Friday, June 29

São Paulo


Judeu, da tribo de Benjamim, originário de Tarso, chamava-se Saulo. Converteu-se ao cristianismo e tornou-se o grande e insuperável missionário, o apóstolo dos gentios. Foi ele quem lançou as bases da evangelização no mundo helénico, fundando numerosas comunidades e percorrendo toda a Ásia Menor, a Grécia e Roma, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado pelo poder de Deus.
São Paulo foi o primeiro a elaborar uma teologia cristã. Ao lado dos Evangelhos, as suas epístolas são as fontes de todo o pensamento e de toda a vida mística cristã. Isto coloca-o num lugar de destaque entre os maiores pensadores da história do cristianismo.
São Paulo era um homem de fortes paixões e de grande poder de liderança e de organização. É a figura mais cosmopolita de toda a Bíblia. Segundo os estudiosos, Paulo era um homem da cidade, e em nenhum lugar de seus escritos mostra qualquer mentalidade ou interesse pela vida rural ou pela vila.
Nunca houve conversão mais ruidosa do que a sua, tão pouco houve mais sincera, pois o mais furioso perseguidor de Jesus Cristo passou, de repente, a ser um dos seus mais fervorosos apóstolos.

São Pedro


Comemoramos hoje o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data actual da festa do Natal. 
Ele era um pescador e o seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria a sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana.
Uma parte importante da sua vida está documentada nos Evangelhos e nos Actos do Apóstolos; sobre a sua vida em Roma existem muitas e belas narrativas passadas de geração em geração, algumas delas contadas em diferentes romances inspirados nos primeiros tempos da Igreja.
Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos


Na Solenidade dos apóstolos S. Pedro e S. Paulo, a liturgia convida-nos a reflectir sobre estas duas figuras e a considerar o seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e de testemunho do projecto libertador de Deus.
A primeira leitura mostra como Deus cauciona o testemunho dos discípulos e como cuida deles quando o mundo os rejeita. Na acção de Deus em favor de Pedro, o apóstolo que é protagonista, na história que este texto dos Actos hoje nos apresenta, Lucas mostra a solicitude de Deus pela sua Igreja e pelos discípulos que testemunham no mundo a Boa Nova da salvação.
O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n’O como o Messias, Filho de Deus. Dessa adesão, nasce a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves – isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.
A segunda leitura apresenta-se como o testamento de Paulo. Numa espécie de balanço final da vida do apóstolo, o autor deste texto recorda a resposta generosa de Paulo ao chamamento que Jesus lhe fez e o seu compromisso total com o Evangelho. É um texto comovente e questionante, que convida os crentes de todas as épocas e lugares a percorrer o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo, a exemplo de Paulo.

Thursday, June 28

Quinta-feira da Semana XII do Tempo Comum


Com a deportação do rei, começa o exílio do povo de Deus em Babilónia. O rei desta cidade, situada no actual Iraque, não longe da terra donde outrora saíra Abraão, veio pôr cerco a Jerusalém e levou cativos para o seu país o rei de Judá e milhares de prisioneiros, da gente mais representativa da nação judaica.
A Assíria, que se aliou ao Egipto, para fazer frente ao expansionismo babilónio, diminuiu a sua ameaça sobre Jerusalém. Mas surgiu a ameaça da própria Babilónia. Sedecias substituiu o fraco Joiaquim como rei de Judá.
Como sempre acontece, o autor sagrado liga os dramas do povo à sua infidelidade à aliança. O profeta de Anatot em vão tinha apelado à conversão.
Jóiaquim, depois de subir ao trono em Jerusalém, praticou o que desagradava ao Senhor, foi feito prisioneiro por Nabucodonosor, e deportado para a Babilónia.

Jesus previne contra a presunção de se salvar apenas pela invocação do nome divino, sem as acompanhar com uma vida coerente, com a prática da caridade. Apela para a coerência da nossa vida de cristãos. A porta do Reino só se abre para aqueles que fizeram a vontade do Pai. A rocha representa essa vontade. Sobre ela, pode construir-se uma casa bonita, acolhedora e forte. Construir sobre a rocha quer dizer construir a própria vida sobre Jesus, sobre a sua Palavra, sobre a sua Pessoa. Não se trata só da escuta da palavra de Deus na Missa ou noutras celebrações; trata-se de acolher, na nossa vida, a Palavra, o Verbo eterno de Deus feito carne. Procuremos levar sempre à prática os nossos desejos de cumprir a vontade de Deus. Para isso, temos que fazer oração: É pela oração que podemos discernir qual é a vontade de Deus e obter perseverança para a cumprir.
A nossa vida é uma construção. Nesta construção, entram Deus e nós. É muito importante observarmos, para tomarmos consciência com que materiais construímos a casa da nossa vida, não vá ela desmoronar-se e cair em derrocada. A solidez da vida não pode ser outra senão a que vem da palavra de Deus, escutada e cumprida. Tudo o mais é ilusão, e não terá continuidade; mas a palavra de Deus oferece o alicerce que permanece firme para a vida eterna.

Wednesday, June 27

São Cirilo de Alexandria


Cirilo nasceu em 370, no Egipto, e durante muitos anos foi o firme condutor da Igreja do Egipto. Lutou pela ortodoxia da doutrina católica e presidiu o Concílio de Éfeso que definiu a maternidade de Maria, derrotando seu adversário Nestório que colocava em discussão a maternidade divina de Nossa Senhora. Durante o Concílio pronunciou o célebre Sermão em louvor à Mãe de Deus que marca o início do florescimento dos hinos em honra à Virgem Maria.

A coragem e a persistência com a qual defendia a verdade católica deram a santidade a este bispo de Alexandria: Nós pela fé em Cristo, estamos prontos a sofrer tudo – algemas, cárcere, a própria morte.

São Cirilo morreu em 444. Sua santidade foi reconhecida no pontificado de Leão XIII que lhe outorgou também o título de Doutor da Igreja. A sua devoção foi assim estendida a toda a Igreja latina.

Quarta-feira da Semana XII do Tempo Comum


O Livro da Aliança, que estava há muito abandonado, foi reencontrado, e este facto dá ocasião a que o rei faça uma grande convocação do povo e renove a Aliança. É esta uma das assembleias célebres do povo de Deus no Antigo Testamento, figura e modelo das assembleias futuras da Igreja de Cristo.
S. Agostinho compreendeu a importância de fazer a vontade de Deus, de seguir o caminho que Ele nos traça. Por isso, rezava: «Afasta os meus olhos das coisas vãs, faz-me viver no teu caminho». As «coisas vãs» não são sempre más. Podem mesmo ser boas. Mas não o são, se nos afastam do caminho do Senhor, do cumprimento da sua vontade.
O rei Josias, depois da leitura do livro da Lei, deu-se conta de que não se estava a cumprir o que nele estava escrito. Pediu ao povo que se cumprisse tudo o que nele se pedia, todos se converteram e o mesmo nos acontecerá se lermos as Escrituras.

Os falsos Profetas são os doutores da mentira, que seduzem o povo com falsas aparências de piedade, enquanto, no íntimo, buscam os seus interesses. Este íntimo há-de revelar-se mais nas obras do que nas palavras. A comparação da árvore e dos seus frutos é fácil de compreender, e cheia de sabedoria nascida da experiência. A doutrina de Jesus Cristo é princípio de vida, se é perfeitamente acreditada e perfeitamente vivida. Jesus é o Verbo de Deus, a Palavra por quem tudo foi feito; as suas palavras são também agora em nós criadoras e fonte de vida.
No evangelho, Jesus recomenda-nos que não nos fixemos nas aparências das pessoas e das suas acções. Oferece-nos até um critério de discernimento: Pelos seus frutos, os conhecereis. Há que avaliá-las pelos frutos que produzem. A garantia da obtenção de bons frutos é dada pela graça de Deus.

Tuesday, June 26

Terça-feira da Semana XII do Tempo Comum


Depois da deportação do povo do reino de Israel para a Assíria, outro rei assírio ameaça agora o Reino de Judá, cuja capital é Jerusalém. A linguagem do rei pagão é arrogante, insolente, tocando a blasfémia. Mas a resposta do profeta mostra como os homens se enganam quando se erguem contra o Senhor. E de um pequeno resto fiel, Deus fará que saia o Salvador, Jesus. Refere-se a carta do rei da Assíria, Senaquerib com ameaças a Ezequias. Isaías, profeta fortemente apaixonado por Jerusalém, intervém com um longo cântico que inclui um oráculo divino e anuncia a derrota de Senaquerib: uma peste, ou alguma insurreição em Nínive, obriga-o a levantar o cerco. O povo interpreta o facto como um milagre, confirmando a sua crença na inviolabilidade da cidade, por causa do templo, onde se mostrava presente a Glória de Deus.
O rei da Assíria escolheu o caminho da perdição, ao dizer ao rei de Judá que não se deixasse enganar por Deus, e viu o seu exército dizimado.

O Evangelho é um conjunto de máximas independentes umas das outras: não se devem apresentar as afirmações da fé a quem não as saberia compreender e as iria utilizar mal, como não era lícito atirar aos cães as carnes dos sacrifícios; depois, a regra de oiro do convívio entre pessoas, mas apresentada de forma positiva: fazei-o também a eles; finalmente, a doutrina dos dois caminhos. São formas diversas da sabedoria evangélica. Jesus diz-nos que a salvação é difícil, que não se chega a ela por caminhos espaçosos e cómodos, mas entrando pela porta estreita; a porta e o caminho estreitos, da renúncia, do seguimento, da cruz, levam à vida e a porta e o caminho espaçosos, da satisfação dos apetites desordenados, levam à perdição.
Temos três sentenças de Jesus: não profanar as coisas santas; o amor ao próximo resume a Lei e os Profetas; Cristo é a porta da vida. O caminho da cruz leva à porta estreita, é produzir frutos de boas obras. Significa também um chamamento a seguir Cristo sofredor, mediante a conversão pessoal e comunitária. A santidade é a vocação comum, ainda que por diversos caminhos.

Monday, June 25

Segunda-feira da Semana XII do Tempo Comum


O povo de Deus, à morte do rei Salomão, dividiu-se em dois: o reino do Norte, Israel, e o reino do Sul, Judá. A leitura fala-nos do momento em que o reino do Norte foi invadido pelos exércitos do rei da Assíria, país vizinho, os seus habitantes deportados para aquele país e substituídos por gentes vindas de lá e de outros países estrangeiros para a terra de Israel. É esta a origem dos Samaritanos, que nunca se integraram no povo de Deus, até ao dia de hoje.
Os habitantes de Israel não quiseram obedecer, os seus corações endureceram, não acreditaram no Senhor, desprezaram os seus preceitos, bem como a Aliança estabelecida. Então o Senhor indignou-se grandemente contra Israel e lançou-o para longe da sua presença.

No Evangelho, Jesus ensina como nos havemos de comportar em relação aos outros, em especial no juízo que deles fazemos; ou melhor, nem devemos fazer juízo algum a seu respeito. Um só é o Juiz, Deus. Está presente neste texto o princípio da retribuição: o mesmo que fizeres aos outros, te farão a ti.
O evangelho ensina-nos a não julgar os outros ou a julgá-los como gostaríamos nós mesmos de ser julgados: Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos.
Se virmos bem, Jesus não nos proíbe julgar e medir os outros, mas ensina-nos como fazê-lo. A medida do juízo divino será igual à que usarmos nos nossos julgamentos humanos. O próprio Cristo apresenta-se como aquele que não vem julgar, mas salvar. A nossa única preocupação em relação ao próximo há-de ser ajudá-lo. Só Deus, que sonda os corações, pode condenar ou justificar alguém.
Há três razões para não condenar: o Juízo pertence a Deus; a medida que usarmos com os outros será usada connosco; Todos somos pecadores.
Quando o Senhor tiver que julgar-nos, empregará connosco a mesma medida que tivermos empregado para com os outros.

Sunday, June 24

Solenidade do Nascimento de São João Baptista


Nesta solenidade, a Palavra de Deus apresenta-nos a figura profética de João Baptista. Escolhido por Deus para ser profeta, ainda antes de nascer, ele é um “dom de Deus” ao seu Povo. Sublinhando a importância de João na história da salvação, a liturgia não deixa, contudo, de mostrar que João não é “a salvação”; ele veio, apenas, dirigir o olhar dos homens para Cristo e preparar o coração dos homens para acolher “a salvação” que estava para chegar.
A primeira leitura apresenta-nos uma misteriosa figura profética, eleita por Deus desde o seio materno, a fim de ser a “luz das nações” e levar a Palavra ao coração e à vida de todos os homens. Impressiona especialmente a centralidade que Deus assume na vida do profeta: toda a missão profética brota de Deus e sustenta-se de Deus.
Na segunda leitura, Paulo fala aos judeus de Antioquia do profeta João. Na perspectiva de Paulo, a missão de João consistiu em convidar os homens a uma mudança de vida e de mentalidade, numa espécie de primeiro passo para acolher o “Reino” que Jesus veio, depois, propor. Paulo deixa claro que João não é o Messias libertador, mas sim aquele que vem preparar o coração dos homens para acolher o Messias.
O Evangelho relata o nascimento de João. Na perspectiva de Lucas, os acontecimentos ligados ao seu nascimento mostram como o profeta João é um “dom de Deus”. Começa, nessa altura, a tornar-se claro para todos que Deus está por detrás da existência de João, e que a sua missão é ser um sinal de Deus no meio dos homens.

Friday, June 22

Sexta-feira da Semana XI do Tempo Comum


Deus tinha feito a promessa a David de que o Messias viria da sua descendência. Quando morreu Ocozias, rei de Judá, que era, por isso, da linhagem de David, sua mãe, Atalia, que era de origem pagã, mandou matar todos os filhos do rei falecido, para assim pôr termo à dinastia de David e introduzir o culto dos deuses pagãos. Uma princesa de Judá conseguiu ocultar o filho mais novo de Ocozias, chamado Joás, livrando-o assim da morte, e este foi, mais tarde, proclamado rei. Atalia foi morta, o templo dos deuses pagãos demolido e renovada a aliança entre Deus e o seu povo. A renovação da aliança repetia-se nos momentos cruciais da história de Israel. Não podem os homens impedir que se realizem os desígnios de Deus.

Os caminhos do Evangelho passam todos pelo coração do homem. As coisas têm o valor que o homem lhes der, e, para o cristão, têm o valor que a fé lhe ensinar a atribuir-lhes. Por isso, os tesouros terrenos não podem dominar o coração humano. O verdadeiro tesouro está mais longe e mais alto do que os cofres que podem ser assaltados. Para saber dar o verdadeiro valor ás coisas que o envolvem, o homem precisa de purificar o seu interior, donde nasce a verdadeira luz, que dá o sentido autêntico a tudo o que o rodeia.
Como é que se obtém o tesouro no céu? Orientando o coração, a afectividade, o homem todo, com os seus apetites e desejos mais íntimos e profundos, para Deus. Esse é o tesouro que permanece seguro.
Os olhos são a lâmpada do corpo porque nos permitem ver. Se estiverem sãos, postos em Deus, que é a luz fonte de toda a luz, será iluminado o mistério da escuridão humana. Se estiverem doentes, não postos em Deus, viveremos nas trevas, no mistério da nossa própria escuridão.

Thursday, June 21

São Luís Gonzaga

São Luís Gonzaga nasceu em Mântua, Itália, em 1568 e morreu com 23 anos de idade, em 1591. É o patrono da juventude, e o seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio, em Roma.
Recebeu educação esmerada e frequentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: Corte dos Médici, em Florença; Corte de Mântua; Corte de Habsburgos, em Madrid. Foi pajem do príncipe Diego, filho de Filipe II.
Para surpresa de todos, optou pela vida religiosa, derrubando por terra os interesses nele depositados pelo pai. Finalmente conseguiu realizar o seu ideal: entrar para a Companhia de Jesus. Entretanto, viveu ali apenas seis anos. Morreu mártir da caridade ao serviço daqueles atacados pela peste, em Roma, a 21 de Junho de 1591. A 21 de Julho de 1604 a mãe pôde venerar como Beato a Luís, seu filho primogénito. Deixou a coroa de marquês, fez-lhe Deus presente a coroa dos Santos. Morreu aos 24 anos. Foi canonizado por Bento XIII em 1724 e pelo mesmo Papa dado como padroeiro à juventude que estuda.

Quinta-feira da Semana XI do Tempo Comum


No Ben Sirá, elogia-se os 2 grandes profetas Elias e Eliseu descrevendo as suas obras maravilhosas e o seu carácter, a sua personalidade. O sábio, que deixou o livro donde esta leitura é tirada, celebra aqui, quase como num poema, a excelsa figura de Elias, deixando ainda uma rápida alusão a Eliseu. Por aqui se vê que, no próprio Antigo Testamento, os homens que viviam da sabedoria gostavam de contemplar as grandes figuras do seu passado como homens de Deus que tinham sido. Assim eles também nos ensinam a olhar para aqueles que a Igreja nos apresenta como justos, os Santos.

A oração de que o Senhor fala é evidentemente uma oração vocal, expressa com palavras, mas o Senhor insiste em que a oração é muito mais do que palavras. A oração nasce da fé e esta vem da palavra de Deus. A oração do homem é a sua resposta de fé à palavra que Deus primeiro lhe dirigiu. O Pai-Nosso é o melhor resumo dessa oração cristã. Jesus insiste também no facto de se orar com simplicidade e de perdoar as ofensas que nos fizeram, se queremos que Deus nos perdoe os nossos pecados.
A 1ª parte do Pai-Nosso apresenta-nos 3 petições directamente a Deus:
- Santificação do Seu nome, da Sua pessoa
- Vinda do Seu Reino ao mundo
- Cumprimento da Sua vontade na terra como no céu
A 2ª parte são 4 petições para nós:
- O Pão de cada dia, o sustento, o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia
- O perdão das nossas ofensas a Deus, o perdão que nós demos aos irmãos
- A perseverança nas tentações de cada dia e a grande prova final
- Vermo-nos livres de todo o mal
Perdão e reconciliação fraterna são dois aspectos importantes que são consequência da vida prática do Pai-Nosso. O Pai-Nosso é a oração de Jesus. Rezá-lo é comungar na oração do nosso Salvador. A oração do Filho, tornou-se a oração dos filhos. Há que rezá-lo, quanto isso é possível, com a emoção e o afecto com que o rezava o Filho de Deus feito homem.

Monday, June 18

Segunda-feira da Semana XI do Tempo Comum


A história da salvação acontece na história dos homens; por isso, nela se entrelaçam a graça e o pecado, como nesta leitura, precisamente porque esta história se faz com homens, que são pecadores. Mas, a mão de Deus nunca se afasta dos homens, e sempre para os salvar, mesmo se essa salvação passar pelo castigo, como neste caso virá a acontecer.

Ouvimos hoje como Jesus ensina que a justiça não se fará com a vingança. Citando primeiro um dito, conhecido por “Lei de Talião”, Jesus apela para a não-vingança, para a humildade, para a bondade, para o perdão. De facto, o discípulo de Jesus revela-se particularmente no perdão das injúrias; é essa uma das manifestações maiores da caridade. E foi precisamente assim que o Senhor procedeu e mandou que procedêssemos nós também. É nesta forma de amor que melhor se afirma a vitória sobre o egoísmo.

Friday, June 15

O coração de carne é o símbolo do amor

O coração de carne é o símbolo do amor e está tão estreitamente unido à faculdade de amar, que nos dá a ilusão de o tomar pelo órgão mesmo do amor. – O coração de carne é o símbolo do amor. É um facto, é o uso geral de o tomar como símbolo do afecto, da ternura, do amor. Não se diz: «Dou-vos o meu coração», para dizer que vos prometo o meu afecto?
Mas porque foi que a linguagem humana adoptou esta expressão simbólica? É porque o coração está intimamente ligado aos movimentos dos nossos afectos. Quando amamos verdadeiramente, o nosso coração bate mais forte, sob a pressão de um sangue mais quente e mais vivo. O coração comporta-se como se fosse o órgão dos afectos. Mas não é o órgão principal, diz-nos a ciência. Seja! Mas está bastante ligado a todos os seus movimentos para que a linguagem humana tenha podido instintivamente tomar o seu nome para designar o órgão do amor.
Honrando o Sagrado Coração de Jesus, honramos, portanto, principalmente o amor do Filho de Deus e secundariamente o coração de carne que está tão intimamente unido a este amor para ser chamado familiarmente o seu órgão e o seu símbolo.
Quando S. João quer unir-se ao amor de Jesus, que gesto faz? Apoia a sua cabeça sobre este coração que bate por ele com um amor tão terno e tão forte.
Qual não é a nobreza deste coração de carne, que esteve unido com todos os seus batimentos aos afectos, às alegrias, aos sofrimentos do Homem-Deus!

(Padre Leão DEHON)

Solenidade do Coração de Jesus


O culto à Humanidade de Cristo e ao seu Coração, nascido entre os místicos medievais, como escola exigente de santidade, popularizou-se depois das revelações a Santa Margarida Maria Alacoque (1673-1675). Muitos cristãos viveram esta espiritualidade e, por meio dela, se santificaram aos longos dos últimos séculos. Há que voltar às suas fontes bíblicas e patrísticas dessa espiritualidade para redescobrirmos a sua riqueza e atualidade. Levando-nos a responder ao amor de Cristo, amando-O e unindo-nos ao seu amor ao Pai, o culto do Coração de Jesus também nos leva a amar os irmãos, particularmente os pequenos e pobres, abrindo-nos à solidariedade fraterna.

Wednesday, June 13

Santo António


Nasceu em Lisboa (Portugal) no final do século XII em 1195. Foi recebido entre os Cónegos Regulares de S. Agostinho e depois da sua ordenação sacerdotal ingressou na Ordem dos Frades Menores com a intenção de se dedicar à propagação da fé entre os povos da África. Mas foi na França e na Itália que ele exerceu com grande fruto o ministério da pregação e converteu muitos hereges. Foi o primeiro professor de teologia na sua Ordem. Escreveu vários sermões, cheios de doutrina e de unção espiritual. Morreu em Pádua no ano 1231. No dia do Pentecostes de 1232, 1 ano depois da sua morte, foi canonizado por Gregório IX.

Biografia
Santo António tinha a força do sal, fruto da sua união com Deus, que lhe permitiu combater as heresias que se iam espalhando no seu tempo sobre a Eucaristia. Além disso, essa mesma força de Deus serviu-lhe para a realização de inúmeros milagres: é um poderoso intercessor nas necessidades.
Aquele que medita na lei do Altíssimo será cheio do espírito de inteligência. Santo António foi um insigne pregador do Evangelho, foi professor de Teologia e escreveu vários sermões cheios de doutrina e piedade.

Festa de Santo António


Segundo o Ben Sirá, o sábio adquire a sabedoria não apenas pelo estudo, pela tradição e pela experiência pessoal, mas sobretudo pelas súplicas e pela oração. Graças à sabedoria recebida de Deus, o sábio saberá conduzir-se rectamente e poderá aprofundar, na oração, os mistérios divinos. Ver-se-á capacitado para instruir os outros e a sua glória será a aliança do Senhor. Receberá o elogio dos seus contemporâneos e das gerações sucessivas: nunca esquecerão a sua inteligência e a fama transmitir-se-á de geração em geração.

A missão dos discípulos de Cristo é ser sal e luz. Os discípulos hão-de ser, no mundo, como o sal que dá sabor, que preserva da corrução. Se a Palavra de Deus perdeu a sua força no antigo Israel, tem de conservá-la no novo Israel, a Igreja.
A metáfora da luz também se refere à Palavra. Jesus, que é a luz, tem a Palavra. Os discípulos de Cristo são a luz do mundo; são a cidade edificada sobre o monte e têm a luz que é a Palavra de Deus.

Tuesday, June 12

Terça-feira da Semana X do Tempo Comum


O profeta Elias ensinou a viúva de Sarepta a viver de fé, de confiança em Deus: Elias ensina à viúva de Sarepta a fé na palavra de Deus, fé que ele confirma com a sua oração insistente: Deus faz voltar à vida o filho da viúva. É com esta fé em Cristo que nós podemos alcançar a verdade, que acreditamos que a força de Deus está em acção na história e que o sofrimento tem valor salvífico. o homem de Deus dá testemunho do poder e da bondade do Senhor.
O facto de ser uma estrangeira abre uma perspectiva universalista da salvação, que será completa no Novo Testamento. A viúva de Sarepta é tipo dos pagãos convidados para a mesa do Reino.

O sermão da montanha apresenta, em longa exposição, as grandes perspectivas do reino de Deus. Como se entrará nele e nele se viverá? Não só com a fé que se exprime em palavras, mas na que se vive na existência de cada dia: sendo sal, que dá gosto, que evita a corrupção, que conserva a frescura; sendo luz, que brilha, que ilumina, que é ponto de referência para guiar no caminho, que revela as boas obras, para que os outros, ao observá-las, dêem glória ao Pai do Céu. Quem vive a nova lei das Bem-aventuranças, proclamada por Jesus Cristo, o novo Moisés, torna-se sal e luz do mundo. Os dois provérbios parabólicos, do sal e da luz, definem a vida e missão dos discípulos, em contraste com a dos fariseus e pagãos: Vós sois o sal da terra … Vós sois a luz do mundo. O sal dá sabor aos alimentos, e ainda é usado para evitar a sua corrupção. O sal também era usado na confecção dos sacrifícios e, portanto, assumia um papel consacratório e, se perdesse a capacidade de salgar, era pisado pelos homens, num gesto dessacralizante. O sal, finalmente, também lembra a sabedoria: devemos condimentar com ele o nosso falar. Os discípulos são luz do mundo, tal como Cristo, que é a fonte da luz. Não se acende uma luz para a colocar debaixo do alqueire, caso contrário, apaga-se, como acontece quando se coloca o apagador sobre uma vela. Sal da terra… luz do mundo: a missão dos discípulos tem um horizonte cósmico, planetário.
A luz a que Jesus se refere é a luz da fé, que deve estar bem viva em cada um de nós, para podermos dar testemunho aos outros.

Monday, June 11

Biografia de São Barnabé



São Barnabé era natural da ilha de Chipre e foi um dos primeiros fiéis de Jerusalém. Pregou o Evangelho em Antioquia e acompanhou S. Paulo na sua primeira viagem apostólica. Interveio no Concílio de Jerusalém. Voltou à sua pátria, onde pregou o Evangelho; e aí morreu.
José, cognominado Barnabé, isto é, filho da consolação, é chamado apóstolo embora não tenha pertencido ao grupo dos Doze. Era membro da comunidade judaica de Chipre, em Jerusalém. Não conheceu pessoalmente Jesus, mas converteu-se logo nos primeiros anos do Cristianismo, e teve um papel importante na expansão da Igreja. Daí ser chamado apóstolo. Foi ele que apresentou Paulo à comunidade de Jerusalém, garantindo-lhe a sua recente conversão. Conduziu Paulo a Antioquia, apresentando-o também lá à comunidade dos fiéis. Acompanhou o Apóstolo na sua primeira viagem missionária, cerca do ano 60. Depois, separou-se de Paulo, regressando a Chipre onde terá sido martirizado no ano 60.

S. Barnabé pôs em prática o mandato do Senhor. Foi destacado para pregar o Evangelho em Antioquia e, mais tarde, para acompanhar S. Paulo na sua primeira viagem apostólica.
Além da pregação, o Senhor confia também aos Apóstolos o cuidado dos enfermos: A Igreja recebeu este encargo do Senhor. Ela crê na presença vivificante de Cristo, médico das almas e dos corpos, presença que age particularmente através dos sacramentos (CIC, 1509): Não deixemos de proclamar a Boa Nova e de cuidar dos nossos e dos outros doentes.

Memória Litúrgica de São Barnabé


O nosso texto mostra-nos o papel de Barnabé como elo de união entre a igreja mãe de Jerusalém e a comunidade de Antioquia. Assim, colaborou na evangelização e na edificação da Igreja.
A sua relação com Paulo também foi importante. Apresentou-o às comunidades de Jerusalém e de Antioquia garantindo a conversão à fé cristã daquele que todos conheciam e temiam como terrível perseguidor. Fê-lo seu companheiro de missão, apesar de Paulo acabar por ultrapassá-lo no intento de inculturar a fé. Ambos foram missionários empreendedores e geniais a quem devem as comunidades de todos os tempos.

Jesus percorre cidades e aldeias a anunciar o evangelho do Reino e a curar doentes, e verifica que as multidões andam desorientadas e abandonadas como ovelhas sem pastor. Então, chama Doze dos seus discípulos para estarem com Ele e partilharem a sua missão. Dá-lhes poder sobre os espíritos imundos e para curar os doentes. Segundo Mateus esta missão dirige-se exclusivamente às ovelhas perdidas da casa de Israel: como Jesus, também os seus apóstolos – por agora – devem concentrar os seus esforços num horizonte bem delimitado, enquanto esperam maiores aberturas, depois da Páscoa do Senhor. Os missionários devem proclamar o que Jesus disse e fez, e nada mais; devem exercer o seu ministério em absoluta gratuidade.

Sunday, June 10

Domingo X do Tempo Comum


Neste 10º Domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus leva-nos a meditar sobre a nossa resposta de vida ao projecto de Deus para nós, na liberdade de optar pelo bem e pelo mal.
O Evangelho centra o nosso olhar na pessoa de Jesus, que os seus conterrâneos, entre eles tantos familiares, não aceitaram como enviado de Deus e não perceberam, até se opuseram, à vontade de Deus revelada em Jesus. Na caminhada da fé, cada um é livre de optar: ou ficar pelos dispersos sentidos de vida, ou permanecer na única família de Jesus, de quem quiser fazer a vontade de Deus.
A segunda leitura realça que, para o cristão, viver só faz sentido na certeza da ressurreição, na caminhada de vida interior que se renova dia a dia em perspcetiva da etermidade.
Neste horizonte neo-testamentário, meditemos em particular a primeira leitura que nos mostra, recorrendo à história mítica de Adão e Eva, o que acontece quando rejeitamos as propostas de Deus e preferimos caminhos de egoísmo, de orgulho e de auto-suficiência… Viver à margem de Deus leva, inevitavelmente, a trilhar caminhos de sofrimento, de destruição, de infelicidade e de morte.

Friday, June 8

Oração de Sexta-feira da Semana IX do Tempo Comum

Senhor, abre o meu coração à tua Palavra, aumenta a minha fé, incendeia o meu amor. E, então, poderei dar-te graças, porque iluminas a minha vida, dás sentido àquilo que faço, me ensinas, me convences, me corriges e formas em mim o homem novo. Também Te dou graças porque a tua palavra me dá força e me sustenta nas provações. Nela, a verdade brilha como o sol. Mas também Te agradeço por aquelas vezes em que a tua palavra é obscura e misteriosa, dura e amarga, e me penetra como espada de dois gumes, pondo à luz os meus medos, as minhas feridas, os meus monstros, os meus demónios, provocando-me a buscar-te onde não queria que estivesses, onde não me leva o coração, muito para além dos meus gostos pessoais.
Dá-me, Senhor, a coragem de Paulo nas provações. Faz com que aprenda, como Timóteo, a permanecer firme na Palavra, e naquilo que a Igreja me ensina, para que a minha fé seja recebida da Escritura e provada na vida. Amen.

Sexta-feira da Semana IX do Tempo Comum


A vida cristã é constante atitude de fé, de coragem, de fidelidade. Paulo é exemplo de tudo isto; Timóteo, seu discípulo, aprendeu, desde criança, como o há-de vir a ser. A fé de Timóteo está autenticada pelas perseguições e sofrimentos que passou com Paulo: Tu seguiste de perto o meu ensinamento, o meu modo de vida e os meus planos, a minha fé e a minha paciência, o meu amor fraterno e a minha firmeza, as perseguições e sofrimentos que tive de suportar. Se Cristo sofreu, todo o discípulo há-de estar disposto a sofrer e deve permanecer firme no que aprendeu e lhe foi transmitido.
Paulo aponta duas dimensões vitais da fé: recebida das Escrituras e do testemunho de outros crentes, tais como os familiares. A fé recebida é submetida a um processo de aprendizagem que leva à convicção pessoal, à fé, que passa pela provação, tornando-se fé provada e vivida. A Escritura, inspirada por Deus, tem o importante papel de ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça o crente e o mestre da fé. A formação desde a infância, sobretudo no contacto com a Palavra de Deus, é a melhor escola para o futuro da vida cristã.

Agora é Jesus que interroga. Citando um versículo de um salmo de David, que se aplica ao Messias, a quem David trata por Senhor, Jesus apresenta a questão que finalmente define quem é o Messias: é filho ou senhor de David? Falando à maneira dos mestres da época, Jesus fez compreender aos seus ouvintes que Ele não é apenas filho de David, mas que lhe é superior. Ele é seu Senhor. Jesus rompe esquemas feitos e tidos por seguros, que parecem afastar o esforço por acreditar e incita-nos a reflectir e a deixar-nos descobrir pelo mistério da sua pessoa, a não presumirmos saber tudo sobre Ele. Há que reflectir sempre sobre a experiência de Deus que já fizemos.

Thursday, June 7

Solenidade do Corpo e Sangue de Jesus Cristo

Leituras e restante liturgia em: http://www.portal.ecclesia.pt/ecclesiaout/liturgia/liturgia_site/lit_dia/ano_b/ld_anob_ver.asp?cod_ano_b=40

Hoje a Santa Igreja celebra a Festa do Corpo de Deus, é uma espécie de prolongamento daquilo que nós celebramos na quinta-feira santa, ou seja, a instituição da Sagrada Escritura. É uma festa que já vem desde o séc. XIII para responder a algumas necessidades que a Igreja tinha: dar mais importância a este sacramento que Cristo nos deixou e que fez questão que nós fizéssemos memorial daquilo que Ele fez na noite da véspera da doação total da Sua vida. Hoje damos louvores e agradecemos ao Senhor por Ele estar connosco através deste grande sacramento que é fonte e centro da nossa vida cristã e é também um momento para reflectirmos acerca da importância e da nossa vivência cristã no que diz respeito a este sacramento.
A Comunidade cristã neste dia de festa proclama que a Eucaristia é tudo para ela, é a sua própria vida, a fonte do amor que vence a morte. Da comunhão com Cristo Eucaristia brota a caridade que transforma a nossa existência e ampara o caminho de todos nós rumo à pátria celeste.
Jesus fica connosco, através da Eucaristia, e nós aceitamos o convite e o desafio a estar com Ele! A sala do encontro é a Igreja Paroquial. A mesa do banquete é o altar da Eucaristia! Ser fiel à aliança de Jesus connosco, e à nossa aliança com Jesus, passa também por não faltar a este encontro. Que nós saibamos corresponder a este amor de Jesus, por nós, respondendo, como numa só voz: Faremos tudo o que o Senhor nos ordenou!

Wednesday, June 6

Quarta-feira da Semana IX do Tempo Comum


O destinatário imediato da carta de Paulo, Timóteo é como ele, discípulo e testemunha do Senhor Jesus, para revelar aos homens, sem medo nem vergonha, a salvação manifestada em Jesus. Depois de endereçar a carta ao seu discípulo predilecto, o Apóstolo exorta-o a lutar e a sofrer pelo Evangelho, que é promessa de vida em Cristo Jesus, que destruiu a morte e irradiou vida e imortalidade. Essa salvação é a vida eterna, a imortalidade gloriosa. Timóteo recebeu esta missão de Paulo pela imposição das mãos. Paulo é um homem escolhido por Deus para levar ao mundo este Evangelho da vida e incita Timóteo a testemunhar Jesus Cristo aos outros irmãos: Recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso.

Os saduceus, frios e calculistas, querem desfazer-se de Jesus, que consideram um homem perigoso, mas não perdem a calma. Limitam-se a procurar meter Jesus a ridículo diante do povo, levando até ao absurdo as suas ideias sobre a ressurreição. Jesus aproveita para apresentar o sentido da vida para além da morte e mostra-lhes que eles são mestres, mas ignorantes. Lêem as Escrituras, mas não lhes entendem o espírito; são materialistas. E Jesus mostra como Deus, que já em Moisés Se revelara aos seus antepassados como Deus vivo, Ele, que é fiel, assim continua a ser, vivo e fonte de vida.
Para Jesus, a vida além-túmulo será uma vida que escapa aos esquemas do mundo presente: será divina, eterna, de tal modo que muita coisa importante deste mundo não terá qualquer importância, é uma existência nova, resultante de uma misteriosa transformação, fruto da fidelidade do Eterno, que envolverá o homem todo. Jesus fala claramente da sua ressurreição e da nossa. O Evangelho é um dos meios de que Jesus se serve para fazer brilhar a imortalidade. Ele destruiu a morte, e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho. A palavra de Deus é alimento para a vida eterna.

Tuesday, June 5

Terça-feira da Semana IX do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos


A história do homem sobre a terra, vista à luz da síntese que a palavra de Deus dela nos faz, é como uma grande vigília a caminho do grande Dia, o Dia do Senhor, na glória de Deus. Serão então os novos céus e a nova terra, onde já entrámos pela fé e pela esperança e pelos sacramentos da fé, e onde já vivemos pela caridade. Enquanto não chega o Dia, é esta vida tempo de vigilância, porque estamos em vigília, mas que há-de ser vivida na paz. Mas, a manifestação do Senhor não se deve aguardar passivamente. Uma vida na piedade e na santidade pode apressar o dia do Senhor, pois torna já presente na história a justiça do esperado dia do Senhor. Há que viver imaculados e irrepreensíveis e em paz. Mais importante do que procurar saber quando será o dia do Senhor, é viver na justiça e na santidade, a magnanimidade do Senhor, que organiza os tempos e a história na amorosa perspectiva da salvação.


A ocupação romana obrigava os judeus a pagar um tributo a César. Os saduceus e herodianos eram partidários do imposto; os fariseus consideravam-no ilícito; os zelotes opunham-se, mesmo pelas armas. Alguns fariseus e partidários de Herodes, que se consideravam nacionalistas, mas colaboravam com os romanos, fingindo sinceridade, fazem a Jesus uma pergunta armadilhada. Queriam embaraçá-lo, tornando-O malvisto pelas autoridades romanas ou pela multidão. Jesus evita a armadilha, e aproveita a ocasião para oferecer um importante critério para a vida cristã: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Deus e César não se opõem, nem se colocam ao mesmo nível. O primado de Deus não retira ao Estado os seus direitos. O cristão deve obedecer a Deus, mas também aos homens. Em qualquer caso, obedece por causa de Deus e não por causa dos homens, porque toda a autoridade humana tem as suas raízes no Eterno. Este princípio está na origem da liberdade de consciência, afasta da idolatria do poder, leva a acolher a soberania da Igreja, mas também a do Estado.


Monday, June 4

Oração de Segunda-feira da Semana IX do Tempo Comum

Senhor Jesus, concede-nos, a mim, aos meus irmãos, ao mundo inteiro, a graça de vencermos os movimentos da concupiscência, do amor possessivo e da inveja, bem como o dom de nos deixarmos iluminar pela luz que sempre nos ofereces. Que toda a humanidade Te conheça, Te ame e possa tomar parte na herança que nos conquistaste ao derramar o teu precioso sangue na cruz.
Abre os nossos olhos, Senhor. Abre a nossa mente. Tu, que és manso e humilde de coração, abate a nossa presunção e força-nos a não nos «retirarmos», como fizeram os teus adversários, quando perceberam que falavas para eles. Decidiram matar-te, mas temeram a multidão. Que jamais Te deixemos passar em vão pela nossa vida, mas saibamos reconhecer-Te como o «Deus connosco», como a Videira fecunda que o Pai plantou na nossa vinha. Amen.

Segunda-feira da Semana IX do Tempo Comum


Deus chamou-nos em Jesus Cristo e, por Ele, concede-nos todos os dons necessários para entrarmos em comunhão consigo, com a própria natureza divina, comunhão, que neste mundo se vive na fé, na esperança e na caridade, e que só a visão de Deus na glória celeste tornará perfeita. Esta comunhão com a vida de Deus é o fruto da participação que o Filho de Deus tem com a natureza humana, pelo mistério da Encarnação, como o diz uma oração da Missa: Sejamos participantes da divindade de Cristo, que Se dignou assumir a nossa humanidade.

Por meio de uma parábola, Jesus denuncia aos chefes judaicos as maquinações com que eles procuravam dar-Lhe a morte. E mostra-lhes que assim eles estavam a realizar, por suas próprias mãos, a rejeição d’Aquele que lhes era enviado como seu Salvador, como já o salmo o anunciava, salmo que eles tantas vezes cantavam, mas sem lhe apanhar o sentido profundo. O salmo anunciava a sua ressurreição e o aparecimento de novo edifício espiritual, a sua Igreja, de que Ele, pedra por eles rejeitada, será finalmente a pedra angular.

Friday, June 1

São Justino


Justino, filósofo e mártir, nasceu no princípio do século II, em Flavia Neapoli (Nablus), na Samaria, de família pagã. Tendo-se convertido à fé, escreveu diversas obras em defesa da religião; mas apenas se conservam as duas Apologias e o Diálogo com Trifão. Abriu uma escola em Roma, onde tinha públicas disputas. Sofreu o martírio, juntamente com seus companheiros, no tempo de Marco Aurélio, cerca do ano 163.

Sexta-feira da Semana VIII do Tempo Comum


Os cristãos, peregrinos neste mundo, hão-de ter sempre diante dos olhos a vinda última do Senhor, não como dia de angústia, mas como Dia de libertação, plena e total. E essa atitude de feliz expectativa inspirará a caridade fraterna, que se manifestará, de modo particular, ao pôr ao serviço dos outros os dons que o Senhor deu a cada um. E não hão-de perturbar-se, se virem começar a arder em volta de si o fogo da perseguição.
A ressurreição de Jesus exige de nós uma nova forma de viver: amor, hospitalidade, serviço e devem ser alimentados pela oração. Quanto ao serviço, Pedro menciona a transmissão da Palavra de Deus e a defesa do Evangelho, e as diversas formas de participação nas responsabilidades comunitárias, o serviço litúrgico e a ajuda aos pobres. A multiforme graça de Deus, o dom peculiar de cada um, não deve redundar em glória própria, mas na glória de Deus que, por Cristo, enriqueceu extraordinariamente a comunidade de Cristo: A Ele a glória e o poder por todos os séculos dos séculos. Ámen.

A figueira estéril é uma parábola em acto, que põe em realce a falta de fé com que Jesus é acolhido pela nação judaica e a eficácia da oração feita com fé, como o próprio Senhor a seguir explicou. Jesus tem fome, procura figos na figueira e não os encontra. Jesus revela que o Pai tem fome e tem sede de amor, de justiça, de rectidão; tem fome e sede de respeito pela sua morada. Para saciar esta fome e esta sede, todo o tempo e todo o lugar são bons.

O Senhor indica-nos também como há-de ser o nosso comportamento e o respeito a ter em conta nas igrejas, dado o seu carácter sagrado.
S Pedro dá-nos dois conselhos para este efeito: Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar significa ter o máximo recolhimento possível. Se alguém quiser falar, que o faça como é próprio das palavras de Deus, significa evitar as conversas desnecessárias.