Wednesday, December 29

Bolo de Mel


Não há madeirense que se preze que não conheça o bolo de mel. Esta doçaria cuja receita tem mais de 500 anos é o ex-libris da culinária madeirense e tem uma particularidade: não se parte com a faca mas sim à mão.
A receita foi sofrendo algumas introduções ao longo destes cinco séculos mas há ingredientes que nunca poderão mudar: o mel de cana-de-açúcar.
As duas receitas de referência do bolo de mel da Madeira são dos séculos XV-XIX e do século XIX até 1920 e foram alvo de uma pesquisa por parte do historiador e Mestre Dr. João José Abreu de Sousa, com a colaboração do Dr. João Dionísio, da Associação Memórias Gastronómicas que lançaram o livro "O bolo de mel, ex-libris da doçaria madeirense".
Este livro é mais do que um documentário material ao longos destes séculos pois evoca toda a nossa linguagem sentimental e espiritual com os produtos da terra e que temos de os transformar numa linguagem mnemónica, sensível e civilizacional, e que traz a cada um de nós, habituados desde tenra idade a conhecê-los nas cozinhas dos nossos pais, um rol de emoções a que não são alheios, sem dúvida o toque e o cheiro que esses produtos têm, aos quais se juntava a cor e o gosto do genuíno mel de cana de açúcar da ilha que envolvia esses mesmos produtos e o tempo... por aqui se vê que 'bolo de mel', para um madeirense, é sempre 'bolo de mel de cana de açúcar!
A história do mel de cana e do açúcar, o papel dos próprios doces no quotidiano, os rituais à mesa e a preparação e apresentação da comida que entrava na dieta dos madeirenses são ali tratados, juntamente com a definição do quadro económico e social da Madeira de então.
Os engenhos, a lenha, a colheita das canas e os impostos também entram nesta obra que fala do Funchal dos séculos XV e XVI, da revolução do doce, que permitiu à generalidade da população desfrutar de um prazer até então reservado a uma minoria.
O poder de conservação do mel de cana foi uma das razões que o tornaram precioso e a exportação dos doces também ficou na História. Nas receitas de referência do Bolo de Mel encontram-se duas do Convento de Santa Clara, o primeiro convento feminino da ilha da Madeira: uma do século XV - XIX e outra do Séc. XIX. Da primeira para a segunda foi introduzida a soda, que fez passar o tempo de fermentação de três para dois dias. Desta última para a receita do Séc. XX recolhida e também apresentada na obra foi incluído o leite. Segundo este livro, o Bolo de Mel foi criado na Madeira 'em honra à grande Festa da Família que é o Natal'. O facto de ser um bolo difícil de fazer por uma única pessoa incentivava a reunião familiar para a sua preparação.
O gosto e a maneira de fazer a receita evoluiu tendo no século XIX sido introduzida a soda. Reza a história que o bolo de mel de cana-de-açúcar surgiu no Convento de Monchique e, na Madeira, foi evoluindo de acordo com os progressos económicos.
No sentido de proteger esta iguaria regional, a AMG presta apoio jurídico à adesão ao uso da marca colectiva de certificado “Bolo de Mel de Cana da Madeira”, criada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 20/M/2006, de 12/06.
Para mais informações vejam o site da Associação Cultural - Memórias Gastronómicas (AMG) em http://asmemoriasgastronomicas.blogspot.com.

Receita
Farinha - 4 Kg
Mel de Cana - 3 L
Açúcar de Cana - 1,5 Kg
Canela Moída - 125 gr
Erva-doce moída - 125 gr
Cravinho moído - 30 gr
Manteiga - 1 Kg
banha - 500 gr
Fermento - 2 pães (em massa)
Nozes - a gosto
Amêndoas - a gosto
Passas - a gosto
Cidra - a gosto
Levedura - um pouco
(Os bolos são cozidos três dias depois de amassados. O mel é usado bem quente, sem ferver)


Fontes: Dn Madeira, Jornal da Madeira, gastronomias da madeira e Associação memórias gastronómicas

Pensamento do dia: 29-12-2010

A alegria de saber que você existe é suficiente para matar a tristeza de não estar com você.

Reflexão do dia 29 de Dezembro

O acontecimento do Natal é a manifestação aos homens do amor de Deus por eles. Acreditar em Jesus é acreditar no amor de Deus e acolher este amor, para com ele amar os seus irmãos. Não se tem fé viva, se a fé não leva a amar os outros, à imitação do que Deus faz para com os homens. É este o mandamento por excelência que o Senhor nos deixou: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
O primeiro acontecimento do Novo Testamento, que já se orientava para o nascimento de Jesus, a anunciação a Zacarias, situava-se no templo: no templo terminam hoje os episódios da infância do Senhor, com o encontro de Jesus e de Simeão. Simeão, como já Zacarias o tinha feito, proclama o Senhor como luz, porque Ele vem como Luz de Deus para iluminar os homens, os libertar das trevas e os transferir para a Luz do Reino de Deus.


Leituras do dia 29 de Dezembro

Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 2, 3-11)
Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-l’O mas não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto reconhecemos que estamos n’Ele. Quem diz que permanece n’Ele deve também proceder como Ele procedeu. Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo – o que é verdadeiro n’Ele e em vós –, porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira. Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas. Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado. Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.

Salmo 95 (96)
Refrão:
Alegrem-se os céus, exulte a terra.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.

Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

Foi o Senhor quem fez os céus:
diante d’Ele a honra e a majestade,
no seu templo o poder e o esplendor.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 22-35)
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».

Tuesday, December 28

Pensamento do dia: 28-12-2010

Felicidade é ter certeza que a vida não está passando inutilmente.

Adivinha 19

Qual o contrário de simpatia?

Festa dos Santos Inocentes

Hoje celebramos o nascimento para o Céu das crianças que foram assassinadas por Herodes, o rei cruel. (S. Cesário de Arles)
Ao venerar estas crianças, que proclamaram a glória de Deus, não com palavras mas com o seu sangue, a Igreja quer, em primeiro lugar, levar-nos à sua imitação sendo testemunhas de Cristo, através do martírio silencioso do cumprimento do dever quotidiano.
Ao lembrar, em plena quadra natalícia, o sacrifício destas flores dos mártires que se fecharam para sempre no seio do frio da infidelidade (Sto. Agostinho), quer também dirigir um apelo para que se respeite a vida, em todas as suas manifestações, desde a sua origem até ao seu termo. Na verdade, como lembrou o Concílio Vaticano II, Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens a nobre missão de protegê-la: missão, que deve ser cumprida de modo digno do homem. Por isso, a vida, desde a concepção, deve ser amparada com o máximo cuidado: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis (GS. 51).

Leitura da Festa dos Santos Inocentes

Leitura da Primeira Epístola de São João (Jo 1, 1-5 – 2, 2)
Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há trevas. Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade. Se dissermos que não pecamos, fazemos d’Ele um mentiroso e a sua palavra não está em nós. Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai. Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.

Salmo 123 (124)
Refrão: O Senhor nos liberta daqueles que nos perseguem.

Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a terra.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 2, 13-18)
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar». José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto e ficou lá até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta: «Do Egipto chamei o meu filho». Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado. Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer: «Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem».

Wednesday, November 17

Os dons de Deus e a liberdade do homem

Tem o homem alguma coisa para oferecer a Deus? Tem, sim: a sua fé e o seu amor. É isto o que Deus pede ao homem, e assim está escrito: «E agora, Israel, o que o Senhor, teu Deus, exige de ti é que temas o Senhor, teu Deus, para seguires todos os Seus caminhos, para O amares, para servires o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma». (Dt 10,12). Eis os presentes, os dons que devemos oferecer ao Senhor. E para Lhe oferecermos estes dons com o coração, temos primeiro de O conhecer; temos de ter bebido o conhecimento da Sua bondade nas águas profundas do seu poço. [...]
Corarão, ao ouvirem estas palavras, os que negam que a salvação do homem está no poder da sua liberdade! Pediria Deus o que quer que fosse ao homem, se este não fosse capaz de responder ao pedido de Deus e de Lhe oferecer o que Lhe deve? Porque há o dom de Deus mas há também a contribuição do homem. Por exemplo, está no poder do homem fazer que uma moeda de ouro renda outras dez ou só cinco; mas pertence a Deus que o homem possua essa moeda de ouro com que pôde produzir outras dez. Quando apresentou a Deus essas dez moedas de ouro ganhas por si, o homem recebeu um novo dom, já não em dinheiro, mas o poder e a realeza sobre dez cidades.
Da mesma maneira, pediu Deus a Abraão que Lhe oferecesse o seu filho Isaac, num dos montes que haveria de lhe indicar. E Abraão, sem hesitar, ofereceu o seu filho único: pô-lo sobre o altar e pegou no cutelo para o degolar; mas logo uma voz o reteve e foi-lhe dado um carneiro para imolar em substituição do seu filho (Gn 22). Vê bem: o que oferecemos a Deus mantém-se nosso; mas essa oferenda é-nos pedida para que, ao oferecê-la, testemunhemos o nosso amor a Deus e a fé que n'Ele temos.


Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo, Homilias sobre o livro dos Números, n.°12, §3, a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 2, p. 181 rev.

Leituras da Quarta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Leitura do Livro do Apocalipse (Ap 4, 1-11)
Eu, João, vi uma porta aberta no Céu e a voz que antes ouvira falar-me como uma trombeta, dizia: «Sobe até aqui e eu te mostrarei o que vai acontecer depois disto». Imediatamente caí em êxtase e vi um trono colocado no Céu, sobre o qual Alguém estava sentado. Aquele que estava sentado tinha o aspecto resplandecente como a pedra de jaspe e cornalina e um arco-íris circundava o trono, com reflexos de esmeralda. À volta deste trono, havia vinte e quatro tronos, em que estavam sentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões e diante dele brilhavam sete lâmpadas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Diante do trono havia como que um mar transparente como o cristal. No meio do trono e ao seu redor, vi quatro Seres Vivos cheios de olhos à frente e atrás. O primeiro Ser Vivo era semelhante a um leão, o segundo a um novilho, o terceiro tinha o rosto como o de um homem e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo. Cada um dos quatro Seres Vivos tinha seis asas e estavam cheios de olhos a toda a volta e por dentro. E não cessavam de clamar dia e noite: «Santo, Santo, Santo, Senhor Deus omnipotente, Aquele que é, que era e que há-de vir!». E sempre que os Seres Vivos dão glória, honra e acção de graças Àquele que está sentado no trono e que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostram-se diante d’Aquele que está sentado no trono, adoram Aquele que vive pelos séculos dos séculos e depõem as suas coroas diante do trono, dizendo: «Sois digno, Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e o poder, porque fizestes todas as coisas e pela vossa vontade existem e foram criadas».

Salmo 150
Refrão:
Santo, santo, santo, Senhor Deus do universo.

Louvai o Senhor no seu santuário,
louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras,
louvai-O pela sua infinita majestade.

Louvai-O ao som da trombeta,
louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança,
louvai-O ao som da harpa e da flauta.

Louvai o Senhor,
louvai-O com címbalos sonoros.
Louvai-O com címbalos retumbantes.
Tudo quanto respira louve o Senhor.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 19, 11-28)
Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado. Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. Disse-lhe o senhor: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’. Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’. O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’». Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.

Monday, November 15

Provérbio 26

No dia de S. Martinho, mata teu porco e bebe o teu vinho.

Pensamento do dia: 15-11-2010

A anatomia é o destino.
Freud

Cura do cego

Jesus ia da Galileia para Jerusalém pelas margens do Jordão. Prediz aos apóstolos a sua paixão, citando-lhes Isaías e os salmos. Não compreendem. Eram ainda muito terrestres! Acreditavam num reino temporal do Messias.
Jesus pensava consigo mesmo: «São uns cegos, hei-de curá-los um dia». Quer fazer-lhes compreender que são cegos, porque não compreendem as suas palavras e não acreditam n’ Ele. E para os ajudar a entrar nestes pensamentos, pára junto de um cego, à porta de Jericó. Fá-lo falar, excita a sua fé, depois cura-o. /185
Alguns, sem dúvida, os mais esclarecidos, compreenderam ou suspeitaram o seu pensamento.
Eu sou, infelizmente, como os apóstolos e como o cego de Jericó. Jesus diz-me a sua bondade, a sua paixão, e todo o amor do seu divino coração por mim. Não compreendo ou quase nada. Não o amo ou quase nada. Senhor, curai a minha cegueira. Recordai-me ainda os vossos sofrimentos. Fostes entregue aos gentios, escarnecido, flagelado, desprezado. Condenaram-vos à morte. E os grandes aniversários destes acontecimentos vão voltar. Sacudi a minha inércia, ó Jesus, acendei no meu coração o fogo do vosso amor. Suplico-vos humildemente, instantemente, filialmente.

(Leão Dehon, OSP 3, p. 184s.)

Leituras da Segunda-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum

Início do Livro do Apocalipse do apóstolo São João (Ap 1, 1-4; 2, 1-5a)
Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe concedeu para mostrar aos seus servos o que há-de acontecer muito em breve. Ele deu-o a conhecer ao seu servo João, pelo Anjo que enviou, e João confirma a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, em tudo o que viu. Feliz de quem ler e dos que ouvirem as palavras desta profecia e observarem o que nela está escrito, porque o tempo está próximo. João às sete Igrejas da Ásia: A graça e a paz vos sejam dadas por Aquele que é, que era e que há-de vir, e pelos sete Espíritos que estão diante do seu trono. Eu ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Éfeso, escreve: ‘Eis o que diz Aquele que tem as sete estrelas na sua mão direita e caminha no meio dos sete candelabros de ouro: Conheço as tuas obras, o teu trabalho e a tua perseverança. Sei que não podes suportar os maus, que puseste à prova aqueles que se dizem apóstolos sem o serem e descobriste que eram mentirosos. Tens perseverança e sofreste pelo meu nome, sem desanimar. Mas tenho contra ti que perdeste a tua caridade primitiva. Lembra-te de onde caíste, arrepende-te e pratica as obras anteriores’».

Salmo 1
Refrão: Ao vencedor darei a comer da árvore da vida.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 18, 35-43)
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho. Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava. Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim». Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja». Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou». No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.

Wednesday, November 10

Pico da Cova

O Pico da Cova é um dos montes de São Vicente e um dos símbolos desta freguesia. O sítio é admirado por ter uma Capela que tem uma torre com 14 metros de altura e é sem dúvida um lugar soberbo com uma vista aberta e singular para os quatro cantos da freguesia sede de concelho.
A norte ergue-se uma imponente cordilheira de montanhas quase sempre verdes, sendo possível ver na estação das chuvas as muitas quedas de água que jorram pela encosta abaixo.
A Capela foi construída em 1942 pelo povo em honra de Nossa Senhora de Fátima. No dia 25 de Julho de 1948 foi celebrada a primeira missa. Aí acorrem muitas pessoas em romaria para rezar especialmente no dia treze de cada mês. Para ali chegarem os devotos, precisam andar por uma vereda estreita que mais parece um risco, tal os ziguezagues atrás uns dos outros.
A coroa do Pico coberto de pinheiros cresciam a custo por causa dos ventos e da secura do terreno, foi no entanto, desbastada a golpes de enxada e de picareta pelos trabalhadores voluntariosos que fizeram, ao longo de muitos dias, um chão largo e espalmado nas alturas sobranceiro à freguesia que nota ao fundo.

Adaptação do texto de Vítor Hugo do Diário de Notícias da Madeira e foto de Emanuel Rocha

Voltar para glorificar a Deus

Todo-poderoso, santíssimo, altíssimo e soberano Deus,
Pai santo e justo, Senhor, Rei do céu e da terra,
Por Ti a Ti damos graças,
Pois que, por Tua santa vontade,
E por Teu Filho unigénito, com o Espírito Santo,
Criaste todas as coisas espirituais e corporais.
À Tua imagem e semelhança nos fizeste,
O paraíso por morada nos deste,
Donde, por nossa culpa, caímos.

A Ti damos graças pois que,
Como por Teu Filho nos criaste,
Assim também, pelo santo amor com que nos amaste,
Fizeste que Teu Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
Nascesse da gloriosa Virgem Santa Maria,
E, pela Sua cruz, Seu sangue e Sua morte,
Quiseste resgatar-nos a nós, os cativos.

E a Ti damos graças porque esse mesmo Teu Filho
De novo há-de vir na glória da Sua majestade
Para lançar ao fogo eterno os malditos
Que recusaram converter-se e conhecer-Te
E para dizer a todos quantos Te conheceram,
Te adoraram e Te serviram em penitência:
«Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo» (Mt 25, 34).

E porque somos, nós todos, indigentes e pecadores,
Dignos não somos de pronunciar o Teu nome;
Aceita pois, Te suplicamos,
Que Nosso Senhor Jesus Cristo,
Teu Filho muito amado, em Quem puseste todo o Teu agrado,
Com o Santo Espírito Paráclito
Te dê graças por tudo,
Como a Ti e a Ele agradar,
Ele, que é Quem sempre em tudo Te basta,
Ele, por Quem tanto fizeste por nós. Aleluia!

Francisco de Assis


Todo-poderoso, santíssimo, altíssimo e soberano Deus,
Pai santo e justo, Senhor, Rei do céu e da terra,
Por Ti a Ti damos graças,
Pois que, por Tua santa vontade,
E por Teu Filho unigénito, com o Espírito Santo,
Criaste todas as coisas espirituais e corporais.
À Tua imagem e semelhança nos fizeste,
O paraíso por morada nos deste,
Donde, por nossa culpa, caímos.

A Ti damos graças pois que,
Como por Teu Filho nos criaste,
Assim também, pelo santo amor com que nos amaste,
Fizeste que Teu Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
Nascesse da gloriosa Virgem Santa Maria,
E, pela Sua cruz, Seu sangue e Sua morte,
Quiseste resgatar-nos a nós, os cativos.

E a Ti damos graças porque esse mesmo Teu Filho
De novo há-de vir na glória da Sua majestade
Para lançar ao fogo eterno os malditos
Que recusaram converter-se e conhecer-Te
E para dizer a todos quantos Te conheceram,
Te adoraram e Te serviram em penitência:
«Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo» (Mt 25, 34).

E porque somos, nós todos, indigentes e pecadores,
Dignos não somos de pronunciar o Teu nome;
Aceita pois, Te suplicamos,
Que Nosso Senhor Jesus Cristo,
Teu Filho muito amado, em Quem puseste todo o Teu agrado,
Com o Santo Espírito Paráclito
Te dê graças por tudo,
Como a Ti e a Ele agradar,
Ele, que é Quem sempre em tudo Te basta,
Ele, por Quem tanto fizeste por nós. Aleluia!

(Francisco de Assis)

Leituras da Quarta-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito (Tito 3, 1-7)
Caríssimo: Recorda a todos os irmãos que devem ser submissos aos governantes e às autoridades, que devem obedecer-lhes e estar prontos para toda a boa obra. Não digam mal de ninguém, não sejam conflituosos, mas pacíficos, mostrando-se sempre atenciosos para com todos. Também nós, antigamente, éramos insensatos, rebeldes, transviados, escravos de toda a espécie de paixões e prazeres, vivendo na perversidade e na inveja, odiados e odiando-nos uns aos outros. Mas, ao manifestar-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor para com os homens, Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo baptismo da regeneração e renovação do Espírito Santo, que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.

Salmo 22 (23)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 17, 11-19)
Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».

Tuesday, November 9

Pensamento do dia: 09-11-2010

A busca infinita à felicidade nos priva de vivê-la a cada dia...
Elba Lucas

Festa da dedicação de uma catedral, festa da Igreja

Uma catedral é fruto de um desejo momentâneo ou é algo que se pode realizar pela vontade? [...] Com toda a certeza, as igrejas que herdámos não resultam apenas da gestão de capitais, nem são uma pura criação do génio; são fruto do martírio, de grandes feitos e de sofrimentos. As suas fundações são muito profundas; elas assentam sobre a pregação dos apóstolos, sobre a confissão da fé dos santos, e sobre as primeiras conquistas do Evangelho no nosso país. Tudo o que é nobre na sua arquitectura, que cativa os olhos e chega ao coração, não é um puro resultado da imaginação dos homens, é um dom de Deus, é uma obra espiritual.
A cruz assenta sempre no risco e no sofrimento, é sempre regada com lágrimas e sangue. Em parte alguma cria raízes e dá fruto se a pregação não for acompanhada de renúncia. Os detentores do poder podem fazer um decreto, favorecer uma religião, mas não a podem estabelecer, podem apenas impô-la. Só a Igreja pode estabelecer a Igreja. Só os santos, os homens mortificados, os pregadores da rectidão, os confessores da verdade, podem criar uma verdadeira casa para a verdade.
É por isso que os templos de Deus são também os monumentos dos Seus santos. [...] A sua simplicidade, a sua grandeza, a sua solidez, a sua graça e a sua beleza não fazem senão recordar a paciência e a pureza, a coragem e a doçura, a caridade e a fé daqueles que não adoraram a Deus apenas nas montanhas e nos desertos; eles sofreram, mas não em vão, porque outros herdaram os frutos do seu sofrimento (cf Jo 4, 38). Efectivamente, a longo prazo, a sua palavra deu fruto; fez-se Igreja, esta catedral onde a Palavra vive desde há muito tempo. [...] Felizes os que entram nesta relação de comunhão com os santos do passado e com a Igreja universal. [...] Felizes os que, entrando nesta igreja, penetram de coração no céu.


John Henry Newman

Festa da Dedicação da Basílica de Latrão

Hoje a Igreja universal celebra a festa da igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo: a dedicação da basílica do Santíssimo Salvador ou de São João de Latrão. Esta basílica foi construída por Constantino na colina de Latrão ou Lateranense, quando era papa Melquíades (311-314). Ao contrário do que muitos pensam, é esta basílica e não a basílica de São Pedro, no Vaticano, o templo mais antigo. Aqui foram celebrados cinco Concílios ecuménicos. Nela se guardam relíquias. A festa de hoje tem um carácter importante, que é celebrar a unidade e o respeito para com a Sé Romana.

Leituras da Festa da Dedicação da Basílica de Latrão

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios (1 Cor 3, 9c-11.16-17)
Irmãos: Vós sois edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquitecto, coloquei o alicerce e outro levanta o edifício. Veja cada um como constrói: ninguém pode colocar outro alicerce além do que está posto, que é Jesus Cristo. Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo.

Salmo 45 (46)
Refrão:
Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a morada santa do Altíssimo.

Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 2, 13-22)
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?». Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?». Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.

Monday, November 8

Pensamento do dia: 08-11-2010

A beleza das pessoas está na capacidade de amar e encontrar no próximo a continuidade de seu ser.

Reflectindo: Segunda-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Tito foi colocado à frente da Igreja da ilha de Creta, no Mar Mediterrâneo, para acabar de organizar a vida dessa comunidade recente. É ele o destinatário desta pequena carta que hoje começamos a ler. É admirável a longa frase que acompanha, logo de princípio, a dedicatória, e que é uma verdadeira acção de graças a Deus pelo plano de salvação que Ele tem sobre o mundo.
S. Paulo assinala algumas virtudes para quem quer ajudar o próximo: «deve ser irrepreensível, não pode ser arrogante, nem colérico… Deve ser hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo piedoso, puro, aplicado à fiel exposição do ensino tradicional».
O Evangelho é constituído por uma série de pensamentos sobre a vida da comunidade dos cristãos, que há-de ser vivida segundo o espírito de Jesus: evitar o escândalo, perdoar as injúrias, viver da fé, precisamente o contrário do espírito do mundo em que reina o pecado e a divisão.
No caminho para a vida eterna, somos responsáveis pela felicidade dos outros, ajudando-os, por exemplo, a corrigir os seus defeitos; perdoando sem medida.


Leituras da Segunda-feira da Semana XXXII do Tempo Comum

Início da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito (Tito 1, 1-9)
Paulo, servo de Deus, Apóstolo de Jesus Cristo, para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade conforme à piedade, na esperança da vida eterna. Antes dos tempos antigos, Deus, que não mente, prometeu esta vida eterna, e no tempo determinado manifestou a sua palavra, através da mensagem que me foi confiada por ordem de Deus, nosso Salvador. A Tito, meu verdadeiro filho segundo a nossa fé comum, a graça e a paz de Deus nosso Pai e de Jesus Cristo, nosso Salvador! Eu deixei-te em Creta, para acabares de organizar o que faltava e estabeleceres anciãos em cada cidade, segundo as minhas instruções. O ancião deve ser irrepreensível, casado uma só vez; e os seus filhos sejam fiéis, sem fama de maus costumes ou insubordinação. O dirigente da comunidade, como administrador da casa de Deus, tem de ser irrepreensível; não pode ser arrogante, nem colérico, nem amigo do vinho, nem conflituoso, nem ávido de lucros desonestos. Pelo contrário, deve ser hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo, piedoso, disciplinado. Deve ser de tal modo fiel na exposição da palavra, conforme ao ensino recebido, que seja capaz, não só de exortar na sã doutrina, mas também de refutar os que a contradizem.

Salmo 23 (24)
Refrão:
Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 17, 1-6)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os provoca. Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao mar, do que ser ocasião de pecado para um só destes pequeninos. Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás». Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela vos obedeceria».

Monday, November 1

Reflectindo: Todos os Santos

Os Santos, tendo atingido pela multiforme graça de Deus a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje a Deus no Céu, o louvor perfeito e intercedem por nós.
A Igreja proclama o mistério pascal, realizado na paixão e glorificação deles com Cristo, propõe aos fiéis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo; e implora, pelos seus méritos, as bênçãos de Deus.
Segundo a sua tradição, a Igreja venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar.
(Constituição Litúrgica, n.º 104 e 111)

Solenidade de Todos os Santos

Leitura do Apocalipse de São João (Ap 7, 2-4.9-14)
Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poder de causar dano à terra e ao mar: «Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus». E ouvi o número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Depois disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. E clamavam em alta voz: «A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro». Todos os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra, e adoraram a Deus, dizendo: «Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e a acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!». Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me: «Esses que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e de onde vieram?». Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o sabeis». Ele disse-me: «São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro».

Salmo 23 (24)
Refrão:
Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.


Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 3, 1-3)
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 1-12a)
Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».

Monday, October 25

Pensamento do dia: 25-10-2010

A automação é uma mecanização ao quadrado.
Buron

Reflectindo: 2ª feira da Semana XXX do Tempo Comum

A norma suprema para o cristão é o amor, à imitação de Cristo que nos amou até dar a vida por nós. Esta norma é especialmente importante, se a confrontarmos com os critérios do mundo, que, grande parte das vezes, são inspirados pelo egoísmo, quando não pelo ódio. É pelo amor que todos hão-de reconhecer os discípulos de Cristo.
A lei de Deus é lei de amor, que deve ser entendida com amor e bom senso, e não uma lei despótica, feita para tolher a liberdade. Há-de ser interpretada à luz do Espírito Santo e não do espírito farisaico. Assim, com uma atitude de caridade para com uma doente, Jesus ensina como se deve interpretar a lei. Não basta cumprir a letra, é preciso entender-lhe o espírito. O que os adversários de Jesus não entendiam, a multidão da gente simples entendia-o e ficava maravilhada.

Domingo XXX do Tempo Comum

A parábola do fariseu e do publicano do Evangelho diz-nos que a oração deve ser humilde pois é a melhor atitude que devemos ter diante de Deus para podermos ser atendidos.
Jesus conta esta história para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros que segundo eles eram grandes pecadores.
Mas afinal quem eram estes dois homens? Porque é que Jesus nos apresenta estas duas personagens para nos explicar a melhor maneira de rezar? Vamos procurar entender a tarefa que cada um desempenhava.
Os fariseus eram um grupo muito influente naquele tempo, eram muito piedosos, eram os seguidores e defensores da Lei de Moisés, no quotidiano procuravam cumprir de um modo escrupuloso e fanático a Lei, esforçavam-se por ensiná-la ao povo, era um grupo sério e verdadeiramente empenhado na santificação do povo de Deus e ao dar tamanha importância à Lei desprezavam o homem e seus direitos e criavam um sentimento de pecado que oprimia o povo.
Os publicanos eram aqueles que cobravam os impostos e estavam ao serviço do Império Romano. Tinham fama de usar o seu cargo para se enriquecer e aproveitar essa influência para se tornarem ainda mais poderosos. Estavam numa situação de impureza e pecado porque não podiam fazer penitência, pois eram incapazes de conhecer todos aqueles a quem tinham roubado ou enganado.
O fariseu é então o exemplo de alguém que vive santamente perante a Lei, que cumpre todas as regras e regrinhas, que leva uma vida recta, íntegra e santa. Está consciente de que ninguém o pode acusar de cometer acções injustas, nem contra Deus nem contra os irmãos. Está satisfeito por não ser como aquele publicano que também estava no Templo e tinha consciência da sua superioridade moral e religiosa em relação a todos os pecadores, principalmente aos publicanos.
O publicano é o modelo do pecador, daquele que explora os pobres, que pratica injustiças, que não cumpre as obras da Lei, um corrupto. Tem consciência da sua indignidade porque a sua oração consiste apenas em pedir: Meu Deus, tende compaixão de mim que sou pecador.
Porém, é este que desceu justificado para sua casa porque se reconciliou com Deus, porque mesmo vivendo no pecado, Deus na sua misericórdia infinita e sem que ele tivesse méritos para isso, perdoa e salva. O problema do fariseu é que pensou ganhar a salvação com o seu próprio esforço, com as suas qualidades morais e piedosas, com os seus créditos e suas cunhas. Para o fariseu, a salvação não é um dom de Deus, mas uma conquista do homem. Estava convencido de que Deus lhe devia a salvação pelo seu bom comportamento, que tinha comprado o direito de ser salvo através das acções e regras que tinha cumprido, ficando cheio de si, não esperando nada de Deus porque, pensa ele, já tem o bilhete do paraíso.
Pelo contrário, o publicano apoia-se apenas em Deus, apresenta-se diante de Deus de mãos vazias e sem quaisquer pretensões pede-Lhe compaixão… E Deus derrama sobre ele a sua graça e salva-o porque ele está disposto a aceitar a salvação que Deus quer oferecer a todos os homens sem excepção.
Esta parábola, destinada a alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros vem então recordar-nos que esses que se presumem e que se gabam por serem justos estão, muitas vezes, muito longe de Deus e da salvação.

Segunda-feira da Semana XXX do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios: Ef 4,32-5, 8
Irmãos: Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus. A imoralidade e qualquer impureza ou avareza, nem sequer sejam mencionadas entre vós, como é próprio de cristãos. Nada também de palavras indecentes, estultas ou maliciosas, que são coisas inconvenientes. Em vez disso, dai acções de graças. Porque, como sabeis, nenhum imoral, impudico ou avarento – que é uma idolatria – terá parte na herança do reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos iluda com vãos raciocínios: é por causa dessas desordens que a ira de Deus atinge os rebeldes. Portanto, não sejais seus cúmplices. Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Procedei como filhos da luz.

Salmo 1
Refrão: Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 13, 10-17)
Naquele tempo, estava Jesus a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezóito anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade»; e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus ter feito uma cura ao sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar. Portanto, vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado». O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu boi ou o seu jumento ao sábado, para o levar a beber? E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezóito anos, não devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?». Enquanto Jesus assim falava, todos os seus adversários ficaram envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.

Thursday, October 21

Altear

Utilizado para expressar o acto de elevar/subir o volume do rádio, tv (alteia a televisão)

Pensamento do dia: 21-10-2010

A ausência diminui as paixões pequenas e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.

Reflectindo: Quinta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Quem é Jesus Cristo e qual o lugar que Ele ocupa na vida dos cristãos é um mistério no qual se vai penetrando sob a acção do Espírito de Deus. Conhecer, cada vez mais, esse mistério é uma grande graça, que insistentemente havemos de pedir, como S. Paulo hoje o faz para aqueles que evangelizou. Ele pede para os efésios uma fé robusta, para que Cristo habite nos seus corações e cresça neles o sinal típico de pertença a Cristo: a caridade.
O Apóstolo sabe que, só quando estiverem enraizados e alicerçados no amor, em comunhão com os outros crentes, serão capazes de compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade daquele amor que ultrapassa todas as categorias humanas. Assim é porque é de Deus e só com a força de Deus podemos realizar a nossa vocação: receber a plenitude de Deus.
Há dias, S. Paulo dava a Jesus o nome de Paz. Hoje, é o próprio Senhor que diz que não veio estabelecer a paz. É preciso que entendamos a maneira forte, muito ao gosto dos Evangelhos, de apresentar certas ideias fundamentais da doutrina de Jesus. Ele veio como fogo para iluminar e abrasar; mas, entre aqueles que O acolhem e aqueles que recusam recebê-l’O, Jesus será ocasião de divisão e desavença.
Vim estabelecer a divisão. Como é possível? Não foi Jesus que, na última ceia, rezou para que todos tivessem um só coração e uma só alma? Não de trata de uma contradição mas de um aprofundamento. Para abrir o coração e o meio em que vive à paz de Cristo, o discípulo deve dissociar-se de todos quantos, na mente e no coração, pertencem ao mundo.
Peçamos a Deus que o fogo do seu amor robusteça a nossa alma: Ele vos dará, por meio do seu Espírito, a força de vos tornardes robustos no que há de mais íntimo em vós. E cada um de nós há-de ser igualmente fogo para transmitir aos outros a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do mistério da habitação de Cristo nos nossos corações.

Quinta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 3, 14-21)
Irmãos: Eu dobro os joelhos diante do Pai, de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na terra, para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o homem interior e Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim, profundamente enraizados na caridade, podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais totalmente saciados na plenitude de Deus. Àquele que, pela sua virtude que actua em nós, pode fazer infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar, a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Amen.

Salmo 32 (33)
Refrão: A bondade do Senhor encheu a terra.

Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Cantai-Lhe um cântico novo,
cantai-Lhe com arte e com alma.

A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.

O plano do Senhor permanece eternamente
e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 12, 49-53)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Wednesday, October 20

Sítio dos Alecrins


Este sítio fica em Santo António, não se sabendo bem qual a origem do nome. No entanto, pensa-se que poderá ter a ver logicamente com a existência no local da planta muito frequente na Madeira de seu nome alecrim.
O que se sabe é que existia naquele sítio uma capela de invocação a Nossa Senhora da Quietação, pelo facto da capela ter um orago que representava mistério do sossego e tranquilidade que gozava a Virgem Maria, na companhia de seu filho, o Menino Jesus. O fundador desta capela foi Lourenço de Matos Coutinho e sua esposa Maria de Ornelas de Vasconcelos, em 1670 no morgadio que herdou de seu pai, Bento de Matos Coutinho.


Fonte: Jornal da Madeira

Comentário ao Evangelho do dia feito por Henry Newman

Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo, PPS, t. 6, n°17 «Waiting for Christ» 

«Estai preparados»
«Eis que venho como um ladrão. Feliz aquele que vigia e protege as suas vestes» diz o Senhor (Ap 16,15). [...] Quando Cristo diz que a Sua vinda está para breve, mas que contudo chegará de súbito, de modo inesperado, está a dizer que essa espera nos parecerá longa. [...] Porque será que o cristianismo fraqueja incessantemente e, no entanto, perdura? Apenas Deus o sabe, Ele quere-o assim, é um facto; e não é paradoxal afirmar que este tempo da Igreja durou quase dois mil anos, que pode durar ainda muito tempo e que, no entanto, caminha para o seu fim, que pode mesmo terminar num dia qualquer. E o Senhor quer que estejamos virados com todo o nosso ser para a iminência do Seu regresso; trata-se de vivermos como se aquilo que pode acontecer a qualquer momento fosse acontecer durante a nossa vida.
Antes da chegada de Cristo, o tempo decorria de outra forma: o Salvador iria chegar e trazer a perfeição; e a religião encaminhava-se para essa perfeição. As revelações sucediam-se [...]; o tempo era medido pela palavra dos profetas, que se sucediam. [...] O povo da Aliança não O esperava para breve, mas para depois da estadia em Canaã e do cativeiro no Egipto, após o êxodo no deserto, os juízes e os reis, no termo dos prazos fixados para O introduzir neste mundo. Esses prazos eram reconhecidos e as sucessivas revelações preenchiam essa espera.
Mas, uma vez Cristo chegado, como o Filho à Sua própria casa, com o Seu Evangelho perfeito, nada falta completar a não ser a reunião dos Seus santos. Nenhuma doutrina mais perfeita pode ser revelada. Surgiu a luz e a vida dos homens; Cristo morreu e ressuscitou. Nada mais há fazer [...]; por conseguinte, o fim dos tempos chegou. Além disso, embora deva existir um certo intervalo entre a primeira e a última chegada de Cristo, doravante o tempo já não conta. [...] O tempo já não caminha para o fim, antes caminha a seu lado, sempre tão perto dele como se tendesse para ele. [...] Cristo está sempre à nossa porta, tão próximo hoje como há dezoito séculos, e não mais próximo do que nessa altura, nem mais próximo do que quando vier.

Quarta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 3, 2-12)
Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo, como já o apresentei sumariamente. Assim podeis compreender o conhecimento que tenho do mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. Deste Evangelho me tornei ministro, pelo dom da graça que Deus me concedeu pela força do seu poder. A mim, o último de todos os santos, foi concedida a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo e de manifestar a todos como se realiza o mistério escondido, desde toda a eternidade, em Deus, criador de todas as coisas. E agora é por meio da Igreja, que se dá a conhecer aos principados e potestades celestes a multiforme sabedoria de Deus, realizada, conforme o seu eterno desígnio, em Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim, é pela fé em Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com toda a confiança.

Salmo Responsorial: Is 12
Refrão: Ireis com alegria às fontes da salvação.

Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 12, 39-48)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?». O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

Pensamento do dia: 20-10-2010

A amizade é um espírito em dois corpos.
Mencius

Tuesday, October 19

Pensamento do dia: 19-10-2010

A arte desligou-se do sentido lógico mas essa descoberta não nos pertence a nós, pintores.
G. Chirico

Adivinha 18

Quem é que sempre perde a cabeça por causa do cigarro?
 

A Palavra de cada dia (3ª feira da Semana 29)

Glória a Ti, Senhor Jesus! Tu és a luz do Pai e revelas-Te aos que sabem esperar-Te velando. Queremos manter viva na noite a esperança, até que desponte a aurora luminosa da Tua chegada.
Não permitas, Senhor, que se nos embote o pensamento para percebermos as Tuas contínuas vindas ao nosso mundo. Ajuda-nos a ter sempre ardendo a lâmpada da fé que Tu acendeste no dia do nosso baptismo. Alimentando-a com o amor e a fidelidade quotidiana, caminharemos à sua luz para o encontro conTigo, para sermos admitidos ao banquete eterno do Teu Reino. Ámen.


Terça-feira da Semana XXIX do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 2, 12-22)
Irmãos: No tempo em que éreis pagãos, vós estáveis sem Cristo, privados do direito de cidadania em Israel e alheios às alianças da promessa divina, sem esperança e sem Deus no mundo. Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus, vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo. Cristo é, de facto, a nossa paz. Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo e derrubou o muro da inimizade que os separava, anulando, pela imolação do seu corpo, a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos. E assim, de uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto. Por Ele, uns e outros, podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito. Por isso, já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Cristo como pedra angular. Em Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor; e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.

Salmo 84 (85)
Refrão: O Senhor anuncia a paz ao seu povo.

Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 12, 35-38)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».

Monday, October 18

Provérbio 25

Em Outubro pega tudo e recolhe tudo.

Pensamento do dia: 18-10-2010

A arte de viver aprende-se nas derrotas.

Vida de São Lucas

São Lucas nasceu, provavelmente, em Antioquia da Síria. Foi amigo e companheiro de São Paulo, apóstolo, na tarefa da propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Toda a sua ciência médica e literária colocou à disposição do grande apóstolo. Entregou-lhe a sua pessoa e seguiu-o por toda a parte. Pertencente a uma família pagã, Lucas converteu-se ao cristianismo. Segundo São Paulo, era médico: “Saúdam-vos, Lucas, o médico amado e Demas" (Colossenses 4,14). Lucas, entretanto, é mais conhecido como aquele que escreveu o terceiro Evangelho. Segundo a tradição, escreveu o seu Evangelho por volta do ano 70. É o mais teólogo dos evangelistas sinópticos (Mateus, Marcos). Ele apresenta-nos uma visão completa do mistério da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. Embora escrevesse mais para os gregos do que para os judeus, o seu Evangelho dirige-se a todos os homens. Mostra, com isto, que a salvação que Jesus de Nazaré veio trazer dirige-se a todos os homens. É uma mensagem universal: o Filho do homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lucas 19,10). De acordo com ele, Jesus é o amigo dos pecadores; é o consolador dos que sofrem. A vinda de Jesus é causa de grande alegria. O Evangelho de Lucas propõe-se como regra de vida não somente para a pessoa em si, mas para toda a comunidade. Daí o seu cunho social. Nele se cumpriu a máxima de Jesus: “bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.

Festa de São Lucas

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo (2 Tim 4, 10-17b)
Caríssimo: Demas abandonou-me por amor do mundo presente. Ele partiu para Tessalónica, Crescente para a Galácia e Tito para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e trá-lo na tua companhia, porque me é muito útil no ministério. Enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, e também os livros, especialmente os pergaminhos. Alexandre, o caldeireiro, fez-me muito mal: o Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras. Acautela-te dele, tu também, que ele opôs-se fortemente à nossa pregação. Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Deus lhes perdoe. Mas o Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os pagãos a ouvissem.

Salmo 144 (145)
Refrão: Os vossos santos, Senhor, proclamem a glória do vosso reino.

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os Vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino,
e anunciem os vossos feitos gloriosos.

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se a todas as gerações.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’».

Reflectindo: Domingo XXIX do Tempo Comum

As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre a nossa relação com Deus, a manter com Ele uma comunhão íntima e um diálogo insistente e perseverante pela oração de louvor, de acção de graças e de súplica. Só através da oração, poderemos perceber melhor a nossa missão e a nossa vocação cristã, só através da oração poderemos receber a fé como dom de Deus e saberemos melhor testemunhá-la a toda a humanidade, todos os que nos rodeiam.
Na primeira leitura, temos uma história que fala da luta entre os judeus em marcha pelo deserto e os amalecitas; enquanto o povo comandado por Josué estava a lutar contra os seus inimigos, Moisés estava no monte a rezar e a implorar a ajuda e intervenção de Deus. Quando Moisés tinha as mãos levantadas, os hebreus levavam vantagem sobre os inimigos; mas quando as deixava cair por cansaço eram os amalecitas que dominavam. Tiveram uma ideia: pôr Aarão e Hur ao lado dele, segurando-lhe as mãos para que os judeus pudessem vencer.
Como já percebemos noutras passagens da Sagrada escritura, o importante não é investigar se a história aconteceu tal e qual, não interessa fazer uma reportagem jornalística do acontecimento, com estatísticas, directos e comentários dos especialistas em tácticas de guerra. Essa seria a conclusão daqueles que olham para a Bíblia como um livro interessante para todos os domínios da vida social, política e cultural. O essencial é perceber a evolução da ideia que o povo tem de Deus agradecendo-Lhe pelo dom da vida e da liberdade. Deus é de facto o grande libertador do povo eleito, o salvador do povo escravizado no Egipto, Aqueles que os fez atravessar a pé enxuto o mar Vermelho e os encaminhou através do deserto. Interveio na história e serviu-se dos homens.
Outra mensagem desta leitura é também a importância da oração. É preciso invocar Deus com perseverança e insistência para que possamos vencer as duras batalhas que a vida nos apresenta; é necessário ter a ajuda e a força de Deus que vêm do diálogo contínuo de cada um de nós com Deus. O importante é não deixarmos cair as nossas mãos como fez Moisés e era essa a convicção da força da arma da oração, que quando as mãos de Moisés se tornaram pesadas, os seus companheiros deram-lhe um assento e seguraram as suas mãos para que permanecessem firmes. Rezar não é deixar tudo nas mãos de Deus e cruzar os braços. Moisés foi um colaborador activo na libertação do povo, sendo bom orante; assim também cada um de nós é convidado a ser colaborador de Deus através das acções, gestos, atitudes e também na oração e no diálogo com Deus.
O Evangelho de hoje apresenta-nos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar. Fala de uma pobre viúva que tinha sido injustiçada e que passava a vida a queixar-se do seu adversário e a exigir justiça; mas um juiz, que não temia Deus nem os homens, não lhe prestava qualquer atenção. O juiz, mesmo sendo duro, insensível e sem coração, acabou por fazer justiça à viúva, não porque achasse isso certo e para que fosse cumprida a lei e ajudasse àquela pobre sem defesa, mas para se livrar definitivamente da viúva insistente. Esta viúva aparece como símbolo daqueles que não têm defesa, daqueles que estão sujeitos a injustiças ao longo de todos os tempos.
Se um juiz insensível é capaz de resolver o problema da viúva por causa da sua insistência, Deus não iria escutar os seus eleitos que por Ele clamam dia e noite e iria fazê-los esperar muito tempo? É claro que, se até este juiz insensível acabou por fazer justiça a quem lhe pede com tanta insistência, com muito mais motivo Deus, que é rico em perdão e misericórdia, estará atento às súplicas de cada um de nós. De facto, ao contrário do que pode parecer tantas e tantas vezes, Deus não abandona o seu povo, nem é insensível aos seus apelos; Ele tem o seu projecto, a Sua vontade e o seu tempo próprio para intervir. Resta-nos confiar em Deus e ter paciência rezando com insistência, perseverança e constância. Ele pede-nos que, apesar do aparente silêncio de Deus, não deixemos nunca de dialogar com Ele porque é aí que entendemos os projectos e os ritmos de Deus, é aí que podemos transforma os nossos corações; é aí que aprendemos a entregar-nos nas mãos de Deus e a confiarmos n’Ele. Nem o desânimo, nem a desconfiança perante o silêncio de Deus nos deve levar a desistir de uma verdadeira comunhão e de um profundo diálogo com Deus.
Jesus contou uma parábola sobre a necessidade de rezar sempre e sem desanimar! Será que estamos mesmo convencidos da necessidade de rezar sempre e sem desanimar? Não será que as mil e uma ocupações que nos desviam da oração, revelam ainda a nossa pouca fé? Mas quando o Filho do Homem voltar, achará porventura a fé sobre a Terra? Sabemos que hoje, há a tendência de pretendermos ser independentes, pensarmos que tudo conseguimos com os nossos trabalhos, com as nossas capacidades, com as nossas qualidades e com o avanço da ciência e da técnica. Pedir a ajuda de Deus, supõe reconhecer a nossa fraqueza e a necessidade de orientar a nossa vida segundo a Sua vontade. A oração é sempre um diálogo de fé e de amor; ela põe o homem em diálogo com Deus que não deixará sem resposta a sua súplica e fará justiça aos que por Ele clamam dia e noite. Rezar não é dizer a Deus coisas que Ele não sabe, ou tentar pôr o Senhor do nosso lado. Rezar é colocarmo-nos na mesma sintonia de Deus. Não é a primeira palavra, à qual Deus terá que responder. Deus já falou; a nossa oração é a resposta à sua Palavra. Seja qual for o nosso pedido, Deus já o sabe. É a força dos fracos e o segredo da vitória dos mais pequenos no combate da fé.
Rezamos não para que Deus se recorde de nós, mas para que nós não esqueçamos o que Ele quer fazer através de nós, seus instrumentos. E não esqueçamos que a grande fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem é a Sagrada Escritura que sendo a Palavra com que Deus indica aos homens o verdadeiro caminho, ela deve assumir lugar importante e central na vida cristã porque serve para ensinar e instruir na fé, persuadir, corrigir o erro, e formar segundo a justiça, viver de acordo com a vontade de Deus.

Saturday, October 16

Leituras do Domingo XXIX do Tempo Comum

Leitura do Livro do Êxodo (Ex 17, 8-13)
Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel. Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão». Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina. Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec. Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.

Salmo 120 (121)
Refrão: O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra.

Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.

Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.


O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia,
nem a lua durante a noite.

O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo (2 Tim 3, 14 – 4, 2)

Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras. Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há-de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 18, 1-8)

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!... E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».

Pensamento do dia: 16-10-2010

A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte.
Gandhi

Friday, October 15

Santa Teresa de Jesus

Nasceu em Ávila (Espanha) no ano 1515. Tendo entrado na Ordem das Carmelitas, fez grandes progressos no caminho da perfeição e teve revelações místicas. Ao empreender a reforma da sua Ordem teve de sofrer muitas tribulações, mas tudo suportou com coragem invencível. A doutrina profunda que escreveu nos seus livros é fruto das suas experiências místicas. Morreu em Alba de Tormes (Salamanca) no ano 1582.
Conta ela nas suas obras (Das Obras de Santa Teresa de Jesus, Opusc. Libro de la Vida, cap. 22, 6-7.12.14): 
Estando presente tão bom amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo. E eu vejo claramente que, para contentar a Deus e receber grandes mercês, Ele quer que seja pelas mãos desta humanidade sacratíssima, na qual a sua Majestade se deleita.
Muitas vezes o vi por experiência. O Senhor mo disse. Vi claramente que temos de entrar por esta porta se quisermos que a soberana Majestade nos mostre grandes segredos. Não se procure outro caminho, mesmo estando no mais alto grau da contemplação; é por aqui que se vai seguro. É por este Senhor nosso que nos vêm todos os bens; Ele o ensinará; olhando a sua vida, teremos o melhor exemplo.
Que mais desejamos de amigo tão bom ao nosso lado, que não nos deixará em dificuldades e tribulações, como fazem os do mundo? Ditoso aquele que O ama de verdade e O traz sempre junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. Depois de ter compreendido isto, reparei com cuidado em alguns Santos, grandes contemplativos, que não iam por outro caminho: São Francisco, Santo António de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. É com liberdade que devemos percorrer este caminho, abandonando nos nas mãos de Deus. Se sua Majestade nos quiser chamar para o segredo da sua antecâmara, devemos ir de boa vontade.
Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo nos do amor com que Ele nos concedeu tantas mercês e da caridade que Deus mostrou ao dar nos em penhor o próprio amor que tem por nós. O amor pede amor. Procuremos pois ir meditando nisto e despertando nos para amar. Na verdade, se o Senhor nos concede uma vez a graça de nos imprimir no coração este amor, tudo será fácil para nós e muito faremos em breve tempo e com pouco trabalho.

Sexta-feira da Semana XXVIII do tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 1, 11-14)
Irmãos: Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo. Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da sua glória.

Salmo 32 (33)
Refrão: Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança.

Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Cantai-Lhe um cântico novo,
cantai-Lhe com arte e com alma.

A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão,
a terra está cheia da bondade do Senhor.

Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 12, 1-7)
Naquele tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha a conhecer-se. Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados. Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a Esse é que deveis temer. Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus. Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».

Thursday, October 14

Agarra-te ás orelhas

Diz-se quando se tropeça e cai

A palavra de cada dia (5ªfeira do Domingo 28)

Graças Te sejam dadas, Pai nosso do céu, porque não pesa condenação alguma sobre os que estão unidos a Cristo Jesus; pois pela união com Cristo, a lei do Espírito que dá vida nos libertou da lei do pecado e da morte.
Converte-nos, Senhor, da hipocrisia auto-suficiente, para que demos frutos abundantes de conversão. No mais profundo dos nossos corações rejuvenescidos estabelece, Senhor, a tua lei de amor e de amizade, para que saibamos responder-Te como Tu mereces, porque amar-Te a ti e aos outros é cumprir a Tua lei inteiramente.


Reflectindo: Quinta-feira da Semana XXVIII do tempo Comum

Esta passagem da Epístola aos Efésios é um verdadeiro hino, que já existia antes como carta circular dirigida às igrejas da Ásia e que o autor nela introduziu. Este hino celebra o mistério, o plano de Deus sobre toda a criação, que é o de reconduzir todo o Universo à unidade, tendo Cristo como Cabeça. O autor propõe a visão da história, humana e cósmica como história de salvação, como realização de um grandioso projecto de amor do Pai, realizado no Filho Jesus. Por ele, todos os homens, e toda a criação, são redimidos.
Irrompe um hino de louvor e bênção a Deus Pai que nos deu abundantemente todos os bens e contempla a bondade de Deus que quis tornar as criaturas participantes da sua vida divina cantando sua misericórdia que, não se deixando vencer pelo pecado, restabeleceu o homem na condição de filho, graças ao sangue de Cristo redentor.
Os mais responsáveis pelo ensino da lei tinham-se deixado endurecer e impediam até os outros de atingirem o conhecimento profundo e autêntico das Escrituras. Jesus tem contra eles estas severas admoestações e ensina-nos que não podemos reduzir a Palavra de Deus a uma série de preceitos morais, mas que devemos ver neles a revelação dos desígnios de Deus sobre os homens, revelação que nos ensina a entender a vida como Deus a entende e a vivê-la em resposta ao seu plano de amor por nós que nos foi trazida por Jesus Cristo.
O chamamento à salvação é para os homens de todos os tempos, para cada um de nós que fomos baptizados: Sim, eu digo-vos que serão pedidas contas a esta geração. Procuremos empregar todos os meios para nos santificarmos: os sacramentos, a oração, o sacrifício, o trabalho a e vida familiar em união com Deus.

Quinta-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 1, 1-10)
Irmãos: Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, aos cristãos que vivem em Éfeso, fiéis em Jesus Cristo. A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco. Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho. N’Ele, pelo seu sangue, temos a redenção e a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Ele nos concedeu em abundância, com plena sabedoria e inteligência. Ele deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio de benevolência n’Ele de antemão estabelecido, para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Cristo, tudo o que há nos Céus e na terra.

Salmo 97 (98)
Refrão: O Senhor revelou a sua salvação.

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 11, 47-54)
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram. Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós levantais os monumentos. É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos; e eles hão-de matar uns e perseguir outros’. Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas, que foi derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta geração. Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os que queriam entrar!». Quando Jesus saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas coisas, armando-Lhe ciladas, para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca.

Wednesday, October 13

Avenida Zarco

A Avenida Zarco - que liga a Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses ao Largo da Igrejinha (no início das ruas da Carreira e das Pretas e no final da Rua Câmara Pestana) - é uma homenagem a João Gonçalves Zarco, que procedeu ao descobrimento oficial das ilhas da Madeira e Porto Santo. Era escudeiro da Casa do Infante D. Henrique e foi o 1º Capitão Donatário da Capitania do Funchal.
A Avenida Zarco foi alargada em 1938, o que implicou a demolição de parte da fachada do Hospital da Misericórdia, edifício onde funcionou a Junta Geral do Distrito e funcionam, actualmente, algumas Secretarias do Governo Regional. Anteriormente, esta rua chamou-se Rua da Saúde.
Nesta artéria, existem importantes monumentos, como sejam a Fortaleza Palácio de São Lourenço (declarada monumento nacional por decreto de 26 de Setembro de 1940), o monumento a João Gonçalves Zarco (inaugurado em 1934) e que já esteve na exposição de Sevilha.

Fonte: Jornal da Madeira

Reflectindo: Quarta-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

A lei de Moisés passou; era o guia até Cristo. Agora a lei dos discípulos de Cristo é ditada pelo Espírito de Deus, que o Senhor ressuscitado lhes deu. Paulo continua a insistir com os Gálatas para que fundamentem a sua existência na liberdade a que foram chamados: uma vez que são filhos de Deus, deixem-se conduzir pelo Espírito, caminhando de acordo com os seus desejos e seguindo o seu caminho de liberdade e de amor. São Paulo apresenta essa lei que há-de manifestar-se nas obras que se praticam. Uma é a lei da natureza decaída (luxúria, imoralidade, libertinagem, idolatria, feitiçaria, inimizades, ciúmes, discórdias, ira, rivalidades, dissenções, facciosismos, invejas, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas), outra a lei ditada pelo Espírito (caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança). São dois caminhos opostos, como se canta no salmo.
Paulo também dá alguns avisos para que a lei de Cristo se torne serviço, caridade sobretudo para com os irmãos na fé.
O Evangelho apresenta uma série de maldições dirigidas contra os fariseus, por meio das quais o Senhor quer fazer compreender o espírito da sua nova doutrina. Jesus pronuncia dois ai de vós contra os mais observantes e comprometidos, e contra os doutores, encarregados de ensinar e guiar os outros pelos caminhos de Deus. São como túmulos disfarçados, cheios de podridão, capazes de contaminar de acordo com a Lei aqueles que sobre eles passam. Jesus não condena as formas de vida anteriores à sua pregação, mas pretende levar os seus ouvintes a descobrir que, por detrás do cumprimento material da lei, está a justiça e o amor, a pobreza de espírito e a humildade de coração, coisas que os seus ouvintes ainda não tinham chegado a descobrir.

Quarta-feira da Semana XXVIII do Tempo Comum

Da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas (Gal 5, 18-25)
Irmãos: Se vos deixais conduzir pelo Espírito, não estais sujeitos à Lei de Moisés. As obras da carne são bem conhecidas: luxúria, imoralidade, libertinagem, idolatria, feitiçaria, inimizades, ciúmes, discórdias, ira, rivalidades, dissenções, facciosismos, invejas, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, sobre as quais vos previno, como já vos disse: os que praticam estas acções não herdarão o reino de Deus. Pelo contrário, os frutos do Espírito são: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança. Contra coisas como estas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e apetites. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito.

Salmo 1
Refrão: Quem Vos segue, Senhor, terá a luz da vida.

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
não se detém no caminho dos pecadores
nem toma parte na reunião dos maldizentes;
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.


Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como a palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 11, 42-46)
Naquele tempo, disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e das saudações na praça pública! Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados, sobre os quais passamos sem o saber!». Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós». Jesus respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só dedo tocais nesses fardos!».

Monday, September 20

Provérbio 24

Em Setembro planta, colhe e cava, que é mês para tudo.

Pôr a candeia no candelabro

«Cristo», escreve um Padre da Igreja, «escolheu-nos para que fôssemos como lâmpadas; para que nos convertêssemos em mestres dos demais; para que actuássemos como fermento; para que vivêssemos como anjos entre os homens, como adultos entre crianças, como espirituais entre gente somente racional; para que fôssemos semente; para que produzíssemos fruto. Não seria necessário abrir a boca, se a nossa vida resplandecesse desta maneira. Sobrariam as palavras, se mostrássemos as obras. Não haveria um só pagão, se nós fôssemos verdadeiramente cristãos.»
Temos de evitar o erro de considerar que o apostolado se reduz ao testemunho de algumas práticas piedosas. Tu e eu somos cristãos mas, ao mesmo tempo e sem solução de continuidade, cidadãos e trabalhadores, com obrigações bem nítidas que temos de cumprir exemplarmente, se deveras queremos santificar-nos. É Jesus Cristo que nos estimula: «Vós sois a luz do mundo. Não se pode ocultar uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim sobre o candelabro, e assim alumia quantos estão em casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, a fim de que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos céus» (Mt 5, 14-16). Seja qual for, o trabalho profissional converte-se numa luz que ilumina os vossos colegas e amigos. Por isso, costumo repetir [...]: que me importa que me digam que fulano de tal é um bom filho meu - um bom cristão -, se é mau sapateiro?! Se não se esforçar por aprender bem o seu ofício, ou por executar o seu trabalho com esmero, não poderá santificá-lo nem oferecê-lo ao Senhor. Ora, a santificação do trabalho ordinário constitui como que o fundamento da verdadeira espiritualidade para aqueles que, como nós, estão decididos a viver na intimidade de Deus, imersos nas realidades temporais.

São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador, Homilia Trabalho de Deus, em Amigos de Deus, §§ 61-62