Tuesday, December 30

Pensamento do dia: 30-12-2014

A grande ilusão do homem é querer comandar a sua vida... porém, a vida é um dom que, pela sua natureza, escapa a qualquer tentativa de a comandar. (Soren Kierkegaard)

30 de Dezembro, 6º dia da Oitava de Natal


Liturgia da Palavra

Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 2, 12-17)
Escrevo-vos, meus filhos, porque os vossos pecados foram perdoados, pelo nome de Jesus. Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque vencestes o Maligno. Escrevo-vos, meus filhos, porque conheceis o Pai. Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno. Não ameis o mundo nem o que existe no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo. Ora o mundo passa com as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Salmo 95 (96)
Refrão: Alegrem-se os céus, exulte a terra.

Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.

Levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira.

Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 36-40)
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.


Reflexão
João dirige-se afectuosamente à comunidade cristã para que seja coerente com o projecto de salvação e com as opções que fez em relação a Deus e ao mundo. Escrevendo aos filhos, exorta-os a reflectir sobre a situação actual de salvação em que vivem, pois obtiveram o perdão dos pecados e conheceram o Pai. Escrevendo aos pais, recorda-lhes que conheceram Jesus, aquele que existe desde o princípio, por meio da Palavra, pelo que se exige deles uma fé madura que não os deixe ser seduzidos pelo mundo. Aos jovens recorda que aderiram a Jesus e venceram o mal, e que a sua fortaleza espiritual, reforçada pela palavra de Deus, os exclui de compromissos com as fáceis atracções do mundo.
O texto do evangelho consta de duas partes: o testemunho da profetiza Ana e o regresso da Sagrada Família a Nazaré. Depois do testemunho de Simeão, vem o de Ana, representante daqueles que aguardavam a redenção de Israel. Louva o Senhor porque reconheceu no Menino Jesus, apresentado ao templo, o Messias esperado, e espalhou a notícia entre aqueles que viviam disponíveis para o evento da salvação.
Conclui-se com a observação de Lucas sobre o crescimento de Jesus, em Nazaré: o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele. Diz-se muito pouco sobre a vida oculta de Jesus mas podemos ver que os seus pais eram obedientes e fiéis à Lei, Jesus crescia em sabedoria, cheio como estava dos dons da graça de que o Pai o cumulava. Estamos perante uma comunidade que se abre ao reino de Deus, no respeito pela vontade do Pai.

Monday, December 29

Pensamento do dia: 29-12-2014

Tudo no fim dá certo; se não der certo, é porque não chegou ao fim. (Anónimo)

29 de Dezembro, 5º dia da Oitava de Natal


Liturgia da Palavra

Leitura da Primeira Epístola de São João (1 Jo 2, 3-11)
Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-l’O mas não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto reconhecemos que estamos n’Ele. Quem diz que permanece n’Ele deve também proceder como Ele procedeu. Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes. No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo – o que é verdadeiro n’Ele e em vós –, porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira. Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas. Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado. Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.

Salmo 95 (96)
Refrão: Alegrem-se os céus, exulte a terra. 

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.

Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

Foi o Senhor quem fez os céus:
diante d’Ele a honra e a majestade,
no seu templo o poder e o esplendor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 22-35)
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».


Reflexão
O primeiro acontecimento do Novo Testamento, que já se orientava para o nascimento de Jesus, a anunciação a Zacarias, situava-se no templo: no templo terminam hoje os episódios da infância do Senhor, com o encontro de Jesus e de Simeão. Simeão, como já Zacarias o tinha feito, proclama o Senhor como luz, porque Ele vem como Luz de Deus para iluminar os homens, os libertar das trevas e os transferir para a Luz do Reino de Deus. A apresentação de Jesus no templo é o reconhecimento de Jesus como o Messias sofredor, o Salvador universal dos povos. Maria e José, obedientes à lei hebraica, entram no templo como membros simples e pobres do povo de Deus, para oferecerem o primogénito ao Senhor e para purificação da mãe revelando assim confiança e abandono em Deus. O centro da cena é a profecia de Simeão, homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel. Guiado pelo Espírito, vai ao templo e reconhecendo em Jesus o Messias esperado, saúda-o e faz uma confissão de fé: realizaram-se as antigas profecias; ele viu o Salvador, a glória de Israel, a luz e salvação de todos os povos. Mas essa luz terá o reflexo do sofrimento, porque Jesus há-de ser sinal de contradição e a própria Mãe será envolvida o destino de sofrimento do Filho.

Friday, December 26

Pensamento do dia: 26-12-2014

Os grandes momentos da vida vêm por si mesmo. Não tem sentido esperá-los. (Thornton Wilder)

Festa de Santo Estêvão, Proto-mártir


Liturgia da Palavra

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 6, 8-10; 7, 54-49)
Naqueles dias, Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes prodígios e milagres entre o povo. Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos, oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia, vieram discutir com Estêvão, mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo com que ele falava. Ao ouvirem as suas palavras, estremeciam de raiva em seu coração e rangiam os dentes contra Estêvão. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita e exclamou: «Vejo o Céu aberto e o Filho do homem de pé à direita de Deus». Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos; depois atiraram-se todos contra ele, empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas colocaram os mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito».

Salmo 30 (31), 3cd-4.6 e 8ab.16b-17
Refrão: Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.

Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação.
Porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do Vosso nome guiai-me e conduzi-me.

Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma.

Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 10, 17-22)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas. Por  minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer; porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão-de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte. E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo».



Santo Estêvão
Estêvão foi um dos primeiros sete Diáconos escolhidos pelos Apóstolos com o fim de por eles serem aliviados de tarefas administrativas. Como os seus companheiros, estava ao serviço da comunidade cristã, para que a comunhão se tornasse visível também na distribuição dos bens. Homem cheio do Espírito Santo, não limitou Estêvão o seu diaconado aos serviços caritativos. Dedicou-se com toda a sua alma, à evangelização, tornando-se testemunho de Cristo Ressuscitado, era dotado de particulares dons do Espírito, tais como a sabedoria contemplativa na pregação e a força evangélica na evangelização. Primeiro diácono, foi também o primeiro mártir da Igreja. O livro dos Actos dos Apóstolos atribui-lhe um discurso, que, sendo o primeiro ensaio cristão da leitura dos textos do Antigo Testamento em função da vinda do Senhor, servirá de modelo aos primeiros arautos do Evangelho e foi um magnífico exemplo de catequese bíblica. Cerca do ano 36, com uma morte aceite com as mesmas disposições com que Jesus aceitou a Sua, Estêvão dava o supremo testemunho do Seu amor por Ele. O discurso termina com a profissão de fé em Jesus, feita por Estêvão. Os seus inimigos acusam-no de blasfemar e pecar contra a Lei e o templo, condenando-o à morte.

A melhor prenda do Natal


Não deixemos, por nada, que nos roubem a alegria do Natal! A melhor maneira de a guardar, em lugar seguro, é partilhá-la. Façamos da alegria do evangelho do Natal a nossa missão. O teu coração sabe que não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não O conhecer, não é a mesma coisa caminhar com Ele ou caminhar às cegas, não é a mesma coisa poder adorá-L’O ou não (EG 266); o teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele! Pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros (EG 121), neste Natal.
Esta é a notícia, é o evangelho da alegria: Deus ama-te. Cristo veio por ti! Escreve-o numa mensagem, publica-o nas redes sociais, envia-o num simples twitt, di-lo pelo telefone. Faz desta notícia uma carícia, uma visita, uma mão que reparte o pão e faz nascer o outro como irmão! Sejamos mensageiros desta alegria do Natal.
O Papa Francisco diz-nos que o Natal costuma ser uma festa ruidosa: far-nos-ia bem um pouco de silêncio, para ouvir a voz do Amor.
Natal és tu, quando decides nascer de novo cada dia e deixar entrar Deus na tua alma.
O pinheiro do Natal és tu, quando resistes vigoroso aos ventos e às dificuldades da vida.
Os adornos de Natal és tu, quando as tuas virtudes são cores que adornam a tua vida.
O sino de Natal és tu, quando chamas, congregas e buscas unir.
És tu a luz de Natal, quando iluminas com a tua vida o caminho dos outros com a bondade, a paciência, a alegria e a generosidade.
Os Anjos de Natal és tu, quando cantas ao mundo uma mensagem de paz, de justiça e de amor.
A estrela de Natal és tu, quando conduzes alguém ao encontro com o Senhor.
És também os Reis Magos, quando dás o melhor que tens sem importar a quem.
A música de Natal és tu, quando conquistas a harmonia dentro de ti.
A prenda de Natal és tu, quando és de verdade amigo e irmão de todo o ser humano.
O cartão de Natal és tu, quando a bondade está escrita nas tuas mãos.
As felicitações de Natal és tu, quando perdoas e restabeleces a paz, mesmo que sofras.
A ceia de Natal és tu, quando sacias de pão e de esperança o pobre que está a teu lado.
Tu és, sim, a noite de Natal, quando humilde e consciente, recebes no silêncio da noite o Salvador do mundo sem ruídos nem grandes celebrações; tu és sorriso de confiança e de ternura, na paz interior de um Natal perene que estabelece o Reino dentro de ti.
Um muito feliz Natal para todos os que se parecem com o Natal.
A todos desejo a melhor prenda do Natal!

Thursday, December 4

Pensamento do dia: 04-12-2014

Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz. (Madre Teresa de Calcutá)

Quinta-feira da Semana I do Advento

 

Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Isaías (Is 26, 1-6)
Naquele dia, cantarão este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte; muralhas e fortificações foram postas para nos proteger. Abri as portas para que entre um povo justo, um povo que pratica a fidelidade. O seu coração está firme: dar-lhe-eis a paz, porque em Vós tem confiança». Confiai sempre no Senhor, porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna. Humilhou os habitantes das alturas, abateu a cidade inacessível, derrubou-a por terra, arrasou-a até ao solo. Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.

Salmo 117
Refrão: Bendito o que vem em nome do Senhor.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos.

Abri-me as portas da justiça:
entrarei para dar graças ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos dou graças porque me ouvistes
e fostes o meu salvador. 

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 7, 21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».


Reflexão
Na 1ª leitura, Isaías apresenta um hino de acção de graças pela ajuda do Senhor que faz de Jerusalém uma cidade forte, em oposição a Babilónia. O hino é entoado pelos habitantes da cidade, que precisa de ser reconstruída e de muros que lhe garantam a segurança, mas esses muros podem tornar-se uma defesa do bem-estar próprio, uma barreira contra os humildes. O profeta convida a abrir as portas da cidade para que os seus habitantes não se fechem nas suas próprias seguranças, mas estejam abertos ao mundo. Ele aconselha-nos a confiar sempre no Senhor, a edificar a nossa vida sobre a rocha eterna, que é o próprio Cristo.
No Evangelho, a fidelidade na esperança e a coragem de se manter vigilante na expectativa da vinda do Senhor são por Ele mesmo comparadas à firmeza da casa construída sobre a rocha. A imagem da rocha serve para significar a fidelidade de Deus e a confiança que n’Ele se pode ter. Sobre a rocha está construída a Igreja e sobre o rochedo se há-de apoiar a construção da vida de cada cristão, para que, ao chegar o Natal, o Senhor possa encontrar para Si uma casa, e não apenas uma gruta, e, na sua última vinda, sejamos acolhidos, com Ele, na casa do Pai. A casa construída sobre a rocha é sólida e resiste aos temporais e às enxurradas, enquanto a que é construída sobre a areia facilmente se desmorona e cai em ruínas. A Palavra é o fundamento imperecível para apoiar as nossas obras e a nossa vida, é o verdadeiro fundamento do discipulado e da nossa confiança. Não são as coisas extraordinárias (os exorcismos, as curas, os milagres) mas na Palavra devidamente escutada e posta em prática. Não é suficiente dizer Senhor; Senhor para ser verdadeiro discípulo. É preciso obedecer à Palavra do Senhor encarnada na vida. Só assim o poderemos imitar e sermos igualmente rocha para os que nos rodeiam.

Friday, October 3

Sexta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Job (Job 38, 1.12-21; 40, 3-5)
O Senhor falou a Job do meio da tempestade: «Porventura alguma vez na vida deste ordens à manhã e marcaste à aurora o seu lugar, para que ela agarre as extremidades da terra e dela sacuda os malfeitores? Deste ordens à terra para ela se moldar como a argila debaixo do sinete e tingir-se como um vestido, recusando a luz aos malfeitores e quebrando a força do braço erguido? Acaso desceste às nascentes do mar e andaste pelo fundo do abismo? Foram-te abertas as portas da morte e viste os portões do país das trevas? Abrangeste com o olhar a extensão do mundo? Fala, se sabes tudo isto. Qual é o caminho para a morada da luz e onde residem as trevas, para que as possas levar aos seus domínios e ensinar-lhes o caminho da sua casa? Certamente deves saber isto, porque então já eras nascido e é grande o número dos teus anos!...». Job respondeu ao Senhor: «Sinto-me tão pequeno: que poderei responder-Vos? Ponho a mão sobre a minha boca. Falei uma vez, não replicarei; falei duas vezes, nada mais acrescentarei».

Salmo 138 (139), 1-3.7-8.9-10.13-14ab(R. 24b)
Refrão: Conduzi-me, Senhor, pelo caminho da eternidade.

Senhor, Vós conheceis o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento:
Vós me vedes quando caminho e quando descanso,
Vós observais todos os meus passos.

Onde poderei ocultar-me ao vosso espírito?
Onde evitarei a vossa presença?
Se subir ao céu, Vós lá estais;
se descer aos abismos, ali Vos encontrais.

Se voar nas asas da aurora,
se habitar nos confins do oceano,
mesmo ali a vossa mão me guiará
e a vossa direita me sustentará.

Vós formastes as entranhas do meu corpo
e me criastes no seio de minha mãe.
Dou-Vos graças por me terdes feito tão maravilhosamente:
são admiráveis as vossas obras.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 10, 13-16)
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre a cinza. Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».


Reflexão
A passagem de Job pelo vale tenebroso do sofrimento baseou-se numa indestrutível esperança. Aquele que Job procura existe e ama-nos, a Sua busca é penosa, mas o encontro do rosto de Deus enche-nos de alegria, de paz, de entusiasmo. Depois das sentenças que os seus amigos tinham-lhe dirigido, agora é Deus quem finalmente toma a palavra para lhe manifestar a sua grandeza, revelada na criação inteira. Deus criou o mundo movido apenas pela alegria de dar. Job, que lutou com Deus e com os amigos, fica agora silencioso e confuso, renuncia à discussão, reconhece ter falado demais e superficialmente, sempre foi sincero, procurou seriamente, mas não encontrou e tendo passado pela provação, e permanecido fiel, penetrou finalmente no mistério de Deus. Por fim, humilha-se e submete-se ao plano de Deus.
A condenação das três cidades deve ser entendida a vários níveis: Jesus sublinha que estas cidades não acolheram a Palavra pregada por Ele, a graça do Evangelho, o apelo à conversão; Jesus realça o abandono dos seus e da hostilidade do povo; Jesus prevê que o Evangelho ultrapasse as fronteiras da Galileia, que chegue aos gentios, enquanto as cidades que, por primeiras, ouviram a sua pregação permaneçam fechadas. Chama-nos a escutarmos todos aqueles que nos fazem chegar a mesma mensagem de salvação. É a sua própria mensagem que nos chega através dos seus mensageiros.

Thursday, October 2

Santos Anjos da Guarda


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro do Êxodo (Ex 23, 20-23a)
Eis o que diz o Senhor: «Vou enviar um Anjo à tua frente, para que te proteja no caminho e te conduza ao lugar que preparei para ti. Respeita a sua presença e escuta a sua voz; não lhe desobedeças. Ele não perdoaria as vossas transgressões, porque fala em meu nome. Mas, se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que Eu te disser, serei inimigo dos teus inimigos e perseguirei os que te perseguirem. O meu Anjo irá à tua frente».


Salmo 90 (91)
Refrão: O Senhor mandará aos seus Anjos
que te guardem em todos os teus caminhos.

Tu que habitas sob a protecção do Altíssimo
e moras à sombra do Omnipotente,
diz ao Senhor: «Sois o meu refúgio e a minha cidadela:
meu Deus, em Vós confio».

Ele te livrará do laço do caçador
e do flagelo maligno.
Cobrir-te-á com as suas penas,
debaixo das suas asas encontrarás abrigo.

A sua fidelidade é escudo e couraça:
não temerás o pavor da noite, nem a seta que voa de dia;
nem a epidemia que se propaga nas trevas,
nem a peste que alastra em pleno dia.

Nenhum mal te acontecerá,
nem a desgraça se aproximará da tua morada.
Porque Ele mandará aos seus anjos
que te guardem em todos os teus caminhos.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 18, 1-5. 10)
Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus Anjos vêem continuamente o rosto de meu Pai que está nos Céus».


Reflexão
Hoje a Igreja celebra a memória dos Anjos da Guarda. São aqueles seres superiores que estão presentes na vida do homem e que têm por missão auxiliar-nos, guardar-nos e proteger-nos. A Igreja recomenda que recorramos à intercessão dos Anjos da Guarda, especialmente nos momentos mais críticos, mais difíceis e mais complicados da nossa vida. O povo de Deus sempre sentiu o dever de corresponder à sua silenciosa e benévola companhia, honrando-os. Em 1615, entrou no Calendário romano a celebração que hoje lhes dedicamos.
É-nos impossível descobrir, com os sentidos, a sua acção e descrever a natureza da sua ajuda: a orientação do conjunto da nossa vida depende deles, em parte. Os Anjos podem agir na nossa maneira de julgar, intervir nas nossas decisões, apresentar-nos valores sobrenaturais. (Gustavo Thils)

Wednesday, October 1

Santa Teresinha do Menino Jesus


Santa Teresa do Menino Jesus, nascida em Alençon (França) no ano 1873, foi uma jovem que entrou com 15 anos no Carmelo de Lisieux. Durante a sua breve existência, exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Faleceu com 24 anos a 30 Setembro 1897, vítima de tuberculose, revelou zelo apostólico e enorme espírito missionário oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja. Foi canonizada em 1925 por Pio XII que a proclamou padroeira das missões.

Quarta-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Job (Job 9, 1-12.14-16)
Job tomou a palavra e disse aos seus amigos: «Na verdade, eu sei muito bem que é assim: como pode um homem ter razão contra Deus? Se ele quisesse discutir com Deus, nem uma vez em mil poderia responder-Lhe. O coração de Deus é sábio, a sua força é grande: quem se Lhe opôs e saiu ileso? Ele desloca as montanhas sem elas saberem e as derruba no seu furor. Sacode os alicerces da terra e abala as suas colunas. Dá ordens ao sol e ele não nasce e põe um selo sobre as estrelas. Sozinho Ele estende os céus e caminha sobre as ondas do mar. Criou a Ursa Maior e o Orion, as Plêiades e as Constelações do Sul. Faz prodígios insondáveis e maravilhas sem conta. Se vier junto de mim, não O vejo, se passar a meu lado, não O sinto. Se apanhar uma presa, quem Lho impedirá? Quem Lhe dirá: ‘Que estais a fazer?’. Como iria eu então responder-Lhe e encontrar argumentos contra Ele? Embora eu tivesse razão, não devo replicar, só tenho de implorar Àquele que é meu juiz. Ainda que eu O chamasse e Ele me respondesse, não tenho a certeza de que escutasse a minha voz».


Salmo 87 (88), 10bc-11.12-13.14-15 (R. 3a)
Refrão: Senhor, chegue até Vós a minha súplica.

A Vós clamo, Senhor, todo o dia,
estendo para Vós as minhas mãos.
Fareis Vós maravilhas entre os mortos?
Irão levantar-se os defuntos para Vos louvar?

Haverá no sepulcro quem fale da vossa bondade
ou da vossa fidelidade no reino dos mortos?
Serão conhecidas nas trevas as vossas maravilhas,
na terra do esquecimento a vossa justiça?
 
Eu, porém, clamo por Vós, Senhor,
de manhã a minha oração sobe à vossa presença.
Porque me afastais de Vós, Senhor,
porque escondeis de mim o vosso rosto?


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 57-62)
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, quando alguém Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus». Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família». Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».


Reflexão
Job reconhece a sua insensatez, ao pretender discutir com Deus. E proclama a grandeza e sabedoria de Deus, Criador do Universo. Só Deus é, realmente, Senhor, e a grandeza e salvação do homem está em O reconhecer como tal, sabendo que Deus dirige sempre tudo com sabedoria e amor.
O reino de Deus exige de todos abertura e acolhimento. É atitude que exige sempre grande disponibilidade que só a grande fé em Jesus pode inspirar. E a fé fará descobrir que Ele e o reino que Ele anuncia estão acima de todos os demais interesses humanos. Os diálogos referidos no evangelho dizem-nos que havia outros que queriam seguir Jesus, ainda que não soubessem claramente o que isso significava.

Tuesday, September 30

Terça-feira da Semana XXVI do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Job (Job 3, 1-3.11-17.20-23)
Job abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento. Tomou a palavra e disse: «Desapareça o dia em que eu nasci e a noite em que se anunciou: Foi concebido um homem. Porque não morri no ventre de minha mãe, ou não expirei ao sair do seio materno? Porque houve dois joelhos para me acolherem e dois seios para me amamentarem? Estaria agora deitado e tranquilo, dormiria o sono da morte e teria descanso, como os reis e os grandes da terra, que edificaram os seus túmulos sumptuosos, ou como os poderosos, que possuem ouro e enchem de prata os seus mausoléus. Ou porque não fui eu como o aborto escondido, que já não existiria, como as crianças que não chegaram a ver a luz? Ali acaba a agitação dos maus, aí repousam os homens extenuados. Porque se dá luz ao infeliz e vida aos corações amargurados, que suspiram pela morte que tarda em chegar e a procuram mais avidamente que um tesouro? Ficariam contentes diante de um túmulo, exultariam à vista de um sepulcro. Porque se dá vida ao homem que não vê o seu caminho e que Deus cerca por todos os lados?»


Salmo 87 (88)
Refrão: Senhor, chegue até Vós a minha súplica.

Senhor Deus, meu Salvador,
dia e noite clamo na vossa presença.
Chegue até Vós a minha oração,
inclinai o ouvido ao meu clamor.

A minha alma está saturada de sofrimento,
a minha vida chegou às portas da morte.
Sou contado entre os que descem à sepultura,
sou um homem já sem forças.
Estou abandonado entre os mortos,
como os caídos que jazem no sepulcro,
de quem já não Vos lembrais
e que foram sacudidos da vossa mão.

Lançastes-me na cova mais profunda,
nas trevas do abismo.
Pesa sobre mim a vossa ira,
todas as vossas ondas caíram sobre mim.



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 51-56)

Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação.


Reflexão
A primeira reacção de Job perante o sofrimento é o pessimismo. Todos podemos ser tentados a esta atitude, que, além de ser já em si sinal de fraqueza, é geradora de novas limitações. Apesar de tudo, Job continua sempre com Deus no horizonte da sua vida destroçada e d’Ele continua a esperar a resposta sonhada, que, a seu tempo, chegará.
A segunda parte do Evangelho de São Lucas começa com a resolução de Jesus de subir a Jerusalém, para aí sofrer a paixão. Será um gesto de pura misericórdia da sua parte, como ele se anuncia desde já com a atitude que toma em relação às cidades da Samaria que O não querem acolher.

Friday, September 26

Sexta-feira da Semana XXV do Tempo Comum

 

 Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Coelet (Co 3, 1-11)
Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua hora debaixo do céu: Há tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar; tempo para matar e tempo para curar, tempo para demolir e tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir, tempo para gemer e tempo para dançar; tempo para atirar pedras e tempo para as juntar, tempo para se abraçar e tempo para se separar; tempo para ganhar e tempo para perder, tempo para guardar e tempo para deitar fora; tempo para rasgar e tempo para coser, tempo para calar e tempo para falar; tempo para amar e tempo para odiar, tempo para a guerra e tempo para a paz. Que aproveita ao homem com tanto trabalho? Tenho observado a tarefa que Deus atribuiu aos homens, para nela se ocuparem. Ele fez todas as coisas apropriadas ao seu tempo e pôs no coração do homem a sucessão dos séculos, sem que ele possa compreender o princípio e o fim da obra de Deus.


Salmo 143 (144)
Refrão: Bendito seja o Senhor, rochedo do meu refúgio.

Bendito seja o Senhor, meu refúgio,
meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador,
meu escudo e meu abrigo.

Que é o homem, Senhor, para que dele cuideis,
o filho do homem para pensardes nele?
O homem é semelhante ao sopro da brisa,
os seus dias passam como a sombra.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 9, 18-22)
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».


Reflexão
Todas as coisas deste mundo, por melhores que sejam estão sujeitas às mudanças do tempo e isso dá-lhes um aspecto de fragilidade e de mutabilidade, que faz descobrir nelas o vazio, a vaidade, no sentido de vacuidade, fonte de ilusão e de desilusão. Estas mudanças das coisas e da vida deram origem a este poema sob a vaidade ou ilusão em que tudo parece redundar neste mundo. Mas Deus deu sentido à vida, e ao homem revela, pouco a pouco, esse sentido, que é sempre o do seu amor pelos homens.
Jesus é um mistério tal que os próprios Apóstolos só O vão compreendendo aos poucos. Como nós. Antes de mais é preciso crer que Ele é o Messias de Deus, o seu Enviado, o seu próprio Filho, ser-se capaz de não se escandalizar com a sua Paixão. E acreditar que Ele ressuscitou e está vivo, e é a nossa esperança. A cruz não foi um acidente de percurso, mas querido, planeado por Deus. A presença de Deus manifestou-se no caminho da cruz, no dom de Si mesmo, por um amor que aceita ser contradito e derrotado.

Friday, September 19

Sexta-feira da Semana XXIV do Tempo Comum

 

Liturgia da Palavra

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, porque dizem alguns no meio de vós que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também é inútil a vossa fé. E nós aparecemos como falsas testemunhas de Deus, porque damos testemunho contra Deus, ao afirmar que Ele ressuscitou Jesus Cristo, quando de facto não O ressuscitou, a ser verdade que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, ainda estais nos vossos pecados; e assim, os que morreram em Cristo também se perderam. Se é só para a vida presente que temos posta em Cristo a nossa esperança, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não. Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.


Salmo 16 (17)
Refrão: Senhor, ficarei saciado, quando aparecer a vossa glória.

Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração,
feita com sinceridade.

Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi-me e escutai as minhas palavras.
Mostrai a vossa admirável misericórdia,
Vós que salvais quem se acolhe à vossa direita.

Guardai-me como a menina dos olhos,
protegei-me à sombra das vossas asas.
Mereça eu contemplar a vossa face
e, ao despertar, saciar-me com a vossa imagem.



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens.


Reflexão
Jesus Cristo, dando a vida em oblação ao Pai pela salvação do mundo, passou deste mundo para o Pai. Ao aparecer aos seus, ressuscitado, manifestou que vivia agora na glória do Pai. Na sua humanidade, Ele é agora o Ressuscitado. É em Cristo ressuscitado que se apoia toda a nossa fé e a nossa esperança. Ele é o Primeiro dos que morreram e que entram na glória de Deus.
Na sua vida apostólica, Jesus é acompanhado pelos Doze e por algumas mulheres, de entre as quais Maria de Magdala, que virão a encontrar-se de novo junto da Cruz, na sepultura do Senhor e diante do túmulo vazio, onde foram as primeiras a ver o Senhor ressuscitado. Porque O seguiram até à Cruz, também foram as primeiras a encontrá-l’O na ressurreição.

Tuesday, September 16

Terça-feira da Semana XXIV do Tempo Comum



Liturgia da Palavra

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios (1 Cor 12, 12-14.27-31a)
Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo; e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar? Aspirai com ardor aos dons mais elevados.


Salmo 99 (100), 2.3.4.5
Refrão: Nós somos o povo de Deus, somos as ovelhas do seu rebanho.

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 7, 11-17)
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.


Reflexão
A Igreja é um corpo uno e diversificado nos seus membros; Corpo de que Cristo é a cabeça; corpo uno, porque todos somos membros da mesma Cabeça, Cristo e somos vivificados pelo mesmo Espírito, o Espírito Santo de Deus; corpo diversificado, porque a cada um compete uma função própria, todas em ordem ao crescimento da mesma Igreja. Em todos e cada um se manifesta a presença e a acção do mesmo Espírito e a unidade em Cristo de todos os membros.
Jesus ressuscita um morto, como, no Antigo Testamento, o tinham feito Elias e Eliseu. Assim, Jesus Se manifesta grande profeta, como a multidão acaba por reconhecer. Na sua pessoa, Deus está presente no meio do seu povo, numa visita de salvação e, nesta ressurreição, Jesus adianta um sinal da sua futura ressurreição.

Monday, September 15

Nossa Senhora das Dores



Liturgia da Palavra

Leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 5, 7-9)
Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.


Salmo 30 (31), 2-3ab.3cd-4.5-6.15-16ab.20
Refrão: Salvai-me, Senhor, pela vossa bondade.

Em Vós, Senhor, me refugio, jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-vos em me libertar.

Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação;
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.

Livrai-me da armadilha que me prepararam,
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.

Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos.
Como é grande, Senhor, a vossa bondade
que tendes reservada para os que Vos temem:
à vista da vossa face, Vós a concedeis
àqueles que em Vós confiam.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 33-35)
Naquele tempo, o pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que se dizia d’Ele. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».


Reflexão
As leituras de hoje fazem-nos pensar no sofrimento, que continua a ser uma realidade na história individual e coletiva da humanidade, mas que, de certo modo, também existe no mundo divino. Foi assumido por Deus na Incarnação do Filho, e partilhado pela sua Mãe, mulher comum e especial. A sua experiência de sofrimento humano, pode subtrair esse mesmo sofrimento à maldição e torná-lo mediação de vida salva e serviço de amor.

Thursday, August 28

Quinta-feira da Semana XXI do Tempo Comum



Liturgia da Palavra

Início da primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios (1 Cor 1, 1-9)
Irmãos: Paulo, por vontade de Deus escolhido para Apóstolo de Cristo Jesus e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade, com todos os que invocam, em qualquer lugar, o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor.


Salmo 144 (145), 2-3.4-5.6-7
Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor.

Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
O Senhor é grande e digno de louvor,
insondável é a sua grandeza.

Uma geração anuncia à outra as vossas obras
e todas proclamam o vosso poder.
Falam do poder da vossa majestade
e anunciam as vossas maravilhas.

Cantam o poder das vossas obras
e proclamam a vossa grandeza.
Celebram a memória da vossa imensa bondade
e aclamam a vossa justiça.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 24, 42-51)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem. Quem é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua casa, para lhe dar o alimento em tempo oportuno? Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar procedendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará a administração de todos os seus bens. Mas se o servo for mau e disser consigo: O meu senhor demora-se, e começar a espancar os companheiros e a comer e beber com os ébrios, quando o senhor daquele servo chegar, em dia que ele não espera e à hora que ele não pensa, expulsá-lo-á e lhe dará a sorte dos hipócritas. Aí haverá choro e ranger de dentes».


Reflexão
Começamos hoje a ler a primeira parte da Primeira Epístola aos Coríntios. A comunidade de Corinto tinha problemas próprios que São Paulo teve de enfrentar: as divisões internas e certos outros problemas concretos, tanto no que respeita à doutrina como sobretudo aos costumes. Mas em Cristo os cristãos hão-de encontrar todas as respostas e toda a riqueza.
O final do Evangelho de São Mateus contém várias parábolas sobre a vigilância. Aquela que hoje se lê dirige-se particularmente aos chefes da comunidade, que hão-de ser fiéis e avisados, mas é igualmente uma prevenção para todos nós, que aguardamos a vinda do Senhor.

Wednesday, August 27

Quarta-feira da Semana XXI do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses (2 Tes 3, 6-10.16-18)
Nós vos ordenamos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todos os irmãos que vivem na ociosidade e não conforme os ensinamentos que de nós recebestes. Sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos no meio de vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós um exemplo a imitar. Quando estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. O Senhor da paz vos conceda a paz em todo o tempo e por todas as formas. O Senhor esteja com todos vós. A saudação é do meu punho e letra: Paulo. Assino deste modo em todas as minhas cartas. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.


Salmo 127 (128), 1-2.4-5
Refrão: Felizes os que esperam no Senhor.

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor;
e vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 23, 27-32)
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a podridão. Assim sois vós também: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e maldade. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas e ornamentais os túmulos dos justos; e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas. Assim dais testemunho contra vós mesmos, confessando que sois os filhos daqueles que mataram os profetas. Completai então a obra dos vossos pais».


Reflexão
O boato da proximidade do fim do mundo tinha levado os cristãos de Tessalónica à inactividade. São Paulo diz-lhes que se entreguem antes ao trabalho para merecerem o pão do seu sustento, como ele próprio sempre tem feito.
Os ouvintes de Jesus mostram-se generosos para com a memória dos profetas, a quem seus antepassados mataram e a quem eles agora restauram os sepulcros. Mas, no fundo, tomam a respeito de Jesus atitudes idênticas às que os seus antepassados tomaram para com esses profetas. Todas estas atitudes são sinais de cegueira de espírito por orgulho e espírito de contradição.

Tuesday, August 26

Terça-feira da Semana XXI do Tempo Comum



Liturgia da Palavra

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses (2 Tes 2, 1-3a.14-17)
Nós vos pedimos, irmãos, a propósito da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e do nosso encontro com Ele: Não vos deixeis abalar facilmente, nem alarmar por qualquer manifestação profética, por palavras ou por cartas que se digam vir de nós, pretendendo que o dia do Senhor está iminente. Ninguém vos engane de qualquer modo que seja. Deus chamou-vos, por meio do Evangelho, para possuirdes a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, irmãos, permanecei firmes e guardai firmemente as tradições que vos ensinámos, oralmente ou por carta. Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, a eterna consolação e a feliz esperança, confortem os vossos corações e os tornem firmes em toda a espécie de boas obras e palavras.


Salmo 95 (96), l0.11-12.13 (R. 13b)
Refrão: O Senhor vem julgar a terra.

Dizei entre as nações:
«O Senhor é Rei».
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.

Alegrem-se os céus, exulte a terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 23, 23-26)
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque pagais o dízimo da hortelã, do funcho e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Devíeis praticar estas coisas, sem omitir as outras. Guias cegos! Coais o mosquito e engolis o camelo. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, que por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo».


Reflexão
A doutrina da primeira carta que São Paulo dirigiu à comunidade cristã de Tessalónica era ainda muito simples. Mas nesta segunda carta, o Apóstolo teve já de corrigir pontos que foram mal entendidos por eles ou que outros vieram acrescentar ao que lhes tinha ensinado, concretamente a respeito da última vinda de Jesus. Por isso, São Paulo insiste em que é preciso não se afastar da doutrina que ele lhes tinha ensinado.
Cada coisa tem o seu valor, que é preciso saber ter em conta para que não se venha a cair no desprezo do que é importante, nem se venha a valorizar, por excesso e má compreensão das situações, o que não deve ser tido em conta. A sabedoria verdadeira nos levará a dar a cada coisa o valor que, à luz de Deus, ela merece.