Friday, October 3

Sexta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Job (Job 38, 1.12-21; 40, 3-5)
O Senhor falou a Job do meio da tempestade: «Porventura alguma vez na vida deste ordens à manhã e marcaste à aurora o seu lugar, para que ela agarre as extremidades da terra e dela sacuda os malfeitores? Deste ordens à terra para ela se moldar como a argila debaixo do sinete e tingir-se como um vestido, recusando a luz aos malfeitores e quebrando a força do braço erguido? Acaso desceste às nascentes do mar e andaste pelo fundo do abismo? Foram-te abertas as portas da morte e viste os portões do país das trevas? Abrangeste com o olhar a extensão do mundo? Fala, se sabes tudo isto. Qual é o caminho para a morada da luz e onde residem as trevas, para que as possas levar aos seus domínios e ensinar-lhes o caminho da sua casa? Certamente deves saber isto, porque então já eras nascido e é grande o número dos teus anos!...». Job respondeu ao Senhor: «Sinto-me tão pequeno: que poderei responder-Vos? Ponho a mão sobre a minha boca. Falei uma vez, não replicarei; falei duas vezes, nada mais acrescentarei».

Salmo 138 (139), 1-3.7-8.9-10.13-14ab(R. 24b)
Refrão: Conduzi-me, Senhor, pelo caminho da eternidade.

Senhor, Vós conheceis o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento:
Vós me vedes quando caminho e quando descanso,
Vós observais todos os meus passos.

Onde poderei ocultar-me ao vosso espírito?
Onde evitarei a vossa presença?
Se subir ao céu, Vós lá estais;
se descer aos abismos, ali Vos encontrais.

Se voar nas asas da aurora,
se habitar nos confins do oceano,
mesmo ali a vossa mão me guiará
e a vossa direita me sustentará.

Vós formastes as entranhas do meu corpo
e me criastes no seio de minha mãe.
Dou-Vos graças por me terdes feito tão maravilhosamente:
são admiráveis as vossas obras.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 10, 13-16)
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre a cinza. Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».


Reflexão
A passagem de Job pelo vale tenebroso do sofrimento baseou-se numa indestrutível esperança. Aquele que Job procura existe e ama-nos, a Sua busca é penosa, mas o encontro do rosto de Deus enche-nos de alegria, de paz, de entusiasmo. Depois das sentenças que os seus amigos tinham-lhe dirigido, agora é Deus quem finalmente toma a palavra para lhe manifestar a sua grandeza, revelada na criação inteira. Deus criou o mundo movido apenas pela alegria de dar. Job, que lutou com Deus e com os amigos, fica agora silencioso e confuso, renuncia à discussão, reconhece ter falado demais e superficialmente, sempre foi sincero, procurou seriamente, mas não encontrou e tendo passado pela provação, e permanecido fiel, penetrou finalmente no mistério de Deus. Por fim, humilha-se e submete-se ao plano de Deus.
A condenação das três cidades deve ser entendida a vários níveis: Jesus sublinha que estas cidades não acolheram a Palavra pregada por Ele, a graça do Evangelho, o apelo à conversão; Jesus realça o abandono dos seus e da hostilidade do povo; Jesus prevê que o Evangelho ultrapasse as fronteiras da Galileia, que chegue aos gentios, enquanto as cidades que, por primeiras, ouviram a sua pregação permaneçam fechadas. Chama-nos a escutarmos todos aqueles que nos fazem chegar a mesma mensagem de salvação. É a sua própria mensagem que nos chega através dos seus mensageiros.

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