Reflexão
O Evangelho que escutamos neste 5º domingo da Quaresma apresenta-nos Jesus no templo a ensinar ao povo. Os escribas e os fariseus apresentaram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Esta mulher tinha cometido um grande pecado e para os escribas e fariseus, trata-se de uma grande oportunidade para testar a fidelidade de Jesus às exigências da Lei.
Jesus, porém, começa a escrever com o dedo no chão procurando apelar à reflexão e a examinar a consciência dos acusadores desta mulher. Quem não tiver pecados atire a primeira pedra. Jesus faz com que cada um olhe para si próprio. Cada um deve ser juiz de si mesmo e pouco apressado a julgar os outros.
Jesus denuncia a lógica daqueles que se sentem perfeitos, santos e bons, sem reconhecerem que estão todos a caminho e que, enquanto caminham, são imperfeitos e limitados. É preciso reconhecer, com humildade e simplicidade, que necessitamos todos da ajuda do amor e da misericórdia de Deus. A única atitude que faz sentido é assumir para com os nossos irmãos a tolerância e a misericórdia de Deus.
Nem Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar. Sem excluir ninguém, Jesus promoveu os desclassificados, deu-lhes dignidade, tornou-os pessoas, libertou-os, apontou-lhes o caminho da vida nova. É uma dinâmica de misericórdia, pois só o amor transforma e permite a superação dos limites humanos.
Aquela mulher passou da morte à vida. Graças ao perdão e à misericórdia de Jesus, a mulher adúltera em vez de ser condenada foi salva. Esta é uma belíssima imagem da passagem da morte à vida que todos somos convidados a viver, seguindo os ensinamentos de Jesus. O perdão de Jesus leva à mudança, à conversão, à vida nova e à renovação.