Qualquer ateu ou agnóstico, para reforçar argumentos, vai à Bíblia buscar passagens, há ali para todos os gostos, e, sem mais, mal contada, fora do contexto e de interpretação duvidosa, mas sempre dá um certo ar de cultura e seriedade à discussão sobre homossexualidade, aborto, pena de morte, ou qualquer outro tema.E depois são os mesmos que tratam a Igreja Católica como “seitazeca” de obscurantistas e atrasados mentais.Um pouco sobre estas questões, fez o director do Departamento de Religião da Universidade de Bóston nos EUA., um interessante estudo, concluindo, entre outras coisas, que a ignorância bíblica e religiosa tem consequências graves, na sociedade e na política.Mais de noventa por cento dos legisladores federais norte-americanos, são cristãos e com discursos impregnados de referências bíblicas, que não conhecem nem nunca leram.Num teste a universitários, responderam alguns que Moisés ficou cego no caminho de Damasco e foi Paulo quem conduziu os israelitas na saída do Egipto. Outro trabalho mais alargado mostra que, dos norte-americanos, só um de três, sabe o nome dos quatro Evangelistas, e um de cada dez, pensa que Joana d’Arc era a mulher de Noé.Que se faça este estudo, cá entre nós, e veremos o lindo resultado!Aí está toda uma geração, e não só a americana, incapaz de na prática, compreender as cerca de mil e quinhentas referências bíblicas, que aparecem nos textos de Shakespeare, Linkoln ou LutherKing, e entre nós, não digamos nada sobre Gil Vicente, Padre António Vieira, Camões, Agostinho da Silva, Miguel Torga, e até o Evangelho de Saramago!Sem um mínimo de conhecimento bíblico e de Religião, não se pode compreender plenamente, a história do Ocidente, da Europa, de Portugal e do Mundo.Como solução a este problema cultural e cívico, não apenas religioso, seria no mínimo, o estudo nas Escolas e Universidades, das grandes figuras e passagens bíblicas, que estão na base e dão sentido a muitos acontecimentos da História e da Literatura universal.A Bíblia tem suficiente importância, para merecer um curso próprio, e seria ridículo pô-La ao nível de qualquer seita, “Nova Era” ou “Cienciologia”, como alguns pretendem.A história de Portugal, não se entende plenamente sem Sés Catedrais e Milagre de Ourique, monges de Cister e Templários, conventos e mosteiros, Ordem de Avis e Beato Nuno, Misericórdias e Fátima, acontecimentos e factos que a maioria dos portugueses ignora a sua história, o como e o porquê.Em relação à Bíblia e ao Cristianismo, o Ocidente, a Europa e Portugal, estão na figura do menino rico e amimalhado que, por birra e capricho tonto, quer renunciar aos progenitores e à riqueza, amuo que vai passar com a idade, como já há sinais, mesmo frente ao neo-paganismo organizado e militante!
Acácio Marques in Jornal da Madeira 06/09/2007
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