Thursday, November 29

Quinta-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


João fala-nos de outra visão que tem por objectivo iluminar a história do povo de Deus peregrino. A alusão ao céu e ao esplendor que dele vem indicam a origem divina da palavra que vai ser proclamada. Quem a ouvir, e acolher a mensagem, pode caminhar seguro rumo à meta.
Babilónia, o império que no Antigo Testamento perseguiu o povo de Deus a ponto de o levar para o exílio, é aqui a imagem dos novos perseguidores da Igreja de Cristo. Mas o seu domínio vai chegar ao fim; a nova Babilónia, que é agora, para o autor deste livro, Roma e o seu império, perseguidor dos cristãos, vai cair, como caiu a antiga. Vão desaparecer as suas glórias, que são, no fundo, a sua humilhação. Chegou a hora das núpcias do Cordeiro, a hora da Igreja da terra se sentar à mesa do banquete do Céu.

O Evangelho está cheio de alusões a outras passagens bíblicas. Anunciam-se aqui as provações por que há-de passar o povo de Deus, umas vindas da parte dos pagãos, outras das próprias circunstâncias naturais. São todas elas formas de purificação; mas nunca são nem um fim em si mesmas, nem acontecimentos sem sentido. Deus é Senhor dos acontecimentos, e faz que tudo concorra para o bem dos seus eleitos. Por isso, no meio de toda esta desolação, levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. É o anúncio do mundo novo que há-de vir.
O crente nada tem a temer, ainda que a descrição desse momento o induza ao temor de Deus. De facto, o regresso do Senhor caracteriza-se por grande poder e glória. Mas será nesse regresso que irá trazer aos fiéis o dom da libertação definitiva, o dom da redenção.

Tuesday, November 27

Terça-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Na 1ª leitura, João utiliza alguns símbolos cuja interpretação nos introduz na compreensão da mensagem. O primeiro símbolo é a nuvem: na tradição bíblica indica uma teofania, uma manifestação de Deus. Neste caso é o Filho do homem que aparece para julgar e oferecer a salvação. Este Filho do homem é Cristo. João conclui a sua mensagem sobre a pessoa e a missão de Cristo.
A ceifa e a vindima das nações são duas imagens para indicar o julgamento que Deus faz dos povos que perseguem os membros do seu povo. O lagar onde as uvas são pisadas significa o castigo dos perseguidores. A última palavra será a da justiça divina; só ela pode salvar na verdade e no amor.
A página joânica oferece-nos outra mensagem: há uma íntima relação entre a vida presente e a vida futura. Tudo depende de Deus e da sua bondade, mas tudo depende das nossas opções pessoais e das obras que fazemos.

No Evangelho, Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, a partir da observação que alguns fazem, chamando-Lhe a atenção para a beleza do templo. O templo e a cidade foram destruídos, pisados pelos pagãos, e o culto de Deus substituído, pelo menos durante algum tempo, pelo culto de ídolos. É que, antes de os lugares terem sido profanados, já o coração dos homens o tinha sido.
Jesus anuncia o fim do templo e, de certo modo, de tudo aquilo que ele simboliza. Anuncia o fim do mundo que se concretizará nessa catástrofe e em tantas outras. O mais importante é acolhermos o ensinamento de Jesus e deixar-nos guiar por ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua palavra ajudar-nos-á a discernir pessoas e acontecimentos, e a optar pelos valores que nos propõe. Há muita gente que anuncia a proximidade do fim do mundo, para nos aterrorizar, e nos oferece caminhos de salvação. Jesus não faz isso. Mesmo quando fala do fim do mundo, preocupa-se em iluminar-nos e em confortar-nos.

Monday, November 26

Segunda-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


O Cordeiro é o Senhor Jesus. Os que seguem o Cordeiro são os cristãos, marcados com o sinal de Cristo e do Pai, em oposição aos que seguem a idolatria dos pagãos. Os que seguem o Cordeiro são chamados virgens, não manchados pela idolatria, mas fiéis ao Cordeiro, seu Senhor. Esta linguagem tem sentido sobretudo nos tempos em que os cristãos são sacrificados por não quererem adorar os falsos deuses do império romano, quando foi escrito este livro de consolação e de esperança; mas a sua mensagem é para todos os tempos, durante os quais a Igreja peregrinar sobre a terra.
João apresenta-nos os redimidos, o povo eleito que, reunido em assembleia, aclama a Deus e ao Cordeiro imolado. A mensagem joanica é eclesial e universal como se vê pelo número simbólico dos eleitos: 144 mil assinalados. O monte Sião também é um símbolo porque sobre ele se hão-de encontrar todos os que tiverem na fronte o nome do Cordeiro e do seu Pai. É pela fé que se entra a fazer parte desse povo, que é a comunidade daqueles que invocam o Nome e reconhecem nele a fonte da salvação.

No Evangelho, Jesus elogia a viúva pobre por causa das duas moedas que ofereceu ao templo. É um gesto que agrada a Jesus mais do que qualquer outro porque o pouco da pobre viúva é tudo aos olhos de Deus, enquanto o muito dos ricos é simplesmente supérfluo. Deus aprecia mais o valor qualitativo do que o valor quantitativo dos nossos gestos. Só Ele vê o nosso coração e nos conhece profundamente. Aos olhos de Deus é o coração do homem que dá o sentido a todas as suas atitudes e acções, e não as aparências. O muito e o pouco aos olhos de Deus está no amor que anima o coração e não no valor material das coisas. É o olhar de Deus que pode dar o justo valor a cada acção humana.
Quem quiser ser discípulo de Jesus deve viver o desprendimento dos bens materiais: São os bem-aventurados que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá mas esse desprendimento é nececessário para entrar no reino dos céus.

Sunday, November 25

Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo


A Palavra de Deus que nos é proposta neste último Domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus.
A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a crueza, a ambição, a violência, a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de um filho de homem que vai aparecer sobre as nuvens, Deus vai devolver à história a sua dimensão de humanidade, possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos verão nesse filho de homem vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.
Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o príncipe dos reis da terra, aquele que há-de vir por entre as nuvens cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de filho de homem de que falava a primeira leitura.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, Jesus a assumir a sua condição de rei diante de Pôncio Pilatos. A cena revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão real de Jesus é dar testemunho da verdade; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.

Friday, November 23

Pensamento do dia: 23-11-2012

Não perdoe da boca para fora... E sim da boca para dentro. (Autor desconhecido)

Sexta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum


Na 1ª leitura, lemos como ao vidente é entregue o livro da mensagem divina, para que ele a vá anunciar. Mas primeiro, ele tem de assimilar essa mensagem, para depois a poder proclamar, tal como já linha sucedido com o profeta Ezequiel, no Antigo Testamento. Só a palavra de Deus, que é mais doce do que o mel, pode inspirar aos homens as palavras com que ela mesma há-de ser por eles anunciada. A Palavra quer tornar-se voz que chega a cada um de nós, nos interpela e responsabiliza como ouvintes e testemunhas. Ninguém pode desprezá-la ou desconhecê-la: o baptismo fundamenta em nós o direito e o dever do apostolado entendido como serviço à Palavra. Doçura na boca e amargura nas vísceras: esta imagem faz-nos compreender o drama de quem, não só está consciente do direito de escutar a Palavra, mas também do dever de a testemunhar. O verdadeiro profeta partilha o destino da Palavra, d´Aquele que é a Palavra, um destino pascal de sofrimento e de alegria, de trevas e de luz, de morte e de vida. É necessário que continues a profetizar porque a missão profética não é opcional, mas um dever daquele que acolheu a Palavra.

No Evangelho, como já o manifestara aos doze anos, Jesus está possuído pelo amor da Casa de Deus. O templo era o lugar da oração a Deus, mas os seus contemporâneos esvaziavam-no desse objectivo, transformando-o em casa de comércio, embora a pretexto de serviço do mesmo templo. Até as coisas santas podem chegar a não servir para fins santos. O templo completamente puro e agora, mais do que nunca, morada de Deus, será a humanidade santíssima de Jesus ressuscitado. Está escrito: A minha casa será casa de oração, diz Jesus. Jesus não reza só no templo, e chega a criticar o apego às instituições religiosas vistas apenas em perspectiva materialista. Mas o templo, enquanto casa de Deus, tem de ser respeitado, e não pode ser usado para outros fins que não sejam o culto de Deus. O templo não pode tornar-se um covil de ladrões. Da nossa alma, que é templo de Deus, procuremos expulsar tudo o que não agrada a Deus, que não está de acordo com a sua vontade.

Thursday, November 22

Quinta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Depois da visão de Deus, vem a do Cordeiro imolado, que, pelo seu sacrifício na Cruz, mereceu abrir os selos do livro dos desígnios secretos de Deus sobre o futuro da sua Igreja. Jesus é o descendente da tribo de Judá, o filho de Jacob, a quem seu pai, ao abençoá-lo antes de morrer, proclama Leão vitorioso. Como no dia anterior, a leitura termina com um hino de louvor e glória, um cântico novo, cântico da Nova Aliança.
Este texto apresenta-nos, numa visão grandiosa, uma mensagem clara: a história humana é um mistério, porque Deus está presente nela. O símbolo do livro selado com sete selos significa que tudo permanecerá envolto no mistério. Jesus é o Cordeiro imolado digno de receber o livro e de abrir os selos; porque foste morto e, com teu sangue, resgataste para Deus, homens de todas as tribos, línguas, povos e nações. Procuremos imitar o seu exemplo: O Cordeiro foi imolado e resgatou-nos com o seu sangue, a nós homens de todas as nações, para fazer de nós um reino de sacerdotes, que vão reinar sobre a Terra.
 
Depois de ter sido aclamado pelo povo aquando da sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus chora sobre a cidade, que, apesar de O ter aclamado, não entendia a sua mensagem de paz! O choro de Jesus revela-nos a sua humanidade autêntica e a sua total participação no drama de uma humanidade que resiste a entrar no projecto salvífico de Deus. Jesus salva-nos com o seu poder divino mas também com a sua fragilidade humana. A cidade que Lhe abriu as portas para o triunfo do dia dos Ramos não teve fé para Lhe abrir o coração, a dor de Jesus é consequência da falta de correspondência dos habitantes de Jerusalém que não souberam acolher a misericórdia de Jesus. Sofrerá então a visita de punição, com as terríveis consequências, que, apesar de serem sempre graças, serão sentidas como desgraças. A paz é o dom messiânico, Jesus veio proclamá-la e oferecê-la a todos. É preciso acolhê-la para caminhar com Jesus. O tempo de que fala Jesus é o tempo providencial em que Deus visita o seu o povo para o libertar e introduzir no Reino.

Wednesday, November 21

Quarta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
O Livro do Apocalipse é um livro de consolação, escrito já no tempo das primeiras perseguições romanas aos cristãos, para servir de apoio e de esperança em tempos tão duros e tão perigosos para a fé. É aqui, depois das sete cartas às Igrejas, que começa a série de visões, que vão ocupar todo o restante livro. Para começar, aparece-nos hoje a visão de Deus, aclamado no trono da sua glória. É uma visão que nos prepara para contemplarmos depois a intervenção de Deus na história dos homens, em favor dos seus fiéis.
Por meio de alguns símbolos, familiares a quem conhece o Antigo Testamento, João constrói um cenário que tem no centro um trono de glória onde se senta o Eterno, o Criador de todas as coisas. Todos os elementos descritivos servem para centrar a atenção de todos porque Ele é Deus que devemos adorar. Santo, santo, santo dirigido Àquele que era, que é e que há-de vir é uma expressão que sintetiza toda a história da humanidade que, visitada por Deus, se torna história da salvação.
 
No Evangelho, o tempo que medeia entre o regresso de Cristo para junto do Pai e a sua vinda no fim dos tempos é o tempo em que os seus discípulos hão-de fazer frutificar os dons que o Senhor confia à sua Igreja e a cada um dos seus membros. É o tempo de acreditar, de trabalhar, de merecer, com perseverança e caridade. A perspectiva das contas que todos havemos de dar a Deus do uso que fizemos dos dons que Ele nos confiou não pode desaparecer da frente dos nossos olhos, para nos orientar no caminho, sempre iluminado pela esperança e pelo desejo da vida eterna em Deus.
O evangelho diz-nos que o discípulo é chamado a ser servo bom e fiel. É uma bondade que se manifesta na disponibilidade e a fidelidade, na obediência. São duas atitudes fundamentais do ideal evangélico que Jesus nos apresenta e a espiritualidade própria do discípulo. Fidelidade e bondade são as duas faces da mesma medalha, são dois aspectos da mesma personalidade, qualificada pelo dom de graça recebido e pelo desejo de viver segundo a vontade do Mestre.

Tuesday, November 20

Pensamento do dia: 20-11-2012

O sentido da vida consiste em que não tem nenhum sentido dizer que a vida não tem sentido. (Niels Bohr)

Terça-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Nestas cartas às Igrejas, pode sentir-se toda a frescura e toda a seriedade da fé das primeiras comunidades cristãs. À revelação de grandes dons correspondem exigências grandes e bem definidas e apresentam-se recompensas gloriosas, a participação na glória do Senhor ressuscitado, Aquele que está sentado no trono do Pai. Podemos escutar as cartas como dirigidas a nós, uma vez que, como as igrejas a que foram destinadas, também estamos empenhados em viver o Evangelho que acolhemos. Todas as Igrejas são convidadas a escutar Aquele que é a palavra, Aquele cuja mensagem é a salvação. A todas é dito: Conheço as tuas obras, para indicar que, não só cada um dos crentes, mas também as comunidades são um livro aberto para o Senhor. Segue-se a exortação à vigilância e à coragem, para afastar as ameaças que pendem sobre a vida espiritual da comunidade, seja para as renovar no seu empenhamento cristão, cultivando com alegria e sentido de responsabilidade o dom da fé.
 
É constante em S. Lucas o apelo à conversão, é a afirmação da misericórdia do Senhor e da necessidade que todo o homem tem de a aceitar, oferecendo a Deus o seu coração, generosamente disposto a converter-se a Ele. Ao apelo há-de corresponder a resposta da conversão, e a conversão, que já é dom de Deus, abre a porta à salvação celebrada na alegria.
Ao entrar em Jericó, Jesus encontra-se com Zaqueu, homem rico e chefe de publicanos. Procurava ver Jesus mas não conseguia, pela sua pequena estatura e pela distância psicológica e espiritual que o afastava do Senhor. Mas era um homem à procura e Jesus também procurava-o para lhe satisfazer o desejo e o encontro de ambos torna-se um momento de graça: Hoje tenho de ficar em tua casa… Hoje veio a salvação a esta casa. Mostra-nos assim a realização da missão de Jesus e a abertura de Zaqueu à salvação. A capacidade de se dar conta da Sua presença no hoje da humanidade, é o segredo de quem está disposto a seguir Jesus, que veio procurar e salvar o que estava perdido e é oferecida a todos a oportunidade de O ver, de se encontrar com Ele, de O reconhecer como verdadeiramente é.

Monday, November 19

Pensamento do dia: 19-11-2012

Quando você julga os outros, não os define, define a si mesmo. (Wayne W. Dyer)

Segunda-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
A primeira parte do Apocalipse apresenta algumas chaves para a sua leitura que nos permite perceber a sua mensagem de esperança e entrar na bem-aventurança que promete. É constituída por sete cartas, dirigidas a sete Igrejas da Ásia, na Turquia actual. Apocalipse quer dizer revelação, que nos abre o horizonte da salvação em Cristo. Feliz o que lê e os que escutam a mensagem desta profecia e põem em prática o que nela está escrito. A revelação gera bem-aventurança, mas é preciso escutar e pôr em prática o que nela está escrito. Trata-se de uma bem-aventurança que é dom de Deus e resultado de empenhamento pessoal.
O Apocalipse foi escrito para que possamos acolher a graça que vem do alto e a paz que Jesus nos oferece a cada um dos crentes e às comunidades cristãs. A salvação é diálogo e encontro pessoal com o Senhor, é vínculo de comunhão entre as comunidades dos cristãos.
 
O cego de Jericó, ao fazer a súplica, exprime a sua fé em Jesus e entra em contacto espiritual com o Senhor que logo lhe concede o que pede. Ao proclamá-l’O Filho de David, reconhece n’Ele o Messias, o Enviado de Deus, o Salvador, o Senhor. O dom concedido ao cego aparece ao povo como coisa admirável, dom vindo de Deus. No final, depois de ter recebido o dom da vista, ouvirá Jesus dizer-lhe: A tua fé te salvou. Os sinais realizados por Jesus convidam a crer nele. Só a fé nos permite reconhecer o mistério. A fé do cego de Jericó manifesta-se em duas opções de vida: começa a seguir Jesus e a louvar a Deus. A oração de louvor manifesta os sentimentos que lhe vão na alma, ao sentir-se curado. E quer que todos participem desses sentimentos porque este é o processo normal da oração cristã: as maravilhas de Deus, uma vez reconhecidas e contempladas na fé, levam ao louvor e à acção de graças. E depois quer seguir Jesus, Aquele que o libertou da cegueira espiritual, Aquele que se revelou a ele como Messias e Senhor. É este o itinerário de fé completo: do dom recebido ao dom comunicado. Foi o itinerário do cego de Jericó, e deve ser o nosso. Um itinerário que havemos de percorrer seguindo Jesus.

Sunday, November 18

Pensamento do dia: 18-11-2012

Em dia de Vitória ninguém fica cansado. (Provérbio árabe)

Domingo XXXIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projecto de vida definitiva para os homens. Ele vai – dizem os nossos textos – mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.
A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna.
No Evangelho, Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os apelos e os desafios de Deus.
A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projecto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.

Friday, November 16

Pensamento do dia: 16-11-2012

Alguns comem para ter forças para estudar a palavra de Deus. Outros, mais perspicazes, estudam a palavra de Deus para aprender a alimentar-se.
(Rabi Nacham di Breslau)

Santa Gertrudes


Santa Gertrudes de Helfta foi monja cisterciense e escritora mística, também conhecida como Gertrudes a Grande, ou Gertrudes a Magna. Das origens de Gertrudes de Helfta só se conhece a data de nascimento: 6 de janeiro de 1256. O lugar parece ter sido Eisleben e a familia é um enigma. O silêncio a respeito resultou suspeito, e se há elaborado conjecturas como a procedência servil ou pobre; haver sido abandonada; ou ser filha ilegítima de algum nobre. O que é seguro é que em sua familia existiam circunstâncias que na época não era adequado mencionar.
Com a idade de 5 anos ingressou no mosteiro de Helfta. Sobre isto tão pouco hão ficado noticias, desconhecendo-se como chegou e se foi acolhida exclusivamente como educanda, para ser formada na escola de meninas a cargo de Matilde de Hackeborn; ou como oblata, oferecida a Deus para converter-se em monja.
Gertrudes iniciou sua aprendizagem monástica. Realizou o noviciado, professou e recebeu uma cuidada formação teológica, filosófica, literaria e musical. Sua vida foi normal até os 25 anos, como uma monja a mais do mosteiro, dedicada à cópia de manuscritos, à costura e aos labores agrícolas da horta monastica. Não desempenhou cargos importantes, ou ao menos só se conhece que foi cantora segundo às ordens de Matilde de Hackeborn.
Em 27 de janeiro de 1281 teve sua primeira experiência mística, que suporia uma profunda mudança em sua vida. Tratou-se de uma visão de Cristo adolescente, que lhe dizia: Não temas, te salvarei, te livrarei... Volve-te a mim e eu te embriagarei com a torrente de meu divino regalo. A partir disto deixou os estudos profanos e de literatura pelos estudos teológicos; e sua existência passou de ser rotineira a viver uma profunda experiencia mística.
Gertrudes viverá uma intensa vida mística em meio a vida comunitaria. Muitas vezes sofreu enfermidades, porém isto não a incapacitou para dedicar-se a escrever diversas obras literárias entre as que se encontravam comentarios à Sagrada Escritura. Se perderam quase todas as suas obras, conservando-se só três.
 Os seus escritos e a sua espiritualidade passaram desapercebidos até 1536 em que os cartuxos de Colonia imprimem o Memorial. A aceitação e êxito foi enorme, e produziu-se toda uma corrente espiritual em torno a ela que se traduziu em reedições contínuas de seus escritos e numerosas biografias. Por tal êxito, e ao desconhecer o apelido, começou a ser chamada Gertrudes a Grande, ou a Magna.
Gertrudes morreu em 17 de novembro de 1302, em Helfta, aos 45 anos de idade.

Sexta-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Nesta pequena Carta, S. João dirigindo-se a uma Igreja em perigo no que respeitava à fé, insiste em dois pontos fundamentais: na caridade mútua, mandamento novo, mas que já vem desde o princípio e na fé na Encarnação do Filho de Deus. Oferece-nos como que uma síntese do seu evangelho, uma vez que recorda à sua comunidade o essencial para a salvação: caminhar na verdade e acreditar que Jesus é o Filho de Deus. Para o cristão não há outro caminho para chegar ao Pai senão permanecer firme na fé que recebeu desde o princípio, desde o seu baptismo. E, se o que já recebeu o baptismo, nunca chegou a tomar plena consciência dessa fé, deve procurar, uma vez adulto, tornar adulta essa fé inicial do baptismo. E se preocupa com a fidelidade dos seus destinatários, porque há muitos sedutores, que não reconhecem Jesus e pretendem levar os outros a não o reconhecerem também. É sempre possível perder o fruto do nosso trabalho, a fé que pode transformar a nossa vida.
 
No Evangelho, continua o discurso apocalíptico sobre a vinda do Filho do homem, que é preciso esperar na austeridade, na vigilância e na fé. Jesus quer ensinar aos discípulos a verdadeira esperança e para que não se torne utópica e não crie ilusões fáceis, une-a à fé. A fé une-nos, desde já, ao Senhor e à sua morte e ressurreição. Com exemplos da história antiga do povo de Deus (Noé e Lot), Jesus previne os seus discípulos para que se mantenham sempre na expectativa da vinda do reino de Deus, prontos a reconhecê-lo, prontos para ser introduzidos na alegria eterna e na comunhão com Ele. As ocupações e cuidados da vida presente podem não deixar tempo para viver na expectativa dessa vinda do Senhor, mas ela é certa e será para todos os homens.
A nossa preparação para a vida eterna exige igualmente de nós uma vida de entrega: E agora vou fazer-te um pedido: tenhamos amor uns aos outros. A caridade inspira-nos uma vida de entrega: Quem procurar preservar a sua vida... Imitemos também Jesus, procurando viver melhor a nossa participação na Missa: de forma consciente, activa e piedosa e encontraremos diariamente muitas oportunidades de viver este amor ao nosso próximo.

Thursday, November 15

Santo Alberto Magno


Foi, sem dúvida, um dos maiores sábios de todos os tempos.
Não dominava apenas, como Mestre, a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve como discípulo S. Tomás de Aquino), mas também estendia seu saber às Ciências Naturais.
Foi físico e químico, estudou astronomia, meteorologia, mineralogia, zoologia, botânica, escreveu livros sobre tecelagem, navegação, agricultura. Tão assombroso acumular de ciência não o impediu, porém, de ser um piedoso e exemplar dominicano.
Nomeado Bispo de Regensburg, mostrou-se Pastor zeloso e exemplar; mas, logo que pôde, pediu e obteve dispensa das funções episcopais e retornou à sua cela de monge humilde e sábio.
Foi chamado o Doutor Universal.

Quinta-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Na mais breve das suas epístolas, S. Paulo intercede, junto do seu discípulo Filémon, pelo escravo Onésimo, que lhe tinha fugido e estava numa situação delicada. Aqui se entremeiam os costumes ainda em uso, relacionados com a escravatura e as novas perspectivas cristãs, em que até os escravos passam a ser irmãos. Paulo tenta que Filémon não aplique a justiça, mas actue de acordo com a sua fé cristã, usando a caridade evangélica.
O apóstolo realça dois valores: a caridade, que é a fonte do agir moral e a base das suas relações sociais, a meta suprema a atingir. O outro valor é a liberdade oferecida por Cristo que ninguém deve negar ou limitar aos outros, dá a Paulo audácia para fazer o seu pedido e deve inspirar a Filémon um comportamento consequente em relação a Onésimo. Caridade e liberdade, juntas em vista da verdade, podem transformar as relações sociais, para além de qualquer conveniência pessoal ou interesse colectivo. No reino de Deus, na comunidade cristã todos somos igualmente filhos de Deus.
 
A grande questão para os Judeus do tempo de Jesus era saberem quando chegaria o reino de Deus. Mas o reino está em Jesus; reconhecê-l’O na fé e aceitar n’Ele esse reino é entrar desde já nesse reino. A fé, e não qualquer acontecimento espectacular, é que introduzirá os homens no reino de Deus, que já está presente no meio deles desde que o Verbo de Deus encarnou e habitou entre nós. Como verdadeiro mestre, alerta-nos para possíveis desvios e indica o caminho que devemos seguir, dá-nos uma pista autêntica e segura: desde agora, o Reino de Deus está no meio de vós ou dentro de nós.
Jesus fala do desejo do crente em ver um dos dias do Filho do Homem, que todos havemos de sentir e que Ele quer satisfazer; afirma a necessidade de ter de sofrer muito e ser rejeitado. Quem aceitar ir com Ele até Jerusalém e partilhar a sua Páscoa, prepara-se para ir ao encontro final com o Salvador.
O reino de Deus está na Eucaristia. A Comunhão é uma antecipação da glória do Céu. A Liturgia é uma participação da Jerusalém celeste, para a qual nos dirigimos como peregrinos e onde Cristo está sentado à direita do Pai.

Wednesday, November 14

Quarta-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
O Evangelho de hoje apresenta-nos um grupo de 10 leprosos que se encontram com Jesus no caminho para Jerusalém. O leproso pertencia ao grupo daqueles que eram marginalizados no tempo de Jesus. Segundo a lei judaica fundamentada no livro do Levítico, o leproso era um impuro, alguém com pecados gravíssimos que sofreu um grande castigo de Deus devido a esses pecados. Não podia aproximar-se das cidades e deveria viver em lugares desertos para não contaminar os outros. Somente em caso de cura, deveria apresentar-se diante dum sacerdote para que confirmasse e lhe desse o direito de reintegrar a comunidade e participar nas celebrações. A lepra simboliza a condição de todos nós, pecadores, daqueles que vivem separados de Deus e dos irmãos, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor e o seu perdão.
Estes leprosos do Evangelho representam também cada um de nós porque quando na vida tudo nos corre bem, muitas vezes acabamos por esquecer Deus. Convencemo-nos que tudo o que fazemos, deve-se somente ao nosso esforço, ao nosso trabalho, às nossas qualidades e capacidades. Quando ultrapassamos as dificuldades, esquecemo-nos de agradecer, de dizer obrigado.
 
Se hoje somos cristãos e conhecemos, melhor do que os que o não são, os caminhos de Deus, isso não é mérito nosso, mas graça do Senhor, dom gratuito e inesperado de Deus. Reconhecê-lo é caminho para fazer nascer no nosso coração a acção de graças e o novo estímulo à fidelidade para com Ele. Deste modo, os cristãos devem ser os primeiros a integrar-se na ordem pública, a obedecer às autoridades e às leis e a serem bondosos para com todos. Uma vez cristãos, hão-de abandonar costumes e sentimentos próprios de pagãos.
É um alerta para nós para que possamos dar o nosso contributo para agir no mundo, para fazer a nossa quota parte, para tal como Paulo diz para sermos capazes de manifestarmos publicamente a nossa fé bem como uma boa integração na vida pública e activa.

Tuesday, November 13

Terça-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leituras e reflexão no Portal dos Dehonianos
 
S. Paulo desce a orientações concretas relativas à formação das pessoas de idade avançada e dos jovens de ambos os sexos, bem como ao próprio ensino ministrado por Tito, tudo na expectativa do Senhor que vem, e que há-de ser aguardado na esperança. Para que a mensagem de Cristo ressuscitado ultrapasse os limites da comunidade, é preciso que todos se empenhem no testemunho. Recomenda aos anciãos e anciãs a sobriedade, um estilo de vida digno, perseverança na fé, generosidade no amor fraterno. Assim se podem tornar modelo para os jovens e para as famílias. Aos jovens, o Apóstolo dirige palavras muito exigentes, mas cheias de luz e de graça: devem dar o bom exemplo aos da sua idade, por meio do exemplo das boas obras e pelo respeito recíproco e pela palavra sã e irrepreensível. A motivação teológica para todos estes comportamentos ou programa de vida é o evento salvífico de Jesus Cristo, isto é, o seu mistério de vida, morte e ressurreição.
 
Jesus, depois de ter falado da fé, dirige-se aos apóstolos e, por meio da parábola do servo, recomenda-lhes que se façam servos de todos. O que Lhe interessa realmente é o que pensam e pretendem fazer os apóstolos, quando se põem ao seu serviço e ao serviço da sua causa. Deus não precisa de nós, nem das nossas ajudas; mas quer colaboradores em total sintonia com o seu projecto de salvação. O que Jesus quer que os apóstolos interiorizem é a atitude que, Ele mesmo demonstrará, o Seu serviço a Deus.
Os que já estão na casa de Deus, os justos, são os servos inúteis: os que fizeram apenas o que deveriam fazer, procurando cumprir os seus deveres quotidianos para com Deus e com o próximo; que procuraram oferecer a Deus tudo o que fizeram; que sofreram e ofereceram muitos sacrifícios…
Para alcançarmos a vida eterna é este comportamento que nos pede o Senhor: fazer aquilo que deveríamos fazer. É nisto que consiste a santidade: fazer o que se deve e estar no que se faz.

Monday, November 12

São Josafat

 
S. Josafá Kuncevicz, monge, bispo, mártir, +1623

Nasceu na Ucrânia, cerca do ano 1580, de pais ortodoxos. Abraçou a fé católica e entrou na Ordem de S. Basílio. Ordenado sacerdote e eleito bispo de Polock, dedicou-se com grande empenho à causa da unidade de Igreja, pelo que foi perseguido pelos seus inimigos e morreu mártir em 1623.

Segunda-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Tito foi colocado à frente da Igreja da ilha de Creta, no Mar Mediterrâneo, para acabar de organizar a vida dessa comunidade recente. É ele o destinatário desta pequena carta que hoje começamos a ler. É admirável a longa frase que acompanha, logo de princípio, a dedicatória, e que é uma verdadeira acção de graças a Deus pelo plano de salvação que Ele tem sobre o mundo.
S. Paulo assinala algumas virtudes para quem quer ajudar o próximo: deve ser irrepreensível, não pode ser arrogante, nem colérico… Deve ser hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo piedoso, puro, aplicado à fiel exposição do ensino tradicional.
 
O Evangelho é constituído por uma série de pensamentos sobre a vida da comunidade dos cristãos, que há-de ser vivida segundo o espírito de Jesus: evitar o escândalo, perdoar as injúrias, viver da fé, precisamente o contrário do espírito do mundo em que reina o pecado e a divisão.
No caminho para a vida eterna, somos responsáveis pela felicidade dos outros, ajudando-os, por exemplo, a corrigir os seus defeitos; perdoando sem medida.

Thursday, November 8

Quinta-feira da Semana XXXI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
O cristianismo não é simples doutrina nem simples moral, mas a aceitação, em toda a vida da pessoa de Jesus Cristo e do desígnio de Deus que Ele nos revela. Todas as expressões, pessoais ou colectivas, da fé cristã são sempre sinal e meio de participação na vida de Deus, revelada e comunicada a nós em Cristo. Tudo o que não fosse isto, seria perda e desvantagem.
Paulo apresenta a todos, e não só aos filipenses, a sua origem hebraica, a sua vocação apostólica e a sua fidelidade à mesma. Para compreendermos as cartas paulinas, é preciso ter presente o episódio do caminho de Damasco, que marca a sua conversão e o começo da sua missão. O encontro com Cristo revolucionou completamente o seu modo de ver as coisas e os seus critérios de avaliação dos acontecimentos e das pessoas: considero mesmo que tudo isso foi uma perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor e aceitar tudo para ganhar a vida eterna: Por Ele, aceitei todos os danos, e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo.
 
Com duas maravilhosas parábolas de misericórdia, a da ovelha e a da moeda perdidas e reencontradas, Jesus ensina aos fariseus e escribas que os pecadores não são para se desprezarem, mas para se acolherem e ajudarem a encontrar um caminho de conversão. S. Lucas insiste na misericórdia de Deus para com os pecadores.
As parábolas da ovelha perdida e da dracma perdida iluminam a situação daquilo ou de quem estava perdido e a alegria de quem pôde encontrar o que estava perdido. A alegria do homem serve para falar da alegria de Deus.
No caminho para a vida eterna podemos desviar-nos como uma ovelha perdida, mas Jesus está sempre atento à nossa situação, continua a olhar-nos com predilecção e vai à nossa procura. Ele espera que manifestemos o nosso arrependimento, que vivamos a nossa conversão, a volta ao bom caminho: Jesus convida aos pecadores à conversão, mostra-lhes a misericórdia sem limites de seu Pai para com eles e a imensa alegria que haverá no céu.

Wednesday, November 7

Quarta-feira da Semana XXXI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
O desígnio de Deus sobre os homens é que estes entrem na comunhão de amor com Ele, não só nesta vida, mas para todo o sempre. Foi o que Jesus nos veio revelar, e n’Ele é a própria acção de Deus a favor dos homens que nos é revelada. Deus tudo faz para nos conduzir a Si, tanto nas circunstâncias exteriores, como, e sobretudo, no íntimo do nosso coração. A salvação e a glória do cristão consiste em ele poder entrar no desígnio de Deus, como este desígnio se manifesta na obra realizada em Cristo.
Paulo dirige algumas recomendações aos cristãos de Filipos: os cristãos devem dedicar-se com temor e tremor à sua salvação e lembrar-se de que só Deus pode suscitar neles a capacidade de viver de acordo com a sua vontade; devem resplandecer como astros no mundo para conservarem a palavra da vida; contribuir para o crescimento da alegria do Apóstolo se dispuserem a oferecer a vida em sacrifício agradável a Deus, em oblação para se assemelharem a Cristo Jesus e se disporem para a comunhão com o Pai.
 
O amor de Cristo não é para o Cristão, um amor ao lado dos outros amores; é o coração de todos os seus amores. Por isso, todos os seus amores devem caber dentro do amor ao Senhor. Se não couberem, não são amor verdadeiro. Seguir a Cristo supõe a determinação de purificar todos os sentimentos do coração no amor a Jesus Cristo.
As parábolas convidam à reflexão antes de empreender qualquer iniciativa, para nos darmos conta se temos capacidade para as terminar. Há que evitar a ligeireza e a temeridade. Uma vez que se decidiu, também é preciso avançar com fidelidade: um fracasso devido à indecisão ou à saudade seria imperdoável. Também o seguimento de Jesus, no caminho que o leva decididamente para Jerusalém e para o Calvário, é uma empresa muito exigente pela qual é preciso jogar toda a vida. Odiar o pai e a mãe, carregar a cruz e seguir Jesus, renunciar a todos os bens são algumas das grandes exigências de Jesus.

Tuesday, November 6

Terça-feira da Semana XXXI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Hoje temos como 1ª leitura, um hino cristológico importante recolhido por Paulo e transmitido aos cristãos. Começa com uma exortação: Tende entre vós estes sentimentos, que estão em Cristo Jesus. A exemplaridade de Jesus é fundamentada no seu mistério que ilumina a vida dos cristãos. A humildade no trato com os outros encontra o seu exemplo maior e o seu próprio fundamento na atitude de Jesus Cristo, que, sendo Filho de Deus, Se humilhou até à morte de cruz. Esse foi precisamente o caminho que O levou à exaltação.
Descreve-se o esvaziamento de Jesus que, sendo Deus, se fez homem, tomando a condição de servo e humilhando-se até à morte e morte de cruz. E a exaltação de Jesus pelo Pai, ao ressuscitá-lo dos mortos e ao conceder-lhe o nome que está acima de todo o nome e que deve ser proclamado a todo o mundo. A fé do cristão encontra aqui o seu centro e a sua síntese, graças a Paulo que, se fez evangelizador mas também foi discípulo e testemunha.
 
O banquete de que se fala na parábola é o banquete messiânico, a comunhão dos homens com Deus em Cristo, frequentemente comparada a um banquete: Feliz o que comer no banquete do Reino de Deus! Para este banquete todos são convidados, porque por todos Cristo morreu e para todos ressuscitou. A parábola refere vários convites e várias recusas daqueles que não compreenderam a novidade da presença de Jesus, nem sentiram necessidade da salvação, apresentaram muitas desculpas, a cada convite e a cada recusa pode-se pensar que correspondam outras tantas fases de uma história visitada por Deus. No banquete messiânico irão tomar parte os excluídos, serão excluídos os que a ele teriam direito e confirma-se a lei da Nova Aliança, a bondade de Deus, o objectivo central da mensagem e da presença de Jesus no meio de nós. A Eucaristia, que celebra precisamente a Aliança entre Deus e os homens em Cristo, tem a forma de um banquete e nela somos convidados para a Ceia das núpcias do Cordeiro.

Monday, November 5

Segunda-feira da Semana XXXI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Paulo aponta o fundamento que é Cristo e uma consequência de carácter antropológico, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. Afirma também o direito a receber uma gratificação pessoal pelo seu ministério: fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento.
Para Paulo, tudo o que existe de bom, de belo e de santo, deriva de Cristo e do seu mistério pascal, que se dilata na mente, no coração e nas relações entre os crentes. É a imitação da unidade divina que os cristãos hão-de procurar reproduzir na sua vida onde não haverá nenhum lugar para todo o espírito de rivalidade, de vaidade ou de vanglória e recomenda a humildade, a estima uns pelos outros, o desinteresse pessoal e a generosidade a toda a prova. Procuremos ajudar o próximo: é como fazê-lo por Deus.
 
Num ambiente de uma refeição, Jesus adverte o chefe dos fariseus que O tinha convidado. As palavras de Jesus brotam da sua observação atenta das realidades e comportamentos dos que O rodeiam. Alerta para um comportamento de aparente generosidade, que, afinal, é egoísta e que compromete as relações interpessoais. O Senhor ensina-nos o verdadeiro sentido da generosidade cristã: o dar-se aos demais. O cristão move-se no mundo como uma pessoa comum; mas o fundamento do trato com os seus semelhantes não pode ser nem a recompensa humana nem a vanglória; deve procurar ante tudo a glória de Deus, sem pretender outra recompensa que a do Céu. Todos somos convidados a exercer a misericórdia para com os outros, imitando a Jesus, mas não estejamos à espera de uma recompensa, pois receberemos a retribuição na vida eterna: serás feliz por eles não terem com que retribuir-te, pois serás retribuído na ressurreição dos justos.

Sunday, November 4

Domingo XXXI do Tempo Comum

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A liturgia do 31° Domingo do Tempo Comum diz-nos que o amor está no centro da experiência cristã. O caminho da fé que, dia a dia, somos convidados a percorrer, resume-se no amor Deus e no amor aos irmãos - duas vertentes que não se excluem, antes se complementam mutuamente.
A primeira leitura apresenta-nos o início do "Shema' Israel" - a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente. É uma afirmação da unicidade de Deus e um convite a amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.
O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor - amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: "amar a Deus" é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.
A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo como o sumo-sacerdote que veio ao mundo para cumprir o projecto salvador do Pai e para oferecer a sua vida em doação de amor aos homens. Cristo, com a sua obediência ao Pai e com a sua entrega em favor dos homens, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a Deus.

Thursday, November 1

Solenidade de Todos os Santos

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Primeira leitura: Como descrever a felicidade dos mártires e dos santos na sua condição celeste, invisível? Para isso, o profeta recorre a uma visão.
Salmo responsorial: O salmo de hoje proclama as condições de entrada no Templo de Deus. Ele anuncia também a bem-aventurança dos corações puros. Nós somos este povo imenso que marcha ao encontro do Deus santo.
Segunda leitura: Desde o nosso baptismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marcada da eternidade.
Evangelho: Que futuro reserva Deus aos seus amigos, no seu Reino celeste? Ele próprio é fonte de alegria e de felicidade para eles.