Thursday, December 29

Leituras do dia 29 Dezembro


O acontecimento do Natal é a manifestação aos homens do amor de Deus por eles. Acreditar em Jesus é acreditar no amor de Deus e acolher este amor, para com ele amar os seus irmãos. Não se tem fé viva, se a fé não leva a amar os outros, à imitação do que Deus faz para com os homens. É este o mandamento por excelência que o Senhor nos deixou: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O caminho para conhecer a Deus e permanecer nele é não pecar e guardar os mandamentos, especialmente o do amor a Deus e aos irmãos. João afirma que o verdadeiro conhecimento de Deus deve ser autenticado pela observância dos mandamentos. De facto, quem guardar a sua palavra experimenta o amor de Deus e mora nele, porque vive como Jesus viveu e tem dentro de si uma realidade interior que o impele a imitar a Cristo, cujo exemplo de vida é precisamente o amor.
O primeiro acontecimento do Novo Testamento, que já se orientava para o nascimento de Jesus, a anunciação a Zacarias, situava-se no templo: no templo terminam hoje os episódios da infância do Senhor, com o encontro de Jesus e de Simeão. Simeão, como já Zacarias o tinha feito, proclama o Senhor como luz, porque Ele vem como Luz de Deus para iluminar os homens, os libertar das trevas e os transferir para a Luz do Reino de Deus. A apresentação de Jesus no templo é o reconhecimento de Jesus como o Messias sofredor, o Salvador universal dos povos. Maria e José, obedientes à lei hebraica, entram no templo como membros simples e pobres do povo de Deus, para oferecerem o primogénito ao Senhor e para purificação da mãe revelando assim confiança e abandono em Deus. O centro da cena é a profecia de Simeão, homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel. Guiado pelo Espírito, vai ao templo e reconhecendo em Jesus o Messias esperado, saúda-o e faz uma confissão de fé: realizaram-se as antigas profecias; ele viu o Salvador, a glória de Israel, a luz e salvação de todos os povos. Mas essa luz terá o reflexo do sofrimento, porque Jesus há-de ser sinal de contradição e a própria Mãe será envolvida o destino de sofrimento do Filho.

Tuesday, December 27

Festa de São João, Apóstolo e Evangelista


Filho de Zebedeu, rico pescador de Bethsaida e de Salomé, que mais tarde se viria a consagrar ao serviço de Jesus e dos Apóstolos, foi educado, com o seu irmão Tiago, na seita dos zelotes. Tornado discípulo de João Baptista, por ele seria encaminhado para Jesus, vindo a ser bem depressa, um dos membros mais activos do grupo. A João confiou Jesus não só o maior número de missões, mas também os Seus mais intímos segredos. A ele confiará igualmente Sua Mãe, que terminará os Seus dias na companhia do «Discípulo amado». Após uma longa vida apostólica, o Apóstolo do amor será exilado para a ilha de Patmos, no tempo de Domiciano, sendo o último dos Doze a deixar a terra. João é o autor de vários Cartas, do Apocalipse e do quarto Evangelho.  
S. João é uma figura de fundamental importância na Igreja primitiva, é o discípulo amado que ensina a contemplar em Jesus, o Filho de Deus feito homem, para nos revelar o rosto do Pai e o caminho que leva à comunhão com Ele. Por esta razão, João é chamado teólogo. Os seus escritos levam a acreditar em Jesus Messias e Filho de Deus. O seu símbolo é a águia porque a águia é a única ave que consegue fixar o sol sem cegar. Para João, o sol é Cristo. A sua presença na comunidade descobre-se pela contemplação e pela inteligência da Palavra de vida. A vida, na sua realidade mais profunda, é a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós. Jamais contemplaremos suficientemente este mistério de vida que se tornou perceptível para nós em Jesus, Filho de Deus, a vida eterna que estava junto do Pai.

Monday, December 26

Festa de Santo Estêvão


Estêvão foi um dos primeiros sete Diáconos escolhidos pelos Apóstolos, com o fim de por eles serem aliviados de tarefas administrativas (Act. 6, 1-6). Homem cheio do Espírito Santo, não limitou Estêvão o seu «diaconado» aos serviços caritativos. Com efeito, dedicou-se, com toda a sua alma, à evangelização, tornando-se testemunho de Cristo Ressuscitado. O livro dos Actos dos Apóstolos (Act, 7) atribui-lhe um discurso, que, sendo o primeiro ensaio cristão da leitura dos textos do Antigo Testamento em função da vinda do Senhor, servirá de modelo aos primeiros arautos do Evangelho.
Primeiro diácono, foi também o primeiro mártir da Igreja. Cerca do ano 36 da nossa era, com uma morte aceite com as mesmas disposições com que Jesus aceitou a Sua, Estêvão dava o supremo testemunho do Seu amor por Ele.

Tuesday, December 13

Terça-feira da Semana III do Advento


A cidade santa de Jerusalém, centro e símbolo de toda a nação do povo de Israel, foi infiel ao Senhor; mas o Senhor suscitou para Si um povo, vindo dos pagãos e do resto fiel de Israel. E com ele fará obras admiráveis no meio dos homens, apesar da pobreza e humildade dos mesmos. Este texto abre com uma invectiva contra os chefes das nações que, em vez de cuidar da fé do povo, apenas se preocupam com os seus interesses. A purificação dos povos pagãos, que abandonam os ídolos para se voltarem para o Senhor, exprime a expectativa profética de uma profunda renovação da humanidade, realizada pelo Senhor. A renovação anunciada consiste na conversão do coração humano, manifestada no acolhimento da lei divina, no culto do verdadeiro Deus.
Também é importante preparar-se para o Natal, vivendo na verdade. A mentira é a nossa protecção inconsciente. A vivência da verdade aproxima-nos do povo simples, pobre e humilde, que estava disposto para receber o Senhor.
Deus quer a nossa salvação, porque nos tem amor. Só é preciso que aceitemos o seu dom e Lhe correspondamos, com fé e generosidade. Jesus aproximou-se de nós. Como o vamos receber: aceitamos a sua palavra? Procuremos o arrependimento, a conversão e as obras. Para entrar no reino de Deus é preciso ter confiança na palavra de Deus e arrepender-se. Além disso, para adquirir o reino as palavras não bastam, exigem-se actos.
Se João Baptista tivesse sido aceite como Precursor do Messias, Este teria certamente sido também aceite, mais facilmente, pelos seus contemporâneos.
A parábola é um aviso para nós. Há que evitar a atitude do filho mais velho: diz que vai para a vinha; mas não vai. É preciso afastar toda a incoerência da nossa vida. Há que não cair numa obediência meramente formal. Caso contrário, corremos o risco de reduzir a nossa justiça moral e religiosa a simples fachada, esquecendo-nos de procurar e cumprir a vontade de Deus, como expressão do nosso amor para com Ele.

Monday, December 12

Segunda-feira da Semana III do Advento


Um profeta pagão, enviado pelos seus para amaldiçoar o povo de Deus, sente-se impelido pelo Senhor a abençoá-lo em vez de o amaldiçoar. Ao olhar para o acampamento de Israel, pronuncia uma profecia célebre, na qual anuncia um tempo de prosperidade e o aparecimento de um homem, um rei, um Astro, que há-de vir guiar o povo de Deus. Esse Astro é Aquele que o Apocalipse chama a Estrela da manhã, Jesus Cristo. O ceptro é claramente símbolo da realeza; a estrela deve entender-se no contexto cultural da antiguidade em que a aparição de um novo astro significava o nascimento de um rei, ou um grande evento da história. Começa aqui a tradição judaica da estrela como símbolo do Messias. Balaão, inspirado pelo Espírito de Desus, profetiza o aparecimento do Astro que representa a estrela vista pelos Magos e que os conduziu até Belém.
Mateus mostra a contestação dos adversários de Jesus ao seu julgamento sobre o templo e à expulsão dos vendilhões: Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?. Jesus responde com outra pergunta: De onde provinha o Baptismo de João? Do Céu ou dos homens?. Baptizar tinha sido a acção mais vistosa de João. Jesus quer obrigá-los a tomar posição diante desse facto. Assim os obriga a reflectir sobre a sua atitude em relação a Deus. É um forte convite à conversão: há que tomar posição perante a pregação do Baptista, que apelava exactamente à conversão. A recusa em responder manifesta a sua má vontade, o seu calculismo, a sua política de conveniências, recusando o dever da conversão. Nesta situação, Deus pode fazer descer o silêncio sobre o incrédulo, como sugere a afirmação final de Jesus: Também Eu vos não digo com que autoridade faço isto. Quando Jesus foi apresentado no Templo, foi reconhecido como o Messias esperado, a luz das nações e a glória de Israel. Por Ele ser a luz do mundo é que tem o direito de ensinar.

Tuesday, December 6

Terça-feira da Semana II do Advento


Com esta passagem começa a segunda parte do Livro deste profeta, também chamado o Livro da Consolação de Israel. Escrita no fim do exílio de Babilónia, anuncia ao povo de Deus dias novos de salvação, semelhante à que o Senhor lhe tinha enviado quando o tirou do Egipto e o conduziu pelo deserto a caminho da Terra Prometida. Trata-se de um novo Êxodo. A vinda do Senhor, que o Advento nos faz esperar é o momento culminante de toda a história da salvação: é Deus que vem para nos salvar! É o mistério do Advento, da Vinda do Senhor. O profeta tem a missão de preparar o regresso do Senhor. É na estabilidade do Senhor que o povo desterrado em Babilónia há-de confiar.
A Igreja é também o rebanho, do qual o próprio Deus predisse que seria o pastor e cujas ovelhas, ainda que governadas por pastores humanos, são contudo guiadas e alimentadas sem cessar pelo próprio Cristo, bom Pastor (CIC, 754).
O que o profeta anunciou, a salvação do povo de Deus, Jesus o afirma de maneira bem clara nesta parábola que não nos deixa dúvidas sobre a intenção última de todas as vindas de Deus ao encontro dos homens: o Senhor não quer que nenhum se perca, nem sequer um só destes pequeninos!”
A parábola da ovelha perdida é uma exortação a partilhar a alegria do perdão que Deus concede aos pecadores que se convertem, e a tornar-nos também disponíveis para oferecer o perdão aos outros. Em coerência com esse contexto, Mateus não põe directamente Deus à procura da ovelha tresmalhada, mas a comunidade. É a solicitude pastoral da comunidade que torna visível o rosto de Deus que vai à procura do cristão perdido, do pecador. O importante é que a comunidade procure aquele que anda perdido e faça por encontrá-lo…
O amor de Deus por nós é um amor misericordioso, porque não quer que se perca ninguém: não é da vontade de meu Pai, que se perca um só destes pequeninos (CIC, 605). O Advento é um tempo de esperança, que devemos aproveitar para uma reconciliação, para uma conversão.

Monday, December 5

Segunda-feira da Semana II do Advento


Os tempos do Messias são anunciados pelo profeta como um novo paraíso. O profeta, que é, ao mesmo tempo, um poeta, anuncia, por meio de imagens cheias de optimismo e beleza, a transformação feliz de todas as coisas: o deserto será jardim, o que é fraco será revestido de força, o que é árido tornar-se-á viçoso. São imagens que, já desde longa data, anunciavam a renovação trazida ao mundo pelo Filho de Deus; agora exprimem o júbilo e a alegria da Igreja nesta expectativa da vinda do Senhor, que ela celebra no Advento. Isaías oferece-nos hoje um verdadeiro hino à alegria pela renovação do cosmos e, sobretudo, do próprio homem. Essa renovação é obra de Deus criador e salvador. A alegria contrasta com a aridez do deserto e da estepe. É o contraste entre uma alegria que vem de Deus, que atravessa e vivifica toda a existência, e o sofrimento e a aflição que pesaram sobre o povo durante o exílio.
A leitura do Evangelho vem mostrar que as promessas do profeta se cumpriram em Jesus. O enfermo, jazendo no catre, é imagem de toda a humanidade entregue a si mesma, sem ter quem a salve. O encontro com Jesus foi para o enfermo a cura da doença, o perdão dos pecados, a fonte da alegria. E quem o presenciou soube reconhecer o dom de Deus e proclamar as suas maravilhas. Há-de ser assim a atitude de quem reconhece, no Filho de Deus que vem, o seu Salvador. É a fé daqueles maqueiros que permite a Jesus falar como fala. Só quem tem fé é capaz de compreender que o maior problema do homem é o pecado, raiz de todos os males que o afligem.
Com a vinda do Messias realizar-se-ão acontecimentos extraordinários. E Jesus cura um paralítico e perdoa-lhe os pecados. Aproximemo-nos do Senhor para que Ele perdoe os nossos pecados, abeirando-nos do sacramento da Penitência, e ajudemos outros a fazerem o mesmo. E também para que Ele cure as nossas paralisias: o afastamento dos Sacramentos e da vida de oração, a pouca ajuda na vida familiar e no local de trabalho, o receio de falar de Deus e dos seus ensinamentos aos outros, etc.

Sunday, December 4

Domingo II do Advento


A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.

Friday, December 2

Sexta-feira da Semana I do Advento


A renovação do povo de Deus é frequentemente apresentada em comparações tiradas da renovação da natureza e da melhoria das situações materiais ou morais. Com tais imagens exprime-se o ambiente de felicidade e de alegria, de paz e de santidade, de renovação e de restauração que o Senhor quer enviar ao seu povo, para que ele reencontre os caminhos da sabedoria. A salvação provoca o júbilo dos humildes, daqueles que confiam no Senhor e perseveram na espera da salvação que vem dele.
O que a leitura anterior anunciava, Jesus agora o realiza no Evangelho: os olhos dos cegos tornarão a ver. Há uma continuidade constante em toda a história da salvação, porque Deus é sempre o mesmo, e sempre igual é a sua vontade de vir ao encontro dos cegos, que somos nós todos. Estes últimos tempos, que Jesus inaugurou com a sua vinda no mistério de Encarnação, são particularmente significativos desta vontade de Deus sobre os homens. Curando os cegos, Jesus revela-Se como a própria luz de Deus enviada ao mundo, ao mesmo tempo que manifesta a vontade divina de iluminar a nossa cegueira. Esta luz há-de finalmente brilhar em todo o seu esplendor, quando Ele vier no fim destes nossos tempos, que o Advento prepara. A fé daquele que procura a cura junto de Jesus manifesta-se, em primeiro lugar, no seguimento e torna-se súplica insistente, confiante. Aproximar-se de Jesus é necessariamente entrar em comunhão com a sua Pessoa e escutar a sua Palavra. Jesus faz como que um exame à fé dos cegos, isto é, à confiança que têm no seu poder salvador.
O Senhor é a Luz que dá a luz, que nos ilumina a todos. Precisamos que o Senhor nos liberte da escuridão e das trevas, que inundam o mundo. Peçamos ao Senhor que nos abra os olhos da fé para a luz divina, para vermos as pessoas e os acontecimentos como Ele os vê, que Ele abra os nossos olhos para O descobrirmos naqueles que nos rodeiam, nas nossas ocupações diárias.

Thursday, December 1

Quinta-feira da Semana I do Advento


Na 1ª leitura, Isaías apresenta um hino de acção de graças pela ajuda do Senhor que faz de Jerusalém uma cidade forte, em oposição a Babilónia. O hino é entoado pelos habitantes da cidade, que precisa de ser reconstruída e de muros que lhe garantam a segurança, mas esses muros podem tornar-se uma defesa do bem-estar próprio, uma barreira contra os humildes. Por isso, é que o profeta convida a abrir as portas da cidade, para que os seus habitantes não se fechem nas suas próprias seguranças, mas estejam abertos ao mundo. O profeta aconselha-nos a confiar sempre no Senhor, a edificar a nossa vida sobre a rocha eterna, que é o próprio Cristo.
O Advento, que anuncia e celebra a vinda do Senhor ao encontro dos homens para os salvar, quer fazer brotar em nosso coração a confiança e a fidelidade, porque elas são atitudes fundamentais de um povo justo.
No Evangelho, a fidelidade na esperança e a coragem de se manter vigilante na expectativa da vinda do Senhor são por Ele mesmo comparadas à firmeza da casa construída sobre a rocha. A imagem da rocha serve para significar a fidelidade de Deus e a confiança que n’Ele se pode ter. Sobre a rocha está construída a Igreja, e sobre o rochedo, a que a leitura anterior comparava o próprio Senhor, se há-de apoiar a construção da vida de cada cristão, para que, ao chegar o Natal, o Senhor possa encontrar para Si uma casa, e não apenas uma gruta, e, na sua última vinda, sejamos acolhidos, com Ele, na casa do Pai. A casa construída sobre a rocha é sólida e resiste aos temporais e às enxurradas, enquanto a que é construída sobre a areia facilmente se desmorona e cai em ruínas. A Palavra é o fundamento imperecível para apoiar as nossas obras e a nossa vida, é o verdadeiro fundamento do discipulado e da nossa confiança. Não são as coisas extraordinárias (os exorcismos, as curas, os milagres) mas na Palavra devidamente escutada e posta em prática. Não é suficiente dizer Senhor; Senhor para ser verdadeiro discípulo. É preciso obedecer à Palavra do Senhor encarnada na vida. Só assim o poderemos imitar e sermos igualmente rocha para os que nos rodeiam.

Wednesday, November 30

Santo André


André, natural de Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Baptista e depois seguiu a Cristo, a quem apresentou também seu irmão Pedro. Juntamente com Filipe introduziu à presença de Jesus uns gentios que O queriam ver, e foi ele também que indicou o rapaz que tinha os peixes e o pão. Segundo uma tradição, depois do Pentecostes pregou em diversas regiões da Grécia e foi crucificado na Acaia. Os gregos chamam a este ousado apóstolo Protókletos, o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: Que procurais? - Mestre, onde habitas? - Vinde e vede. A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

Leituras da Festa litúrgica de Santo André

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos (Rom 10, 9-18)Irmãos: Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e se acreditares em teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação. Na verdade, a Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido». Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam. Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão-de invocar Aquele em quem não acreditam? E como hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão-de pregar, se não forem enviados? Está escrito: «Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!». Mas nem todos obedecem ao Evangelho, como Isaías diz: «Senhor, quem acreditou na nossa pregação?». A fé, portanto, vem da pregação e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. Mas pergunto: Não a teriam ouvido? Ao contrário, como diz a Escritura: «A sua voz ressoou por toda a terra e as suas palavras até aos confins do mundo».
Salmo 18 A (19 A)
Refrão:
A sua mensagem ressoou por toda a terra.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem,
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 4, 18-22)
Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.

Tuesday, November 29

Terça-feira da Semana I do Advento


A vinda do Filho de Deus inaugura a era da paz universal, Ele que de judeus e pagãos fez um só povo. Esta era de paz, que só será perfeita quando Ele vier no fim dos tempos, é aqui descrita com imagens como as do paraíso reencontrado. E, como no princípio, tudo será fruto da acção do Espírito de Deus, Espírito que Jesus recebeu do Pai em plenitude, e nos comunicou a nós também. Jesus aplicou um dia a Si próprio esta passagem do profeta. Num cenário de desolação, brota rebentos, sinal de vida e de bênção. Brota do tronco da família de David, provada pelas tragédias da história e pela infidelidade do pecado. Mas Deus é fiel e não esquece a promessa de estabelecer para sempre o trono de David. O dom do Espírito é o dom divino por excelência aos chefes libertadores de Israel, aos juízes carismáticos, aos profetas e aos sacerdotes, aos sábios. Com a vinda do Messias recebemos a promessa de um reino de justiça e de paz. O Espírito Santo ajuda, tendo em conta a sua missão salvífica.
Toda a vida de Jesus, o Messias enviado pelo Pai, manifestou que Ele estava cheio do Espírito Santo, que vivia movido por Ele e por Ele estava unido ao Pai, como se vê nesta passagem. A acção do Espírito Santo há-de revelar-se particularmente a partir do Mistério Pascal do Senhor e será essa acção do Espírito Santo que vai renovar a face da terra, como se há-de cantar no último dia do Tempo Pascal, no dia de Pentecostes. Desde já começamos a olhar para esse ponto de chegada da Páscoa do Senhor. Jesus admira o conhecimento que o Pai tem dele e exalta o conhecimento que o mesmo Pai Lhe dá do seu projecto de salvação. Jesus introduz neste conhecimento de Deus os seus amigos, aqueles que aceitam participar na familiaridade que O liga ao Pai. Essa participação é a verdadeira bem-aventurança dos discípulos, que já não vivem à espera, mas usufruem da presença da salvação há muito esperada por Israel.
Para isso, precisamos viver a simplicidade. E deixar-nos guiar pelo Espírito Santo, para que nos ilumine e deixemos de ser injustos para com Deus e para com o próximo e deixemos de praticar o mal.

Friday, November 25

Sexta-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Estamos em presença de outra visão profética. Os vários animais que vão aparecendo representam, como na visão da estátua feita de vários elementos, os diversos reinos que se foram sucedendo uns aos outros. Depois deles, aparece o Filho do homem, um ser celeste que vem de junto de Deus, mas com forma humana, a quem Deus entrega o reino eterno. Jesus aplicou a Si mesmo, com frequência, esta imagem do Filho do homem. No Credo nós professamos que o seu reino não terá fim. Os animais (quatro significa a totalidade) representam as forças inimigas ou reinos pagãos. Apesar da sua arrogância, não passam de simples instrumentos por meio dos quais Deus realiza os seus juízos. Nos animais podem identificar-se os sinais de Babilónia, dos Medos, dos Persas, e, sobretudo, os Selêucidas da Síria, os mais terríveis. O mal continua a ameaçar os fiéis. Mas o seu fim está perto. A teofania culmina com a aparição do Filho de homem, figura messiânica, a quem é entregue a senhoria eterna sobre todos os povos e nações.

A hora da ruína de Jerusalém será, ao mesmo tempo, a hora do começo do desenvolvimento do reino de Deus. Os sinais de destruição não podem, por isso, ser vistos só no seu aspecto de calamidade. Deus é Senhor da história, Ele humilha e exalta, Ele leva às portas da morte e de lá liberta. Este Céu e esta Terra de agora poderão passar e hão-de passar, mas o reino de Deus será o novo Céu e a nova Terra, que não passarão jamais. O regresso do Senhor não deve ser entendido como é o Verão, tempo das colheitas. Apenas se quer afirmar que, quando se verificarem os sinais premonitórios, então se manifestará definitivamente o poder de Deus que salva. O reino de Deus já está no meio de nós e o regresso do Senhor não será o início do Reino, mas a realização da sua última fase. A vossa redenção está próxima: Cristo, o libertador, que já deu início ao reino do Pai no meio de nós, há-de vir aperfeiçoar a sua missão.
Precisamos aproveitar muito bem as inumeráveis graças que Deus nos concede cada dia. Nalguns casos Deus serve-se de acontecimentos como sinais: um sofrimento, o bom exemplo dos outros, um infortúnio...

Thursday, November 24

Quinta-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Por meio de uma história simbólica, a história de Daniel na cova dos leões, sublinha-se o testemunho da fidelidade do profeta a Deus e da resistência às tentações de idolatria e a figura do povo de Deus perseguido, mas sempre defendido e salvo pelo poder e pela misericórdia do Senhor. Daniel, apesar da proibição do rei, continua a rezar três vezes ao dia, como faz todo o piedoso israelita e os seus inimigos denunciam-no. Dário fica triste, mas não pode deixar de castigar Daniel, pois os decretos reais são irrevogáveis. Como nas fábulas, Daniel e lançado na cova dos leões, fechada com uma pedra que o rei sela para evitar irregularidades. No dia seguinte, ainda cedo, quando o rei pesaroso se dirigiu à cova dos leões e chama por Daniel. Libertado o herói, Daniel, segue-se o castigo dos seus inimigos que, antes de chegarem ao fundo da cova, são triturados pelos dentes dos leões. E a leitura termina com uma proclamação de louvor e acção de graças a Deus, posta estranhamente na boca do rei estrangeiro e pagão, mas que tinha testemunhado a acção de Deus em favor de Daniel.
Toda a passagem do Evangelho de hoje está cheia de alusões a outras passagens bíblicas. Anunciam-se aqui as provações por que há-de passar o povo de Deus, umas vindas da parte dos pagãos, outras das próprias circunstâncias naturais. São todas elas formas de purificação; mas nunca são nem um fim em si mesmas, nem acontecimentos sem sentido. Deus é Senhor dos acontecimentos, e faz que tudo concorra para o bem dos seus eleitos. Por isso, no meio de toda esta desolação, levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. É o anúncio do mundo novo que há-de vir. O crente nada tem a temer, ainda que a descrição desse momento o induza ao temor de Deus. De facto, o regresso do Senhor caracteriza-se por grande poder e glória. Mas será nesse regresso que irá trazer aos fiéis o dom da libertação definitiva, o dom da redenção.
Façamos nosso este modo de ver as coisas, lendo os acontecimentos à luz da fé e da esperança. Externamente, talvez nada mude mas estaremos sempre na paz que Jesus nos trouxe. Basta-nos a disponibilidade para tudo acolher e viver em união com Cristo, para nossa salvação e salvação do mundo.

Tuesday, November 22

Santa Cecília

O culto de S. Cecília, que deu o nome a uma basílica construída em Roma no século V, difundiu se amplamente a partir da narração do seu martírio em que ela é exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, que abraçou a virgindade e sofreu o martírio por amor de Cristo.

Terça-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Ao fazer a interpretação do sonho do rei, Daniel anuncia a sucessão dos reinos terrenos e a sua destruição até ao aparecimento do reino do Messias, o qual jamais passará, porque é definitivo e eterno. Daniel explica o significado da visão: depois de Nabucodonosor, vão suceder-se quatro reinos, cada um dos quais suplantará o anterior, numa progressiva decadência até ao último, enfraquecido pela amálgama de ferro e argila e então surgirá, por obra de Deus, um reino que aniquilará os outros, simbolizado pela pedra. De novo, a palavra de Deus, hoje por meio do profeta Daniel, nos revela o mistério da história, que é algo de muito mais profundo do que a simples enumeração dos acontecimentos ou até a sua interpretação puramente racional. A história encerra realmente um mistério: nela se vai revelando o desígnio de Deus sobre o mundo, que só a própria palavra de Deus nos pode fazer compreender.
No Evangelho, Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, a partir da observação que alguns fazem, chamando-Lhe a atenção para a beleza do templo. De facto, o templo e a cidade foram destruídos, pisados pelos pagãos, e o culto de Deus substituído, pelo menos durante algum tempo, pelo culto de ídolos. É que, antes de os lugares terem sido profanados, já o coração dos homens o tinha sido. O discurso de Jesus é pronunciado diante do templo, com as suas belas pedras e ofertas votivas, o que cria contraste entre o presente, que ameaça fechar a religiosidade dos contemporâneos de Jesus, e o futuro para onde Jesus deseja orientar a fé dos seus ouvintes. Jesus anuncia o fim do mundo que se concretizará nessa catástrofe mas o mais importante é acolhermos o ensinamento de Jesus e deixar-nos guiar por ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua palavra ajuda-nos a discernir pessoas e acontecimentos e a optar pelos valores que nos propõe.  

Monday, November 21

Segunda-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


O livro de Daniel é um livro escrito para um tempo de crise e de perseguição, provavelmente em relação com as lutas do tempo dos Macabeus. Contém narrações e profecias, estas escritas em estilo apocalíptico, que falam sobretudo por meio de imagens. A narração que hoje se lê é imaginada no tempo do exílio de Babilónia e pretende incutir o respeito pela observância da lei. A questão da comida é apenas um exemplo, mas que mostra como Deus recompensa quem lhe é fiel.
Aos olhos de Deus é o coração do homem que dá o sentido a todas as suas atitudes e acções, e não as aparências. O muito e o pouco aos olhos de Deus está no amor que anima o coração e não no valor material das coisas. É o olhar de Deus o único que pode dar o justo valor a cada acção humana.

Friday, November 18

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Já no século XII se celebrava na basílica vaticana de S. Pedro e na de S. paulo na Via Ostiense o aniversário das respectivas dedicações, feitas pelos papas Silvestre e Sirício, no século IV. Esta comemoração estendeu-se posteriormente a todas as igrejas de rito romano, neste dia veneram-se os dois principais Apóstolos de Cristo.
Como ouvimos no Evangelho, há tempestades que se abatem sobre o barco, que representa a Igreja: A igreja avança na sua peregrinação por entre as perseguições do mundo e das consolações de Deus (CIC, 769). S. Pedro e seus sucessores terão que apoiar-se sempre em Deus para vencer as tempestades. Depois, a expansão da Igreja, que há-de seguir o exemplo de S. Paulo: Pregava o reino de Deus, com todo o desassombro e sem impedimento.

Devemos certamente alegrar-nos na comemoração de todos os Santos, que são para nós um dom de Deus, protecção da nossa fraqueza, exemplo de paciência e confirmação da nossa fé. Mas ao celebrarmos a memória dos apóstolos São Pedro e São Paulo, com razão nos devemos gloriar mais jubilosamente, pois a graça de Deus os elevou tão alto entre todos os membros da Igreja que os constituiu como a luz dos dois olhos no corpo de que Cristo é a cabeça.
Nos seus méritos e virtudes, que superam toda a eloquência humana, nada devemos considerar diferente ou distinto num e noutro, porquanto a eleição os tornou semelhantes, o trabalho parecidos e o fim da vida iguais.
Tal como nós já experimentámos e os nossos maiores demonstraram, cremos e confiamos que no meio de todas as dificuldades desta vida seremos sempre ajudados pela oração dos nossos principais protectores para obter a misericórdia de Deus. Deste modo, se os nossos pecados nos abatem, elevam-nos os méritos dos Apóstolos.
(São Leão Magno)

Leituras da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 28, 11-16.30-31)
Três meses depois da nossa chegada a Malta, embarcámos num navio de Alexandria, que tinha o emblema dos Dióscuros e passara o inverno na ilha. Desembarcámos em Siracusa, onde permanecemos três dias, e de lá, contornando a costa, chegámos a Régio. No dia seguinte soprou o vento sul, e em dois dias chegámos a Pozzuoli. Os irmãos que aí encontrámos convidaram-nos a passar uma semana com eles; depois seguimos para Roma. Os irmãos de Roma, informados da nossa chegada, vieram de lá ao nosso encontro, até ao Foro Ápio e Três Tabernas. Quando os viu, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se reanimado. Quando chegámos a Roma, Paulo foi autorizado a ficar em domicílio pessoal, com um soldado que o guardava. Ficou dois anos inteiros no alojamento que tinha alugado, onde recebia todos aqueles que o procuravam. Anunciava o reino de Deus e ensinava o que se refere ao Senhor Jesus Cristo, com firmeza e sem nenhum impedimento.

Salmo 97 (98)
Refrão:
O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 14, 22-33)
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!» Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».

Thursday, November 17

Santa Isabel da Hungria

Sobre a dura casca espiritual da Idade Média, irrompida pela graça de Deus, brotou uma das flores mais delicadas da Cristandade: Santa Isabel de Hungria. Nasceu no ano 1207 em um dos castelos - Saróspatak ou Posonio - de seu pai, André II rei da Hungria, que a teve com sua primeira mulher, Gertrudes, filha de Bertoldo IV, que corria em suas veias o sangue de Bela I, também rei de Hungria, pelo qual a princesinha Isabel veio a ser a mais preciosa flor da estirpe real húngara.
Abriu a princesinha seus olhos à luz em um ambiente de luxo e abundância que, por divino contraste, foi despertando em seu sensível coração anseios de evangélica pobreza.
Do seu privilegiado posto na corte descia, desde muito pequena, para procurar os necessitados, e os presentes que recebia de seus pais passavam logo para as mãos dos pobres. Em vão a vestiam com ricos trajes, porque aproveitava o menor descuido para tirar as sedas e brocados, e dá-los aos pobres e voltar ao palácio com os farrapos da mais miserável de suas amiguinhas.
Conforme os costumes da época, foi prometida em sua mais tenra idade a Luís, filho de Herman I, da Turingia. O matrimônio aconteceu no ano 1221, quer dizer, quando Isabel completava seus 14 anos, em Wartburgo de Turingia. E desta maneira a princesa, nascida em um país cheio de sol e de abundância como era a Hungria, veio parar à dura e pobre terra germânica.
A pobreza do povo estimulou ainda mais a caridade da princesa Isabel. Tudo lhe parecia pouco para remediar aos necessitados: a prata de suas arcas, as jóias que trouxe como dote e até seus próprios alimentos e roupas. Enquanto podia, aproveitando as sombras da noite, deixava o palácio e visitava uma a uma as choças dos vassalos mais pobres para levar aos doentes e às crianças, sob seu manto, um cântaro de leite ou uma broa de pão.
Tendo Luis morrido no decorrer de uma Cruzada, em 1227, a princesa Isabel ficou viúva e desamparada aos vinte anos numa corte estrangeira e hostil, e foi então que realmente começou o seu calvário. Seu cunhado Herman, querendo substituir os filhos de Luís da herança do Ducado, acusou Isabel de prodigalidade, e era verdade que ela tinha esvaziado até o fundo de sua arca para remediar a miséria do povo no temível "ano da fome" que a Europa inteira atravessava. As acusações de Herman encontraram eco na corte, e a princesa Isabel, expulsa do palácio, teve que buscar refúgio com seus três filhos e a companhia de duas serventes em Marburgo, a pátria de sua mãe.
Neste tempo, voltavam os cruzados dos Santos Lugares ardendo em febres e com suas carnes maceradas pela lepra, e a eles Isabel dedicava seus mais amorosos cuidados, em memória, sem dúvida, de seu marido, morto muito longe do alcance de suas mãos.
Isabel, firme em seu propósito de dedicar a sua vida aos pobres e doentes, buscando neles o próprio Cristo, rejeitou uma e outra vez o apelo de seu pai, o rei da Hungria, que, valendo-se de nobres emissários e até da autoridade episcopal, tentava convencê-la a voltar a seu país.
Em troca, acudiu solícita ao chamamento do Senhor, e aos vinte e quatro anos, em 1231, subiu ao céu para receber o prémio merecido por ter dado água a tantos lábios sedentos, curado tantas feridas ulceradas e consolado tantos corações oprimidos.

Fonte: www.acidigital.com

Quinta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum


A revolta dos judeus contra os governantes estrangeiros pagãos, que tentavam obrigá-los a renunciar à sua fé, começa com a resistência de Matatias. É ele outro magnífico exemplo de fidelidade à lei de Deus. Matatias, o pai dos irmãos Macabeus, levanta o grito de revolta contra esses perseguidores do seu povo e assim dá novo vigor aos seus compatriotas, despertando neles o zelo e o amor pela Lei do Senhor. Só gente de fé consegue despertar a fé.
Um judeu intimidado aproxima-se do altar para sacrificar aos ídolos, e Matatias mata-o imediatamente, fazendo o mesmo aos emissários de Antíoco. Acaba por destruir o altar. Depois pronuncia um verdadeiro grito de guerra: Aquele que sentir zelo pela lei e permanecer fiel à aliança, venha e siga-me. E foge com os seus homens para organizar a resistência nas montanhas.
Na modesta cidade de Modin muitos estavam para apostatar. O exemplo de Matatias arrasta esses muitos a manterem-se fiéis à Aliança. Se formos fiéis, com o nosso testemunho, atrairemos muitas bênçãos de Deus para a nossa cidade.
No Evangelho, depois de ter sido aclamado pelo povo aquando da sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus chora sobre a cidade, que, apesar de O ter aclamado, não entendia a sua mensagem de paz! A cidade que Lhe abriu as portas para o triunfo do dia dos Ramos não teve fé para Lhe abrir o coração! Jerusalém não soube acolher a visita de misericórdia que lhe era feita em Jesus. Sofrerá então a visita de punição, com as terríveis consequências, que, apesar de serem sempre graças, serão sentidas como desgraças. O choro de Jesus revela-nos a sua humanidade autêntica e a sua total participação no drama de uma humanidade que resiste a entrar no projecto salvífico de Deus. Jesus salva-nos com o seu poder divino mas também com a sua fragilidade humana.
A paz é o dom messiânico por excelência. Jesus veio proclamá-la e oferecê-la a todos. Mas é preciso acolhê-la para caminhar com Jesus até ao termo do seu itinerário. O tempo de que fala Jesus é o tempo providencial em que Deus visita o seu povo para o libertar e introduzir no Reino.

Tuesday, November 15

Terça-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum


O Segundo Livro dos Macabeus não é a continuação do primeiro; é antes uma série de episódios da primeira parte da luta narrada no livro anterior, apresentados de maneira empolgante, própria para comover o leitor. Hoje lemos o martírio de Eleazar, que preferiu morrer a tomar uma atitude fingida e equívoca. Não quis transgredir as normas sobre a alimentação e assim enfrentou serenamente o martírio. A fidelidade às leis sobre a alimentação era sinal da fidelidade à lei do Senhor e ao próprio Senhor. Quando lhe é sugerido que finja comer as carnes proibidas, Eleázar recusa por temer dar mau exemplo aos jovens Israelitas e reage com firmeza às imposições do rei pagão. As últimas palavras do mártir contrapõem o sofrimento físico à alegria do coração. Assim se torna para todos um exemplo de fortaleza e de coragem.
É constante em S. Lucas o apelo à conversão. Este apelo é, só por si, a afirmação da misericórdia do Senhor e da necessidade que todo o homem tem de a aceitar, oferecendo a Deus o seu coração, generosamente disposto a converter-se a Ele, como Zaqueu. Ao apelo há-de corresponder a resposta da conversão, e a conversão, que já é dom de Deus, abre a porta à salvação celebrada na alegria. Zaqueu procurava ver Jesus, mas não conseguia, seja devido à sua pequena estatura, seja à distância psicológica e espiritual que o afastava do Senhor. Mas Jesus também procurava Zaqueu para lhe satisfazer o desejo. O encontro de ambos torna-se um momento de graça: Hoje tenho de ficar em tua casa…Hoje veio a salvação a esta casa. Precisamos de tempos de intimidade pessoal com o Senhor, de tempos que devemos escolher no dia, fora dos tempos da oração comunitária. Devemos pôr-nos à escuta da Palavra, se quisermos converter-nos como Zaqueu, se quisermos anunciá-la com convicção e fervor tanto na pregação tanto na direcção espiritual como no testemunho da nossa vida quotidiana.
Zaqueu tinha uma grande vontade de ver Jesus e Eleazar preferiu o martírio para poder unir-se a Deus na eternidade.

Sunday, November 6

Domingo XXXII do Tempo Comum


A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum convida-nos à vigilância. Recorda-nos que a segunda vinda do Senhor Jesus está no horizonte final da história humana; devemos, portanto, caminhar pela vida sempre atentos ao Senhor que vem e com o coração preparado para o acolher.
Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalónica que Cristo virá de novo para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.
O Evangelho lembra-nos que “estar preparado” para acolher o Senhor que vem significa viver dia a dia na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com os valores do Reino. Com o exemplo das cinco jovens “insensatas” que não levaram azeite suficiente para manter as suas lâmpadas acesas enquanto esperavam a chegada do noivo, avisa-nos que só os valores do Evangelho nos asseguram a participação no banquete do Reino.
A primeira leitura apresenta-nos a “sabedoria”, dom gratuito e incondicional de Deus para o homem. É um caso paradigmático da forma como Deus se preocupa com a felicidade do homem e põe à disposição dos seus filhos a fonte de onde jorra a vida definitiva. Ao homem resta estar atento, vigilante e disponível para acolher, em cada instante, a vida e a salvação que Deus lhe oferece.

Friday, October 28

A unidade dos Doze, unidade da Igreja

Hoje tomamos em consideração dois dos doze Apóstolos: Simão o Cananeu e Judas Tadeu (que não se deve confundir com Judas Iscariotes). Consideramo-los juntos, não só porque nas listas dos Doze são sempre mencionados um ao lado do outro (cf. Mt 10, 4; Mc 3, 18; Lc 6, 15; Act 1, 13), mas também porque as notícias que a eles se referem não são muitas, excepto o facto de o cânone neotestamentário conservar uma carta atribuída a Judas Tadeu. 
Simão recebe um epíteto que varia nas quatro listas: Mateus qualifica-o como «cananeu», Lucas define-o como «zelote». Na realidade, as duas qualificações equivalem-se, porque significam a mesma coisa; de facto, na língua hebraica, o verbo qanà' significa «ser zeloso», «ser dedicado» [...]. Portanto, é possível que este Simão, se não pertencia exactamente ao movimento nacionalista dos Zelotes, tivesse pelo menos como característica um fervoroso zelo pela identidade judaica, por conseguinte, por Deus, pelo seu povo e pela Lei divina. Sendo assim, Simão coloca-se nos antípodas de Mateus que, ao contrário, sendo publicano, provinha de uma actividade considerada totalmente impura.
Sinal evidente de que Jesus chama os Seus discípulos e colaboradores das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele interessa-Se pelas pessoas, não pelas categorias ou pelas actividades sociais! E o mais belo é que no grupo dos Seus seguidores, todos, mesmo que diversos, coexistiam, superando as imagináveis dificuldades; de facto, o motivo de coesão era o próprio Jesus, no qual todos se reencontravam unidos. Isto constitui claramente uma lição para nós, com frequência propensos a realçar as diferenças e talvez as contraposições, esquecendo que em Jesus Cristo nos é dada a força para superarmos os nossos conflitos. Tenhamos também presente que o grupo dos Doze é a prefiguração da Igreja, na qual devem ter espaço todos os carismas, povos e raças, todas as qualidades humanas, que encontram a sua composição e a sua unidade na comunhão com Jesus.

Fonte: Papa Bento XVI, Audiência geral de 11/10/2006

Leituras da Festa litúrgica de S. Simão e S. Judas

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 2, 19-22)Irmãos: Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Cristo como pedra angular. Em Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor; e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.
Salmo 18 A (19 A)
Refrão:
A sua mensagem ressoou por toda a terra.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 6, 12-19)
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.

Thursday, October 27

Quinta-feira da Semana XXX do Tempo Comum


Esta passagem é um verdadeiro hino ao amor de Deus manifestado em Cristo. O amor de Deus revelou-se em Jesus Cristo, que Se fez homem por amor dos homens e por eles morreu e para eles ressuscitou e assim manifestou como é verdadeira aquela outra Palavra da Escritura, que o amor é mais forte do que a morte. Nada pode agora ser tido pelos homens como mais forte do que este amor, que assim se manifestou: nada por isso nos poderá separar dele. Foi a experiência desse amor que o transformou de perseguidor em apóstolo. Esse amor justifica-nos diante de Deus e da parte de Deus; realiza a nossa comunhão com Deus em Cristo Jesus; leva-nos a vencer tudo quanto poderia separar-nos de Deus e de Cristo; dá-nos confiança para prosseguirmos o nosso caminho de fé, de esperança e de caridade; dá-nos a certeza de que a vitória de Deus já começou na nossa vida e irá aperfeiçoar-se à medida que avançamos. É a experiência de quem se confiou plenamente ao amor de Deus, manifestado e comunicado em Cristo Jesus. É consolador saber que Deus está sempre do nosso lado: Se temos Deus por nós, quem poderá estar contra nós?
Ao lado do amor de Deus pelos homens manifestado em Cristo, concretamente pelos da pátria em que Jesus morreu, aparece a incompreensão e a ingratidão da própria cidade santa de Jerusalém. Mas, é no meio destes caminhos, cheios de pecados dos homens, que Deus vai preparar para esses mesmos homens a salvação pela oblação de seu Filho sobre a cruz. Jerusalém, teatro do pecado, será também o lugar onde o Filho de Deus dará a vida pelos homens pecadores. Herodes, com os chefes religiosos de Israel, querem matar Jesus. O Senhor reafirma a sua fidelidade ao mandato recebido do Pai: anunciar o tempo da salvação definitiva. A expulsão dos demónios e as curas são sinais dessa salvação já presente. Jesus anuncia a ruína dessa cidade, uma ruína material, será destruída pelos romanos, mas também uma ruína espiritual, pois recusando Jesus, não acolhe a realização das promessas.

Wednesday, October 26

Pensamento do dia: 26-10-2011

A gente tem o costume de querer tirar da cabeça aquilo que está no coração.

Curral das Freiras

É a maior freguesia do concelho de Câmara de Lobos, mas os 25 quilómetros quadrados do Curral das Freiras, são demasiado acidentados para existir uma agricultura sustentável. Fica a castanha, que serve de pretexto à festa anual de uma freguesia que, apesar do túnel ter encurtado distâncias, continua a sentir-se demasiado isolada.
No total são pouco mais de 1.600 habitantes que vivem desamparados sem uma esquadra de polícia que os proteja, sem uma escola secundária que evite as viagens longas dos filhos da terra, sem ligações que quebrem o isolamento. Ironicamente foi esse mesmo isolamento que baptizou a freguesia quando, em meados do século XV, segundo alguns historiadores, ou século XVI, de acordo com outros autores, as religiosas do convento de Santa Clara refugiaram-se no Curral das Freiras durante o saque dos corsários franceses à cidade do Funchal. Ficou o isolamento, mas perdeu-se a segurança, que hoje tanto aflige a população.
De resto, com excepção da já falada escola secundária, e do facto de existir uma única caixa 'multibanco' na vila, a maioria dos habitantes gosta de lá viver. Existe uma farmácia, segurança social, centro de saúde, uma secção dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos e a casa do povo, que tenta dinamizar uma população que, tal como na maioria das freguesias madeirenses, tende para o envelhecimento.


Fonte: DN Madeira

Quarta-feira da Semana XXX do Tempo Comum


Tudo na vida é dom de Deus. Saber reconhecê-lo e aceitá-lo como tal é o princípio da sabedoria, que assim virá a nascer dentro do coração e depois a manifestar-se em palavras e em obras, e a inspirar a oração de acção de graças. A esta luz, pode entender-se como Deus tudo faz concorrer para o bem dos que O amam. Paulo recomenda a oração, sem a qual não há vida verdadeiramente cristã. Para o cristão, a oração, mais do que um dever a cumprir, é uma necessidade que vem do dom recebido de Deus, da vida nova que decorre do baptismo, é um acto de abandono e de confiança n´Aquele que podemos chamar Abbá, Pai! O próprio Espírito, derramado em nossos corações, no baptismo, não só vem em auxílio da nossa fraqueza para rezarmos mas Ele próprio intercede por nós com gemidos inefáveis. A oração é fruto do Espírito Santo em nós, é oração do Espírito Santo em nós. Temos, dois intercessores diante do Pai: Jesus, o único mediador, e o Espírito, o consolador. A presença e a assistência de Jesus e do Espírito tornam eficaz a nossa oração.
A respeito de Deus e da vida do Além temos sempre a tentação de querer saber coisas por caminhos extraordinários. Jesus, interrogado sobre o número dos que se salvam vai direito ao essencial. A resposta está na vida do presente; ela traz em si a orientação do seu próprio crescimento para o futuro. E recorda aos seus ouvintes que não basta apoiarem-se no facto de terem convivido com Ele, de O terem visto e ouvido. Apresentando o reino de Deus sob a imagem do banquete, anuncia-lhes que muitos dos de fora, os pagãos, virão tomar parte nesse banquete messiânico, uma vez tornados filhos do reino, enquanto muitos dos que tinham sido convidados desde a primeira hora, como eram eles próprios, poderiam vir a ser excluídos. Jesus exorta a estar prontos e solícitos para acolher o Reino que vem. É urgente um compromisso total de todo o nosso ser e forças, como faríamos, se tivéssemos de entrar por uma porta estreita. Os últimos a receber o anúncio do Evangelho, serão os primeiros a entrar no reino de Deus, enquanto Israel, o primeiro a ouvi-lo, se verá excluído dele, se não o acolher. A salvação é uma questão de fé em Jesus e como consequência a realização de boas obras.

Tuesday, October 25

Terça-feira da Semana XXX do Tempo Comum


O homem é o rei da criação. Tornado filho de Deus, ele vive na expectativa da glória de Cristo, que se há-de revelar também nele. E não só o homem, mas toda a criação participará nesta glória, porque tudo foi criado para encontrar a unidade final em Cristo. Esta expectativa é dolorosa, como as dores que acompanham todo o nascimento; mas ela verá finalmente a nova criação em Cristo. Justificados pela graça de Deus, por meio da fé, no poder do Espírito Santo, tornámo-nos filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo. A própria criação partilha e vive esta tensão da humanidade e de cada um de nós. Foi na esperança que fomos salvos. A nossa salvação já está adquirida mas ainda devemos esperar, com paciência, a sua plena e definitiva realização.
As duas parábolas do texto evangélico, a do grão de mostarda e a do fermento revelam-nos duas características desse reino: a sua grande expansão e a sua força transformadora e sublinham a força interna e o poder de transformação que animam o reino de Deus. Esta vitalidade íntima do reino nunca diminuirá, mesmo que a experiência nem sempre seja igual à que S. Lucas possuía. O reino de Deus só será realidade perfeita no fim dos tempos, que hão-de dar o verdadeiro sentido a toda a história; mas ele já está no meio de nós, embora em humildade cheio de vida, como o grão de semente em comparação com a árvore que ele há-de vir a ser um dia. Esse reino tem uma grande expansão no mundo, graças à pregação dos discípulos e a sua palavra que ecoa no mundo inteiro e da qual todos recebem vida. Outra característica do reino de Deus é a sua força intrínseca, que realiza um crescimento qualitativo no mundo. Como um pouco de fermento escondido na massa provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo, sem qualquer discriminação. Todos somos enviados por Deus para sermos o fermento que faz crescer o amor de Deus no ambiente que nos rodeia. A força do fermento depende da união com Deus.

Thursday, October 20

Quinta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum


Escravo e liberto eram palavras bem conhecidas dos Romanos a quem S. Paulo escreve: Escravos eram homens ao serviço de outros, mas de tal maneira que não eram considerados pessoas; compravam-se e vendiam-se, como se fossem coisas. Libertos chamavam-se os que, depois de terem sido escravos, recebiam a liberdade. Assim, o cristão, outrora escravo antes da conversão a Cristo, é agora um liberto por Deus em Cristo Jesus. Há-de, portanto, viver agora a liberdade da santidade, e não voltar à escravidão da vida de que foi libertado. Paulo reflecte sobre as consequências da fé e do baptismo na vida dos crentes: pela fé e pelo baptismo, o crente deixou o passado e chegou ao presente, através do mistério pascal da morte e da vida, que foi de Cristo e agora é dos cristãos. A vida cristã é essa caminhada em Cristo e com Cristo e é também serviço: se antes estávamos ao serviço da impureza e da iniquidade, agora estamos ao serviço da justiça e da santidade, justificados pelo amor de Deus, por meio da fé.
Jesus Cristo diz-nos no Evangelho que não veio estabelecer a paz. É preciso que entendamos a maneira forte de apresentar certas ideias fundamentais da doutrina de Jesus. Ele veio como fogo para iluminar e abrasar; mas, entre aqueles que O acolhem e aqueles que recusam recebê-l’O, Jesus será ocasião de divisão e desavença. Para abrir o coração e o meio em que vive à paz de Cristo, o discípulo deve dissociar-se de todos quantos, na mente e no coração, pertencem ao mundo e deve seguir e fazer parte do Reino de Deus, fonte de paz e de amor.

Wednesday, October 19

Quarta-feira da Semana XXIX do Tempo Comum


Se somos homens livres, libertados por Jesus Cristo da escravidão do pecado, havemos de viver agora como em sacrifício de acção de graças a Deus, e não retornar ao pecado. Liberto da Lei de Moisés, o cristão não vive sem lei. Mas a sua lei é a que vem do facto de ele, pelo baptismo, ter morrido e ressuscitado com Cristo; é essa situação nova que constitui para ele a suprema lei da liberdade e da fidelidade a Deus. Quem foi baptizado em Cristo, foi sepultado e ressuscitou com Ele e pode caminhar numa vida nova. É preciso sermos o que somos, actuar de acordo com o dom recebido, viver o mistério pascal de Cristo, morrer ao pecado e viver em Cristo. É preciso comprometer-se na luta contra o pecado e aderir à graça de Deus. O Apóstolo termina dando graças a Deus pelos cristãos de Roma, que já tinham percebido as exigências da sua fé em Cristo, libertando-se da escravidão do pecado e tornando-se escravos da justiça.
No Evangelho, continuam as palavras de Jesus sobre a vigilância, sobretudo a dos responsáveis. A vigilância é atitude que toca a todos; mas sobretudo aos pastores do povo de Deus. Para eles, a vigilância consistirá em apascentar o rebanho, fazendo chegar a cada um o dom que Deus lhes colocou nas mãos para fielmente o distribuírem. Vigilância e fidelidade vêm juntos. Esta parábola alerta-nos para o perigo de vivermos uma vida adormentada, não tendo em consideração que não seremos avisados da hora em que o Senhor Jesus há-de vir pedir-nos contas. Pedro, em vez de se deixar provocar positivamente, pergunta se a parábola é para os discípulos ou também para todos e parece insinuar que os que seguem Jesus, os crentes e praticantes, possam viver tranquilos. Jesus conta mais uma parábola em que manifesta a satisfação do senhor que, ao regressar, encontra os servos a cumprir fielmente os seus deveres. Mas os servos infiéis aos seus deveres serão castigados severamente. Para este combate decisivo não podemos tomar a atitude do servo brigão descuidado. Por causa dele, a casa, a nossa vida é arrombada. Devemos imitar o servo fiel e prudente que faz aquilo que deve, cumprindo os seus deveres. É um apelo do Senhor para que nos mantenhamos atentos aos seus passos, aumentando a nossa luta diária em pontos concretos.

Tuesday, October 18

São Lucas

Hoje a Igreja celebra a Festa litúrgica de São Lucas. Nasceu em Antioquia da Síria. Foi amigo e companheiro de São Paulo, apóstolo, na tarefa da propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Toda a sua ciência médica e literária colocou à disposição do grande apóstolo. Entregou-lhe a sua pessoa e seguiu-o por toda a parte. Pertencente a uma família pagã, Lucas converteu-se ao cristianismo. Segundo São Paulo, era médico: Saúdam-vos, Lucas, o médico amado e Demas (Col. 4,14). É mais conhecido como aquele que escreveu o terceiro Evangelho. Segundo a tradição, escreveu o seu Evangelho por volta do ano 70. É o mais teólogo dos evangelistas, apresenta-nos uma visão completa do mistério da vida, da morte e da ressurreição de Cristo. Embora escrevesse mais para os gregos do que para os judeus, o seu Evangelho dirige-se a todos os homens, mostrando assim que a salvação que Jesus de Nazaré veio trazer dirige-se a todos os homens: o Filho do homem veio para procurar e salvar o que estava perdido (Lc. 19,10). De acordo com ele, Jesus é o amigo dos pecadores; é o consolador dos que sofrem. A vinda de Jesus é causa de grande alegria. O Evangelho de Lucas propõe-se como regra de vida não somente para a pessoa em si, mas para toda a comunidade.
S. Lucas transmitiu-nos, com a sua palavra e os seus escritos, os ensinamentos de Jesus no seu Evangelho e a vida da primitiva cristandade nos Actos dos Apóstolos. Acompanhou igualmente S. Paulo nas suas viagens apostólicas, encontrando-se a seu lado na prisão de Roma.
A ele devemos um melhor conhecimento da vida de Jesus, especialmente da sua infância, de algumas parábolas: o filho pródigo, o bom samaritano… Dele também ficámos com algumas referências à vida de Nossa Senhora, junto dos Apóstolos e dos primeiros cristãos.

Friday, September 30

São Jerónimo


São Jerónimo nasceu em Estridon (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi baptizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito activa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura. Morreu em Belém no ano 420.

Leituras de Sexta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


O Livro de Baruc fala-nos dos sentimentos do povo de Deus durante o exílio. A sua humilde oração pode ser também a de nós todos, povo salvo, mas que continua pecador, oração que é um verdadeiro acto de contrição de quem sabe reconhecer que tudo o que sofre é consequência dos seus pecados. Este povo sente-se solidário na história passada feita de promessas divinas e de pecados do povo. O povo não correspondeu à generosidade de Deus, revoltou-se e desobedeceu e por isso, confessa as suas culpas e reconhece a inocência e a justiça de Deus. Mas é a justiça de Deus que dá ao povo capacidade para recomeçar, ter nova esperança, e esperar o perdão.
Com este grave aviso, Jesus chamava a atenção das cidades que não tinham prestado atenção à pregação dos seus enviados; e chama-nos a nós a escutarmos todos aqueles que nos fazem chegar a mesma mensagem de salvação. É a sua própria mensagem que nos chega através dos seus mensageiros. A condenação das três cidades deve ser entendida a vários níveis: Jesus sublinha que estas cidades não acolheram a Palavra pregada por Ele e o apelo à conversão; Jesus realça o abandono dos seus e dá-se conta da hostilidade do povo; Jesus prevê que o Evangelho ultrapasse as fronteiras da Galileia e que chegue a todos os povos, enquanto as cidades que ouviram a sua pregação permaneçam fechadas. Este evangelho é um aviso para todos aqueles que se excluem da graça do Senhor e caem na hipocrisia e na resistência. Jesus lastima o maior dos pecados, contra o Espírito Santo: fechar os olhos às manifestações da graça, à oferta de perdão. É o grande risco da missão cristã. Jesus disse claramente: Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.

Thursday, September 29

Os Arcanjos S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael

Hoje a Igreja celebra a Festa de três Arcanjos que aparecem com referências especiais na Sagrada Escritura: S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael. São Gregório Magno diz-nos que deveis saber que a palavra «Anjo» designa uma função, não uma natureza. Aqueles santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos. Só são Anjos quando exercem a função de mensageiros. Os que transmitem mensagens de menor importância chamam-se Anjos; os que transmitem mensagens de maior transcendência chamam-se Arcanjos.
Na santa cidade do Céu, onde a visão de Deus dá um perfeito conhecimento de tudo, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros; mas quando vêm realizar alguma missão junto dos homens, são conhecidos pelo nome da função que exercem. Acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim.
S. Miguel (significa quem é como Deus?) é o anjo dos supremos combates, melhor guia do cristão na hora da viagem para a eternidade. É o protector da Igreja de Deus.
S. Gabriel (significa Deus é a minha força) é o mensageiro da Incarnação. É o enviado dos grandes anúncios: anunciou a Zacarias o nascimento de João Baptista e revela a Maria o nascimento de Jesus. O Papa Pio XII declarou-o como patrono das telecomunicações.
S. Rafael (significa medicina de Deus) é um diligente e eficaz protector duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico.
Os anjos são aqueles que estão na companhia de Deus, que O contemplam e que prestam o culto eterno. A profecia de Daniel que ouvimos na 1ª leitura é a imagem e descrição duma visão dum anjo que está com Deus e que O serve. São estes seres que servem Cristo, que O honram, que O assistem, que O auxiliam.
O Evangelho exorta-nos a termos um grande conhecimento de Jesus Cristo e também a deixarmos acolher e conhecer por Ele.
Peçamos ao Senhor que nos conceda a graça de sermos constantemente guardados e cuidados por estes anjos que O contemplam no céu e que transmitem a Palavra de Deus para que entendamos os desígnios e os planos do nosso Deus.

Leituras da Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

Leitura da Profecia de Daniel (Dan 7, 9-10.13-14)
Eu estava a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se. Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo. Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos. Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino jamais será destruído.

Salmo 137 (138)
Refrão:
Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor.

De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graças,
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos Vos hei-de cantar
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade,
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

Todos os reis da terra Vos hão-de louvar, Senhor,
quando ouvirem as palavras da vossa boca.
Celebrarão os caminhos do Senhor,
porque é grande a glória do Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 1, 47-51)
Naquele tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?». Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas. Verás coisas maiores do que estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».

Wednesday, September 28

Quarta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Um outro livro do Antigo Testamento, agora o de Neemias, dá conta da boa vontade do rei de Babilónia, que se dispõe a deixar partir até o seu copeiro-mor, para ir à terra dos seus antepassados, Jerusalém, para reconstruir a cidade que se encontrava em ruínas. E até lhe entrega cartas de recomendação, para que ele possa ter bom acolhimento da parte das autoridades locais, quando chegar a essa terra. Deus tem, de facto, na mão o coração dos homens e guia-os, se eles se deixarem conduzir por Ele. A memória de Neemias acaba por conduzir à presença protectora e providente de Deus, cuja mão guia os protagonistas da reconstrução do povo. Então, o profeta Neemias para participar na reconstrução da cidade santa, pede licença e ajuda ao rei para ultrapassar as dificuldades do caminho.

O reino de Deus exige de todos abertura e acolhimento. Em três breves episódios, faz-se a explicação do que significa: Seguir Jesus. É atitude que exige sempre grande disponibilidade exterior e interior. Os diálogos referidos no evangelho dizem-nos que, além dos Doze, havia outros que queriam seguir Jesus, ainda que não soubessem claramente o que isso significava. As exigências do seguimento de Cristo só se tornaram claras depois da Páscoa. Aparecem três interlocutores: o primeiro apresentou-se por sua iniciativa. Ele diz-lhe que o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Ao segundo, Jesus ordena-lhe que O siga. Mas ele pede licença para ir enterrar o pai. Para o Senhor, está morto tudo o que não seja o Deus vivo. O terceiro fez um programa que apresenta a Jesus: Eu vou seguir‑te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família. Mas Jesus diz-lhe: Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus. Por isso é exigente com todos os que o querem seguir, pedindo-lhes uma maior disponibilidade, que não admite quaisquer demoras: por causa do egoísmo, da comodidade, do sentimento....
Peçamos a graça de vivermos como ressuscitados na comunidade dos homens novos, que é a Igreja, contribuindo com a nossa vida desapegada e sóbria, e com nossa dedicação generosa, para a edificação da mesma.

Tuesday, September 27

São Vicente de Paulo

Nascido em Pouy, Dax, França em 24 de Abril de 1581.
Em 1600 é nomeado capelão da Rainha Margarida de Valois; dois anos mais tarde, é pároco de Clichy e, no ano seguinte, perceptor na célebre família "De Gondi".
1617 é o ano determinante da vida de S. Vicente: decide consagrar a sua vida ao serviço dos Pobres.
Em 1625 funda a Congregação da Missão para evangelizar o povo do campo, mas também para a formação do Clero.
Em 1633, com Luisa Marillac, funda a Filhas da Caridade.
S. Vicente foi "um plasmador de consciências, um sedutor de almas, um anunciador e um profeta da Caridade de Cristo, um verdadeiro homem de Deus".
Morreu em 27 de Setembro de 1660, mas o seu espírito continua vivo nas suas obras.

Terça-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


As palavras do profeta anunciam a futura glória de Jerusalém: até as nações pagãs afluirão à cidade de Deus. Esta Profecia realiza-se plenamente na Igreja de Cristo, de que Jerusalém é a figura antecipada e à qual são chamados os povos de todo o mundo, na unidade de uma só e mesma família, unida pelo Espírito de Deus. A comunidade dos regressados do exílio era propensa a uma atitude penitencial. É a alegria que deve caracterizar a nova comunidade que deve amar a verdade e a paz. A reunião de todos os povos em Jerusalém é o reconhecimento do Senhor e toda esta esperança, que o profeta procura incutir no seu povo, baseia-se na confiança no Senhor e na certeza profunda na sua fidelidade.
A segunda parte do Evangelho de S. Lucas começa com a resolução de Jesus de subir a Jerusalém, para aí sofrer a paixão. Será um gesto de pura misericórdia da sua parte, como ele se anuncia desde já com a atitude que toma em relação às cidades da Samaria que O não querem acolher. O caminho de Jerusalém levará Jesus até à cruz e à ressurreição. É a sua hora, a hora em que se manifesta a vontade de Jesus de dar a vida. Ele acolhe todo o sofrimento dos homens e dá a vida para os salvar. O evangelho ajuda-nos a compreender a atitude com que havemos de viver e reagir às dificuldades e oposições. Os discípulos indignaram-se com os habitantes de certa aldeia da Samaria, que não acolheram a Jesus, e propunham uma punição imediata para eles. Parecia-lhes justo punir quem não quisesse receber a Jesus, estavam convencidos que a sua reacção era impulsionada pelo Espírito de Deus. Mas Jesus não pensa assim e repreende-os. Ele sabe que agora é o tempo da conversão, em que reina a bondade, a misericórdia, a paciência divina. E nós devemos participar nessa paciência e não exigir o castigo imediato. Temos que aprender a ser mansos e humildes de coração, como Jesus e assim suscitaremos nos outros o desejo de se juntarem a nós, porque Deus está connosco.

Monday, September 26

Segunda-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


As palavras do profeta anunciam hoje a libertação do povo e a sua reunião em volta do Messias, seu guia e seu salvador, como fruto do ‘amor ardente’ que o Senhor nutre por ele e, se isto parecer impossível aos olhos do resto daquele povo, será impossível aos olhos de Deus que o promete?
A Palavra de Deus é sempre viva e penetrante. O texto de Zacarias é um hino ao poder de Deus, que torna possível o que aos olhos dos homens parece impossível. As palavras do profeta são um convite à esperança. Deus conduz a realização do seu projecto de salvação. Muitas vezes fá-lo por caminhos e com métodos que nada têm a ver com a lógica humana.

Com o exemplo da criança ensina Jesus aos seus discípulos o sentido da humildade, bem necessário para eles poderem compreender a hora da Paixão, em que Jesus dará a vida por todos os homens, e não apenas por eles, até então ainda muito fechados sobre si próprios e pouco acolhedores para com os outros.
O evangelho de hoje lembra-nos então duas atitudes fraternas muito comuns na vida dos santos: humildade, que se opõe a toda a ambição e a tolerância. Sublinham a necessidade de ultrapassar a auto-suficiência de quem aspira a títulos e dignidades, bem como o orgulho de grupo, que se pode encontrar em algumas comunidades cristãs. Pensa-se que os mais importantes são os que possuem mais dotes ou responsabilidades na gestão dessas comunidades. Os apóstolos discutem sobre o lugar que ocupam e sobre quem é o primeiro entre eles. Mas Jesus toma uma criança e coloca-a ao seu lado, no lugar de maior dignidade, afirmando: quem for o mais pequeno entre vós, esse é que é grande. O pequeno é grande porque é fraco e pobre: é pequeno de corpo, precisa dos outros, não tem liberdade de acção, é inútil. É símbolo do discípulo último e pobre. Mas também é imagem de Jesus que se abandona nos braços do Pai: Quem acolher este menino em meu nome, é a mim que acolhe, e quem me acolher a mim, acolhe aquele que me envio.