misericórdia, a paciência divina. E nós devemos participar nessa paciência e não exigir o castigo imediato. Temos que aprender a ser mansos e humildes de coração, como Jesus e assim suscitaremos nos outros o desejo de se juntarem a nós, porque Deus está connosco.

Monday, September 26

Segunda-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


As palavras do profeta anunciam hoje a libertação do povo e a sua reunião em volta do Messias, seu guia e seu salvador, como fruto do ‘amor ardente’ que o Senhor nutre por ele e, se isto parecer impossível aos olhos do resto daquele povo, será impossível aos olhos de Deus que o promete?
A Palavra de Deus é sempre viva e penetrante. O texto de Zacarias é um hino ao poder de Deus, que torna possível o que aos olhos dos homens parece impossível. As palavras do profeta são um convite à esperança. Deus conduz a realização do seu projecto de salvação. Muitas vezes fá-lo por caminhos e com métodos que nada têm a ver com a lógica humana.

Com o exemplo da criança ensina Jesus aos seus discípulos o sentido da humildade, bem necessário para eles poderem compreender a hora da Paixão, em que Jesus dará a vida por todos os homens, e não apenas por eles, até então ainda muito fechados sobre si próprios e pouco acolhedores para com os outros.
O evangelho de hoje lembra-nos então duas atitudes fraternas muito comuns na vida dos santos: humildade, que se opõe a toda a ambição e a tolerância. Sublinham a necessidade de ultrapassar a auto-suficiência de quem aspira a títulos e dignidades, bem como o orgulho de grupo, que se pode encontrar em algumas comunidades cristãs. Pensa-se que os mais importantes são os que possuem mais dotes ou responsabilidades na gestão dessas comunidades. Os apóstolos discutem sobre o lugar que ocupam e sobre quem é o primeiro entre eles. Mas Jesus toma uma criança e coloca-a ao seu lado, no lugar de maior dignidade, afirmando: quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande. O pequeno é grande porque é fraco e pobre: é pequeno de corpo, precisa dos outros, não tem liberdade de acção, é inútil. É símbolo do discípulo último e pobre. Mas também é imagem de Jesus que se abandona nos braços do Pai: Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me envio.

Wednesday, September 21

Festa Litúrgica de São Mateus

São Paulo chama a atenção para os perigos de divisão, mesmo entre os cristãos, agravado pelos falsos carismas e erros doutrinais. Esclarece que, na diversidade de membros e funções existe unidade orgânica na Igreja, santificada pela vida, à medida de Cristo.
No Evangelho, Mateus ao contar-nos a história da sua vocação, mostra-se impressionado com a misericórdia de Jesus, Ele que veio para aos doentes, para os pagãos e não só para os judeus.
O cobrador de impostos ao povo judeu para pagar aos romanos, era uma profissão muito mal conceituada. Mas também para esses veio o Reino de Deus. Jesus chama radical e incondicionalmente: Segue-me. A misericórdia de Jesus manifesta-se a todos, mesmo aos desprezados, como Mateus. A gratidão é indispensável perante os gestos do amor de Deus, por isso Mateus recebe-o em sua casa.
São Mateus é um dos apóstolos, homem decidido e generoso desde o primeiro momento da sua vocação. Nasceu em Cafarnaum. É também evangelista - o primeiro que, por inspiração divina, pôs por escrito a mensagem messiânica de Jesus. Era um judeu que exercia as funções de cobrador de direitos de portagem, ao serviço de Herodes Antipas. Um dia, Jesus saía de Cafarnaum em direcção ao Lago, olhou para ele com atenção e disse-lhe: "Mateus, segue-me". E Mateus seguiu-o e foi generoso ao seguir o chamamento e agradecido ao mesmo tempo. Acompanhou sempre o Salvador. Foi testemunha da Ressurreição, assistiu à Ascensão e recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes. A glória principal de S. Mateus é o seu Evangelho, escrito primeiro em aramaico e traduzido pouco depois para o grego e, segundo uma tradição, pregou no Oriente.

Leituras da Festa Litúrgica do Apóstolo São Mateus

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 4, 1-7.11-13)
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra. A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de Cristo. Foi Ele que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas e a outros pastores e mestres, para o aperfeiçoamento dos cristãos, em ordem ao trabalho do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo, até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude.
Salmo 18 A (19 A)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a terra.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 9, 9-13)
Naquele tempo, Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança dos impostos, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele levantou-se e seguiu Jesus. Um dia em que Jesus estava à mesa em casa de Mateus, muitos publicanos e pecadores vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos. Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos: «Por que motivo é que o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?» Jesus ouviu-os e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas sim os doentes. Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».