Monday, July 13

Reflectindo: Domingo XV do Tempo Comum (II)

No Evangelho que ouvimos hoje temos um episódio que nos apresenta a missão dos apóstolos de Jesus. Estes são enviados dois a dois e Jesus deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordena-lhes que nada levassem pelo caminho. Foi Jesus quem chamou os apóstolos, a iniciativa foi d’Ele, não foram eles que escolheram Jesus e o Seu Evangelho. A vocação para a missão do anúncio de Jesus Cristo é de facto um mistério, é Ele que chama quem quer e nos dá a força para sabermos cumprir a Sua vontade. O envio dos apóstolos é feito dois a dois. Significa de alguma maneira que a missão é comunitária. Não é algo que fazemos sozinhos ou à nossa maneira e mania mas algo integrado na vida e na missão da comunidade. Quem anuncia o Evangelho, anuncia-o em nome da comunidade e o seu anúncio deve estar em sintonia com a fé da comunidade. Somos parte integrante da grande família de Deus, na família da Igreja. Somos também representantes da Igreja de Jesus Cristo. Não são só os bispos e os sacerdotes que fazem ou representam a Igreja, eles são os pastores, os responsáveis das comunidades, mas todos nós somos parte integrante desta família desde o nosso Baptismo que é o momento em que entramos de uma forma sacramental e jurídica na Igreja, na família de Deus.
Os discípulos têm, então, a missão de expulsar “os demónios”, expulsar tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de chegar à vida de felicidade. Os discípulos são chamados a lutar contra tudo o que destrói a vida e a felicidade do homem quer seja de carácter físico, psicológico ou espiritual; é uma missão de libertação do homem, de dignidade humana e de cura espiritual. Esta foi sempre a grande missão de Jesus Cristo: curar as pessoas e dar uma nova vida aqueles que estavam mortos quer fisicamente, quer espiritualmente.
Depois Jesus dá algumas instruções para a missão dos discípulos: para Jesus, os apóstolos devem partir para a missão num despojamento total de todos os bens e seguranças humanas, devem ser totalmente livres e não estar amarrados a bens materiais, a coisas acessórias mas apenas seguindo a Jesus Cristo, pois para a missão basta estar em sintonia com Cristo e tudo o mais não é importante. Esta atitude de pobreza e de recusa de bens materiais ajudará também os discípulos a perceber que a eficácia, que o resultado da missão não depende da abundância de coisas que se tenha ou de subsídios mas sim da acção de Deus e da força do Espírito Santo que acompanha os discípulos de Jesus.
Os discípulos devem continuar a missão de Jesus Cristo: pregar a conversão, a mudança de vida e acolher o Seu projecto; expulsar os demónios e curar os doentes, ou seja, libertar o homem de tudo aquilo que o oprime, de tudo aquilo que o aprisiona e que lhe rouba a liberdade e a felicidade.

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