Tuesday, October 30

Terça-feira da Semana XXX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Ao falar do matrimónio cristão, S. Paulo vê nele um reflexo da união de Cristo e da Igreja. Quase se poderia dizer que a união de Cristo e da Igreja é o tipo do matrimónio cristão. Como Cristo ama a Igreja, se entrega totalmente a ela, e a cobre de cuidados e atenções, assim o marido deve fazer com a sua mulher; como a Igreja responde ao amor de Cristo com a obediência e a submissão, assim a mulher deve fazer em relação ao seu marido. O amor de Cristo pela Igreja é o modelo do amor conjugal, é este o grande mistério que o Apóstolo anuncia: Ele entregou-se à morte por ela, a fim de a santificar. A exortação dirigida ao marido, para que ame a mulher, é valorizada pelo exemplo do corpo: a mulher é parte do corpo do marido, uma vez que o matrimónio fez deles uma só carne como a Igreja é parte do único corpo de Cristo. Para além de ser acontecimento humano, tem uma significação divina, é um sacramento. Cada dia há sempre oportunidades de os esposos se amarem mais e se entregarem mais na ajuda mútua, no carinho, na amabilidade.
 
Duas breves parábolas, a do grão de mostarda e a do fermento, sublinham a força interna, a sua grande expansão e o poder de transformação que animam o reino de Deus. Esta vitalidade íntima do reino nunca diminuirá, mesmo que a experiência nem sempre seja igual à que S. Lucas possuía. O reino de Deus só será realidade perfeita no fim dos tempos, que hão-de dar o verdadeiro sentido a toda a história; mas ele já está no meio de nós, embora em humildade cheio de vida, como o grão de semente em comparação com a árvore que ele há-de vir a ser um dia. Como um pouco de fermento escondido na massa inerte de farinha provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo.
Todos somos enviados por Deus para a construção do seu Reino, para sermos o fermento que faz crescer o amor de Deus no ambiente que nos rodeia. Esta força do fermento provém da união com Cristo.

Monday, October 29

Segunda-feira da Semana XXX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
A norma suprema para o cristão é o amor, à imitação de Cristo que nos amou até dar a vida por nós. Esta norma é especialmente importante, se a confrontarmos com os critérios do mundo, que, grande parte das vezes, são inspirados pelo egoísmo, quando não pelo ódio. É pelo amor que todos hão-de reconhecer os discípulos de Cristo.
Cristo ajuda-nos: entregou-se a si mesmo por nós, oferecendo-se como vítima agradável a Deus; libertou-nos das escravidões e tornou-nos filhos de Deus; fez-nos participantes da natureza divina e da vida eterna. É altura de nos comportarmos como verdadeiros filhos de Deus: comportai-vos como filhos da luz.
 
A lei de Deus é lei de amor, que deve ser entendida com amor e bom senso, e não uma lei despótica, feita para tolher a liberdade. Há-de ser interpretada à luz do Espírito Santo e não do espírito farisaico. Assim, com uma atitude de caridade para com uma doente, Jesus ensina como se deve interpretar a lei. Não basta cumprir a letra, é preciso entender-lhe o espírito. O que os adversários de Jesus não entendiam, a multidão da gente simples entendia-o e ficava maravilhada.
Esta mulher que andava curvada é o símbolo daqueles que não conseguem levantar os olhos da terra, para poderem olhar para Deus, para verem as coisas com os olhos da fé. Esta ajuda a ver as pessoas como Deus as vê.

Sunday, October 28

Domingo XXX do Tempo Comum

Leituras e Refleão no Portal dos Dehonianos
 
A liturgia do 30° Domingo do Tempo Comum fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o homem chega à vida plena, aderindo a Jesus e acolhendo a proposta de salvação que Ele nos veio apresentar.
A primeira leitura afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.
A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que "acreditem" em Jesus - isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.
No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Como Bartimeu, o cego, os crentes são convidados a acolher a proposta que Jesus lhes veio trazer, a deixar decididamente a vida velha e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Dessa forma, garante-nos Marcos, poderemos passar da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Friday, October 26

Sexta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Depois da contemplação admirada do mistério de Deus, realizado em Jesus Cristo, em favor dos homens, Paulo passa à exortação a uma resposta total e coerente à sua vocação. As qualidades de uma vida empenhada na realização da vocação cristã têm em vista a unidade. A humildade, a mansidão, a paciência, a aceitação recíproca e cordial são elementos necessários na caminhada que é a obra de unificação realizada pelo Espírito em cada um e em todos, a todos os níveis: pessoal, comunitário e eclesial. Insiste no tema do uno em perspectiva trinitária, verdadeiro hino à unidade da Igreja, que é una e santa, como proclamamos no Credo: uno é o corpo místico, a Igreja; una é a esperança, horizonte de luz aberto em nós pela vocação-; uno é o baptismo e una é a fé; uno é o Senhor Jesus, uno é o Espírito e um só é o Pai de todos, fonte de amor que actua em todos e por meio de todos. A unidade na Trindade é fundamento e exigência da unidade a que devem tender todos os cristãos.
 
A expressão sinais dos tempos, que se tornou muito conhecida sobretudo depois de João XXIII, tem aqui a sua origem. Os aspectos da terra e do céu são, sobretudo para as pessoas que vivem em contacto com a natureza, sinais por onde se pode conhecer o tempo que vai fazer. Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho unigénito enviado pelo Pai para salvação de todos. Compreender o tempo que vivemos é compreender as intenções de Deus que torna actual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.
Mas há sinais e coisas ainda maiores: aqueles que nos revelem a presença e a acção de Deus entre os homens. Jesus queixa-Se de os seus contemporâneos não os saberem reconhecer e, por isso, não O reconhecerem também a Ele. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado na paz, na justiça e na bondade.

Thursday, October 25

Pensamento do dia: 25-10-2012

Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. (Provérbio Chinês)

Quinta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Quem é Jesus Cristo e qual o lugar que Ele ocupa na vida dos cristãos é um mistério no qual se vai penetrando sob a acção do Espírito de Deus. Conhecer, cada vez mais, esse mistério é uma grande graça, que insistentemente havemos de pedir, como S. Paulo hoje o faz para aqueles que evangelizou. Ele pede para os efésios uma fé robusta, para que Cristo habite nos seus corações e cresça neles o sinal típico de pertença a Cristo: a caridade. O Apóstolo sabe que, só quando estiverem enraizados e alicerçados no amor, em comunhão com os outros crentes, serão capazes de compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade daquele amor que ultrapassa todas as categorias humanas. Assim é porque é de Deus e só com a força de Deus podemos realizar a nossa vocação: receber a plenitude de Deus. O conhecimento do mistério de Deus não é fruto do nosso esforço intelectual, mas de amor admirado, que brota de uma atitude profundamente interior e contemplativa.
 
Há dias, S. Paulo dava a Jesus o nome de Paz. Hoje, é o próprio Senhor que diz que não veio estabelecer a paz. É preciso que entendamos a maneira forte de apresentar certas ideias fundamentais da doutrina de Jesus. Ele veio como fogo para iluminar e abrasar; mas, entre aqueles que O acolhem e aqueles que recusam recebê-l’O, Jesus será ocasião de divisão e desavença.
Vim estabelecer a divisão. Como é possível? Não foi Jesus que, na última ceia, rezou para que todos tivessem um só coração e uma só alma? Não de trata de uma contradição mas de um aprofundamento. Para abrir o coração e o meio em que vive à paz de Cristo, o discípulo deve dissociar-se de todos quantos, na mente e no coração, pertencem ao mundo.
Peçamos a Deus que o fogo do seu amor robusteça a nossa alma: Ele vos dará, por meio do seu Espírito, a força de vos tornardes robustos no que há de mais íntimo em vós. E cada um de nós há-de ser igualmente fogo para transmitir aos outros a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do mistério da habitação de Cristo nos nossos corações.

Wednesday, October 24

Pensamento do dia: 24-10-2012

É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas. (Tolstoi)

Quarta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
S. Paulo foi o Apóstolo dos gentios, dos pagãos, dos que não eram herdeiros das promessas feitas a Abraão e aos seus descendentes, o povo judeu. Em Cristo, o mistério da salvação é revelado e comunicado aos que escutam a sua palavra e lhe respondem na fé. Todos estes serão também, pela fé, filhos de Abraão. S. Paulo sente-se feliz de ter sido escolhido por Deus para anunciar este mistério precisamente aos pagãos. Por isso, ele é justamente chamado Apóstolo dos gentios.
Os Efésios, tal como os judeus, são chamados a formar o mesmo corpo místico de Jesus que é a Igreja, a participar das mesmas promessas, à mesma herança que é a vida eterna. Os pagãos, como todos os homens, por vontade do Altíssimo, são chamados a usufruir da bondade de Deus, no Qual desde há séculos estava escondido o mistério da salvação total que agora, ele mesmo tem a missão de anunciar. A inesgotável riqueza do mistério de Cristo não diz respeito só aos homens, mas também às realidades angélicas em ordem à multiforme sabedoria de Deus que, pelo mistério de Cristo, incarnado, morto e ressuscitado por nós, guia a história para a salvação.
 
Continuam hoje, no Evangelho, as palavras de Jesus sobre a vigilância, sobretudo a dos responsáveis. A vigilância é atitude que toca a todos; mas sobretudo aos pastores do povo de Deus. Para eles, a vigilância consistirá em apascentar o rebanho, fazendo chegar a cada um o dom que Deus lhes colocou nas mãos para fielmente o distribuírem. Vigilância e fidelidade vêm juntos.
Esta parábola alerta-nos para o perigo de vivermos uma vida adormentada, não tendo em consideração que não seremos avisados da hora em que o Senhor Jesus há-de vir pedir-nos contas. A vigilância também se poderia concretizar na coragem de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança. Não nos podemos descuidar como o servo brigão, destemperado na bebida e na comida, descuidado, que não faz o que deve. Devemos sim imitar o administrador fiel e prudente que faz aquilo que deve, cumprindo os seus deveres.

Tuesday, October 23

Pensamento do dia: 23-10-2012

A sabedoria é um paradoxo. O homem que mais sabe é aquele que mais reconhece a vastidão da sua ignorância. (Autor desconhecido)

Terça-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Os gentios ou pagãos são, na Bíblia, os que ainda não pertencem ao povo de Deus, os que não conhecem a sua Palavra ou vivem sem a fé e a esperança que essa Palavra nos dá. A última revelação da Palavra de Deus é Jesus Cristo. Mas Jesus, ao realizar em Si as promessas feitas aos Judeus, deu a vida por todos os homens, Judeus e não Judeus, para fazer de todos eles o único povo de Deus, que é a Igreja. Ele faz a união de todos os homens. Ele é, por isso, a Paz. Paz significa duas coisas: abolição daquilo que separava judeus e pagãos; reconciliação de todo o homem com Deus, uma vez que foi eliminado o pecado. Paulo define a nossa identidade como Igreja: somos concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, solidamente edificados sobre os Apóstolos e Profetas. A nossa pedra angular é Jesus e Dele nos vem a possibilidade de nos tornarmos, caminhando com os irmãos, verdadeiro templo de Deus, sua habitação, graças ao Espírito Santo.
 
Como na saída do Egipto o povo hebreu esteve de vigília, pronto a partir, assim Jesus convida agora o novo povo de Deus a estar vigilante para ir ao seu encontro, quando Ele vier na sua glória. A atitude de vigilância, na expectativa da vinda do Senhor é a atitude de toda a vida cristã em todos os momentos. Esta vida é tempo de vigilância e de alerta, e não tempo de adormecer. Neste sentido, adormece-se sempre que os interesses terrenos nos impedem de estarmos vigilantes, na expectativa do Senhor que vai chegar. Estejam apertados os vossos cintos e acesas as vossas lâmpadas. Os cintos apertados e as lâmpadas acesas indicam a atitude de estar prontos a permanecer ou a partir, conforme as ordens do senhor. Inspirando-se nos costumes da sua terra, Jesus aponta a vigilância espiritual como uma atitude importante para o cristão.
Nós também estamos integrados na construção. Para isso, precisamos estar muito vigilantes. O Senhor vai bater à nossa porta, no momento da nossa morte e em muitos momentos do nosso dia, para nos pedir um trabalho mais bem feito, umas orações com mais piedade, uma vida familiar com mais amor…

Monday, October 22

Pensamento do dia: 22-10-2012

A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer. (Mário Quintana)

Segunda-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Em Cristo, Deus fez de nós uma criação nova: com Ele, fez-nos morrer para o pecado; com Ele, ressuscitou-nos para uma vida nova; com Ele, elevou-nos ao Céu e sentou-nos junto de Si. E tudo isto por dom completamente gratuito. Paulo lembra aos efésios a experiência que fizeram de morte espiritual, seguindo Satanás. O Apóstolo inclui-se entre os rebeldes, que seguiram Satanás, opondo-se a Deus porque, entregues aos desejos mundanos, lhe faziam a vontade. Os desejos da carne são atitudes negativas do homem na sua totalidade, decorrentes do mau uso da sua liberdade. Paulo realça o contraste entre o errar humano e a intervenção de Deus: Mas, Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, nos arrancou da morte para a vida, em Cristo Jesus, faz com que saibamos descobrir as riquezas de Deus e a Sua graça. Sublinha também que todo o processo da salvação acontece em Cristo e por Cristo. É pela fé que somos salvos e vivemos como salvos.
 
A vida vale mais do que as coisas! É assim que, a partir de um caso concreto que Lhe é apresentado, Jesus previne os seus discípulos contra o apego às riquezas, e, por meio de uma parábola, lembra como é frágil a vida. Um homem rico tinha um campo que produzira com abundância, decidiu demolir os celeiros, construir outros e depois de recolher todos os bens, pensa viver muitos anos sossegado a usufruir deles sozinho. Mas Deus não aceita a sua insensatez, fazendo-lhe ver que é Ele o senhor da vida e que, de um momento para o outro, seria chamado a dar contas dela. Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus. Quem pensa acumular bens para enriquecer em vista de si mesmo é insensato; diante de Deus só se enriquece vivendo o preceito do amor. Só quem dá se torna verdadeiramente rico, recebendo o amor de Deus e a vida eterna. A lição é hoje tão oportuna como no tempo de Jesus, pois que somos hoje solicitados, talvez como nunca, para a procura e o uso dos bens materiais. O Senhor ensina-nos o equilíbrio que deve haver em relação a esses dons.

Sunday, October 21

Pensamento do dia: 21-10-2012

A química é importante; Deus é mais importante. (Inscrição à entrada da Universidade maometana do Cairo)

Domingo XXIX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. Convida-nos a prescindir dos nossos projectos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É no amor e na entrega de quem serve humildemente os irmãos que Deus oferece aos homens a vida eterna e verdadeira.
A primeira leitura apresenta-nos a figura de um “Servo de Deus”, insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus. Lembra-nos que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
No Evangelho, Jesus convida os discípulos a não se deixarem manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazerem da sua vida um dom de amor e de serviço. Chamados a seguir o Filho do Homem “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”, os discípulos devem dar testemunho de uma nova ordem e propor, com o seu exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não Se esconde atrás do seu poder e da sua omnipotência, mas aceita descer ao encontro homens para lhes oferecer o seu amor.

Friday, October 19

Sexta-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
Muitos dos primeiros cristãos, como estes a quem São Paulo hoje se dirige, eram judeus, que tinham aceitado a mensagem do Evangelho de Jesus. Ao fazê-lo, eles viam realizadas as promessas de Deus, que lhes anunciavam Cristo; por isso, eles esperavam Cristo, mesmo desde o Antigo Testamento. Mas a palavra de Jesus foi uma Boa Nova, que os levou mais longe até O aceitarem, e receberem, por meio d’Ele, o Espírito Santo, que os tornava membros do novo povo de Deus, marcando-os com um sinal de salvação, como ele se manifesta, de modo particular, no sacramento da Confirmação.
Sempre que a fé está pronta a acolher a salvação, manifesta-se a eficácia da vontade salvífica de Deus. Por isso, tanto os hebreus, como os pagãos, uma vez que acreditaram no Evangelho, tornaram-se herdeiros, recebendo, sem qualquer diferença, pelo baptismo, a antecipação dos bens futuros, o Espírito Santo, que torna possível, já na terra, a vida que havemos de viver plenamente depois da morte. Cuidemos nós também de tudo o que se refere à fé na Palavra de Deus: Vós ouvistes a Palavra da verdade, a Boa Nova da vossa salvação.
 
No Evangelho, agrupam-se nesta leitura vários ensinamentos de Jesus aos seus discípulos, em ordem a eles saberem viver num meio que lhes será adverso e a manterem-se firmes e confiantes entre as contrariedades da vida. Uma vez mais se ouve a recomendação tão frequente no Evangelho.
Os ai de vós dirigidos por Jesus aos fariseus e doutores da lei têm por objectivo alertar os discípulos para a necessidade de se defenderem da hipocrisia farisaica. Lucas solicita aos cristãos um comportamento marcado pela autenticidade e pela clareza e oferecendo-lhes uma palavra de consolação que se torna convite à confiança em Deus. Os cristãos, ao contrário dos fariseus, devem fazer com que as suas palavras correspondam ao que pensam e sentem, professando abertamente e sem medo a sua fé, custe o que custar.
Jesus ensina-nos a ter um abandono filial à Providência do Pai celestial, que cuida das mais pequenas necessidades dos seus filhos, que orienta todas as coisas que nos acontecem para nosso bem.

Thursday, October 18

Pensamento do dia: 18-10-2012

A mais alta das torres começa no solo. (Ditado chinês)

Festa de São Lucas, Evangelista

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
São Lucas nasceu em Antioquia da Síria. Foi amigo e companheiro de São Paulo, apóstolo, na tarefa da propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Toda a sua ciência médica e literária colocou à disposição do grande apóstolo. Entregou-lhe a sua pessoa e seguiu-o por toda a parte. Pertencente a uma família pagã, Lucas converteu-se ao cristianismo. Segundo São Paulo, era médico: Saúdam-vos, Lucas, o médico amado e Demas (Col. 4,14) e é considerado padroeiro dos médicos. É mais conhecido como aquele que escreveu o terceiro Evangelho. Segundo a tradição, escreveu o seu Evangelho por volta do ano 70. É o mais teólogo dos evangelistas, apresenta-nos uma visão completa do mistério da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. Embora escrevesse mais para os gregos do que para os judeus, o seu Evangelho dirige-se a todos os homens, mostrando assim que a salvação que Jesus de Nazaré veio trazer dirige-se a todos os homens: o Filho do homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lc. 19,10). De acordo com ele, Jesus é o amigo dos pecadores; é o consolador dos que sofrem. A vinda de Jesus é causa de grande alegria. O Evangelho de Lucas propõe-se como regra de vida não somente para a pessoa em si, mas para toda a comunidade.
S. Lucas transmitiu-nos, com a sua palavra e os seus escritos, os ensinamentos de Jesus no seu Evangelho e a vida da primitiva cristandade nos Actos dos Apóstolos. Acompanhou igualmente S. Paulo nas suas viagens apostólicas, encontrando-se a seu lado na prisão de Roma.
A ele devemos um melhor conhecimento da vida de Jesus, especialmente da sua infância, de algumas parábolas: o filho pródigo, o bom samaritano… Dele também ficámos com algumas referências à vida de Nossa Senhora, junto dos Apóstolos e dos primeiros cristãos.

Wednesday, October 17

Pensamento do dia: 17-10-2012

A palavra de conforto, dita na hora certa, é a mais antiga forma de terapia que o homem conhece. (Autor desconhecido)

Quarta-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
A lei de Moisés passou; era o guia até Cristo. Agora a lei dos discípulos de Cristo é ditada pelo Espírito de Deus, que o Senhor ressuscitado lhes deu. Paulo continua a insistir com os Gálatas para que fundamentem a sua existência na liberdade a que foram chamados: uma vez que são filhos de Deus, deixem-se conduzir pelo Espírito, caminhando de acordo com os seus desejos e seguindo o seu caminho de liberdade e de amor. São Paulo apresenta essa lei que há-de manifestar-se nas obras que se praticam. Uma é a lei da natureza decaída (luxúria, imoralidade, libertinagem, idolatria, feitiçaria, inimizades, ciúmes, discórdias, ira, rivalidades, dissenções, facciosismos, invejas, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas), outra a lei ditada pelo Espírito (caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança) que é resultado da livre adesão de quem escolheu a lei da caridade. Paulo também dá alguns avisos para que a lei de Cristo se torne serviço, caridade sobretudo para com os irmãos na fé. Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e apetites. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito.
 
O Evangelho apresenta uma série de maldições dirigidas contra os fariseus, por meio das quais o Senhor quer fazer compreender o espírito da sua nova doutrina. Jesus pronuncia dois ai de vós contra os mais observantes e contra os doutores, encarregados de ensinar e guiar os outros pelos caminhos de Deus. São como túmulos disfarçados, cheios de podridão, capazes de contaminar de acordo com a Lei aqueles que sobre eles passam. Jesus não condena as formas de vida anteriores à sua pregação, mas pretende levar os seus ouvintes a descobrir que, por detrás do cumprimento material da lei, está a justiça e o amor, a pobreza de espírito e a humildade de coração.
Um doutor da lei faz uma observação: Mestre, falando assim, também nos insultas a nós. A resposta de Jesus revela a sua tristeza pela atitude defensiva de quem, querendo salvaguardar a própria imagem, não consegue dar-se conta da mesquinhez da sua realidade, nem enxergar o que é verdadeiramente essencial: a justiça e o amor de Deus.

Tuesday, October 16

Pensamento do dia: 16-10-2012

A melhor prova de que a navegação no tempo não é possível é o facto de ainda não termos sido invadidos por massas de turistas vindos do futuro. Stephen Hawking

Santa Margarida Maria Alacoque

Toda a vida desta grande vidente do séc. XVII anda estreitamente unida às origens e história da grande devoção moderna ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o meio humilde e diminuto que Deus utilizou para dar a conhecer uma das melhores e mais eficazes de todas as devoções.
Desde menina de quatro anos - ela conta no seu diário espiritual - Deus a introduziu no segredo da vida interior e comunicação com o céu. No noviciado tinha por norma o conselho de S. Francisco de Sales: não ser extraordinário senão à força de ser ordinário. Completava o ano de noviciado a 25 de Agosto de 1672 e atrasaram-lhe a profissão até 6 de Novembro. Nesses meses Cristo comunica-se-lhe e começa a levantar o véu que encobre a missão para que a destina.
Numa sexta-feira do ano de 1674, estando diante do Santíssimo exposto, Jesus mostra-se radiante de glória com as cinco chagas que brilham como sóis. Queixou-se da ingratidão dos homens e pediu-lhe que ela com o seu amor suprisse tanta frieza. Deverá comungar sempre que lho permita a obediência, fazer a novena das novas primeiras sextas-feiras seguidas. Posteriormente o Sagrado coração de Jesus volta a queixar-se da ingratidão dos homens, e pede que, na sexta-feira seguinte à oitava do Corpo de Deus, se estabeleça a festa do Seu coração. Como auxiliar do seu apostolado recomenda-lhe o Padre Cláudio la Colombière. Santa Margarida faleceu a 17 de Outubro de 1690. Foi canonizada em 1920 por Bento XV e a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus triunfou através da pequenez da Sua serva.

Terça-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
 
São Paulo insiste em que o que torna os cristãos justos aos olhos de Deus é a sua fé em Jesus Cristo e não a prática da antiga lei de Moisés. A circuncisão era, para os Judeus, o sinal de pertencer ao seu povo; mas, depois que veio Jesus Cristo, o sinal de pertença ao povo de Deus, que é a Igreja, é a fé, que se celebra no Baptismo e nos outros sacramentos e se manifesta na vida de caridade. Acentua também a liberdade oferecida por Cristo e alerta os Gálatas para o perigo de voltarem ao jugo da escravidão da Lei. Jesus não veio para revogar a Lei, uma vez que está inscrita no coração do homem.
A liberdade verdadeira consiste em se deixar conduzir pelo Espírito de Cristo, abrindo-se a uma vida nova mas fundamentada na fé que actua por meio da caridade. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Só em Cristo a Lei encontra pleno significado; só a fé n´Ele nos dá segurança e nos permite perseverar na graça. Voltar à circuncisão é separar-se de Cristo, da sua graça e do seu amor. Há o perigo de agarrar-nos a práticas exteriores que nos afastem da esperança na justificação que só a fé nos permite esperar.
 
Jesus chama a atenção do fariseu que O tinha convidado para almoçar e fizera reparo por Ele não lavar as mãos, dizendo-lhe que o que purifica é o amor, que se manifesta na esmola, e não a água, que só se lança sobre as mãos. É, no fundo, uma lição sobre o sentido espiritual da religião, sem com isso pretender negar as suas expressões externas e as regras gerais da higiene.
Procuremos que o nosso interior esteja sempre bem limpo e de um modo especial, para O acolhermos na nossa vida e também na Eucaristia. A Eucaristia, ao tornar presente o sacrifício da Cruz, exige um esforço de contínua conversão. É do interior do homem, do seu coração, que saem todas as coisas boas e más. Por isso mesmo, é preciso que o purifiquemos com frequência, através da contrição e do desagravo. Peçamos ao Espírito Santo que limpe as impurezas do nosso interior: Quanto a nós, é pelo Espírito Santo, que nos vem pela fé, que alimentamos a esperança de ser justificados pela fé.

Monday, October 8

Segunda-feira da Semana XXVII do Tempo Comum

 
A razão de ser da Epístola aos Gálatas é a afirmação de que a fé em Jesus Cristo inaugura uma era nova e a de que os cristãos já não estão sujeitos aos preceitos da lei de Moisés. Esta afirmação tinha já causado reacção em certos cristãos vindos de entre os Judeus; é por isso que S. Paulo começa a sua carta por afirmar a sua autoridade de Apóstolo a fim de as suas palavras não deixarem dúvidas nos seus leitores. Defendia que o crente se salva pela fé em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, e não pela observância da Lei. Mas os judaizantes queriam adaptar a vivência do Evangelho à religião judaica e a certas práticas, tais como a circuncisão e certas observâncias. Paulo reagiu com força e manifesta a sua indignação por verificar que estavam a afastar-se do Evangelho e a corrompê-lo. As suas palavras querem levar os gálatas a declarar-se por Cristo e a acolherem a única certeza que conta: o Evangelho, tal como lhes foi pregado, o Evangelho anunciado por mim não é de inspiração humana, porque não o recebi ou aprendi de nenhum homem, mas por uma revelação de Jesus Cristo.

Jesus vai a caminho de Jerusalém. Um judeu faz-lhe uma pergunta armadilhada: que devo fazer para alcançar a vida eterna? Jesus responde, contando a parábola do Bom Samaritano. Aí mostra-se como um estrangeiro entendeu melhor o preceito da caridade fraterna do que os membros do povo de Deus. O próximo está ao nosso lado e não é necessário fazer escolhas para o encontrar. A parábola é ainda um sinal da vocação dos pagãos ao Evangelho.
O bom samaritano da parábola é, em primeiro lugar o próprio Cristo, porque manifestou o seu amor por nós entregando a sua vida e parando junto de nós para nos curar as nossas feridas. De igual modo temos que ser também nós samaritanos. Encontramos no nosso caminho muitas pessoas com feridas na alma: longe de Deus, em circunstâncias dolorosas, com falta de carinho, de abandono, cheios de misérias, outras feridas na alma afastadas de Deus por razões pouco importantes, desconhecedoras das verdades da fé… Esperam que sejamos o bom samaritano que delas se ocupa, lhes dedica tempo e amizade.







Monday, October 1

Santa Teresa do Menino Jesus


Santa Teresa do Menino Jesus, nascida em Alençon (França) no ano 1873, foi uma jovem que entrou com 15 anos no Carmelo de Lisieux. Durante a sua breve existência, exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Faleceu com 24 anos a 30 de Setembro de 1897, vítima de tuberculose, revelou bastante zelo apostólico e enorme espírito missionário oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja. Foi canonizada em 1925 por Pio XII que a proclamou padroeira das missões.Ao considerar o Corpo Místico da Igreja, não conseguira reconhecer me em nenhum dos membros descritos por São Paulo; melhor, queria identificar me com todos eles. A caridade ofereceu me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia actuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor a em si todas as vocações, que o amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno.
Então, com a maior alegria da minha alma arrebatada, exclamei: Ó Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vocação é o amor. Sii tudo; e

Memória de Santa Teresa do Menino Jesus

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O livro de Job é uma composição literária maravilhosa, em que, numa personagem chamada Job, é meditado o drama do sofrimento humano, as interrogações que ele levanta, a reacção que ele faz nascer no coração do homem temente a Deus, a quem o Senhor responde sempre com a graça da salvação. Ao poder de Satanás, instigador do mal, Deus responde finalmente com o seu poder, que é capaz de renovar a vida depois de perdida. A história de Job é anúncio antecipado do Mistério Pascal de Jesus.
Job vai recebendo notícias das sucessivas desgraças que se abateram sobre a sua família, os seus rebanhos e as suas terras. Vai aceitando tudo como vindo do Senhor, para seu bem. Para que na nossa vida haja frutos abundantes é preciso que soframos algumas provações, como Job. Essas provações ajudar-nos-ão a sermos mais pacientes; a estarmos desprendidos dos bens materiais, a aceitarmos a vontade de Deus, ainda que nos desagrade; a pensarmos que tudo é para nosso bem se, de facto, amamos a Deus.

O evangelho lembra-nos duas atitudes importantes: a humildade e a tolerância. É algo espontâneo o desejo de ser o primeiro num grupo e os apóstolos caem nesse engano, discutem sobre o lugar que ocupam e sobre quem é o primeiro entre eles. Jesus toma uma criança e coloca-a ao seu lado, no lugar de maior dignidade, afirmando: quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande. É símbolo do discípulo último e pobre, e também imagem de Jesus que se abandona nos braços do Pai: Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me enviou. Perante a atitude ciumenta dos apóstolos, Jesus ensina a tolerância: Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome e impedimo-lo, porque ele não te segue juntamente connosco. Mas Jesus não está de acordo porque o discípulo deve ter um coração aberto e tolerante. Deus envia quem quer a anunciar a palavra e a fazer o bem. Não tem necessariamente que pertencer ao grupo de Jesus ou que ser importante. O que importa é a mensagem, o evangelho anunciado. Deus tem muitos modos de falar aos homens.