Por meio de uma história simbólica, a história de Daniel na cova dos leões, sublinha-se o testemunho da fidelidade do profeta a Deus e da resistência às tentações de idolatria e a figura do povo de Deus perseguido, mas sempre defendido e salvo pelo poder e pela misericórdia do Senhor. Este texto é a proclamação de louvor e acção de graças a Deus, posta estranhamente na boca do rei estrangeiro e pagão, mas que tinha testemunhado a acção de Deus em favor de Daniel.
Toda a passagem do Evangelho de hoje está cheia de alusões a outras passagens bíblicas. Anunciam-se aqui as provações por que há-de passar o povo de Deus, umas vindas da parte dos pagãos, outras das próprias circunstâncias naturais. São todas elas formas de purificação; mas nunca são nem um fim em si mesmas, nem acontecimentos sem sentido. Deus é Senhor dos acontecimentos, e faz que tudo concorra para o bem dos seus eleitos. Por isso, no meio de toda esta desolação, levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. É o anúncio do mundo novo que há-de vir. O crente nada tem a temer, ainda que a descrição desse momento o induza ao temor de Deus. De facto, o regresso do Senhor caracteriza-se por grande poder e glória. Mas será nesse regresso que irá trazer aos fiéis o dom da libertação definitiva, o dom da redenção.
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