Monday, August 11

Segunda-feira da Semana XIX do Tempo Comum


Liturgia da Palavra

Leitura da Profecia de Ezequiel (Ez 1, 2-5.24-28c)
No dia cinco do mês, no quinto ano do exílio do rei Jeconias, foi dirigida a palavra do Senhor ao sacerdote Ezequiel, filho de Buzi, no país dos caldeus, nas margens do rio Quebar. Ali pairou sobre ele a mão do Senhor. Eu vi aproximar-se um vento impetuoso que vinha do norte e uma grande nuvem com um clarão à volta e um fogo cintilante; do meio do fogo irradiava uma espécie de metal refulgente. No centro distinguia-se a imagem de quatro seres vivos que tinham aspecto humano. Quando caminhavam, eu ouvia o ruído das suas asas, semelhante ao marulhar das torrentes caudalosas, semelhante à voz do Omnipotente, como o fragor da tempestade, como o tumulto dum campo de batalha. Mas quando paravam, recolhiam as asas. Ouvia-se uma voz por cima da abóbada que havia sobre as suas cabeças. Sobre a abóbada que havia por cima das suas cabeças, estava uma espécie de pedra de safira em forma de trono e, sobre essa forma de trono, uma figura semelhante a um ser humano. Vi que irradiava como metal brilhante, tendo à volta uma espécie de auréola de fogo, desde o que parecia a cintura para cima. E desde o que parecia a cintura para baixo, vi uma espécie de fogo, irradiando um clarão a toda a volta. Como o arco-íris, que aparece nas nuvens em dias de chuva, assim era o esplendor que o cercava. Era a imagem da glória do Senhor. Quando a vi, caí de rosto por terra.


Salmo 148, 1-2a.11-12.13.14
Refrão: O céu e a terra proclamam a vossa glória.

Louvai o Senhor do alto dos céus,
louvai-O nas alturas,
louvai-O, todos os seus Anjos.

Reis e povos do mundo,
príncipes e todos os juízes da terra,
jovens e donzelas, velhos e crianças;

Louvem todos o nome do Senhor,
porque o seu nome é sublime,
a sua majestade está acima do céu e da terra.

Exaltou a força do seu povo:
louvem-n’O todos os seus fiéis,
os filhos de Israel, seu povo eleito.



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 17, 22-27)

Naquele tempo, estando ainda Jesus e os discípulos na Galileia, disse-lhes Jesus: «O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens, que hão-de matá-l’O; mas Ele ao terceiro dia ressuscitará». Os discípulos ficaram profundamente consternados. Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores das didracmas aproximaram-se de Pedro e perguntaram-lhe: «O vosso Mestre não paga a didracma?». Pedro respondeu-lhes: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-Se e disse-lhe: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos ou tributos? Dos filhos ou dos estranhos?». E como ele respondesse que era dos estranhos, Jesus disse-lhe: «Então os filhos estão isentos. Mas para não os escandalizarmos, vai ao mar e deita o anzol. Apanha o primeiro peixe que morder a isca, abre-lhe a boca e encontrarás um estáter. Pega nele e paga-lhes o imposto por Mim e por ti».


Reflexão
Este texto apresenta-nos a teofania em que Deus se revela e manifesta a sua glória ao profeta. Com imagens espectaculares, Ezequiel refere a sua experiência de Deus, junto do rio Cabar. A glória de Deus transfere-se do templo de Jerusalém para junto dos desterrados. Deus não é propriedade de um povo, não está eternamente ligado nem ao templo nem à terra prometida. Deus é força, é luz… Os seres viventes significam algumas prerrogativas divinas: a inteligência, a força, o poder, a rapidez. A tradição cristã medieval verá essas imagens, retomados no Apocalipse, símbolos dos quatro evangelistas.
A leitura começa por anunciar a Paixão e Ressurreição do Senhor. Jesus nunca separa uma da outra, porque o mistério pascal da nossa salvação é a passagem da morte à vida, deste mundo para o Pai, pela Cruz. Jesus vê agora, não com os olhos do eu pessoal, que tem de se inclinar perante uma vontade superior mas com os olhos do Filho do homem para quem nada está oculto. A paixão, entrega na mão de todos os homens, torna-se entrega nas mãos do Pai, manifestação da sua glorificação.

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