Thursday, January 29

Quinta-feira da Semana III do Tempo Comum



Liturgia da Palavra

Leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 10, 19-25)
Tendo nós plena confiança de entrar no santuário por meio do sangue de Jesus, por este caminho novo e vivo que Ele nos inaugurou através do véu, isto é, o caminho da sua carne, e tendo tão grande sacerdote à frente da casa de Deus, aproximemo-nos de coração sincero, na plenitude da fé, tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado na água pura. Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel. Velemos uns pelos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, sem abandonarmos a nossa assembleia, como é costume de alguns, mas exortando-nos mutuamente, tanto mais quanto vedes que se aproxima o dia do Senhor.

Salmo 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 4, 21-25)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não se traz para ser posta no candelabro? Porque nada há escondido que não venha a descobrir-se, nem oculto que não apareça à luz do dia. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». Disse-lhes também: «Prestai atenção ao que ouvis: Com a medida com que medirdes vos será medido e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem dar-se-lhe-á, mas àquele que não tem até o que tem lhe será tirado».


Reflexão
O escritor sagrado faz um grande apelo à fidelidade. São muitos os motivos da nossa esperança e, por isso, não tem sentido o desânimo nem pode haver lugar para desleixos. Jesus Cristo, o Sacerdote da nova Aliança, abriu o caminho a todos para chegarmos ao Santuário celeste. Toda a nossa vida sobre a terra há-de ser avançar, na fé, na esperança e na caridade, para esse Santuário, vivendo na Casa de Deus, que é a Igreja, na prática das boas obras, fiéis à assembleia litúrgica, onde a fé se anima e a comunidade se constrói.
No Evangelho, temos quatro pequenas parábolas resumidas. São afirmações genéricas, que podem ter aplicação em circunstâncias diversas, mas aqui parecem aplicar-se à atitude que se deve ter diante da doutrina de Jesus, a luz que é preciso difundir, generosamente, de mãos largas, que isso aproveitará a quem a recebe e a quem a dá. A palavra de Deus é como uma lâmpada; o seu sentido deve ser revelado, para que sejam manifestos aos homens os desígnios de Deus. O Evangelho é para todos na comunidade. Por isso, deve ser colocado no candelabro. A fé recebida por mim deve ser posta ao serviço da minha comunidade e de todos os homens.

Tuesday, January 27

Terça-feira da Semana III do Tempo Comum



Liturgia da Palavra

Leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 10, 1-10)
Irmãos: A Lei de Moisés contém apenas a sombra dos bens futuros e não a expressão das realidades. Por isso nunca pode levar à perfeição aqueles que se aproximam do altar com os mesmos sacrifícios que indefinidamente se oferecem ano após ano. De outro modo, não teriam deixado de os oferecer, se os que prestam esse culto, purificados de uma vez para sempre, já não tivessem consciência de qualquer pecado? Ao contrário, por tais sacrifícios se evoca anualmente a lembrança dos pecados, porque é impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe os pecados. Por isso, ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.

Salmo 39 (40), 2 e 4ab.7-8a.10-11 (R. 8a.9a)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 3, 31-35)
Naquele tempo, chegaram à casa onde estava Jesus, sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?» E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».


Reflexão
Jesus veio ao mundo para percorrer o caminho de regresso ao Pai, abrindo também aos homens esse caminho, que é o único que leva à salvação. Sendo Filho de Deus, abaixou-Se à condição humana e fez-se obediente até à morte de cruz. Fomos santificados graças à sua entrega sacrificial obediente.
Não podemos ver neste texto qualquer atitude de menosprezo pela Mãe, nem pelos afectos humanos. Todos quantos rodeiam Jesus, ainda que simples curiosos, discípulos hesitantes ou apóstolos tardos em compreender, ou mesmo traidores, são mãe e irmãos. Ser irmão de Jesus, não é questão de sangue, de mérito, mas de graça: Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe, por que se torna filho de Deus.

Friday, January 23

Sexta-feira da Semana II do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 8, 6-13)
Irmãos: Jesus obteve um ministério tanto mais elevado, quanto mais perfeita é a aliança de que Ele é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas. De facto, se a primeira aliança fosse irrepreensível, não haveria lugar para uma segunda. É em tom de censura que Deus lhes declara: «Dias virão – diz o Senhor – em que Eu estabelecerei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto. Como eles não permaneceram na minha aliança, também Eu Me desinteressei deles – diz o Senhor –. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel depois daqueles dias – diz o Senhor –: Hei-de imprimir as minhas leis no seu espírito e gravá-las no seu coração; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Ninguém terá de instruir o seu próximo nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor’. Porque todos Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno. Serei indulgente para com as suas faltas e não mais recordarei os seus pecados». Assim, ao falar de nova aliança, Deus declara antiquada a primeira. Ora aquilo que se torna antigo e envelhece está prestes a desaparecer.

Salmo 84 (85)
Refrão: Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade.

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 3, 13-19)
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se. Escolheu doze, para andarem com Ele e para os enviar a pregar, com poder de expulsar demónios. Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu e Judas Iscariotes, que depois O traiu.


Reflexão
Cristo é Sacerdote perfeito; por isso, também a Aliança que Ele estabeleceu com o seu sacrifício é perfeita, mais perfeita do que a Aliança antiga. Esta Nova Aliança não é feita de ritos puramente exteriores, mas está gravada no coração dos crentes pelo Espírito de Deus. Desta Aliança é Jesus o Medianeiro, o Sacerdote. É uma Aliança que se traduz na comunhão com o Pai, no Espírito Santo. E toda a vida cristã será manifestação desta Aliança.
Jesus rodeia-Se de Doze Apóstolos, os futuros pastores do povo de Deus, como, no antigo Israel, as tribos desse povo eram também em número de doze. É Jesus quem os escolhe, porque é Ele quem está na origem do povo da nova Aliança. Aos Doze Jesus comunica o seu poder sobre o reino demoníaco do mal, para que o seu triunfo pascal esteja sempre presente entre os homens, na Igreja, por meio deles, que hoje se continuam no Colégio ou Ordem dos Bispos.

Monday, January 5

Segunda-feira depois da Epifania


Liturgia da Palavra

Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 3, 22-4, 6)
Caríssimos: Nós recebemos de Deus tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu. Caríssimos, não deis crédito a qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, porque surgiram no mundo muitos falsos profetas. Nisto conhecereis o espírito de Deus: todo o espírito que confessa a Jesus Cristo feito homem é de Deus; e todo o espírito que não confessa a Jesus não é de Deus. Este é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que havia de vir e agora já está no mundo. Vós, meus filhos, sois de Deus e já os vencestes, porque Aquele que está no meio de vós é maior do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo e o mundo escuta-os. Nós somos de Deus e quem conhece a Deus escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto distinguimos o espírito da verdade e o espírito do erro.


Salmo 2, 7-8.10-11 (R. 8a)
Refrão: Eu te darei os povos em herança.

Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações em herança
e os confins da terra para teu domínio.

Agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que julgais a terra.
Servi o Senhor com temor,
aclamai-O com reverência.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 4, 12-17.23-25)
Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus». Depois percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. A sua fama propagou-se por toda a Síria: traziam-Lhe todos os que estavam doentes, atingidos de diversos males e sofrimentos, possessos, epilépticos e paralíticos, e Jesus curava-os. Seguiram-n’O grandes multidões, que tinham vindo da Galileia e da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de Além-Jordão.


Reflexão
Para conhecermos a vontade de Deus, precisamos de praticar o discernimento e João oferece-nos alguns critérios para reconhecermos o espírito de Deus e o espírito do mundo: a fé em Cristo (que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo); o amor fraterno (que nos amemos uns aos outros); a fidelidade aos mandamentos de Deus. E sugere algumas atitudes para alcançar esse objectivo: a oração, como compromisso pessoal em realizar o que Ele manda; a profissão de fé autêntica em Cristo Jesus; a caridade activa em favor dos irmãos. O primeiro critério para distinguir os verdadeiros dos falsos profetas é a confissão de fé em Cristo Senhor. Os falsos profetas, que querem apresentar um cristianismo diferente, vêm do mundo e são escutados por ele, mas os crentes são de Deus e Deus está neles. O segundo critério é eclesial: quem se mostra dócil à Igreja, vem de Deus. A fé do cristão é adesão à doutrina proposta pelos guias da comunidade eclesial, onde se encontra o Espírito de Deus, que é preciso escutar e testemunhar.
Jesus percorre as sinagogas, prega o Evangelho do Reino e realiza milagres curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A sua pregação suscita grande entusiasmo, a sua fama espalha-se até à Síria e causa grande impressão em toda a região. Jesus é o verdadeiro Servo de Deus que carrega sobre si as enfermidades de toda a humanidade. A sua pregação é exortação e súplica para que todos acolham na sua vida a reconciliação e a salvação, que o Pai celeste oferece gratuitamente e generosamente a todos.