Tuesday, March 5

Terça-feira da Semana III da Quaresma


De novo, uma liturgia da palavra de tipo penitencial, bem expressa na oração de Daniel. Ao lado da espiritualidade baptismal, a Quaresma desenvolve a espiritualidade penitencial. Aliás, o baptismo é sacramento de penitência, de conversão. A penitência é a atitude que nasce no fundo do coração do homem. O sacrifício agradável a Deus é o espírito humilhado e o coração contrito. Ainda que o sofrimento seja enorme, que o povo esteja reduzido a um resto, e seja humilhado, Deus deve continuar a ser glorificado. O profeta lê todos os acontecimentos como purificação providencial. 

Este Evangelho é dedicado ao perdão das ofensas pessoais. Pedro diz-se disposto a perdoar até sete vezes. Mas Jesus aponta para um horizonte mais amplo afirmando que é preciso perdoar sempre. O cristão é chamado a assumir uma mentalidade completamente nova. Jesus ilustra o seu ensinamento com uma parábola: encontro do servo devedor com o senhor, encontro do servo libertado com outro servo que lhe é devedor, e novo encontro entre o servo e o senhor. A dívida do servo é enorme, mas o senhor tem compaixão por ele e perdoa-o gratuitamente. O servo insolvente, mas perdoado, encontra outro que lhe deve uma quantia irrisória e não lhe perdoa. A graça recebida não lhe transformou o coração. Por isso, atraiu sobre si o inevitável juízo e o castigo divino.

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