Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A cura do coxo foi ocasião para uma longa catequese, uma mistagogia, uma catequese para iniciados sobre os mistérios da sua própria iniciação. De facto, esta semana foi sempre a semana das catequeses mistagógicas para os que receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã na Noite Santa da Páscoa. Hoje esta catequese insiste sobre o Nome divino de Senhor, que é agora título do Homem-Deus, o Senhor Jesus, o Ressuscitado, Kyrie.
É notável a audácia com que Pedro, cheio de Espírito Santo, denuncia, no meio do Sinédrio, o crime perpetrado pelos chefes do povo e anuncia a Ressurreição de Jesus e foi em nome de Jesus que o coxo foi curado, porque, só nele, há salvação.
O Ressuscitado vai ao encontro dos discípulos usando os caminhos que eles mesmos conhecem. Hoje o evangelho fala-nos de uma pesca milagrosa, memória daquela em que, no início da sua vida pública, Jesus tinha prometido que os apóstolos seriam pescadores de homens.
Se estivermos atentos aos pequenos sinais, também nós reconheceremos o Senhor.
As aparições do Senhor ressuscitado vêm frequentemente em ambiente de refeição e esta é descrita com termos semelhantes aos que são usados para falar da celebração da Eucaristia. A celebração eucarística é o lugar privilegiado onde os cristãos reconheceram o Senhor no seu Mistério Pascal. A pesca abundante evoca a abundância de vida de que o mistério da Páscoa de Jesus é fonte e origem.
O texto descreve, de forma simbólica, a missão da Igreja primitiva e o retrato das comunidades que permanecem estéreis quando estão privadas de Cristo, mas que se tornam fecundas quando obedecem à sua palavra e vivem da sua presença. Há um convite à comunidade eclesial de todos os tempos a encontrar o sentido da sua vocação centrando-se em Jesus como Senhor da vida, porque é na dupla mesa da Palavra e da Eucaristia que a Igreja torna frutuosa a sua acção no meio dos homens.