Wednesday, June 29

Solenidade de S. Pedro e S. Paulo

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Na Solenidade dos apóstolos S. Pedro e S. Paulo, a liturgia convida-nos a reflectir sobre estas duas figuras e a considerar o seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e de testemunho do projecto libertador de Deus.
A primeira leitura mostra como Deus cauciona o testemunho dos discípulos e como cuida deles quando o mundo os rejeita. Na acção de Deus em favor de Pedro – o apóstolo que é protagonista, na história que este texto dos Actos hoje nos apresenta – Lucas mostra a solicitude de Deus pela sua Igreja e pelos discípulos que testemunham no mundo a Boa Nova da salvação.
O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n’O como “o Messias, Filho de Deus”. Dessa adesão, nasce a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves – isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.
A segunda leitura apresenta-se como o “testamento” de Paulo. Numa espécie de “balanço final” da vida do apóstolo, o autor deste texto recorda a resposta generosa de Paulo ao chamamento que Jesus lhe fez e o seu compromisso total com o Evangelho. É um texto comovente e questionante, que convida os crentes de todas as épocas e lugares a percorrer o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo.

Friday, June 17

Sexta-feira da Semana XI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Perante os ataques injustos dos seus adversários e da superficialidade leviana daquela comunidade, S. Paulo lembra-lhe o que tem feito por ela e por todas as demais comunidades. É uma página cheia dos mais belos testemunhos de um apóstolo de Cristo, escrita com a indignação exaltada do trabalhador incansável do Evangelho, que vê agora em perigo o fruto esperançoso de tão bela sementeira. Quase a terminar a sua carta, Paulo recorre à sua ficha sociológica, enumerando todos os seus títulos de orgulho, não sem uma certa manha, para se defender dos que se lhe opõem e atacam: hebreu, israelita, descendente de Abraão, ministro de Cristo, apóstolo sujeito a mil perigos, dotado de carismas especiais. Não se arrepende de ter oferecido o Evangelho aos Coríntios, gratuitamente mas insiste no seu método dialéctico de exercer a autoridade. Paulo afirma que a Igreja deve estar organizada, que deve haver uma autoridade mas deve ser dialogante para que a comunidade pense por sua própria cabeça e contribua decisivamente e para a sua vida e missão; a actuação dos responsáveis deve ser construtiva da própria comunidade.
Os caminhos do Evangelho passam todos pelo coração do homem. As coisas têm o valor que o homem lhes der e para o cristão têm o valor que a fé lhe ensinar a atribuir-lhes. Por isso, os tesouros terrenos não podem dominar o coração humano. O verdadeiro tesouro está mais longe e mais alto do que os cofres que podem ser assaltados. Para saber dar o verdadeiro valor às coisas que o envolvem, o homem precisa de purificar o seu interior, donde nasce a verdadeira luz, que dá o sentido autêntico a tudo o que o rodeia. Obtém-se o tesouro no céu orientando o coração, a afectividade, o homem todo, com os seus apetites e desejos mais íntimos e profundos para Deus. .
Os olhos são a lâmpada do corpo porque nos permitem ver. Se estiverem sãos, isto é, postos em Deus, que é a luz fonte de toda a luz, será iluminado o mistério da escuridão humana. Se estiverem doentes, isto é, não postos em Deus, viveremos nas trevas, no mistério da nossa própria escuridão.

Thursday, June 16

Quinta-feira da Semana XI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

A pregação de S. Paulo sofreu vários reveses; outros pregadores espalhavam doutrinas erróneas entre os cristãos, o que entristecia profundamente o Apóstolo, ele que tinha feito da sua igreja de Corinto como que uma esposa para ser apresentada ao Senhor. A infidelidade de alguns para com Cristo, os quais se tinham deixado arrastar por falsos mestres, lembra-lhe a facilidade com que já Eva se deixara seduzir. Recorda-lhes então o que por eles tinha feito, e manifesta-lhes a tristeza a que eles o condenam. As palavras dos homens tinham obscurecido a Palavra de Deus. O Apóstolo declara o seu sentido de responsabilidade para com uma comunidade eclesial que ele mesmo, segundo a graça que lhe foi concedida, edificou como sábio arquitecto. Orgulha-se também de ser o mediador do noivado da igreja de Corinto com Cristo. Apesar de celibatário, Paulo conhece a vida matrimonial, servindo dessa imagem na sua eclesiologia cristológica. Cristo é esposo, a Igreja é esposa. As núpcias são imagem do amor oblativo, libertador, purificador.
A oração de que o Senhor fala é evidentemente uma oração vocal, expressa com palavras, mas o Senhor insiste em que a oração é muito mais do que palavras. Estas são a voz do coração crente. A oração nasce da fé e esta vem da palavra de Deus. A oração do homem é a sua resposta de fé à palavra que Deus primeiro lhe dirigiu. Por isso, a oração tem por assunto principal o que é fundamental no reino de Deus e na vida do homem. O Pai nosso é o melhor resumo dessa oração cristã.

Wednesday, June 15

Quarta-feira da Semana XI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

S. Paulo continua a fazer apelo à generosidade dos cristãos de Corinto, para irem em auxílio da comunidade muito pobre de Jerusalém. Tinha sido um compromisso que ele havia tomado, quando se despedira dos outros Apóstolos em Jerusalém, antes de partir para as suas viagens missionárias. E lembra-lhes a alegria que deve encher o coração de quem dá por amor, o que está na linha da palavra de Jesus, que o mesmo S. Paulo é o único a relatar: É melhor dar do que receber. Essa colecta deve ser realizada de modo livre. Para o Apóstolo, o serviço da colecta não deve apenas prover às necessidades dos santos, mas tornar-se abundante fonte de muitas acções de graças a Deus. É que a colecta, que em si mesma já é liturgia, havia de ser entregue durante uma celebração litúrgica, multiplicando as eucaristias, as acções de graças a Deus.
O homem que quer viver conforme a verdade, conforme Deus, há-de procurar ter uma consciência recta, porque é no mais profundo do coração que o homem é o que é. A lei de Cristo não atinge o homem apenas no seu comportamento exterior mas desce ao mais íntimo do próprio coração, porque é aí que está a raiz de tudo o que no homem nasce de bom e de mau.
Jesus aponta outro importante princípio, o de superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus e seguem-se as aplicações práticas no que se refere à esmola, à oração, ao jejum, que resumem as práticas religiosas tradicionais. Jesus não censura essas práticas, mas a forma e o objectivo com que eram realizadas, particularmente pelos fariseus. Quem faz boas obras para ser estimado e louvado pelos outros, já recebe a sua recompensa; quem as faz por Deus, obtém dEle a retribuição. O verdadeiro jejum implica conversão a Deus e deve ser feito com alegria. A esmola que damos aos outros não é apenas a esmola, em sentido literal, mas também a misericórdia, a compaixão, a solidariedade que comunica o amor de Deus, que tem o seu supremo ícone no Coração trespassado de Cristo.

Tuesday, June 14

Terça-feira da Semana XI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Quando S. Paulo partiu de Jerusalém para as suas viagens apostólicas, os outros Apóstolos pediram-lhe que não se esquecesse da comunidade de Jerusalém, especialmente carecida de meios. S. Paulo prometeu-lhes que assim o faria. O texto de hoje dá testemunho de que ele assim fez. Apontando-lhe o exemplo das Igrejas da Macedónia, estimula agora a de Corinto a ir ao encontro dos pobres de Jerusalém. Mas, o exemplo maior é o do Senhor Jesus, que, de rico que era, Se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. Paulo exorta à generosidade e tem confiança que a colecta dê frutos em Corinto, aduzindo razões de partilha de bens, de testemunho de gratidáo para com Cristo que sendo rico se fez pobre para nos enriquecer.
A lei fundamental do Evangelho é a do amor, porque todo ele é, antes de tudo, a revelação do amor de Deus pelos homens, em seu Filho feito homem. Amar, para o discípulo de Cristo, é imitar a Deus, que primeiro nos amou. Este amor não tem limites, estendeu-se a todos os homens, até aos inimigos. Se não se chegar até aqui, não se terá ultrapassado a craveira dos pagãos.
Jesus torna universal o preceito do amor ao próximo. Se assim não fosse, os seus discípulos ficavam ao nível dos publicanos que, por solidariedade estavam unidos e se amavam uns aos outros; ou ao nível dos pagãos. Jesus, apoiando-se num princípio aceite pelos judeus, instaura o princípio do amor universal. Deus não faz distinções, faz erguer o Sol, e cair a chuva, para todos. Com esta afirmação, Jesus também deita por terra a pretensa preferência, e quase exlcusividade, do amor de Deus para com eles.

Monday, June 13

Leituras da Festa de Santo António

Leitura do Livro de Ben-Sirá
Aquele que medita na lei do Altíssimo,
se for do agrado do Senhor omnipotente,
será cheio do espírito de inteligência.
Então ele derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria
e na sua oração louvará o Senhor.
Adquirirá a rectidão do julgamento e da ciência
e reflectirá nos mistérios de Deus.
Fará brilhar a instrução que recebeu
e a sua glória estará na lei da aliança do Senhor.
Muitos louvarão a sua inteligência,
que jamais será esquecida.
Não desaparecerá a sua memória
e o seu nome viverá de geração em geração.
As nações proclamarão a sua sabedoria
e a assembleia celebrará os seus louvores.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Vós sois o sal da terra.
Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se?
Não serve para nada,
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada
para a colocar debaixo do alqueire,
mas sobre o candelabro,
onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo:
Antes que passem o céu e a terra,
não passará da Lei a mais pequena letra
ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar assim aos homens,
será o menor no reino dos Céus.
Mas aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus».

Festa de Santo António


Hoje celebramos a festa de um dos santos mais populares de toda a Igreja Católica. São queridas aos cristãos as imagens que o representam com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus no colo em recordação de uma milagrosa aparição mencionada por alguns autores.
António contribuiu bastante para o desenvolvimento da espiritualidade franciscana, com os seus dotes de inteligência, equilíbrio, zelo apostólico e fervor místico. Nasceu em Lisboa numa família nobre, por volta de 1195, e foi baptizado com o nome de Fernando. Uniu-se aos cónegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho, primeiro no mosteiro de São Vicente em Lisboa e depois em Santa Cruz em Coimbra.
Dedicou-se com interesse e solicitude ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja, adquirindo aquela ciência teológica que fez frutificar na actividade do ensino e da pregação. Em Coimbra no ano 1220 foram expostas as relíquias dos primeiros cinco missionários franciscanos, que tinham ido a Marrocos, onde encontraram o martírio. O seu fervor fez nascer no jovem Fernando o desejo de os imitar e de progredir no caminho da perfeição cristã: pediu para deixar os Cónegos agostinianos e para se tornar Frade Menor. O seu pedido foi aceite e tomando o nome de António, partiu também ele para Marrocos.
Após uma doença, foi obrigado a partir para a Itália e, em 1221, participou no famoso "Capítulo das Esteiras" em Assis, onde encontrou também São Francisco. Em seguida, viveu algum tempo no escondimento total num convento de Forli, no norte da Itália, onde o Senhor o chamou para outra missão.
Enviado, por circunstâncias totalmente casuais, a pregar por ocasião de uma ordenação sacerdotal, mostrou ser dotado de ciência e eloquência, e os Superiores destinaram-no à pregação.
Começou assim na Itália e na França, uma actividade apostólica tão intensa e eficaz que induziu muitas pessoas que se tinham afastado da Igreja a reconsiderar a sua decisão e foi um dos primeiros mestres de teologia dos Frades Menores.
Pádua, que o acolheu com veneração, prestou-lhe durante a vida e para sempre honra e devoção. O próprio Papa Gregório IX, que depois de o ter ouvido pregar o tinha definido "Arca do Testamento", canonizou-o só um ano depois da morte, em 1232, após os milagres que se verificaram por sua intercessão.
Os seus Sermões são textos muito profundos que reflectem a pregação bíblica na qual António propõe um verdadeiro itinerário de vida cristã. E é tanta a riqueza dos ensinamentos espirituais contida nos Sermões, que o Papa Pio XII, em 1946, proclamou António Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de "Doutor evangélico", porque desses escritos sobressai o vigor e a beleza do Evangelho.

Sunday, June 12

Solenidade do Pentecostes

Reflexão e Leituras no Portal dos Dehonianos

Hoje celebramos a Solenidade do Pentecostes. É uma oportunidade para reflectirmos e pensarmos nesse dom tão maravilhoso que Jesus nos concedeu após a Sua Ressurreição e Ascensão: o Espírito Santo. É a terceira pessoa da Santíssima Trindade mas por vezes é esquecido e não lhe é dada a devida importância, daí que haja muitos grupos e movimentos que lhe têm um carinho e devoção especial. É um Dom de Deus a todos os cristãos, a todos os baptizados, é um Espírito que dá vida, que renova, que transforma, que constrói comunidade e que faz nascer o Homem Novo em Jesus Cristo.

Ó Espírito Santo,
dai-me um coração grande,
aberto à vossa Palavra silenciosa,
mas forte e inspiradora,
fechado a todas as ambições mesquinhas,
alheio a qualquer desprezível competição humana,
compenetrado do sentido da Santa Igreja!

Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande,
desejoso de se tornar semelhante
ao coração do Senhor Jesus.

Dai-me um coração grande e forte
para amar a todos, para servir a todos,
para sofrer por todos!
Um coração grande e forte
para superar todas as provações,
todo o tédio, todo o cansaço,
toda a desilusão, toda a ofensa!
Um coração grande e forte,
constante até ao sacrifício,
quando este for necessário!

Ó Espírito Santo, dai-me um coração
cuja felicidade seja palpitar
com o coração de Cristo
e cumprir humilde, fiel e firmemente
a vontade ao do Pai. Àmen.


(Paulo VI)

Tuesday, June 7

Terça-feira da Semana VII do Tempo Pascal

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Este é um grande discurso de S. Paulo, que os Actos dos Apóstolos nos transmitiram; é o seu testamento pastoral, dirigido aos anciãos, aos pastores, de Éfeso, quando supunha que seria a última vez que os veria. Emerge a figura de um homem totalmente dedicado ao serviço do Senhor, um serviço prestado com humildade, coragem e desinteresse. Espera-o um futuro onde não faltarão cadeias e tribulações. Mas conforta-o a presença iluminadora do Espírito por quem se sente seduzido. Nada o detém na corrida para a meta, porque o testemunho do Evangelho da graça de Deus é urgente. Vigilância, desinteresse, caridade são as virtudes fundamentais que lhes recomenda.
A oração sacerdotal: o clima das duas leituras é de despedida; o Cap. 17 de São João é um dos mais sublimes de todo o Evangelho; Desde o séc. V, esta oração é chamada sacerdotal, por se ver nela a consagração do Filho ao Pai. Necessitamos de rezar com Jesus: A oração de Jesus é um convite à participação dos apóstolos e da Igreja futura; A crise generalizada de oração nos nossos dias; Precisamos de rezar, rezar sempre e com mais intensidade; com mais fé e confiança; a sós e em comunidade; levando a oração à vida e a vida à oração.
Jesus sabe que a sua hora está a chegar, e que a sua missão está próxima do fim. E, levantando os olhos ao céu, dá início à sua oração em que Jesus, no fim da última Ceia, faz a oblação de Si ao Pai e intercede pelos seus, os do presente e os do futuro. É a chamada “oração sacerdotal”. A glorificação que Jesus pede para Si é a participação da sua santa humanidade na glória que o Filho de Deus desde sempre leve junto do Pai, glorificação que se há-de manifestar na ressurreição e que será participada por todos aqueles que O reconhecerem. É a grande oração ofertorial do Sacrifício do Senhor ao Pai, em seu nome e em nome de toda a Igreja e por toda a humanidade.

Monday, June 6

Segunda-feira da Semana VII do Tempo Pascal

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Os futuros cristãos de Éfeso eram ainda, nesta altura, apenas discípulos de João Baptista, que tinham recebido somente o baptismo do Precursor. Ora o baptismo de João era um rito ascético, que convidava à penitência, ao passo que o baptismo cristão é sinal da vida nova dada por Jesus Cristo. É um dom, comunica o Espírito Santo; supõe a conversão por parte de quem o recebe; mas é dom gratuito, fruto do sacrifício pascal do Senhor. Os discípulos de Éfeso ainda não tinham chegado até aqui.
O Espírito Santo, um ilustre desconhecido: O Espírito Santo, o grande desconhecido na vida dos cristãos; Falta de formação catequética e sacramental, sobre a vida e acção do Espírito Santo na Igreja; A inexperiência vivencial da Sua presença amorosa, na vida pessoal e comunitária; Abuso das explicações da Sua actuação quase mágica nos sacramentos, e normal dificuldade na captação dos símbolos. O Templo do Espírito Santo: Ele é o suporte da Igreja, com a Sua acção eficaz na vida da Comunidade eclesial; O Espírito Santo define-Se pela Sua presença e acção libertadora; Assim O descobrimos na vida de Jesus e na vida da Igreja.
Jesus anuncia aos discípulos que, enquanto estiveram no mundo, sentirão, como Ele sentiu, as dificuldades, angústias e até a perseguição inerentes a esta vida, mas pela força do Espírito de Jesus ressuscitado eles vencerão o mundo, como Ele o venceu. É precisamente o momento em que os discípulos fazem um acto de fé e de confiança maior no Mestre, é precisamente esse que Ele escolhe para lhes anunciar maiores provações e lhes pedir maior confiança para as tribulações que os esperam. A confiança no Senhor não pode ter limites!

Thursday, June 2

Quinta-feira da Semana VI do Tempo Pascal

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

De Atenas, a capital, Paulo desce a Corinto, cidade marítima, populosa, mal reputada do ponto de vista moral. A presença de Paulo em Corinto começou de maneira simples e modesta. A sua palavra foi primeiro dirigida aos judeus, na sinagoga. Com a chegada de Silas e de Timóteo, Paulo dedica-se exclusivamente à pregação. Começa sempre pelos judeus e, só depois de ser recusado, mais uma vez, é que se volta para os pagãos. Lucas parece continuar preocupado em justificar a passagem aos pagãos. Mas, como sempre acontece, há alguém, mesmo entre os judeus, que acolhe a Palavra. Desta vez é o próprio chefe da sinagoga, com a sua família. E começa a colheita abundante entre os pagãos.
Será ao longo de toda a sua vida que a Igreja irá experimentando o mistério da morte e da vida, de tristeza e de alegria, que é a sua participação na Páscoa de Cristo. Mas, depois da Ressurreição do Senhor, mesmo as suas tristezas são agora sofridas na alegria da esperança!
A vida terrena do Mestre está a terminar. A sua vida gloriosa vai começar na ressurreição. O regresso de Jesus não acontecerá só com as aparições depois da ressurreição, mas vai prolongar-se pela sua presença no coração dos crentes. Os discípulos não entendem as palavras de Jesus. Fazem perguntas. Jesus responde tentando remover-lhes da alma a tristeza que os assalta e procurando infundir-lhes confiança com uma nova revelação: a vossa tristeza há-de converter-se em alegria. A alegria surgirá da mesma causa que provocou a tristeza.
Estas palavras também se aplicam ao mistério da Ascensão e do Pentecostes. Ao subir ao Céu, Jesus deixa de estar visivelmente entre os seus, mas, no Pentecostes, inaugura uma nova forma de presença no meio deles, na Igreja. O Espírito Santo torna Jesus presente no coração dos fiéis e na comunidade dos mesmos. Já não O vêem como durante a vida terrena, nem sequer como nas aparições depois da Ressurreição, mas vêem-no com o olhar do coração, onde o Espírito O torna presente.

Wednesday, June 1

Quarta-feira da Semana VI do Tempo Pascal

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Paulo chega a Atenas, a capital da Grécia, que foi a escola de todo o saber da antiguidade. À vista da multidão dos deuses adorados pelos pagãos, Paulo anuncia-lhes o Deus de Jesus Cristo. A não-judeus, Paulo não parte da Escritura, mas da ordem natural. Em Atenas, ele utiliza uma nova técnica para anunciar o Evangelho. Não começa por citar as Escrituras, como entre os judeus, mas começa por referir a religiosidade dos gregos. O discurso no Areópago de Atenas é um exemplo de inculturação, que não atraiçoa a originalidade da mensagem cristã. Mesmo dirigindo-se a estóicos e epicuristas, mesmo citando poetas gregos, Paulo faz um discurso de profeta, anunciando um homem ressuscitado de entre os mortos. Mas, chegando aqui, aqueles homens não conseguiram ouvir mais; a ressurreição estava acima da sua filosofia. Um discurso, tão pouco racional, divide, mais uma vez, o auditório. Muitos afastam-se de riso nos lábios. Mas alguns aderem à mensagem. Lucas quer dar um exemplo de como se pode apresentar o Kerygma aos pagãos cultos: há quem acolha a Palavra e quem a rejeite. Apesar de tudo, nasce uma comunidade cristã na capital da cultura daquele tempo.
A ciência dos gregos, apesar de ser a mais alta do tempo, não conseguiu ultrapassar a limitada medida do homem. A própria palavra divina, mesmo anunciada por Jesus, mas escutada pelos ouvidos, ainda muito terrenos, dos discípulos, não conseguiu ser entendida logo que escutada. Jesus, durante a sua vida terrena, não pôde ensinar muitas coisas aos discípulos, porque não eram capazes de as entender, pelo menos em profundidade. Só o Espírito Santo é o mestre interior e o guia para a verdade completa. A vinda do Espírito Santo inaugurará uma nova fase do conhecimento da palavra de Jesus. O seu ensinamento será dado no íntimo do coração de cada discípulo. Por ele, hão-de conhecer os segredos da verdade de Cristo e interiorizá-los. O Espírito será guia na compreensão da palavra de Jesus e do próprio Jesus, fará ver a realidade de Deus e dos homens como o Pai e o Filho a vêem e conhecer o mundo e a história na perspectiva da novidade iniciada com a morte e a ressurreição de Cristo.