Tuesday, January 25

Adivinha 20

Quem é que sempre precisa de uma mãozinha para trabalhar?

Pensamento do dia: 25-01-2011

A consciência de si é necessariamente a consciência dos outros; na sua natureza metafísica, é social.
Berdiaeff

Reflectindo: Conversão de São Paulo

Aguerrido perseguidor dos discípulos de Jesus, Paulo dirigia-se para Damasco, quando, inesperadamente, o Senhor Ressuscitado lhe aparece e Se lhe revela. Vencido pela graça, entrega-se, incondicionalmente a Cristo, que o escolhe para Seu apóstolo e o encarrega de anunciar o Evangelho, em pé de igualdade com os Doze.
Este encontro marcou profundamente a vida, o pensamento e a acção deste Apóstolo. Paulo descobriu, nesse momento, o poder extraordinário da graça, poder capaz de transformar um perseguidor em Apóstolo. Descobriu, igualmente, que Jesus Ressuscitado Se identifica com os cristãos (Porque Me persegues?).
Mas este acontecimento foi também de importância decisiva para o desenvolvimento da Igreja. O convertido de Damasco, na verdade, será o Apóstolo que mais virá a contribuir para a expansão missionária da Igreja entre os povos pagãos.
Eu sou Jesus, a quem persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e ser-te-á dito o que deves fazer. (ACt 9,5-6)
Ele próprio confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras comunidades cristãs. Por causa disso atribuiu a si mesmo o título de "o menor entre os Apóstolos" e, ainda, de "indigno de ser chamado Apóstolo". Mas Deus, que conhecia a sua rectidão, tornou-o testemunha da morte de Santo Estevão, cena entre todas comovente, descrita nos Actos dos Apóstolos. A visão de Estevão apontando para os céus abertos e Filho do Homem, o Cristo, aí reinando, domina a vida toda do Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso.
Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e sofrimentos por que passou, devemos a este Santo, que se auto denomina "servo de Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 14 Epístolas ou Cartas. Elas formam como que a Teologia do Novo Testamento, exposta por um Apóstolo.
Jamais apareceu outro homem sobre a terra que fundamentasse tão bem a nossa fé em Cristo, presente na História, como também, presente em nossa própria existência. Foi São Paulo quem o fez de maneira insuperável.

Leituras da Festa da Conversão de São Paulo

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Act 22, 3-16)
Naqueles dias, Paulo disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no serviço de Deus, como vós todos sois hoje. Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão homens e mulheres, como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi, com a missão de trazer algemados os que lá estivessem, a fim de serem castigados em Jerusalém. Sucedeu, porém, que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’. Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues’. Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me: ‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’. Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros. Entretanto, veio procurar-me certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam. Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’. E, no mesmo instante, pude vê-lo. Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca. Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste. Agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».

Salmo 116 (117)
Refrão: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho.

Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 16, 15-18)
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».

Monday, January 24

Alphaville - Big in Japan


Alphaville é um grupo tecno/pop/rock Alemão que nasceu nos anos 80, mais precisamente em 1981. Marian Gold (vocalista) e Bernhard Lloyd (teclado) juntaram-se para compor músicas. Mais tarde, em meados de 1982 e 1983, Frank Mertens (teclado) entrou no grupo. Os três começam a preparação de um disco e lançam "Forever Young" em 1984. O single Big in Japan vendeu 2 milhões de exemplares. Os Guano Apes regravaram Big in Japan em 1999.

Provérbio 27

Em Janeiro, cada Ovelha com seu Cordeiro.

Pensamento do dia: 24-01-2011

A confiança nasce do conhecimento.

Segunda-feira da Semana III do Tempo Comum

Leituras e Reflexão (Portal dos Dehonianos)

Cristo é mediador de uma nova aliança

Sunday, January 23

Reflectindo: Domingo III do Tempo Comum

A vocação, o chamamento dos discípulos não é algo que eles escolhem ou que pedem. Não são eles que tomam a iniciativa de ir atrás de Jesus, como Mestre muito importante e célebre daquela altura. A iniciativa é de Jesus, que chama os discípulos que Ele próprio escolheu, com as suas qualidades mas também com os seus defeitos, com o seu entusiasmo mas também com a sua falta de vontade; é Ele quem os convida a estar com Ele e a segui-l’O e lhes dá uma missão, um serviço, um ensino do Evangelho que é a Sua própria vida e pessoa.
Eles, sem dizerem nada, respondem ao Senhor e renunciam à família, ao seu trabalho, à sua vida já destinada e seguem Jesus sem condições e sem reservas. Eles tomam uma opção radical por Cristo, pelo Seu Reino e pelo Seu anúncio.
Os discípulos agora já não serão pescadores de peixes mas serão os pescadores de homens. O mar, para os judeus, era o lugar dos demónios, da morte, era um lugar muito assustador e simbolizava tudo o que era contra a felicidade e o bem. Os discípulos de Jesus terão então a missão de libertar os homens desse ambiente, libertar o homem da morte, do mal e do pecado e conduzi-los ao mais importante e essencial da nossa vida: Jesus Cristo.
Tal como os discípulos, nós somos chamados a responder afirmativamente à vocação e à missão que Deus nos deu e convidados a sermos testemunhas da vida e da salvação de Deus a toda a humanidade. Todos somos chamados por Jesus a ser pescadores de homens, a ajudar os outros a conhecer e a amar Deus e a subir para a barca de Jesus. Ao sermos pescadores de homens, deveremos levar connosco um grande entusiasmo evangelizador e missionário que pode passar também pela promoção da unidade entre todos os cristãos e principalmente entre aqueles que fazem parte da nossa família e da nossa comunidade cristã.

Domingo III do Tempo Comum

Leituras e Reflexão

Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo.

Friday, January 21

Paisagem verde 04


Pensamento do dia: 21-01-2011

A confiança não se impõe, ganha-se.

Sexta-feira da Semana II do Tempo Comum

Leituras e Reflexão (Portal dos Dehonianos)

Celebramos Santa Inês

Celebramos uma virgem: imitemos a sua integridade. Celebramos a mártir: ofereçamos sacrifícios.
Celebramos Santa Inês. Conta-se que teria sofrido o martírio com doze anos. Quanto mais detestável se mostra a crueldade que nem a infantil idade poupou, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.
Em corpo tão pequeno haveria sequer espaço para os sofrimentos? Mas aquela que quase não tinha tamanho para ser ferida pela espada, teve forças para vencer a espada. E contudo, as meninas desta idade não suportam sequer o rosto zangado dos pais e choram como se de feridas se tratasse por causa da picada de um alfinete.
Mas Inês permanece impávida entre as mãos dos cruéis algozes, imóvel perante o pesado e estridente arrastar das cadeias. Oferece o corpo à espada do soldado furibundo, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela; levada à força até ao altar dos ídolos, estende as mãos para Cristo entre as chamas de fogo, e no próprio lume do sacrilégio assinala o troféu do Senhor vitorioso; por fim introduz o pescoço e as mãos nos aros de ferro, mas nenhum elo é suficientemente apertado para reter membros tão pequenos.
Novo género de martírio! Ainda não apta para o sofrimento e já madura para a vitória; mal pode combater e facilmente triunfa; dá uma lição de fortaleza, apesar da sua tão tenra idade. Nenhuma noiva se adiantaria para o leito nupcial com aquela alegria com que a virgem avançou para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.
Todos choram, só ela não tem lágrimas. Todos se admiram de que tão generosamente entregue a sua vida quem ainda não a começara a gozar, como se já a tivesse vivido plenamente. A todos espanta que se levante já como testemunha de Deus uma criança, que, pela idade, não podia ainda dar testemunho de si mesma. E afinal foi fidedigno o testemunho que deu acerca de Deus esta criança que ainda não podia testemunhar a respeito de um homem; porque o que ultrapassa a natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.
Quantas ameaças do algoz para que ela se atemorizasse, quantas seduções para que se convencesse, quantas promessas para que o desposasse! Mas a sua resposta foi esta: «É uma ofensa ao Esposo fazer-se esperar; aquele que primeiro me escolheu para Si, esse é que me receberá. Porque demoras, verdugo? Pereça este corpo, que pode ser amado por quem eu não quero». Levantou-se, rezou, inclinou a cabeça.
Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado; tremer a mão direita do verdugo; empalidecerem-se os rostos, temerosos do perigo alheio, enquanto a jovem não temia o próprio.
Tendes numa única vítima dois martírios, o da pureza e o da fé. Permaneceu virgem e foi mártir.


Fonte: Liturgia das Horas

Santa Inês

A Igreja venera hoje uma santa muito conhecida e amada: Santa Inês.
Ela é, sem dúvida, a mais famosa de todas as virgens e mártires dos primeiros tempos do cristianismo. Viveu por volta de 304-306. Sua lembrança e seu culto nunca foram interrompidos.
Na idade de treze anos, recebeu uma proposta de casamento por parte do filho do prefeito de Roma, apaixonado pela sua beleza. Inês pertencia à nobreza romana. Mas era, acima de tudo, cristã. E queria dar a Cristo todos os seus dons, juntamente com a vida.
Conta a história que, por vingança, ela foi condenada à fogueira. E o povo acrescenta que o fogo não tocou nem mesmo os seus longos e belos cabelos. Decidiram então os algozes decepar-lhe a cabeça. Só então ela morreu. Ou melhor, não morreu, mas passou definitivamente para a verdadeira Vida, com Cristo, no Reino do Pai.
O Papa São Dâmaso escreveu sobre Santa Inês, exaltando-lhe as virtudes e propondo-a como modelo para as jovens cristãs de todos tempos.
O Evangelho, bem o sabemos, leva os jovens a fazerem a sua grande opção. Tudo receberam de Deus! Tudo a Deus podem dar!

Thursday, January 20

Atremar

Ver, compreender

Pensamento do dia: 20-01-2011

A ciência é a potência do homem, e o amor, a sua força; o homem só se torna homem pela inteligência, mas só é homem pelo coração.
Amiel

Quinta-feira da Semana II do Tempo Comum

Leituras e Reflexão deste dia (Portal dos Dehonianos)

Wednesday, January 19

Ribeira do Natal

A origem do nome Ribeira do Natal (ou como aparece nalguns escritos Ribeira de Natal) não se apresenta consensual, retirando que o Natal junto à Ribeira tem a ver, de facto, com esta altura do ano...
Mesmo assim, existem pelo menos duas versões que sustentam o nome: uma refere que como foi a primeira ribeira encontrada pelos descobridores da Madeira lhe chamaram Natal; outra aponta para a coincidência de nesse local as pessoas do Caniçal se reunirem por alturas do Natal a fim de comemorarem a quadra festiva. Daí a 'ponte do Natal' - que é bem antiga -, praia do Natal e a Ribeira do Natal.


Fonte: DN Madeira

Pensamento do dia: 19-01-2011

A chama e o fumo simbolizam a Deus; a chama, por ser brilhante e quase imaterial e o fumo por ser impenetrável à vista, representavam a invisibilidade de Deus.
E. F. Sutcliffe

Quarta-feira da Semana II do tempo Comum

Leitura e Reflexão do dia

Monday, January 17

Memória de Santo Antão, Abade

Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me.
Este insigne pai do monaquismo nasceu no Egipto cerca do ano 250. Depois da morte de seus pais, distribuiu os seus haveres pelos pobres e retirou-se para o deserto, onde começou a sua vida de penitente. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, animando os confessores na perseguição de Diocleciano e apoiando S. Atanásio na luta contra os arianos. Morreu no ano 356.

Domingo II do Tempo Comum

João Baptista conta-nos a experiência que o levou a reconhecer Jesus: É d’Ele que eu dizia: Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim. Eu não O conhecia, mas para Ele Se manifestar a Israel é que eu vim baptizar em água). Tudo o que aconteceu no Baptismo de Jesus (a abertura dos céus, o dom do Espírito Santo na figura duma pomba e a voz de Deus) confirmou a identidade e a missão d’Aquele que é o Filho de Deus.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Ele é o Servo sofredor, o Cordeiro que é levado para o matadouro, que assume os pecados da humanidade e realiza a Sua expiação. Ele é o Cordeiro Pascal, é o símbolo da acção libertadora de Deus em favor de Israel, Ele é imolado para tirar o pecado do mundo, Ele liberta os homens dos seus pecados e de tudo aquilo que não os deixa ser livres.
A Sua missão é eliminar o pecado do mundo. Os homens estavam sobrecarregados com os seus pecados, com a recusa da proposta de vida que Deus quis oferecer a todos, queriam resistir à salvação recusando a luz de Jesus Cristo. Ao ver este clima de mal e de desvio do essencial da vida humana, Deus enviou ao mundo o Seu Filho com a missão de levar os homens à verdadeira liberdade que só Deus pode dar.
Jesus é o Filho de Deus que possui a plenitude do Espírito Santo e que baptiza no Espírito (João deu mais este testemunho: Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e repousar sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou a baptizar em água é que me disse: Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e repousar é que baptiza no Espírito Santo. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus).
Jesus é o Filho de Deus, é o Deus que se faz pessoa, que vem ao encontro dos homens, que vem montar a sua tenda no meio dos homens para lhes oferecer a verdadeira vida divina. A sua missão é eliminar todo o pecado que nos escraviza e que nos impede de abrir o nosso coração a Deus.

Tuesday, January 11

Vieste para nos arruinar?

«Mas livrai-nos do mal». Nesta petição, o Mal não é uma abstracção, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O «Diabo» («dia-bolos») é aquele que «se atravessa» no desígnio de Deus e na sua «obra de salvação» realizada em Cristo. «Assassino desde o princípio, [...] mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), «Satanás, que seduz o universo inteiro» (Ap 12, 9), foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo, e é pela sua derrota definitiva que toda a criação será «liberta do pecado e da morte» (Missal Romano). «Sabemos que ninguém que nasceu de Deus peca, porque o preserva Aquele que foi gerado por Deus, e o Maligno, assim, não o atinge. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sujeito ao Maligno» (1 Jo 5, 18-19). [...]
A vitória sobre o «príncipe deste mundo» (Jo 14, 30) foi alcançada, duma vez para sempre, na «Hora» em que Jesus livremente Se entregou à morte para nos dar a sua vida. Foi o julgamento deste mundo, e o príncipe deste mundo foi «lançado fora» (Jo 12, 31). «Pôs-se a perseguir a Mulher» (Ap 12, 13-16), mas não logrou alcançá-la: a nova Eva, «cheia da graça» do Espírito Santo, foi preservada do pecado e da corrupção da morte [...]. Então, «furioso contra a Mulher, foi fazer guerra contra o resto da sua descendência» (Ap 12, 17). Eis porque o Espírito e a Igreja rogam: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20), já que a Sua vinda nos libertará do Maligno.
Ao pedirmos para sermos libertados do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador. Nesta última petição, a Igreja leva à presença do Pai toda a desolação do mundo. Com a libertação dos males que pesam sobre a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz e a graça da espera perseverante do regresso de Cristo. Orando assim, antecipa na humildade da fé a recapitulação de todos e de tudo n'Aquele que «tem as chaves da morte e da morada dos mortos» (Ap 1, 18), «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Todo-Poderoso» (Ap 1, 8)
.

Catecismo da Igreja Católica, §§ 2851-2854

Terça-feira da Semana I do Tempo Comum

Leituras e Reflexão do dia

Sunday, January 9

Festa do Baptismo do Senhor

O Evangelho deste domingo apresenta o encontro entre Jesus e João Baptista, nas margens do rio Jordão e aí Jesus foi baptizado por João. João foi o guia carismático de um movimento popular, que anunciava a proximidade do juízo de Deus. A sua mensagem estava centrada na urgência da conversão e incluía um rito de purificação pela água: quem o aceitava renunciava ao pecado, convertia-se a uma vida nova e passava a integrar a comunidade de Jesus. Baptismo, significa imersão, é ingressar numa nova vida, deixar que a água inunde completamente como a graça de Deus e transforme a vida.
Que sentido faz Jesus apresentar-se a João para receber este baptismo de purificação, de arrependimento e de perdão dos pecados? O diálogo entre João e Jesus explica a razão da vinda de Jesus ao encontro de João Baptista para ser baptizado… Jesus diz-lhe que era necessário que se cumprisse a vontade de Deus e apresenta-se assim como um Filho, que cumpre a vontade do Seu Pai. Ao receber o baptismo de penitência e de perdão dos pecados, Ele está em solidariedade com o homem limitado e pecador, assumiu a sua condição, colocou-Se ao lado dos homens para os ajudar a sair dessa situação e para caminhar com eles rumo à liberdade e à vida plena.
O baptismo é um momento privilegiado da manifestação de Jesus aos homens: antes de começar a sua actividade, Jesus diz quem é e apresenta-se a todos os homens: Ele manifesta-se como Filho de Deus. Para isso, recorre a três elementos simbólicos que devem ser entendidos em referência a factos e a símbolos já presentes no Antigo Testamento: os céus abertos, o Espírito que desce em forma de pomba e a voz do céu. A abertura do céu significa a união da terra e do céu. Já Isaías noutra passagem pede a Deus que abra os céus e desça ao encontro do seu Povo, para refazer a aliança que o pecado do Povo tinha interrompido. A actividade de Jesus vai reconciliar o céu e a terra, vai refazer a comunhão entre Deus e os homens. O símbolo da pomba faz uma alusão ao Espírito de Deus que na criação pairava sobre as águas que iria inaugurar os novos tempos. A missão de Jesus é fazer aparecer um Homem Novo, animado pelo Espírito de Deus, nova criação. A voz do céu era uma forma muito usada pelos mestres judeus para expressar a opinião de Deus acerca de uma pessoa ou de um acontecimento. A voz de Deus diz: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência, afirma que Jesus é o Filho de Deus, acompanhada pela presença do Espírito sob a forma de pomba. Desta maneira, o baptismo de Jesus não é só a confirmação da divindade de Jesus, mas é um testemunho solene da Trindade. A Sua missão é o cumprimento da vontade de Deus.

Friday, January 7

Sexta-feira depois da Epifania:

Senhor, se quiseres, podes curar-me

Leituras e reflexão

Wednesday, January 5

Lapinha e presépios na Madeira

Os termos lapinha e presépio são dois termos distintos mas representam o mesmo: o Nascimento do Menino Jesus. A lapinha, onde o Menino Jesus é colocado de pé, reforça a divindade, a adoração ao Menino, é uma manjedoura. O presépio tem mais a ver com a representação evangélica.
O presépio clássico é a recriação do Nascimento do Menino Jesus. O Menino está deitado na manjedoura, na companhia de Maria, José e os Anjos. A estes elementos, a fé e a devoção dos crentes juntaram-lhes as figuras da vaquinha, do burrinho e dos Reis Magos com oferendas a Jesus. Os presépios diferem de povo para povo, de cultura para cultura, mas a representação é a mesma.
Na Madeira, a lapinha, na sua génese, está relacionada com o ambiente rural, em que se reuniam todos os elementos da Natureza, reflexo dos usos e costumes como o trabalho no campo, os produtos da terra, etc. A mentalidade de outrora e conforme tradição que permanece até hoje, representava o Nascimento do Deus Menino com uma rochinha”ornamentada com diversos elementos naturais, com um arco de ramos de alegra-campo, flores e cadeias de papel de cor. Além disso, destacava-se uma escadinha no cimo da qual se colocava a imagem do Menino, de pé. Sobre a escadinha e a mesa eram colocados os pastores, as cabrinhas, o ensaião, as searinhas, os brindeiros (pães para as crianças), e fruta (laranjas, maçãs, anonas, etc).
Seja através da Lapinha ou do Presépio, o Nascimento do Menino Jesus é celebrado tanto no meio rural como no urbano.

Adaptação livre de um artigo do Jornal da Madeira

Pensamento do dia: 05-01-2010

A certeza moral é uma certeza em devir, certeza móvel; é essencialmente dinâmica.
F. Rauh

Ele veio até eles caminhando sobre o mar

Guia, terna Luz, no meio destas trevas,
guia-me mais longe.
A noite é sombria, e eu estou longe da minha casa,
guia-me mais longe.
Guarda os meus passos: que me importa ver
o horizonte distante? Um único passo me basta.

Nem sempre Te pedi como hoje
para seres assim Tu o meu Guia.
Gostava então de escolher e conhecer o meu caminho;
doravante sê o meu Guia.
Eu amava o brilho do dia; apesar dos meus medos
o orgulho dominava a minha vida: esquece todo esse passado.

Muitas vezes, estou certo, o Teu poder me abençoou,
apenas para ser meu Guia
por entre pântanos e marés, e rochas e torrentes,
enquanto dura a noite.
E com a manhã sorrir-me-ão aqueles rostos
que sempre amei e que um dia perdi.


Texto do Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo, Lead, kindly Light, Verses on Various Occasions

Quarta-feira depois da Epifania

Portal dos Dehonianos

Tuesday, January 4

Reflectindo: Terça-feira depois da Epifania

Deus é a fonte do amor. Deus ama os homens, ama o seu povo, manifestou este amor desde sempre, mas foi sobretudo ao enviar ao mundo o seu Filho que Ele manifestou este amor. A grande Manifestação que a Epifania celebra é em última análise a do amor de Deus, amor que se revela tanto maior quanto é verdade que o Filho de Deus veio para os homens quando eles ainda eram pecadores, não purificados pelo Sangue do Salvador.
Estamos no tempo da Epifania, da Manifestação do Senhor, isto é, das manifestações de Jesus que O revelam como Filho de Deus e Deus Ele mesmo. Hoje Jesus manifesta-Se Senhor da própria natureza, cujas leis estão nas suas mãos; manifesta-Se como o novo Moisés, ao alimentar o povo no deserto, ao ter compaixão das multidões, guiando-as como Pastor e instruindo-as como Mestre.


Leituras de Terça-feira depois da Epifania

Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 4, 7-10)
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o seu amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e nos enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.

Salmo 71 (72)
Refrão:
Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra.

Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça.
Ele fará justiça aos humildes
e salvará os indigentes.

Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 6, 34-44)
Naquele tempo, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensiná-los demoradamente. Como a hora ia já muito adiantada, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «O local é deserto e a hora já vai adiantada. Manda-os embora, para irem aos casais e aldeias mais próximas comprar de comer». Jesus respondeu-lhes: «Dai-lhes vós mesmos de comer». Disseram-Lhe eles: «Havemos de ir comprar duzentos denários de pão, para lhes darmos de comer?» Jesus perguntou-lhes: «Quantos pães tendes? Ide ver». Eles foram verificar e responderam: «Temos cinco pães e dois peixes». Ordenou-lhes então que os fizessem sentar a todos, por grupos, sobre a verde relva. Eles sentaram-se, repartindo-se em grupos de cem e de cinquenta. Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e pronunciou a bênção. Depois partiu os pães e foi-os dando aos discípulos, para que eles os distribuíssem. Repartiu por todos também os peixes. Todos comeram até ficarem saciados; e encheram ainda doze cestos com os pedaços de pão e de peixe. Os que comeram dos pães eram cinco mil homens.

Monday, January 3

Aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz

Sobre Adão, cego no Éden, ergue-se um sol, que surgiu em Belém e que lhe abriu os olhos, lavando-os nas águas do Jordão. Sobre aquele que jazia na sombra e nas trevas elevou-se a luz que nunca mais se extinguirá. Acabou para ele a noite, para ele tudo é dia; chegou para ele o momento da aurora, porque foi no crepúsculo que ele se escondeu, como diz a Escritura (Gn 3, 8). Aquele que caíra ao entardecer encontrou a aurora que o ilumina, escapou à escuridão, avança em direcção à manhã que se manifestou e que tudo ilumina. [...]
Canta, Adão, canta e adora Aquele que vem a ti; quando tu te afastavas, Ele manifestou-Se a ti para que pudesses vê-Lo, tocar-Lhe, acolhê-Lo. Aquele que temias quando foste enganado fez-Se por ti semelhante a ti. Desceu à terra para te levar para o céu, tornou-Se mortal para que tu te tornasses Deus e te revestisses da tua beleza inicial. Desejando abrir-te de novo as portas do Éden, habitou em Nazaré. Por tudo isso, canta-Lhe, ó homem, glorifica com salmos Aquele que Se manifestou e que tudo iluminou. [...]
Os olhos dos filhos da terra receberam a força de contemplar o rosto celeste; os olhos dos seres de barro (Gn 2, 7) viram o brilho sem sombras da luz imaterial, que os profetas e os reis não viram, mas desejaram ver (Mt 13, 17). O grande Daniel foi chamado homem de desejos porque desejou contemplar Aquele que nós contemplamos. Também David esperou este decreto. Aquilo que estava oculto pode agora ser compreendido: é que Ele manifestou-Se e tudo iluminou.


São Romano, o Melodista (? – c. 560), compositor de hinos, 2º hino para a Epifania, 1, 3, 8 (a partir da trad. SC 110, pp. 271ss. rev.)

Leituras da Segunda-feira depois da Epifania

1ª Carta de S. João (3,22-24.4,1-6)
E recebemos dele tudo o que pedirmos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável. E este é o seu mandamento: que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, conforme o mandamento que Ele nos deu. Aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e é por isto que reconhecemos que Ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu. Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas apareceram no mundo. Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus; e todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus não é de Deus. Esse é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que tem de vir; pois bem, ele já está no mundo. Meus filhinhos, vós sois de Deus e venceste-los, porque é mais poderoso o espírito que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo, e o mundo ouve-os. Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus ouve-nos; quem não é de Deus não nos ouve. É por isto que nós reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.

Salmo 2 (7-8.10-11)
Vou anunciar o decreto do SENHOR. Ele disse me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei. Pede me e Eu te darei povos como herança e os confins da terra por domínio. E agora, prestai atenção, ó reis! Deixai vos instruir, juízes da terra! Servi o SENHOR com temor, prestai lhe homenagem com tremor.

Evangelho segundo S. Mateus (4,12-17.23-25)
Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz. A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.» Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele curou-os. E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.

Sunday, January 2

Pensamento do dia: 02-01-2011

A chama e o fumo simbolizam a Deus; a chama, por ser brilhante e quase imaterial e o fumo por ser impenetrável à vista, representavam a invisibilidade de Deus.
E. F. Sutcliffe

Qual a diferença entre a festa de Natal e a Festa da Epifania?

A diferença é que a festa do Natal surge no Ocidente (séc. IV) e a festa da Epifania surge no Oriente, em Alexandria (séc. III ou IV). Também esta é cristianização de uma festa pagã, que celebrava o nascimento do deus Aion (divindade solar), filho da virgem Kore. Contudo, a Epifania é sinónimo de manifestação ou revelação (tal como o Natal) do Senhor. Hoje celebra-se ligando-a à manifestação do Menino aos Reis Magos.
Ao redor da solenidade da Epifania - de origem antiquíssima e conteúdo riquíssimo -, foram surgindo e desenvolvendo-se muitas tradições e genuínas expressões de piedade popular. Entre elas podem recordar-se:
- o anúncio solene da Páscoa e das principais festas do ano;
- a troca dos «presentes da Epifania»; esse costume mergulha as suas raízes no episódio evangélico dos dons oferecidos pelos Magos ao menino Jesus (Cf. Mt 2, 11) e, mais radicalmente, no dom feito por Deus Pai à humanidade com o nascimento entre nós do Emanuel (Cf. Is 7, 14; 9, 6; Mt 1, 23).
- a bênção das casas, sobre cujas portas se marca a cruz do Senhor, o número do ano que começa, as letras iniciais dos nomes tradicionais dos Magos (C+M+B), também explicadas como abreviaturas de «Christus mansionem benedicat».
- as iniciativas de solidariedade a favor de homens e mulheres que, como os Magos, são provenientes de regiões longínquas;
- a ajuda à evangelização dos povos;
- a designação dos Santos Padroeiros ou Patronos; em várias comunidades religiosas e confrarias vigora o costume de atribuir a cada um dos membros um Santo, sob cuja protecção se põe o ano há pouco iniciado.


Directório sobre a piedade popular e a Liturgia. Princípios e orientações, 118

Os Magos do Oriente

Enquanto no Oriente a Epifania é a festa da Encarnação, no Ocidente se celebra com esta festa a revelação de Jesus ao mundo pagão, a verdadeira Epifania. A celebração gira em torno à adoração à qual foi sujeito o Menino Jesus por parte dos três Reis Magos (Mt 2 1-12) como símbolo do reconhecimento do mundo pagão de que Cristo é o salvador de toda a humanidade.
De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos são como homens poderosos e sábios, possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, homens que por sua cultura e espiritualidade cultivavam o seu conhecimento do homem e da natureza esforçando-se especialmente para manter um contacto com Deus. Da passagem bíblica sabemos que são magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram incenso, ouro e mirra; da tradição dos primeiros séculos nos diz que foram três reis sábios: Belchior, Gaspar e Baltazar. Até o ano de 474 d.C seus restos estiveram na Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália) e em 1164 foram trasladados para a cidade de Colónia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.
Trazer presentes às crianças no dia 6 de Janeiro corresponde à comemoração da generosidade que estes magos tiveram ao adorar o Menino Jesus e trazer-lhe presentes levando em conta que "o que fizerdes a cada um destes pequenos, a mim o fazeis" (Mt. 25, 40); às crianças fazendo-lhes viver formosa e delicadamente a fantasia do acontecimento e aos adultos como mostra de amor e fé a Cristo recém nascido.

Epifania do Senhor

Epifania significa "manifestação", Jesus dá-se a conhecer. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos: a Epifania aos Reis Magos (Mt 2, 1-12), a Epifania a São João Batista no Jordão e a Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná.
A festa da Epifania tem a sua origem na Igreja do Oriente. Diferentemente da Europa, no dia 6 de janeiro tanto no Egipto como na Arábia celebra-se o solstício, festejando o sol vitorioso com evocações míticas muito antigas. Epifanio explica que os pagãos celebravam o solstício invernal e o aumento da luz aos treze dias desta mudança; diz-nos também que os pagãos faziam uma festa significativa e suntuosa no templo de Coré. Cosme de Jerusalém conta que os pagãos celebravam uma festa muito antes dos cristãos com ritos nocturnos nos quais gritavam: "a virgem deu à luz, a luz cresce".
Entre os anos 120 e 140 dC os gnósticos trataram de cristianizar estes festejos celebrando o baptismo de Jesus. Seguindo a crença gnóstica, os cristãos de Basílides celebravam a Encarnação do Verbo na humanidade de Jesus quando foi baptizado. Epifanio trata de dar-lhes um sentido cristão ao dizer que Cristo demonstra assim ser a verdadeira luz e os cristãos celebram seu nascimento.
Até o século IV a Igreja começou a celebrar neste dia a Epifania do Senhor. Assim como a festa de Natal no ocidente, a Epifania nasce contemporaneamente no Oriente como resposta da Igreja à celebração solar pagã que tentam substituir. Assim se explica que a Epifania no oriente se chama: Hagia phota, quer dizer, a santa luz.
Esta festa nascida no Oriente já era celebrada na Gália a meados do séc. IV onde se encontram vestígios de ter sido uma grande festa para o ano 361 dC. A celebração desta festa é um pouco posterior à do Natal.

Saturday, January 1

Leituras da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

Leitura do Livro dos Números (Num 6, 22-27)
O Senhor disse a Moisés: «Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo: ‘O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’. Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei».

Salmo 66 (67)
Refrão: Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção.

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os seus caminhos
e entre os povos a sua salvação.

Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra.

Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu temor aos confins da terra.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas (Gal 4, 4-7)
Irmãos: Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 16-21)
Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.

Liberdade religiosa, caminho para a paz

Hoje celebra-se também o Dia Mundial da Paz, dia que foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI em que a Igreja reza de um modo especial pela paz. Por intercessão de Maria, Rainha da Paz, a Igreja pede ao Seu Filho, Príncipe da Paz, o dom supremo da paz; dom que vem do alto, fruto da bênção de Deus. O Santo Padre propõe-nos uma jornada de reflexão pela paz e uma mensagem: a deste ano tem como tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz.
A paz é um dom de Deus e um projecto a realizar, nunca totalmente cumprido. Não há fórmulas mágicas para chegar à paz mas é preciso viver numa luta contínua pela paz, começar a caminhar, a dar pequenos passos: uma reconciliação, um perdão, uma aproximação carinhosa, um serviço delicado, uma palavra e um diálogo. Mais vale um gesto pacífico do que muitos discursos sobre a paz. Um gesto cada dia e como diz Gandhi: o caminho da paz é um caminho que nunca termina. Mas com os teus gestos, no Mundo haverá mais paz.
Sob a protecção da Mãe de Deus e nossa Mãe, peçamos-lhe que nos ajude a dar passos na promoção da paz entre todos nós: ser verdadeiro, ser justo, ser responsável, ser tolerante, ser dialogante, ser solidário, trabalhar honradamente, manter a palavra dada, ser crítico e saber aceitar a crítica.


Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

Hoje a Santa Igreja celebra a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, invocamos aquela que respondeu de uma forma generosa com o seu sim à proposta de Deus: A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade, simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por disposição de Deus foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa Mãe na ordem da graça.
O texto do Evangelho de hoje conta-nos que após o anúncio do anjo do Senhor, os pastores dirigiram-se apressadamente a Belém e encontraram o Menino, deitado numa manjedoura de uma gruta. Os pastores, segundo os judeus, eram impuros, pecadores e estavam muito longe de Deus; mas são os primeiros destinatários do anúncio do nascimento e da vinda do Senhor. De facto, Jesus irá ensinar-nos que Ele não veio para os que estavam sãos mas os que estavam a precisar de conforto e de esperança. O anúncio aos pastores significa também que Deus conta com todos e que ama a todos da mesma maneira e convida-os a formarem a família dos filhos muito amados de Deus.
Depois de os pastores testemunharem a presença do Salvador na terra, partem apressadamente e anunciam a todos aquilo que viram e ouviram: quem faz a experiência do encontro com o Menino Deus tem de dar testemunho e dar aos outros o acesso à salvação e assim poder acolher Jesus nas suas vidas.
Maria é o modelo daquele que é sensível ao projecto de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus no projecto divino de salvação para o mundo. Ela conservava todas aquelas palavras, meditando-as em seu coração. Como ela, somos convidados a ter esta atitude meditativa, de reflexão, de oração e de interioridade. Esta atitude de Maria, que interioriza e aprofunda os acontecimentos, dá complemento à atitude missionária dos pastores, que proclamam a acção salvadora de Deus manifestada no nascimento de Jesus. Estas duas atitudes dão-nos um bom retrato daquilo que deve ser a vida de todos os cristãos. Neste dia, a Igreja fixa o olhar na celeste Mãe de Deus, que traz nos braços o Menino Jesus, fonte de toda a bênção. No coração materno de Maria ressoou o anúncio dos anjos de Belém: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados. E o Evangelho acrescenta que Maria conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Como Ela, a Igreja deve conservar e meditar a Palavra de Deus, confrontando-a com as diversas situações que encontra ao longo da sua peregrinação nesta terra.