Wednesday, July 31

Quarta-feira da Semana XVII do Tempo Comum


A aproximação de Deus transfigura sempre o homem. Assim aconteceu com Moisés, assim acontece com os discípulos de Cristo, que reflectem, como num espelho, a glória do Senhor, e são transformados nesta mesma imagemO texto do Êxodo fala-nos da distância e da proximidade de Deus. Foca particularmente o tema da tenda da reunião, o lugar onde Deus vem para se comunicar com Moisés e com o povo. Moisés é o privilegiado da revelação de Deus aos homens.

Jesus compara o reino de Deus a um tesouro escondido no campo e a uma pérola preciosa. O reino é o único necessário; só ele responde ao desejo mais profundo de realização do homem: imagem de Deus, o homem só n’Ele encontra o sentido da sua vida e a sua felicidade. A novidade da descoberta do reino torna tudo o mais de interesse relativo. O reino merece todas as renúncias. As parábolas do tesouro casualmente encontrado no campo, e da pérola desejada e finalmente comprada, acentuam a alegria daquele que compreendeu o valor do reino de Deus.

Tuesday, July 30

Terça-feira da Semana XVII do Tempo Comum


Durante a travessia do deserto, Deus está no meio do seu povo e manifesta-Se como seu educador e Moisés como o Intermediário, atento e fiel. Deus revela-Se como Deus clemente e compassivo, amigo do seu povo, que não só lhe revela os seus desígnios pela voz de Moisés, mas até lhe escreve a sua Lei em tábuas de pedra, para que esta se não venha a perder e o povo a possa recordar para sempre. E a presença de Deus na tenda da reunião prefigura a sua presença futura em Jesus Cristo, Deus feito homem no meio dos homens; a tenda era o lugar do encontro de Deus com os homens e dos homens com Deus.

Este mundo é o campo onde a palavra cai como semente e onde ela cresce e se desenvolve e dá fruto no coração de quem a acolhe com fé mas há outras sementes que são semeadas e crescem e que podem prejudicar a boa seara. É o mistério da vida da Igreja sobre a terra: trigo e joio a crescerem misturados e Deus, o dono da seara, na sua paciência infinita, esperando até à hora da colheita! Então, o joio, os filhos do Maligno, revelar-se-ão como palha, que só serve para o fogo, enquanto que os filhos do reino brilharão como o Sol no reino do Pai.

Monday, July 29

Santos Marta, Maria e Lázaro, hospedeiros do Senhor


Santa Marta era irmã de Maria e de Lázaro, residia em Betânia nas proximidades de Jerusalém. Jesus era seu amigo e de seus irmãos e frequentava a sua casa. Quando recebia o Senhor em sua casa de Betânia, servia-O com grande diligência e com suas orações obteve a ressurreição de seu irmão. Primogénita e dona de casa, Marta representa a vida activa e a irmã Maria simboliza a contemplativa. Em várias lendas, Marta, juntamente com Maria e Lázaro, aparecem como missionários no sul da França.
Os irmãos de Betânia mantinham uma grande amizade com o Senhor, que ali procurava descansar e se sentia bem acompanhado. Marta oferecia-lhe a hospitalidade e pediu-lhe pela ressurreição do irmão Lázaro e conseguiu-o. Foi o episódio mais marcante dessa amizade: sabedor da morte do amigo, Jesus comove-se e chora, demonstrando a afeição e a dor que sentia. Inteiramente homem, sofre pela perda; inteiramente Deus, ressuscita o amigo para manifestar, assim, a glória do Pai.
Imitemos a hospitalidade de Marta, acolhendo bem o Senhor e as pessoas amigas; imitemos a sua oração, pedindo a resolução dos problemas de amigos e conhecidos. O Senhor há-de escutar-nos, porque foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho pelos nossos pecados.

Friday, July 26

São Joaquim e Santa Ana, pais de Nossa Senhora


Na 1ª leitura, Ben Sirá evoca figuras ilustres que marcaram o passado da história de Israel, com o seu exemplo, uma nova vida no presente e a projetar a esperança do povo na direção do futuro. O bem paticado é um capital precioso e fecundo, que permanece. Quando é praticado por homens virtuosos, tece a verdadeira trama da história da salvação.

No Evangelho, os discípulos de Jesus têm a sorte de ver a realização das promessas. Gerações de profetas e justos construíram uma história de confiança, de espera e de esperança. Esses profetas e justos são ditosos porque, ainda que não tenham visto nem ouvido o que os discípulos veem e ouvem, acreditaram e apostaram a sua vida baseando-se na Palavra da aliança.

Uma tradição do segundo século afirma que os pais de Nossa Senhora, avós de Jesus, chamavam-se Joaquim e Ana. Conforme uma lenda da Idade Média, Joaquim e Ana viviam humilhados porque não tinham filhos. Joaquim dirigiu-se então para o deserto onde passou 40 dias em jejum e oração. Ao terminar os 40 dias, apareceu-lhe um anjo anunciando que teriam um filho: nasceu-lhes uma filha e deram o nome de Maria. A devoção de Santa Ana remonta ao século VI, no Oriente e no Ocidente data de século X. A devoção a São Joaquim é mais recente.

Thursday, July 25

Pensamento do dia: 25-07-2013

Os amigos são como os melões: é preciso experimentar cinquenta até encontrar um bom. (Claude Mermet)

Festa de São Tiago, Apóstolo


A liturgia aplica ao apóstolo Tiago o que Paulo diz a partir da sua própria experiência: Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus. Há uma mensagem que começa em Jesus, passa de Jesus a Paulo, de Paulo a Tiago e assim sucessivamente, ao longo da história, formando uma corrente de testemunhas e de mártires. Quem recebe a graça de derramar o sangue por amor de Cristo e dos irmãos pode dizer que leva em si a morte de Cristo, mas também quem vive serenamente a radicalidade evangélica no seu dia-a-dia.

Mateus parece usar de uma fina ironia ao narrar o episódio do Evangelho de hoje. Facilmente desculpamos a mãe, que quer o melhor para os filhos. Mas já não somos tão compreensivos para com os dois irmãos que se declaram prontos a beber o cálice com Jesus. Mas Jesus, transformando a hipótese em profecia, prediz a morte que Tiago irá padecer por causa da sua radical fidelidade ao Mestre e ao Evangelho, e aproveita para dar uma lição de humildade útil a todos, também outros apóstolos irritados e desdenhosos.

São Tiago nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente nos principais milagres do Senhor. Foi morto por Herodes cerca do ano 42. É venerado com culto especial em Compostela, onde se ergue a célebre basílica a ele dedicada, que atrai desde o século IX inumeráveis peregrinos de toda a cristandade. Anos mais tarde, S. Tiago foi o primeiro dos Apóstolos a dar a vida pela Evangelho. O Senhor sabia que poderiam imitar a sua paixão e, no entanto, pergunta-lhes, porque as coisas de muito valor não se conseguem a não ser por um preço muito elevado.

Wednesday, July 24

Quarta-feira da Semana XVI do Tempo Comum


Depois da passagem do Mar Vermelho, começa a travessia do deserto. Ela vai ser um tempo de grande provação, em que estão sempre em contraste a falta de fé e os pecados do povo, e a misericórdia e o poder de Deus. O povo murmura por se julgar condenado a morrer de fome; mas logo Moisés intercede junto de Deus e Ele envia-lhes o pão do céu, o maná, como a nós hoje a Eucaristia, o verdadeiro Pão do Céu.

Começamos hoje a ler a passagem do Evangelho de S. Mateus consagrada às parábolas, a uma catequese feita a partir da contemplação da natureza e dos trabalhos em que os homens se ocupam. Ouvimos hoje a parábola do semeador, como que a preparar o terreno para a boa colheita da sementeira que o próprio Senhor vai fazer. A vitalidade está na semente, mas é preciso que o terreno onde ela vai ser semeada esteja preparado.

Tuesday, July 23

Pensamento do dia: 23-07-2013

Nada é mais difícil, e por isso mais precioso, do que ser capaz de decidir. (Napoleão Bonaparte: 1769-1821)

Festa de Santa Brígida, Religiosa e Padroeira da Europa


Santa Brígida nasceu na Suécia em 1303; casou muito jovem e teve oito filhos que educou com esmero exemplar. Ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco e, depois da morte do marido, entregou-se a uma vida de maior ascetismo, embora sem deixar de viver no mundo. Fundou então uma Ordem religiosa e, partindo para Roma, foi exemplo de grande virtude para todos. Empreendeu peregrinações de penitência e escreveu muitas obras em que narra as suas experiências místicas. Morreu em Roma no ano 1373.

Na 1ª leitura, Paulo diz, pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Ele era um daqueles judeus que afirmavam que a aceitação da Lei produzia por si mesma a vinculação a Deus. Ao converter-se, irá dizer que a vida religiosa está acima do eu: Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Não é nenhuma substituição mas apenas está a expor a sua experiência religiosa.

No Evangelho diz-nos que a alegoria da videira e dos ramos garante-nos que a promessa da presença de Jesus no meio de nós está cumprida. Há que permanecer n´Ele para produzir os frutos que Deus espera de nós, permitir ao Espírito, a seiva divina, que produza em nós os seus frutos.

Monday, July 22

Santa Maria Madalena


Maria, presumivelmente nascida em Magdala, pequena povoação nas margens do lago de Tiberíade, é uma das mulheres que seguiram e serviram o Senhor durante a sua vida pública. Diz-se que, libertada por Jesus da opressão dos demónios, O seguiu fielmente até aos pés da cruz. Quando, no primeiro dia da semana, foi ao túmulo de Jesus, e o encontrou vazio, permaneceu junto dele a chorar e a perguntar pelo seu Mestre. Encontrou-O quando O ouviu chamar pelo seu nome: Maria! E tornou-se a primeira testemunha da Ressurreição, levando a Boa Notícia aos próprios Apóstolos.

Friday, July 19

Sexta-feira da Semana XV do Tempo Comum


A leitura do Livro do Êxodo passa agora à celebração da ceia pascal, à libertação do povo de Israel do Egipto. A ceia pascal judaica prefigura a Páscoa de Jesus. Na véspera da sua passagem deste mundo para o Pai, Ele instituiu, a partir daquela ceia pascal judaica, a Ceia da nova Aliança, não com o sangue do cordeiro pascal que Moisés já imolara, mas com o seu próprio Sangue, pois é Ele o verdadeiro Cordeiro pascal. É a festa da libertação, mesmo no seio da opressão. O que Moisés prescreveu para essa noite é o que se cumpre, ainda hoje, no ritual tradicional da ceia pascal hebraica, com que se comemora a libertação dos Hebreus na noite da Páscoa.

A lei de Moisés era um guia para Cristo. Jesus, depois, não a destruiu, antes a levou até ao seu pleno cumprimento, porque Ele ultrapassa as figuras que O anunciavam e chega até onde a Lei queria conduzir, que é Ele próprio. O repouso sabático, inicialmente, era uma lei humanitária, que visava proporcionar descanso a quem trabalhava, aos homens livres e aos escravos, e mesmo aos animais. A expressão de Jesus o Filho do Homem até do sábado é Senhor significa que a autoridade de Jesus é superior à de Moisés, em força da sua relação especial com aquele Deus a quem se pretende honrar com a observância do sábado.

Thursday, July 18

Quinta-feira da Semana XV do Tempo Comum


Moisés recebe a revelação do Nome divino Eu sou, que corresponde ao nome de Iavé ou Javé. Deus define-Se como Aquele que É, o Existente, mas que faz aliança com o seu povo. Ele é um Deus pessoal, um Deus com Quem o homem pode dialogar. Deus revela-Se assim como Aquele que, sendo transcendente, estará sempre presente na vida do seu povo. É o mesmo Deus que apareceu a Abraão, a Isaac e Jacob, o Deus da promessa que, diante da escravidão do seu povo, quer actuar como salvador e é um Deus próximo. Por isso mesmo, a presença de Deus é uma presença íntima, capaz de socorrer.

Depois de ter dado graças ao Pai pela revelação recebida, e de ter anunciado o conteúdo dessa revelação, Jesus dirige um convite-chamamento a todos cansados e oprimidos. A lei de Moisés, tal como a aplicavam os escribas era um jugo particularmente duro. Os discípulos de Jesus são convidados a pôr-se ao lado dEle, a carregar o mesmo jugo, a levar o mesmo estilo de vida: o dos mansos e humildes, dos pobres e pequenos, que compreenderam o mandamento novo da obediência a Deus e do serviço aos irmãos.

Wednesday, July 17

Pensamento do dia: 17-07-2013

Quem supera, vence. (Johann Goethe: 1749-1832)

Quarta-feira da Semana XV do Tempo Comum


A visão do Horeb está na origem de uma das mais importantes páginas do Êxodo. Tudo começa com um acontecimento inaudito: uma sarça ardia sem ser devorada pelo fogo. Moisés aproxima-se e é surpreendido pela palavra do Senhor, que se declara sensível ao sofrimento do seu povo oprimido no Egipto. O seu grito de aflição chegou aos ouvidos de Deus, que toma a iniciativa de salvar o seu povo. Mas quer salvá-lo com a mediação de homens escolhidos, dispostos a colaborar no seu plano de redenção: agora, vai; Eu te envio ao faraó e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel. Diante da grandeza de um tal plano, Moisés sente-se pequeno e expõe a Deus os seus limites, mas o Senhor garante-lhe: Eu estarei contigo.

Os pequeninos são os discípulos de Jesus, as coisas que só a eles são reveladas são os mistérios do reino de Deus. De facto, o conhecimento destas verdades é fruto da revelação que Deus faz a quem escuta a sua palavra com o coração puro e sincero. O encontro com Deus só é possível se nos colocarmos diante d’Ele em atitude de verdade: verdade que é consciência da nossa profunda pobreza; verdade que é despojarmo-nos de nós mesmos, do nosso orgulho; verdade que é lançarmo-nos nos caminhos da fraternidade e da humanidade, como quem é capaz de se agarrar ao essencial, de viver como se visse o invisível.

Tuesday, July 16

Terça-feira da Semana XV do Tempo Comum


Moisés é abandonado num cesto de papiro, no lugar onde a filha do faraó costuma ir banhar-se. Ao ver o menino, enternece-se e decide adoptá-lo como filho. Entretanto, a irmã de Moisés, Maria, convence a filha do faraó a procurar uma mãe de leite entre as mulheres israelitas. Acaba por ser a verdadeira mãe a alimentar o pequeno Moisés. Depois do desmame, a princesa do Egipto a criança para a corte, fazendo dela um filho e dando-lhe o nome de Moisés. Mais tarde, Moisés dá-se conta da sorte dos seus irmãos Hebreus e toma a sua defesa.

Quanto maior foi o conhecimento que se teve da palavra de Deus, maior será a responsabilidade diante do mesmo Deus e maior a responsabilidade das terras onde chegou a mensagem do Evangelho do que a daquelas onde ela nunca chegou. O aviso do Senhor tinha especial razão de ser para os seus contemporâneos que não prestavam a devida atenção à palavra que ouviam directamente da sua boca.

Monday, July 15

Pensamento do dia: 15-07-2013

Nenhum vencedor acredita no acaso. (Nietzsche: 1844-1900)

Segunda-feira da Semana XV do Tempo Comum


O Livro do Êxodo dá continuidade ao do Génesis, e descreve a situação dos israelitas no Egipto e a sua saída desse país, para eles terra de escravidão. Êxodo significa precisamente saída. É um livro de interesse excepcional na história do povo de Deus. Todo ele está impregnado da grande profissão de fé no Senhor, Deus único, que fez sair Israel do Egipto. Esta libertação do povo de Deus do país da escravidão, é a figura antecipada e anunciadora da futura Páscoa de Jesus Cristo, libertadora do povo que Deus veio a congregar na sua Igreja.

Cristo é, no mundo, sinal de contradição, como já o anunciara o velho Simeão. Os critérios do reino não se compadecem com a estreiteza dos nossos limites humanos. Ele vem trazer a paz, mas muitos, que não compreenderão essa sua missão, até por causa d’Ele se hão-de envolver em guerra e perseguir quem O quisera seguir.

Sunday, July 14

Domingo XV do Tempo Comum


Vai e faz o mesmo: é um convite claro de Jesus para que cada um de nós se torne próximo do outro, abrindo os olhos sobre a sua situação e servindo do mesmo modo que Jesus serviu. De qualquer pessoa me posso e devo fazer próximo. O amor que Jesus apregoa é um amor universal. Fazer o mesmo quer dizer deixar-se conduzir pela mesma ternura e bondade do coração. Quer dizer não ficar indiferente diante de ninguém.

O Ano da fé é também ocasião propícia para o testemunho da caridade. A fé autêntica frutifica sempre em amor e só, pela fé, podemos descortinar no outro, o verdadeiro rosto de Cristo. Que a luz da fé, nos faça olhar para o irmão, com os olhos de Jesus, como nos diz o Papa Francisco e que essa mesma luz nos ensine a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim; que a luz do rosto de Deus, me ilumina através do rosto do irmão e se crês assim, faz isso e viverás!

Friday, July 12

Sexta-feira da Semana XIV do Tempo Comum


O reencontro de José com os seus irmãos e a reunificação da família de Jacob é o tema central da longa história do Génesis. O itinerário de Jacob torna-se uma última etapa decisiva na história da salvação de Israel. É uma caminhada que aguarda a sua realização no regresso à terra de Canaã. Essa nova etapa será aberta pelo livro do Êxodo. O Senhor renova as suas promessas a Jacob; estará com o povo no Egipto, e estará com ele também no êxodo futuro.

Jesus dá algumas instruções aos Apóstolos em ordem à sua actividade missionária, põe-os de sobreaviso em relação às perseguições futuras que virão a sofrer, como Ele as havia de sofrer também. Mas promete-lhes a sua presença junto deles até ao fim, depois de lhes fazer compreender que o testemunho que eles derem é já antecipação do último juízo de Deus. Não foi fácil a missão dos Apóstolos, como ainda hoje o não é a da Igreja. A palavra de Deus desencadeia sempre, ao lado do bom acolhimento de alguns, a indiferença, a irritação e até a perseguição de muitos.

Thursday, July 11

Festa de São Bento, Abade e Padroeiro da Europa


Mensageiro da paz, artesão da unidade, mestre da civilização, e principalmente arauto da religião de Cristo e fundador da vida monástica no Ocidente – eis os títulos que justificam a fama de São Bento, abade. Numa altura em que o Império Romano estava a chegar ao fim e em que as regiões da Europa se afundavam nas trevas e outras regiões desconheciam ainda a civilização e os valores espirituais, ele permitiu, pelo seu esforço constante e assíduo, que se erguesse sobre este continente a aurora de uma nova era. Foram principalmente ele e os seus filhos que, com a cruz, o livro e a charrua, levaram o progresso cristão às populações que iam do Mediterrâneo à Escandinávia, da Irlanda às planícies da Polónia.
Com a cruz, isto é, com a lei de Cristo, firmou e desenvolveu a organização da vida pública e privada. Convém recordar que ensinou aos homens a primazia do culto divino com o Ofício divino, ou seja, a oração litúrgica e assídua. […] Depois, com o livro, ou seja, a cultura: numa altura em que o património humanista corria o risco de se perder, São Bento, conferindo renome e autoridade a tantos mosteiros, salvou a tradição clássica dos antigos com providencial solicitude, transmitindo-a intacta à posteridade e restaurado o amor pelo saber.
E finalmente com a charrua, quer dizer, com a agricultura e outras iniciativas análogas, conseguiu transformar terras desertas e incultas em campos férteis e jardins graciosos. Unindo a oração ao trabalho manual, de acordo com a célebre injunção «Ora et labora» («Reza e trabalha»), enobreceu e elevou o trabalho do homem. Foi por tudo isto que o Papa Pio XII saudou em São Bento o «pai da Europa».


Texto de Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978, Carta apostólica de 24/10/1964 «Pacis nuntius»

Wednesday, July 10

Quarta-feira da Semana XIV do Tempo Comum


José é figura de Jesus, o Salvador de seus irmãos, a quem perdoa e dá o alimento; tornou-se figura d´Aquele que, anunciando a misericórdia do Pai, mostra que o lucro da própria existência consiste em fazer a vontade de Deus e imagem do crente que, em Cristo, verdade do homem, procura e realiza a fraternidade. O seu modo de agir tem por objectivo levar os irmãos a um profundo exame de consciência sobre o que tinham feito contra ele e a dar-se conta de que a vida não pode gastar-se na violência. O seu modo de agir tem por objectivo levar os irmãos a um profundo exame de consciência sobre o que tinham feito contra ele e a dar-se conta de que a vida não pode gastar-se na violência. 

No Evangelho, aparece a lista dos doze Apóstolos. Este número corresponde no Novo Testamento aos doze patriarcas das doze tribos de Israel do Antigo Testamento. Jesus, novo Moisés, funda o novo povo de Deus, a Igreja. O povo de Deus na Igreja é o ponto de chegada do povo eleito que vinha já do Antigo Testamento. Os Doze são enviados e levam em si a própria missão de Jesus e são chamados para estarem com o Senhor e ser enviados por Ele aos irmãos.

Tuesday, July 9

Terça-feira da Semana XIV do Tempo Comum


Na estranha personagem com quem entra em luta, Jacob descobre a presença do próprio Deus, e não descansa enquanto d’Ele não obtém a bênção. Este acontecimento misterioso, pretende, em última análise, explicar o significado do nome de Israel, forte contra Deus, e indicar que a bênção que Jacob recebe de Deus se estenderá a todo o povo que levará o seu nome, o povo de Israel. O nome de Israel, que Jacob assume depois do combate nocturno, porque, como diz o Senhor, combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir, evoca um passado de lutas e de vitórias sobre forças inimigas.

Para ser capaz de reconhecer a intervenção de Deus é necessário ter-se um coração simples, como o de uma criança. Foi assim já no tempo de Jesus: os simples tinham fé, os entendidos negavam-se até ao que era evidente. Jesus nem por isso desiste de anunciar o reino de Deus; só lamenta que poucos se entreguem ao trabalho que este reino exige. Mas esses serão sempre um dom de Deus; é necessário, pois, pedir que Ele os envie. Sem a luz da Palavra de Deus, os homens transviam-se e perdem-se. Fora anunciado que o Messias faria ouvir os surdos e falar os mudos. Se Jesus realiza tais maravilhas, libertadoras da escravidão e limitações humanas, quebra o poder de Satanás, e só pode ser o Messias.

Monday, July 8

Pensamento do dia: 08-07-2013

É muito menos difícil resolver um problema do que pô-lo. (Joseph de Maistre: 1753-1821)

Wednesday, July 3

Festa de São Tomé, Apóstolo


A incredulidade de Tomé e citando S. Gregório Magno, foi mais útil à nossa fé do que a fé dos discípulos crentes. Aproveitando o episódio, João abre diante de nós uma pista nova para chegarmos à libertadora experiência da fé em Jesus ressuscitado. Na aparição seguinte aos seus discípulos, Jesus convida Tomé a percorrer o caminho de busca, que os seus colegas já tinham feito. Tomé, disponível e dócil à ordem de Jesus, chega a um acto de fé claro e convicto: Meu Senhor e meu Deus!. A bem-aventurança, que Jesus proclama em seguida, dirige-se a nós que, percorrendo um itinerário de fé, em atitude de completo abandono, chegamos a Jesus morto e ressuscitado.

O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir pelo nosso caminho de adesão a Ele.

Tuesday, July 2

Terça-feira da Semana XIII do Tempo Comum


Estas duas cidades são o símbolo do pecado e da impiedade, e o castigo que sofreram manifesta que Deus não pode pactuar com o mal, mas que, mesmo no meio das maiores catástrofes, Ele sabe sempre salvar e libertar. Sodoma, e a sua terrível destruição, realçam o contraste entre a hospitalidade de Abraão e a falta de hospitalidade dos seus habitantes. Lot, que escolheu a melhor parte, perde tudo: terra, bens, mulher. Abraão tendo confiado na promessa de Deus, terá uma descendência numerosa e possuirá a terra.

Mateus refere o episódio da tempestade acalmada. A Igreja é uma barca em tormenta, onde está Jesus e os discípulos. Dizer a Jesus: Desperta, Senhor, porque dormes? e Senhor, salva-nos, que perecemos!, significa reencontrar-se como crentes, como fiéis, como discípulos, e encontrar Jesus como Senhor e Cristo. Na sua presença não há tempestade, não há paixão, não há morte que resistam. A sua autoridade e o seu poder restauram a ordem da graça. Os discípulos nem sempre correspondem com fé e confiança ao senhorio de Jesus.