Sunday, August 9

Domingo XIX do Tempo Comum

Liturgia da Palavra - https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2970
 
Reflexão
No Evangelho de hoje, São Mateus começa por dizer que depois de Jesus ter saciado a multidão, mandou os discípulos para a outra margem do rio enquanto Ele despedia-se da multidão. Depois, Jesus vai para um monte para rezar e estar em comunhão com Deus. Passa algum tempo em diálogo com o Pai, manifestando uma profunda vida de oração e intimidade com Deus, acentuando a ideia de que o Seu ensino é das suas palavras, mas muito mais do seu exemplo. Alerta-nos para a necessidade de silêncio físico e ausência de ruídos externos mas principalmente do silêncio interior. Se não pusermos de parte as preocupações em que vivemos mergulhados, das muitas coisas inúteis que ocupam o nosso pensamento, não conseguiremos rezar.
Enquanto Jesus está em oração, os discípulos estão sozinhos, em viagem pelo lago. Mas a viagem não é nada calma. É de noite e o barco é açoitado pelas ondas pois o vento era contrário. A noite simboliza as trevas, a confusão, a insegurança em que estão os discípulos. As ondas representam as dificuldades que o mundo nos dá no seguimento de Jesus. Os ventos contrários são a oposição e a resistência do mundo a Jesus. O mar representa o mundo e tudo aquilo que está em contradição com Deus e com os Seus ensinamentos.
Os discípulos encontram-se inquietos e preocupados porque Jesus não está com eles. Aparentemente, estão perdidos, sozinhos, abandonados, desanimados, desiludidos e parece-nos que Ele está distante e não se importa com eles.
Quando Jesus aparece tudo se transforma: acalma tudo e não deixa que as forças contrárias tenham a melhor sobre Ele, vence as forças da morte e da opressão, acompanha e dá força, ânimo e coragem à viagem face às adversidades e dificuldades que o mar tinha.
Depois há um diálogo entre Pedro e Jesus. Tudo começa com o pedido de Pedro: se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas. Pedro sai do barco e vai ao encontro de Jesus; mas, assustando-se com a violência do vento, começa a afundar-se e pede a Jesus que o salve. Aquele que parecia um homem forte, destemido e sem medo, começa a duvidar e afunda-se porque não acredita que Jesus possa vencer os ventos contrários. Por vezes, também nós estamos expostos à acção destes ventos contrários, mas a confiança em Jesus Cristo deve ajudar-nos a vencer todas as dificuldades. Pedro é o representante daqueles discípulos que têm alguma fragilidade da fé sempre que têm de enfrentar as forças contrárias a Jesus; são aqueles que a princípio seguem Jesus com entusiasmo e de forma decidida mas aos poucos deixam-se abalar quando chegam as primeiras dificuldades e os sofrimentos. Mas é necessário ter uma grande convicção e certeza: Ele está sempre presente no meio de nós e estende-nos a mão para nos ajudar e impedir que nos afundamos na vida.
Todo o Evangelho converge para a última frase dita pelos discípulos: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus. Esta é a verdadeira confissão de fé em Jesus, na Sua pessoa e na Sua doutrina. É Ele que vence o mar, é o Senhor da vida e da história que acompanha a caminhada dos seus, dá-lhes forças para vencer as forças da opressão e da morte, estende-lhes a mão quando estão desanimados e com medo e que não os deixa afundar.
Neste tempo, teremos direito à ligeira brisa do monte ou a caminhar sobre as águas do mar, sem tempo para Deus, para rezar e escutar a voz de um fino silêncio, que nos faz sair da gruta, dos nossos medos e comodidades? Nestas férias, não metamos a cabeça na areia! Mergulhemos em Deus! Que Ele nos deite a mão! Só n’Ele está a Paz!

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