Thursday, February 28

Pensamento do dia: 28-02-2013

Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo. (Aldous Huxley: 1894-1963)

Quinta-feira da Semana II da Quaresma


A primeira leitura procura ajudar-nos a descobrir a verdadeira sabedoria, a que nos ensina a encontrar o caminho da vida e da salvação. Jeremias ensina que é a força de Deus e não o poder humano quem pode salvar, embora o coração humano, o que há de mais astucioso e incorrigível, tente encontrar nos seus sentimentos mais íntimos a resposta para as suas interrogações. Só Deus experimenta e avalia com justiça os comportamentos e frutos de cada um dos homens, porque só Ele conhece o coração do homem e o pode curar.

No Evangelho, apresenta-nos 3 cenas: situação de vida do rico e de Lázaro, cena depois da morte, diálogo do rico com Abraão. Há vários contrastes entre ambos, felicidade de um e desgraça do outro.
Com esta história, Jesus não quer dizer que os ricos não vão para o céu. O rico não é condenado pelo simples facto de o ser mas porque não respeita Deus, prescinde de Deus, abandona os caminhos de Deus, é egoísta e não partilha os seus bens com aqueles que precisam. Por sua vez, Lázaro não se salva porque é pobre mas porque está aberto a Deus e espera d’Ele a salvação. Afirma-se o perigo da riqueza porque pode criar o esquecimento de Deus, a surdez à Palavra de Deus e fechamento ao próximo.

Wednesday, February 27

Pensamento do dia: 27-02-2013

Há um pequeno número de homens e mulheres que pensam por todos os outros, e para o qual todos os outros falam e agem. (Jean-Jacques Rousseau: 1712-1778)

Quarta-feira da Semana II da Quaresma


O Mistério Pascal é o acesso à Vida, passando pela Morte; é a passagem da Morte à Vida, deste mundo ao Pai. Tudo isto se processa num itinerário todo espiritual, mas que Jesus irá percorrer até na sua própria carne. Jeremias, o profeta sofredor, figura do Senhor em sua Paixão, faz-nos ouvir uma das suas lamentações ou desabafos, em forma de oração confiante, como hoje há-de ser também a oração do cristão. Jeremias está sob ameaça de morte: são os próprios chefes de Israel que tentam reduzi-lo ao silêncio. Ele é tipo do Servo sofredor e é perseguido por causa da fidelidade à sua vocação e do seu amor ao povo. Porém, abandona-se confiadamente a Deus, de quem espera a salvação

Jesus sobe a Jerusalém consciente daquilo que lá O espera. Pela terceira, vez fala aos discípulos da sua paixão. Os discípulos não conseguem compreender e aceitar tais perspectivas e preferem cultivar as de sucesso e poder e Jesus explica-lhes o sentido da sua missão e o sentido do seguimento que lhes propõe. Quem aspira aos lugares mais elevados no Reino, terá que, como Ele, estar pronto a expiar o pecado do mundo. Ele é o Filho de Deus, veio para servir como o Servo de Javé, oferecendo a sua vida em resgate para que os homens, escravos do pecado e sujeitos à morte, sejam libertados.

Tuesday, February 26

Terça-feira da Semana II da Quaresma


Com frequência a palavra de Deus declara em que vem a consistir a conversão. A fé vive-se em toda a vida e não apenas em certos momentos. Mas a Quaresma é um tempo particularmente denso, no qual havemos de aprender, de novo, a viver, todos os dias, da fé. Só assim poderemos ter parte na Ressurreição, no termo da grande caminhada. É essa a extraordinária maravilha que Deus quer operar em nós, apagando todas as nossas manchas, mesmo as mais horríveis, com um detergente muito especial, o sangue de Cristo. O sacramento da Reconciliação permite-nos um muito particular acesso ao precioso sangue de Cristo, que nos lava de todo o pecado, nos renova interiormente e nos torna capazes de corresponder adequadamente ao amor fiel e misericordioso do nosso Deus.

Seguir o caminho de justiça e de santidade é estar na escola que leva a Deus. De contrário, estaríamos condenados juntamente com os escribas e fariseus, que dizem e não fazem, ainda que ocupem a cadeira de mestres, ou então o que fazem é por ostentação, para serem tidos por grandes. Mas os que a si mesmos se elevam por orgulho e vã glória a si mesmos traçam o caminho escorregadio da humilhação, que os não levará nunca ao monte da Transfiguração, que ontem se erguia diante de nós.

Monday, February 25

Segunda-feira da Semana II da Quaresma


O primeiro passo na conversão é o reconhecimento, diante de Deus, da situação de pecador. E logo surge a oração humilde e confiante de quem pede o perdão, como a de Daniel, o cativo da Babilónia. Daniel volta-se para Deus relendo a história à luz da tradição deuteronomista: à infidelidade do povo segue o castigo. Mas, até quando terá Deus que castigar o seu povo? Só Ele sabe. Por isso é que o profeta faz a pergunta a Deus e limita-se a reconhecer que o castigo é merecido. Mas a confissão e o arrependimento do profeta não o levam ao desesperar, mas a esperar confiadamente o perdão divino.

O homem, feito em santidade à imagem de Deus, também agora, ao suplicar o perdão de seus pecados, há-de imitar o Pai das misericórdias, há-de perdoar a quem o ofendeu, como numa cadeia de amor, de Deus ao pecador, deste ao seu irmão. Como praticar esta misericórdia. É o que nos indicam os versículos que hoje escutamos. Quando nos arrependemos dos nossos pecados, nos dispomos a arrepiar caminho, e nos abrimos ao amor misericordioso do Pai, o seu perdão é um dom superabundante e por isso, também nos convém ser generosos no perdão aos nossos irmãos.

Sunday, February 24

Domingo II da Quaresma


As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.
A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de auto-suficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Filho amado do Pai, cujo êxodo (a morte na cruz) concretiza a nossa libertação. O projecto libertador de Deus em Jesus não se realiza através de esquemas de poder e de triunfo, mas através da entrega da vida e do amor que se dá até à morte. É esse o caminho que nos conduz, a nós também, à transfiguração em Homens Novos.

Friday, February 22

Festa da Cadeira de São Pedro


A festa da Cadeira de São Pedro era já celebrada neste dia em Roma no século IV, para significar a unidade da Igreja, fundada sobre o Príncipe dos Apóstolos e é uma boa oportunidade para fazermos memória viva e atualizante do primeiro dos Apóstolos, Simão Pedro.
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. (Mt 16,18)
Nascido em Cafarnaum, exercia a sua profissão de pescador quando se encontrou com Jesus de Nazaré. Deixou o trabalho, a casa e a família para seguir o Senhor. Os evangelhos deixam-nos entrever a sua personalidade simples, espontânea e simpática. Jesus escolheu-o como primeiro no grupo dos Doze.
Hoje é o Dia da Cátedra de São Pedro. Não sabemos bem como se originou essa festa. Mas é certo que existe uma inscrição, datada de 370 - portanto, há mais de 1.600 anos - atribuída ao Papa São Dâmaso, falando de uma cadeira portátil, dentro do Vaticano, e que é considerada a cátedra do Apóstolo Pedro.

Thursday, February 21

Quinta-feira da Semana I da Quaresma


À medida que experimentamos a nossa insuficiência, vamos sentindo, cada vez mais, a necessidade de recorrer ao Senhor, que é a nossa força. Em tais circunstâncias, só o orgulhoso não sabe dirigir-se a Deus e rezar. Em momento especialmente difícil da vida do seu povo, Ester, a israelita condenada à morte com todos os demais, presa de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor. A rainha, na tentativa de salvar o povo a que pertencia, decide expor-se ao perigo, intercedendo por ele junto do marido. Mas, antes de se apresentar ao rei, apresenta-se ao Senhor, numa atitude de penitência e de oração. A rainha Ester é um belo exemplo de oração: Vinde socorrer-me, que eu estou só e só em vós tenho auxílio, pois sinto ao alcance da mão o perigo que me espreita .

No Evangelho é o próprio Jesus que insiste em que devemos pedir, procurar, bater à porta. Orar ao Senhor não é humilhante; é antes acto de confiança, afirmação de fé, caminho de paz. Jesus também pediu ao Pai nas horas difíceis. E a penitência é um caminho difícil, mas conduz à libertação pascal. Só o braço poderoso de Deus nos pode fazer passar da escravidão à libertação, da morte à vida. Jesus ensina a necessidade da oração de súplica e que a mesma é seguramente escutada. O Pai sabe, mas é preciso assumir a atitude do mendigo e reconhecer a própria condição de fraqueza e dependência de Deus. E Deus dá a quem pede e abre a quem bate. Se um pai dá pão ao filho que lhe pede pão, e não outra coisa parecida, também Deus dará coisas boas a quem Lhas pedir. O Pai escuta sempre os pedidos dos filhos e dá-lhes o que é melhor para eles.

Wednesday, February 20

Depois de 28 de fevereiro, continuaremos a nomear Bento XVI no Cânon da Missa?

Depois do dia 28 de fevereiro e antes da eleição do novo Papa, continuar-se-á a nomear o Papa Bento XVI no Cânon da Missa? É preciso fazer da mesma forma como se faz quando um papa morre, ou seja, não é nomeado, enquanto que o bispo local é nomeado.
Ainda que Bento XVI esteja entre nós, a Santa Sé estará vacante a partir das 20h da quinta-feira, 28 de fevereiro (hora de Roma; em Portugal, 19 h).
Quanto ao nomear o Papa no Cânon da Missa, os manuais litúrgicos mais recentes não entram em detalhes mas ainda é possível encontrar manuais anteriores ao Concílio Vaticano II que falam dos aspetos mais enigmáticos da liturgia.
Neste caso, o nome do Santo Padre e toda a frase que se refere ao Papa, é omitida da Oração Eucarística durante o período da Sede Vacante. Então são nomeados só o bispo local e o clero segundo a forma literária de cada oração.
Por exemplo, na Oração Eucarística II proclamar-se-á: "Em comunhão com... o nosso Bispo N., e todos aqueles que estão ao serviço do vosso povo".
Um procedimento análogo acontece em cada diocese depois da morte ou a renúncia do Ordinário de lugar. Durante este período, a frase “o nosso Bispo N.” é também omitida. Em vez disso menciona-se o nome de um administrador apostólico, mas não o de um administrador diocesano, porque é temporário.
No caso em que tanto a diocese e a Santa Sé estão vacantes, omite-se ambos os nomes.

Fonte: Secretariado da Liturgia

Quarta-feira da Semana I da Quaresma


O livro de Jonas ensina-nos que a misericórdia de Deus não se limita ao povo eleito, mas atinge todos os homens. O profeta é enviado a Nínive, capital da Assíria e anuncia a destruição dessa enorme cidade, destruição motivada pela maldade dos seus habitantes. Na primeira vez, Jonas tentou esquivar-se à missão, demasiado grande para alguém tão pequeno e frágil.

O povo aglomerava-se em volta de Jesus para O ouvir. Mas Jesus faz-lhes sentir que eles são mais curiosos, sempre à espera de qualquer sinal maravilhoso, do que desejosos de escutar a sua palavra, que dá luz e leva à conversão. E lembra-lhes como os habitantes de Ninive se converteram ao ouvirem Jonas, como recordava a primeira leitura, e como a rainha de Sabá, veio de tão longe só para ouvir o sábio Salomão. E ali estava Ele, maior que Jonas, e mais do que Salomão, mas que não era escutado com fé semelhante à daqueles seus antepassados, nem eles se deixavam conduzir à penitência como aqueles a quem Jonas pregava.

Tuesday, February 19

Terça-feira da Semana I da Quaresma


A liturgia dos primeiros dias da Quaresma dá-nos as grandes linhas para a vida cristã nesta preparação pascal. A primeira leitura de hoje apresenta a palavra vinda de Deus como força portadora de vida, capaz de produzir em nós uma renovação profunda. A palavra de Deus é o grande alimento deste tempo de jejum quaresmal. A palavra é a mediação através da qual o homem sente a Deus como próximo e como ausente, uma vez que os seus caminhos não são os nossos caminhos; é uma realidade viva, enviada do céu para realizar a salvação; é eficaz pois é capaz de realizar o seu objectivo, tal como a chuva e a neve, que fecundam a terra e lhe dão capacidade de produzir frutos.

O Evangelho ensina-nos como responder à palavra de Deus na oração: não rezar como os pagãos, que julgam dever usar muitas palavras para atrair a atenção ou a benevolência das suas divindades; Deus, nosso Pai, está sempre atento a cada um de nós e conhece aquilo de que precisamos; mais do que falar muito, há que ter, diante d´Ele, uma atitude de filhos; no diálogo profundo em que o homem derrama a sua alma diante de Deus, a quem ousa chamar Pai. A oração é uma das ocupações principais do cristão na Quaresma. Jesus ensina-nos hoje como a oração deve ser, antes de mais, a voz do coração animado pela fé, pela esperança e pelo amor filial para com o Pai celeste, como o próprio Senhor fez durante os 40 dias que passou no deserto.

Monday, February 18

Pensamento do dia: 18-02-2013

Depois da morte não há nada e a morte também não é nada. (Séneca: 4 a.C.-65)

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Segunda-feira da Semana I da Quaresma


A primeira leitura apresenta a toda a comunidade de Israel o mandamento da santidade. Deus é o Totalmente Outro, radicalmente diferente do que é o homem. Mas quere-o participante da sua santidade. Depois deste mandamento, seguem algumas normas de moral pessoal e social. O respeito pela santidade de Deus deve inspirar o respeito pelo próximo, particularmente pelos mais fracos e os deficientes. Às exortações negativas: Não fareis isto ou aquilo…, seguem exortações prepositivas destinadas a construir uma sociedade humana mais fraterna: amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor pelos outros, fundamentado em Deus, edifica a comunidade humana na santidade.

Logo desde o princípio da Quaresma, ergue-se diante da assembleia cristã o Senhor sentado no seu tribunal. Ele é o Bom Pastor, a separar as ovelhas dos cabritos, isto é, aqueles em quem a Palavra de Deus levou até à prática das boas obras, sobretudo em relação ao próximo, e aqueles em quem a Palavra, uma vez escutada, ficou estéril. É esta uma maneira de nos fazer compreender que a Quaresma é tempo de conversão e de renovação do amor de Deus e ao próximo.

Friday, February 15

Pensamento do dia: 15-02-2013

A Europa necessita de uma nova – e certamente crítica e humilde – aceitação de si mesma, se quiser sobreviver. (Papa Bento XVI)

Sexta-feira depois das Cinzas


O jejum é forma tradicional da penitência quaresmal, não se substitui a outras obrigações, à frente das quais estão as da justiça e as da caridade. O jejum é um sinal da libertação do nosso espírito, para melhor servirmos a Deus e ao próximo, porém a maior de todas as virtudes é a caridade. O profeta pretende alertar o povo para a falta de autenticidade com que vive, proclamar o verdadeiro jejum e só tem sentido e valor quando se torna expressão de amor a Deus e ao próximo e indicar as consequências da ligação do jejum à prática da justiça.

No Evangelho, os discípulos de Jesus são acusados de não Jejuarem. Jesus responde dando a entender que, com Ele, começaram os tempos messiânicos, o tempo das núpcias, o tempo escatológico anunciado pelos profetas, tempo de alegria durante o qual não se jejua, pois o Esposo está presente. Mas muitos não conseguem ver em Jesus o Messias esperado e não reconhecem que o Reino de Deus é festa, é pérola pela qual se está disposto a deixar tudo com alegria. O jejum cristão não consiste apenas em abster-se de alimentos. Consiste em desejar o encontro com Jesus salvador. A Igreja alerta-nos para duas dimensões essenciais do jejum: a sua referência a Cristo e a sua dimensão de solidariedade.

Thursday, February 14

Pensamento do dia: 14-02-2013

A Europa desenvolveu uma cultura que, de maneira desconhecida até agora pela humanidade, exclui Deus da consciência pública. (Papa Bento XVI)

Festa de São Cirilo, Monge e São Metódio, Bispo, Padroeiros da Europa


Cirilo, natural de Salónica, recebeu uma excelente formação em Constantinopla. Juntamente com seu irmão, Metódio, dirigiu-se para a Morávia, a pregar a fé católica. Ambos prepararam os textos litúrgicos em língua eslava, escritos com letras que depois se chamaram cirílicas. Chamados a Roma, ali morreu Cirilo a 14 de Fevereiro de 869. Metódio foi então ordenado bispo e partiu para a Panónia onde exerceu intensa actividade evangelizadora. Teve muito que sofrer por causa de pessoas invejosas, mas contou sempre com o apoio dos Pontífices Romanos. Morreu no dia 6 de Abril de 885 em Velehrad (Morávia). Em 1980 foram proclamados co-padroeiros da Europa pelo Papa João Paulo II.

Jesus é anunciado pelos profetas como luz dos pagãos. Esta missão do Senhor continua viva na Igreja, que O prolonga e na qual é proclamada a Boa Nova do Reino de Deus. Mas há sempre na Igreja quem encarne, de modo particular, em cada tempo e lugar, esta missão, como aconteceu com os dois santos irmãos que hoje celebramos, missionários do Evangelho entre os povos da Europa do leste. Juntamente com a fé, e para lhe servir de veículo, levaram a esses povos elementos importantes de cultura humana, como foi o próprio alfabeto com que, ainda hoje, as línguas desses povos são escritas.

Em 1985, o Papa João Paulo II escreveu uma Encíclica — Os Apóstolos dos Eslavos (Slavorum Apostoli) — para comemorar a obra de evangelização dos santos Cirilo e Metódio no undécimo centenário da morte de Metódio: Na obra de evangelização, que eles empreenderam como pioneiros em territórios habitados pelos povos eslavos, encontra-se também um modelo daquilo a que hoje se dá o nome de 'inculturação': a encarnação do Evangelho nas culturas autóctones e, ao mesmo tempo, a introdução dessas culturas na vida da Igreja.
Hoje, talvez seja este um dos caminhos mais importantes para a nova evangelização! Não é urgente uma linguagem mais acessível aos homens e mulheres deste tempo?

Wednesday, February 13

Quarta-feira de Cinzas


Toda a prática quaresmal expressa, reafirma e ajuda-nos a configurar-nos com Cristo: a penitência quaresmal e a prática penitencial (cinza, jejum, abstinência); a participação na celebração do sacramento da reconciliação; a oração, a escuta e a meditação da Palavra de Deus através de celebrações, encontros e retiros; a caridade, o amor ao irmão e a esmola são símbolo da nossa partilha de bens e do nosso tempo com os outros. Todas estas práticas conduzem-nos ao encontro de Jesus Cristo e da Sua glória pascal.

Hoje, a Igreja assinala o início da Quaresma com o rito da bênção e a imposição das Cinzas para que cada um de nós possa reconhecer a sua condição de pecador e se disponha a aceitar com humildade as dificuldades e fragilidades próprias da vida humana assim como o pecado que muitas vezes cometemos. Comprometemo-nos a lutar contra o pecado e contra o mal que está em nós com ajuda de Deus e do Seu Espírito purificador e santificador.

Tuesday, February 12

Terça-feira da Semana V do Tempo Comum


No vértice da criação está o homem. De todas as criaturas, é ele a mais perfeita imagem do seu Criador. E é sua missão conduzir a criação inteira até àquele grau de desenvolvimento que Deus para ela sonhou, e para atingir o qual lhe imprimiu dinamismos nunca assaz conhecidos. O homem macho e fêmea, homem-mulher, foi criado à imagem de Deus. O autor sagrado estendeu a todos os homens e mulheres a prerrogativa serem imagem de Deus. Com efeito, a ordem de dominar sobre a terra e sobre os outros seres vivos é dada indistintamente a todos os homens.

Jesus procura fazer compreender a diferença que existe entre o mandamento de Deus e a tradição dos homens, porque, no tempo em que estes factos se passavam, os usos e costumes que os homens tinham acrescentado à lei de Deus chegavam a deturpar a própria lei, como no caso citado; certos hábitos religiosos de invenção humana passavam à frente da justiça e da caridade. A nova relação entre os discípulos e Jesus de Nazaré também implicava uma nova relação entre os eles e as regras estabelecidas pelos homens para o encontro com Deus, nomeadamente no que se refere à pureza ritual: Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?. Mais do que nas suas palavras, é na sua Pessoa que encontramos a resposta à questão que Lhe é posta.

Monday, February 11

Pensamento do dia: 11-02-2013

Onde nos sentimos bem, é aí a nossa pátria. (Aristófanes: 450 a. C. - 386 a. C.)

Segunda-feira da Semana V do Tempo Comum


Começamos hoje a ler o primeiro livro da Bíblia, chamado Génesis, que quer dizer Origens. De uma forma poética, toda imaginativa, o autor apresenta a criação inteira saindo das mãos de Deus. À medida que o tempo caminha nós vamos captando o sentido último da criação, desde a criatura mais simples até ao mais alto grau da vida, que só em Jesus Cristo se alcança, porque Ele é o próprio Deus encarnado numa criatura, é o novo Adão, é o Primeiro e o Último, como se lê no Apocalipse.

No Evangelho, Jesus Se revela como a fonte da vida: todos os que O tocam são curados. Mas não é o gesto, em si mesmo, de O tocar materialmente que os aproxima de Jesus, mas a fé que lhes move o coração e lhes faz ver para além daquilo aonde os olhos podem chegar. Os milagres de Jesus vêm sempre remediar situações deficientes do homem. Assim, Jesus vai anunciando desde já, pelos sinais que vai realizando, a sua Páscoa, que levará a cabo a nova criação.

Sunday, February 10

Domingo V do Tempo Comum


A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
A segunda leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo.

Friday, February 8

Sexta-feira da Semana IV do Tempo Comum


Estamos a chegar ao fim da Carta aos Hebreus. O seu autor dá orientações concretas para a vida dos cristãos: perseverança no amor fraterno, hospitalidade, ajuda aos presos e a outros que estão em situação de sofrimento. Todos formam connosco um só corpo. Depois, trata da santidade com que o matrimónio há-de ser vivido. Ele é, de facto, um caminho de santidade. Prossegue alertando para a tentação de nos deixarmos envolver pela avareza. Jesus é a nossa verdadeira riqueza. O Pai sabe do que precisamos.

Devia ser grande a fama que João Baptista tinha deixado, pois que, ouvindo falar-se de Jesus e de suas palavras e obras, logo vinha à mente o grande profeta. Herodes, apesar de o ter mandado decapitar, nem se esquecera dele nem deixara de continuar a considerá-lo, como já antes o fazia. É assim o rasto que deixam os homens grandes! Herodes que, atormentado pelos remorsos, julga reconhecer em Jesus o profeta que mandara matar. E assim começa a narrativa do martírio de João, mais longa que a de Mateus ou a de Lucas: prisão, acusação, denúncia corajosa do rei pelo profeta, trama de Herodíades que usa Salomé, fraqueza de Herodes, sentença de morte e execução da mesma. Mas o remorso persegue o rei. O corpo do profeta é entregue aos discípulos que lhe dão sepultura.

Monday, February 4

Segunda-feira da Semana IV do Tempo Comum


Os nossos antepassados do Antigo Testamento deixaram-nos exemplos admiráveis de fé e santidade. Mas a perfeição, no sentido de acesso à vida de filhos de Deus, foi só Cristo quem no-la alcançou. Reconhecer esta situação e corresponder-lhe constitui agora para nós o caminho para chegar àquele destino melhor que Deus nos preparou.

O Evangelho conta-nos este estranho caso, contado de maneira popular, manifesta, uma vez mais, o mistério da pessoa de Jesus: Ele é o Filho de Deus, que veio ao mundo dos homens para aqui lançar as raízes do Reino dos Céus; e este triunfará do reino de Satanás pelo seu poder divino. Os habitantes da região do homem curado parecem reagir ao que tomaram por um dano puramente material. Jesus não Se demora por lá, mas deixa aí o miraculado, para que anuncie entre os seus vizinhos as maravilhas de Deus.

Sunday, February 3

Domingo IV do Tempo Comum


O tema da liturgia deste domingo convida a reflectir sobre o “caminho do profeta”: caminho de sofrimento, de solidão, de risco, mas também caminho de paz e de esperança, porque é um caminho onde Deus está. A liturgia de hoje assegura ao “profeta” que a última palavra será sempre de Deus: “não temas, porque Eu estou contigo para te salvar”.
A primeira leitura apresenta a figura do profeta Jeremias. Escolhido, consagrado e constituído profeta por Jahwéh, Jeremias vai arrostar com todo o tipo de dificuldades; mas não desistirá de concretizar a sua missão e de tornar uma realidade viva no meio dos homens a Palavra de Deus.
O Evangelho apresenta-nos o profeta Jesus, desprezado pelos habitantes de Nazaré (eles esperavam um Messias espectacular e não entenderam a proposta profética de Jesus). O episódio anuncia a rejeição de Jesus pelos judeus e o anúncio da Boa Nova a todos os que estiverem dispostos a acolhê-la – sejam pagãos ou judeus.
A segunda leitura parece um tanto desenquadrada desta temática: fala do amor – o amor desinteressado e gratuito – apresentando-o como a essência da vida cristã. Pode, no entanto, ser entendido como um aviso ao “profeta” no sentido de se deixar guiar pelo amor e nunca pelo próprio interesse… Só assim a sua missão fará sentido.

Friday, February 1

Sexta-feira da Semana III do Tempo Comum


Receber a luz significa aqui o Baptismo, que os Antigos chamaram iluminação. Os destinatários desta epístola foram modelo de vida cristã, no que se refere ao testemunho que deram em dias de perseguição. A fé vive-se na perseverança, tendo sempre em vista o fim aonde ela nos leva. Aí está a salvação, que, em qualquer caso, não tardará em chegar. Embora denuncie o perigo, o nosso autor não condena abertamente nem repreende com dureza. Prefere usar a exortação. Lembra que o passado de uma fé inquebrantável deve servir de estímulo para o presente. Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, suportastes a grande luta dos sofrimentos.

Duas breves parábolas põem em realce duas características do reino de Deus: a primeira refere-se à força interior desde reino, que o faz nascer e crescer pela força de Deus e não do homem (O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra). Os discípulos devem aguardar, com paciência, que a Palavra actue pela força que tem em si mesma e dê fruto no tempo e no modo que Deus quiser. A segunda põe em contraste os começos humildes deste Reino e a pujança final para onde se encaminha, e que bem manifesta a força interior que o animava desde o início. Apresenta o reino como um grão de mostarda, que dá origem a um grande arbusto. Não havemos de preocupar-nos por sermos poucos e pequenos: a Palavra de Deus dará frutos incomensuráveis, não por nosso mérito, mas pela graça.