Tuesday, February 28

Terça-feira da Semana I da Quaresma


A liturgia dos primeiros dias da Quaresma dá-nos as grandes linhas para a vida cristã nesta preparação pascal. A primeira leitura de hoje apresenta a palavra vinda de Deus como força portadora de vida, capaz de produzir em nós uma renovação profunda. A palavra de Deus é o grande alimento deste tempo de jejum quaresmal. A palavra é a mediação através da qual o homem sente a Deus como próximo e como ausente, uma vez que os seus caminhos não são os nossos caminhos; é uma realidade viva, enviada do céu para realizar a salvação; é eficaz pois é capaz de realizar o seu objectivo, tal como a chuva e a neve, que fecundam a terra e lhe dão capacidade de produzir frutos. A Palavra de Deus é o próprio Cristo, que saiu do Pai e veio ao mundo para manifestar a vontade do Pai e a mesma Palavra nos enche de consolação e esperança.
Na Quaresma preparamo-nos para receber abundantes graças de Deus como a chuva e a neve que caiem do céu. A nossa conversão consiste em ouvir a palavra de Deus e que produza o seu efeito.

O Evangelho ensina-nos como responder à palavra de Deus na oração: não rezar como os pagãos, que julgam dever usar muitas palavras para atrair a atenção ou a benevolência das suas divindades; Deus, nosso Pai, está sempre atento a cada um de nós e conhece aquilo de que precisamos; mais do que falar muito, há que ter, diante d´Ele, uma atitude de filhos; no diálogo profundo em que o homem derrama a sua alma diante de Deus, a quem ousa chamar Pai. A oração é uma das ocupações principais do cristão na Quaresma. Jesus ensina-nos hoje como a oração deve ser, antes de mais, a voz do coração animado pela fé, pela esperança e pelo amor filial para com o Pai celeste, como o próprio Senhor fez durante os 40 dias que passou no deserto.
As leituras de hoje recordam-nos duas petições desta oração. A primeira seja feita a vossa vontade, exige que acolhamos a palavra que sai da boca de Deus e que a cumpramos. A segunda perdoai-nos as nossas ofensas, pois o perdão é a condição fundamental da reconciliação dos filhos de Deus com o seu Pai e dos homens entre si.

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