Tuesday, July 15

Terça-feira da Semana XV do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro de Isaías (Is 7, 1-9)
No tempo em que Acaz, filho de Jotão, filho de Ozias, era rei de Judá, Rason, rei dos arameus, e Pecá, filho de Romélia, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a atacarem, mas não puderam conquistá-la. Quando chegou a notícia à casa de David de que os arameus tinham acampado em Efraim, o coração do rei e do povo estremeceu, como se agitam as árvores da floresta batidas pelo vento. O Senhor disse então a Isaías: «Vai ao encontro de Acaz, com teu filho Sear-Jasub, no extremo do aqueduto da piscina superior, que fica na estrada do Campo do Pisoeiro, e diz-lhe: Tem cuidado, mas não temas; não desanimes nem te assustes à vista desses dois tições fumegantes, da fúria de Rason, rei dos arameus, e do filho de Romélia. Os arameus, com Efraim e o filho de Romélia, decidiram fazer-te mal e disseram: ‘Marchemos contra Judá, para o intimidar, vamos invadi-lo, para que se renda, e estabeleceremos nele como rei o filho de Tabeel’. Assim fala o Senhor Deus: Isto não acontecerá, isto não se realizará. A capital dos arameus é Damasco e o chefe de Damasco é Rason; a capital de Efraim é Samaria e o chefe de Samaria é o filho de Romélia. Mas dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será arrasado e deixará de ser um povo. Contudo, se não tiverdes fé, não podereis sobreviver».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 11, 20-24)
Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».


Reflexão
Diante de uma situação em que humanamente não poderia haver grande esperança de salvação, Deus envia o seu profeta para incutir ao rei confiança em lugar do medo de que ele estava possuído. Mas Isaías insiste que a única garantia de estabilidade é a fé, que põe à nossa disposição a força de Deus. Na iminência da invasão, o rei treme e agita-se. Mas Deus, pelo profeta, diz-lhe: Tranquiliza-te, tem calma, é um convite à fé e à confiança n´Aquele que pode salvar. Precisamos de regressar a esta atitude de fé e confiança em Deus.
Quanto maior foi o conhecimento que se tem da Palavra de Deus, maior é a responsabilidade diante de Deus. Por isso, maior é a responsabilidade das terras onde chegou a mensagem do Evangelho do que a daquelas onde ela nunca chegou. Os milagres de Jesus revelavam a sua identidade e eram prova da acção do Espírito e da misericórdia de Deus; eram acções pedagógicas para levar ao acolhimento de Jesus e da sua mensagem, na fé. As cidades pecadoras, tal como Tiro, Sídon e Sodoma, são potencialmente mais dispostas ao Evangelho e à conversão. Precisamos pedir ao Senhor um coração novo: convertei-nos, Senhor, e seremos convertidos. Deus é quem nos dá a graça de começarmos de novo e assim os nossos corações voltar-se-ão para Ele.

Thursday, July 10

Quinta-feira da Semana XIV do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Oseias (Os 11, 1-4.8c-9)

Eis o que diz o Senhor: «Quando Israel era ainda criança, já Eu o amava; e, para o fazer sair do Egipto, chamei o meu filho. Mas quanto mais Eu os chamava, mais eles se afastavam de Mim. Ofereciam sacrifícios a Baal e queimavam incenso aos ídolos. Contudo, Eu ensinava Efraim a andar e trazia-o nos braços; mas não compreenderam que era Eu quem cuidava deles. Atraía-os com laços humanos, com vínculos de amor. Tratava-os como quem pega um menino ao colo, inclinava-Me para lhes dar de comer. O meu coração agita-se dentro de Mim, estremece de compaixão. Não cederei ao ardor da minha ira, nem voltarei a destruir Efraim. Porque Eu sou Deus e não homem, sou o Santo no meio de ti e não venho para destruir».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 10, 7-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça; dai de graça. Não adquirais ouro, prata ou cobre, para guardardes nas vossas bolsas; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento. Quando entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e ficai em sua casa até partirdes daquele lugar. Ao entrardes na casa, saudai-a, e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para vós a vossa paz. Se alguém não vos receber nem ouvir as vossas palavras, saí dessa casa ou dessa cidade e sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância, no dia do Juízo, para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade».

Reflexão
Na 1ª leitura, estamos diante de um dos mais importantes textos em ordem à revelação de Deus-Amor: é a contemplação silenciosa e reconhecida dos intensos e manifestos sentimentos paternais de Deus. O profeta fala-nos de Deus como Pai extremamente terno, que recorda ao filho, Israel, os tempos remotos em que, arrancando-o da escravidão do Egipto, o conduziu suavemente pela mão. O povo repetidas vezes tombava na idolatria. Mas Deus estava sempre ao seu lado, para o retomar nos braços e lhe manifestar amor, com expressões que tocavam as mais íntimas cordas da humana sede de ser amado, procurando persuadi-lo sobre a força, a fidelidade e a misericórdia desse amor pelo homem.
No Evangelho, os discípulos devem anunciar a presença do Reino e, sobretudo, Jesus. Quem acreditar que o Reino é o Senhor, e viver como Ele, torna-se sinal da sua presença e pode realizar curas, ressuscitar mortos, curar leprosos, expulsar demónios. O missionário deve avançar desarmado: Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado. Sabe que tem direito ao sustento mas contenta-se com o necessário. Permanecerá junto de quem for digno de acolhê-lo. Levará consigo o sinal distintivo, que é a paz. Quem a acolhe, acolhe o reino de Deus e todas as suas promessas de bênção.

Wednesday, July 9

Quarta-feira da Semana XIV do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Oseias (Os 10, 1-3.7-8.12)
Israel era uma vinha exuberante, que produzia os seus frutos. Quanto mais abundantes eram os frutos, mais aumentavam os altares. Quanto mais rica se tornava a sua terra, mais belos eram os monumentos pagãos. O coração de Israel está dividido, mas agora eles têm de pagar: o próprio Senhor derrubará os seus altares, destruirá os seus monumentos pagãos. Então eles vão dizer: «Não temos rei, porque não tememos o Senhor; e ainda que o tivéssemos, que poderia o rei fazer por nós?». Samaria desaparece com o seu rei, como uma palha à tona da água. Serão destruídos os lugares altos da idolatria, que eram o pecado de Israel; espinheiros e cardos crescerão sobre os seus altares. E gritarão às montanhas: «Cobri-nos!» e às colinas: «Caí sobre nós!». – Semeai segundo a justiça e colhereis o fruto da misericórdia; arroteai novas terras, porque já é tempo de procurar o Senhor, até que Ele venha derramar sobre vós a chuva da justiça.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 10, 1-7)
Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus».


Reflexão
A 1ª leitura de hoje é um aviso e um convite à conversão, porque o Senhor acolherá quem O procurar. O profeta começa por recorrer à imagem da vinha. Israel é semelhante a um agricultor que, tendo enriquecido com os produtos da sua vinha, descambou para o materialismo, para o esquecimento de Deus, e para a idolatria. O povo lamenta-se por não ter um rei como os outros povos, mas o profeta afirma que, sem Deus, Israel está perdido, tenha ou não um rei.
No Evangelho, aparece, pela primeira vez, a lista dos que são aqui chamados os doze Apóstolos que corresponde no Novo Testamento aos doze patriarcas das doze tribos de Israel do Antigo Testamento. O povo de Deus na Igreja é o ponto de chegada do povo eleito que vinha já do Antigo Testamento. O novo povo de Deus tem as características da universalidade, que o número 12 significa. Jesus, novo Moisés, funda o novo povo de Deus, a Igreja. Os Doze são chamados para estarem com o Senhor e ser enviados por Ele aos irmãos, levam em si a própria missão de Jesus, que é também, o Enviado do Pai. Foram chamados pelo nome e confere-lhes o seu poder que se manifesta na vitória sobre as forças demoníacas e na cura de doenças como antecipação e sinal do Reino de Deus.

Tuesday, July 8

Terça-feira da Semana XIV do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Oseias (Os 8, 4-7.11-13)

Eis o que diz o Senhor: «Os filhos de Israel nomearam reis sem o meu consentimento, escolheram chefes sem Me terem consultado. Com a prata e o ouro que possuíam, fabricaram ídolos para sua perdição. – Considero abominável, ó Samaria, o bezerro que adoras! – Contra eles se inflamou a minha ira: até quando serão incapazes de se purificarem? Aquele ídolo provém de Israel; foi um artífice que o fez, ele não é Deus! Mas o bezerro de Samaria será feito em pedaços: já que semeiam ventos, colhem tempestades. Caule sem espiga não produz farinha; e ainda que a produzisse, os estrangeiros a comeriam. Efraim levantou muitos altares, mas só lhe serviram para pecar ainda mais. Se Eu lhe puser por escrito mil preceitos da minha lei, serão considerados como obra de um estranho. Eles oferecem sacrifícios e comem a carne imolada, mas o Senhor não os aceitará. O Senhor recordará o seu pecado e castigará as suas faltas e eles terão de voltar para o Egipto».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 9, 32-38)
Naquele tempo, apresentaram a Jesus um mudo possesso do demónio. Logo que o demónio foi expulso, o mudo falou. A multidão ficou admirada e dizia: «Nunca se viu coisa semelhante em Israel». Mas os fariseus diziam: «É pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara».


Reflexão
Grande parte da pregação dos profetas é dirigida a um povo infiel. Oseias proclama o amor de Deus, sempre fiel e rico em misericórdia e manifesta que Deus desaprova o comportamento corrupto de Israel, que não pode ficar sem castigo. Na leitura de hoje fala-se da idolatria, da substituição de Deus por deuses falsos, de deuses mais concretos, mais visíveis, mais palpáveis. Tal maneira de proceder é uma sementeira de ventos, que só pode dar como colheita a tempestade.
Jesus disse aos seus discípulos: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Jesus convida os discípulos a rezar ao Pai para que suscite pessoas dispostas a segui-Lo na tarefa da evangelização, semelhante ao trabalho da ceifa. Pede também que nós saibamos rezar para que Ele suscite no coração dos homens ministros do Seu Reino que sejam capazes de levar aos simples e aos que O querem seguir a Sua mensagem, a Sua Boa Nova.

Monday, July 7

Segunda-feira da Semana XIV do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Oseias (Os 2, 16.17b-18.21-22)
Eis o que diz o Senhor: «Hei-de atrair ao meu amor a casa de Israel, hei-de conduzi-la ao deserto e falar-lhe ao coração. Ali corresponderá como nos dias da sua juventude, quando saiu da terra do Egipto. Nesse dia, diz o Senhor, chamar-Me-ás ‘meu marido’ e não ‘meu baal’. Farei de ti minha esposa para sempre, desposar-te-ei segundo a justiça e o direito, com amor e misericórdia. Desposar-te-ei com fidelidade e tu conhecerás o Senhor».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 9, 18-26)
Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Mas quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. E a notícia divulgou-se por toda aquela terra.


Reflexão
A comparação do amor de Deus pelos homens com o amor que une o homem e a mulher é célebre na Sagrada Escritura, particularmente no profeta Oseias. Foi com tal comparação que Deus quis chamar à razão o povo que, em momento de prosperidade material, se havia esquecido d’Ele. Oseias, cuja vida familiar lhe fizera conhecer os altos e baixos da alegria doméstica, pode justamente pôr na boca de Deus uma queixa dolorosa contra o seu povo, rebelde e infiel. Mas Deus propôs-se reconduzir ao seu amor, sempre fiel, esse povo, a quem ofereceu as primeiras grandes manifestações de amor nos tempos da travessia do deserto.
Acreditar em Jesus, dar-Lhe espaço em nós, acolher a sua pessoa, é acolher a Vida. Viver é caminhar na fé, tocar e deixar-se tocar por Cristo vivo na Palavra, na eucaristia e no próximo. Estamos perante dois milagres de Jesus. Um, salva da doença; o outro para resgatar da morte. Ambos se dão porque quem os pede tem fé n'Aquele que salva, n'Aquele que dá a vida. Aliada a esta fé imensa, vemos a esperança na salvação. Os milagres de Jesus mostram já a chegada do Reino de Deus, são uma manifestação do amor de Cristo que veio curar o homem.

Thursday, July 3

Festa de São Tomé, Apóstolo


Liturgia da Palavra

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios (Ef 2, 19-22)
Irmãos: Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Cristo como pedra angular. Em Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor; e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus. 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 20, 24-29)
Naquele tempo, Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».


São Tomé
O martirológio jeronimiano do século VI coloca no dia 3 de Julho a transladação do corpo de S. Tomé para Edessa, na actual Turquia. Este apóstolo, também chamado Dídimo, é-nos dado a conhecer sobretudo por S. João evangelista. É Tomé que convida os outros apóstolos a acompanharem Jesus para a Judeia, para morrerem com Ele (Jo 11, 16). É a pergunta de Tomé que leva Jesus a definir-se: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 5s.). Finalmente, Tome, com a sua incredulidade, que se desvaneceu na presença de Cristo ressuscitado, ajuda-nos a fortalecer a nossa adesão a Jesus, por meio de uma profissão de fé muito clara, a fé pascal da Igreja: Meu Senhor e meu Deus! (Jo 20, 24-29). Temperamento audacioso e cheio de generosidade, percorreu as etapas da fé e professou que Jesus era realmente Deus e Senhor. Como escreve S. Gregório Magno, A incredulidade de Tomé foi mais útil à nossa fé do que a fé dos discípulos crentes. Após o Pentecostes, partiu em missão. Sobre a sua vida nada se sabe ao certo, além dos pormenores contidos no Evangelho. Diz-se que pregou o Evangelho na Índia.
O caso do Apóstolo Tomé é importante para nós pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir pelo nosso caminho de adesão a Ele.

Wednesday, July 2

Quarta-feira da Semana XIII do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Amós (Am 5, 14-15.21-24)
Procurai o bem e não o mal, para que vivais. Assim, o Senhor, Deus do Universo, estará convosco, como vós dizeis. Detestai o mal e amai o bem, restabelecei a justiça no tribunal. Talvez o Senhor, Deus do Universo, tenha compaixão dos sobreviventes de José. Eu detesto e desprezo as vossas festas, desgostam-Me as vossas reuniões sagradas. Se Me ofereceis holocaustos e oblações, Eu não quero aceitá-los; e para os vossos sacrifícios de animais gordos, nem sequer Me digno olhar. Afastai de Mim o barulho dos vossos cânticos, que Eu não quero ouvir o som das vossas harpas. Mas fazei que o direito corra como as águas e a justiça como rio inesgotável.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 8, 28-34)
Naquele tempo, quando Jesus chegou à região dos gadarenos, na outra margem do lago, vieram ao seu encontro, saindo dos túmulos, dois endemoninhados. Eram tão furiosos que ninguém se atrevia a passar por aquele caminho. E disseram aos gritos: «Que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?». Ora, perto dali, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os demónios suplicavam a Jesus, dizendo: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos». Jesus respondeu-lhes: «Então ide». Eles saíram e foram para os porcos. Então os porcos precipitaram-se pelo despenhadeiro abaixo e afogaram-se no lago. Os guardadores fugiram e foram à cidade contar tudo o que acontecera, incluindo o caso dos endemoninhados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Quando O viram, pediram-Lhe que Se retirasse do seu território.


Reflexão
O profeta continua a censurar o mau proceder do povo, aos pecados contra a justiça para com os outros que não pode ser substituída por expressões exteriores de vida religiosa, pois que a verdadeira religião começa no coração. Se buscarem a Deus, hão-de viver, porque Deus é o princípio de toda a existência. Detestar o mal, amar o bem, permite viver na presença do Senhor.
O culto que Deus exige de nós é uma vida em consonância com a sua vontade, com a sua justiça, com a sua generosidade. O importante é buscar o bem e não o mal.
O importante deste Evangelho é o triunfo de Jesus sobre os demónios. Realizando o exorcismo, em terra pagã, Jesus antecipa a vitória do seu Mistério Pascal do fim dos tempos, que há-de pôr termo a toda a acção demoníaca sobre os homens remidos com o seu sangue. O episódio descreve um encontro de Jesus com os habitantes de Gádara que não crêem e rejeitam-no.
Endemoninhado não significa necessariamente uma possessão diabólica, pode ser doença mental. Jesus cede ao desejo dos gadarenos, porque o Evangelho não é imposição, mas proposta e convite. O milagre é sinal de que o Reino de Deus chegou.