Figura de relevo no diálogo cristão das últimas décadas, o Patriarca Teoctist II foi "um líder eclesial distinto e altamente considerado", lembrou Bento XVI a propósito da sua morte na segunda-feira passada. Em comunhão com João Paulo II, o Patriarca Ortodoxo de Bucareste “escreveu uma nova página na história das nossas comunidades, superando um passado difícil”, disse o actual Papa. O encontro histórico entre as Igrejas Católica e Ortodoxa Romena deu-se em 1999, aquando da visita de João Paulo II a Bucareste. O PatriarcaTeoctist II expressou então o seu apreço “pelo grande e constante esforço do Santo Padre, dentro e fora da Igreja Católica, ao tentar promover a unidade cristã no mundo de hoje”. Pela primeira vez foram dados passos concretos e a aproximação entre as duas Igrejas cristãs constituiu um marco, depois do grande cisma de 1054. O líder espiritual dos romenos ficou também ligado à reedição da Bíblia de Bucareste e ao projetco da construção da nova “Catedral da Nação”.A sua morte, aos 92 anos de idade, foi sentida por todo o país, desde os governantes ao povo simples e anónimo; enquanto que a sua “obra de reconstrução da unidade cristã, de reaproximação das Igrejas, em plena comunhão fraterna”, continua a ser referência inesquecível. Teoctist, cujo nome de baptismo era Toader Arapasu, nasceu no seio de uma família pobre e numerosa, na Moldávia. Ainda jovem, aos 13 anos, manifestou vocação pela vida monástica, tendo professado no Mosteiro de Bistrita Neamt.Após estudos de Teologia, Letras e Filosofia em Bucareste, Toader Arapasu ascendeu a todos os graus da hierarquia eclesiástica, desde sacerdote a bispo vigário do Patriarcado, arcebispo de Iasi, metropolita da Moldávia e Suceava, e, finalmente, líder espiritual da Igreja Ortodoxa na Roménia.O Papa Bento XVI sublinha que o falecido Patriarca romeno foi “um líder eclesial distinto e altamente considerado”; basta lembrar as relações que manteve com o Vaticano, em particular as visitas efectuadas pelo papa João Paulo II em 1999 (Bucareste), e por Teoctist II em 2002 (Roma), respectivamente. Momentos especiais, “um dom da graça divina”, considera Bento XVI..No seu funeral, celebrado sexta-feira, a Santa Sé fez-se representar por uma delegação encabeçada pelo cardeal Walter Kasper, actual presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Fonte: Jornal da Madeira
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