Nota Histórica
São Luís Gonzaga nasceu em Mântua, Itália, em 1568 e morreu com 23 anos de idade, em 1591. É o patrono da juventude, e o seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio, em Roma.
Recebeu educação esmerada e frequentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: Corte dos Médici, em Florença; Corte de Mântua; Corte de Habsburgos, em Madrid. Foi pajem do príncipe Diego, filho de Filipe II.
Para surpresa de todos, optou pela vida religiosa, derrubando por terra os interesses nele depositados pelo pai. Finalmente conseguiu realizar o seu ideal: entrar para a Companhia de Jesus. Entretanto, viveu ali apenas seis anos. Morreu mártir da caridade ao serviço daqueles atacados pela peste, em Roma, a 21 de Junho de 1591. A 21 de Julho de 1604 a mãe pôde venerar como Beato a Luís, seu filho primogénito. Deixou a coroa de marquês, fez-lhe Deus presente a coroa dos Santos. Morreu aos 24 anos. Foi canonizado por Bento XIII em 1724 e pelo mesmo Papa dado como padroeiro à juventude que estuda.
Leitura do Segundo Livro dos Reis (2 Reis 17, 5-8.13-15a.18)
Naqueles dias, Salmanasar, rei da Assíria, invadiu todo o país e pôs cerco a Samaria, durante três anos. No nono ano do reinado de Oseias, o rei da Assíria tomou Samaria e deportou os filhos de Israel para a Assíria, estabelecendo-os em Halá, nas margens do Habor, rio de Gozã, e nas cidades da Média. Isto aconteceu, porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera sair da terra do Egipto, libertando-os do poder do faraó, rei do Egipto. Prestaram culto a outros deuses e seguiram os costumes das nações que o Senhor expulsara diante deles, e os costumes que os reis de Israel tinham introduzido. No entanto, o Senhor tinha advertido Israel e Judá, por meio dos seus profetas e videntes, dizendo: «Convertei-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e preceitos, conforme toda a Lei que prescrevi aos vossos pais e vos comuniquei por meio dos meus servos, os profetas». Mas eles não quiseram obedecer e tornaram-se ainda mais endurecidos que seus pais, que não tinham acreditado no Senhor, seu Deus. Desprezaram os preceitos do Senhor, bem como a aliança que firmara com seus pais e as advertências que lhes tinha feito. Então o Senhor indignou-Se tanto contra Israel que o afastou para longe da sua presença. Ficou apenas a tribo de Judá.
Salmo 59 (60)
Refrão: Ajudai-nos, Senhor, com a vossa direita e salvai-nos.
Vós nos rejeitastes, ó Deus,
e nos pusestes em debandada;
acendeu-se a vossa ira,
mas voltai-Vos para nós.
Abalastes a terra e a enchestes de fendas;
reparai as suas brechas, que ameaça ruína.
sujeitastes o vosso povo a rude prova,
destes-nos a beber um vinho inebriante.
Quem nos conduzirá senão Vós, que nos rejeitastes?
Quem senão Vós,
que já não saís com os nossos exércitos?
Prestai-nos auxílio contra o inimigo,
porque nada vale o socorro humano.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 7, 1-5)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não julgueis e não sereis julgados. Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados, segundo a medida com que medirdes vos será medido. Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como poderás dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, enquanto a trave está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».
Ponto de Reflexão
O povo de Deus, à morte do rei Salomão, dividiu-se em dois: o reino do Norte, Israel, e o reino do Sul, Judá. Esta leitura situa-nos no momento em que o reino do Norte foi invadido pelos exércitos do rei da Assíria, país vizinho, os seus habitantes deportados para aquele país e substituídos por gentes vindas de lá e de outros países estrangeiros para a terra de Israel. É, em parte, esta a origem dos Samaritanos, que nunca se integraram no povo de Deus, até ao dia de hoje.
Continuando o sermão da montanha, o Senhor ensina hoje como nos havemos de comportar em relação aos outros, em especial no juízo que deles fazemos; ou melhor, nem devemos fazer juízo algum a seu respeito. Um só é o Juiz, Deus.
Se virmos bem, Jesus não nos proíbe julgar e medir os outros, mas ensina-nos como fazê-lo. A medida do juízo divino será igual à que usarmos nos nossos julgamentos humanos. Na antiguidade, a medida com que se media a cessação de um bem, era a mesma que assegurava a sua restituição. Os rabinos, por sua vez, ensinavam que Deus Se servia de um duplo critério de juízo: a justiça e a bondade. O convite a não julgar forma como que uma espécie de refrão no Novo Testamento. O próprio Cristo Se apresenta como aquele que não vem julgar, mas salvar.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, No Greater Joy (a partir da trad. «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 55)
«Com a medida com que medirdes, assim sereis medidos»
Para cada doença existem vários medicamentos e tratamentos. Mas enquanto não se oferecer uma mão doce pronta a servir e um coração generoso pronto a acarinhar, não creio que se possa alguma vez curar esta terrível doença que é a falta de amor.
Nenhum de nós tem o direito de condenar quem quer que seja. Nem quando vemos pessoas soçobrar sem compreender porquê. Não nos convida Jesus a não julgar? Talvez tenhamos contribuído para tornar as pessoas como elas são. Devemos compreender que são nossos irmãos e nossas irmãs. Este leproso, este bêbedo, este doente são nossos irmãos, também eles foram criados para um amor maior. Nunca deveríamos esquecê-lo. O próprio Jesus Cristo Se identifica com eles quando diz: «Aquilo que fizestes aos Meus irmãos mais humildes foi a Mim que fizestes» (Mt 25, 40). E pode acontecer que essas pessoas vivam na rua, desprovidas de qualquer amor e quaisquer cuidados, porque lhes recusámos a nossa solicitude, a nossa afeição. Sede doces, infinitamente doces para com o pobre que sofre. Compreendemos tão mal aquilo por que ele passa! O mais difícil é não ser aceite.
Pensamentos do Padre Dehon
Os fariseus observavam a lei por hipocrisia, para serem vistos e por interesse, com um espírito de crítica e de difamação pelos outros. Nosso Senhor dá-nos por modelo as disposições do seu próprio coração, sempre tão humilde e tão caridoso. Por isso, nos diz: Fugi do espírito de crítica e de censura. Não julgueis e não sereis julgados. Perdoai e sereis perdoados. Não procureis uma palha no olho do próximo quando tendes uma trave no vosso. Finalmente, tomai os meios necessários para bem observardes a lei. Rezai e pedi a Deus o fervor e a perfeição. – Sede misericordiosos para com o próximo, e Deus sê-lo-á a vosso respeito. – Praticai a mortificação exterior e interior. Entrai pela porta estreita. O caminho do céu pede sacrifícios. Subi-o com constância e coragem. (Leão Dehon, OSP4, p. 28s.).
Oração
Senhor Jesus, converte-me, transforma-me, e dá-me aquele espírito de caridade e humildade, que é condição para crescer em santidade e ajudar os outros nesse mesmo crescimento. Ajuda-me a ser misericordioso com todos, e a não julgar ninguém. Se tiver de julgar, mostra-me, antes, se não sou semelhante àquele que julgo, para que não reprove nos outros o que antes devo reprovar em mim.
Ajuda-me a rezar, para poder receber os dons da tua graça, e derramá-los sobre os meus irmãos. Amen.
São Luís Gonzaga nasceu em Mântua, Itália, em 1568 e morreu com 23 anos de idade, em 1591. É o patrono da juventude, e o seu corpo repousa na Igreja de Santo Inácio, em Roma.
Recebeu educação esmerada e frequentou os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: Corte dos Médici, em Florença; Corte de Mântua; Corte de Habsburgos, em Madrid. Foi pajem do príncipe Diego, filho de Filipe II.
Para surpresa de todos, optou pela vida religiosa, derrubando por terra os interesses nele depositados pelo pai. Finalmente conseguiu realizar o seu ideal: entrar para a Companhia de Jesus. Entretanto, viveu ali apenas seis anos. Morreu mártir da caridade ao serviço daqueles atacados pela peste, em Roma, a 21 de Junho de 1591. A 21 de Julho de 1604 a mãe pôde venerar como Beato a Luís, seu filho primogénito. Deixou a coroa de marquês, fez-lhe Deus presente a coroa dos Santos. Morreu aos 24 anos. Foi canonizado por Bento XIII em 1724 e pelo mesmo Papa dado como padroeiro à juventude que estuda.
Leitura do Segundo Livro dos Reis (2 Reis 17, 5-8.13-15a.18)
Naqueles dias, Salmanasar, rei da Assíria, invadiu todo o país e pôs cerco a Samaria, durante três anos. No nono ano do reinado de Oseias, o rei da Assíria tomou Samaria e deportou os filhos de Israel para a Assíria, estabelecendo-os em Halá, nas margens do Habor, rio de Gozã, e nas cidades da Média. Isto aconteceu, porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera sair da terra do Egipto, libertando-os do poder do faraó, rei do Egipto. Prestaram culto a outros deuses e seguiram os costumes das nações que o Senhor expulsara diante deles, e os costumes que os reis de Israel tinham introduzido. No entanto, o Senhor tinha advertido Israel e Judá, por meio dos seus profetas e videntes, dizendo: «Convertei-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e preceitos, conforme toda a Lei que prescrevi aos vossos pais e vos comuniquei por meio dos meus servos, os profetas». Mas eles não quiseram obedecer e tornaram-se ainda mais endurecidos que seus pais, que não tinham acreditado no Senhor, seu Deus. Desprezaram os preceitos do Senhor, bem como a aliança que firmara com seus pais e as advertências que lhes tinha feito. Então o Senhor indignou-Se tanto contra Israel que o afastou para longe da sua presença. Ficou apenas a tribo de Judá.
Salmo 59 (60)
Refrão: Ajudai-nos, Senhor, com a vossa direita e salvai-nos.
Vós nos rejeitastes, ó Deus,
e nos pusestes em debandada;
acendeu-se a vossa ira,
mas voltai-Vos para nós.
Abalastes a terra e a enchestes de fendas;
reparai as suas brechas, que ameaça ruína.
sujeitastes o vosso povo a rude prova,
destes-nos a beber um vinho inebriante.
Quem nos conduzirá senão Vós, que nos rejeitastes?
Quem senão Vós,
que já não saís com os nossos exércitos?
Prestai-nos auxílio contra o inimigo,
porque nada vale o socorro humano.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 7, 1-5)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não julgueis e não sereis julgados. Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados, segundo a medida com que medirdes vos será medido. Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como poderás dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, enquanto a trave está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».
Ponto de Reflexão
O povo de Deus, à morte do rei Salomão, dividiu-se em dois: o reino do Norte, Israel, e o reino do Sul, Judá. Esta leitura situa-nos no momento em que o reino do Norte foi invadido pelos exércitos do rei da Assíria, país vizinho, os seus habitantes deportados para aquele país e substituídos por gentes vindas de lá e de outros países estrangeiros para a terra de Israel. É, em parte, esta a origem dos Samaritanos, que nunca se integraram no povo de Deus, até ao dia de hoje.
Continuando o sermão da montanha, o Senhor ensina hoje como nos havemos de comportar em relação aos outros, em especial no juízo que deles fazemos; ou melhor, nem devemos fazer juízo algum a seu respeito. Um só é o Juiz, Deus.
Se virmos bem, Jesus não nos proíbe julgar e medir os outros, mas ensina-nos como fazê-lo. A medida do juízo divino será igual à que usarmos nos nossos julgamentos humanos. Na antiguidade, a medida com que se media a cessação de um bem, era a mesma que assegurava a sua restituição. Os rabinos, por sua vez, ensinavam que Deus Se servia de um duplo critério de juízo: a justiça e a bondade. O convite a não julgar forma como que uma espécie de refrão no Novo Testamento. O próprio Cristo Se apresenta como aquele que não vem julgar, mas salvar.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, No Greater Joy (a partir da trad. «Il n'y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 55)
«Com a medida com que medirdes, assim sereis medidos»
Para cada doença existem vários medicamentos e tratamentos. Mas enquanto não se oferecer uma mão doce pronta a servir e um coração generoso pronto a acarinhar, não creio que se possa alguma vez curar esta terrível doença que é a falta de amor.
Nenhum de nós tem o direito de condenar quem quer que seja. Nem quando vemos pessoas soçobrar sem compreender porquê. Não nos convida Jesus a não julgar? Talvez tenhamos contribuído para tornar as pessoas como elas são. Devemos compreender que são nossos irmãos e nossas irmãs. Este leproso, este bêbedo, este doente são nossos irmãos, também eles foram criados para um amor maior. Nunca deveríamos esquecê-lo. O próprio Jesus Cristo Se identifica com eles quando diz: «Aquilo que fizestes aos Meus irmãos mais humildes foi a Mim que fizestes» (Mt 25, 40). E pode acontecer que essas pessoas vivam na rua, desprovidas de qualquer amor e quaisquer cuidados, porque lhes recusámos a nossa solicitude, a nossa afeição. Sede doces, infinitamente doces para com o pobre que sofre. Compreendemos tão mal aquilo por que ele passa! O mais difícil é não ser aceite.
Pensamentos do Padre Dehon
Os fariseus observavam a lei por hipocrisia, para serem vistos e por interesse, com um espírito de crítica e de difamação pelos outros. Nosso Senhor dá-nos por modelo as disposições do seu próprio coração, sempre tão humilde e tão caridoso. Por isso, nos diz: Fugi do espírito de crítica e de censura. Não julgueis e não sereis julgados. Perdoai e sereis perdoados. Não procureis uma palha no olho do próximo quando tendes uma trave no vosso. Finalmente, tomai os meios necessários para bem observardes a lei. Rezai e pedi a Deus o fervor e a perfeição. – Sede misericordiosos para com o próximo, e Deus sê-lo-á a vosso respeito. – Praticai a mortificação exterior e interior. Entrai pela porta estreita. O caminho do céu pede sacrifícios. Subi-o com constância e coragem. (Leão Dehon, OSP4, p. 28s.).
Oração
Senhor Jesus, converte-me, transforma-me, e dá-me aquele espírito de caridade e humildade, que é condição para crescer em santidade e ajudar os outros nesse mesmo crescimento. Ajuda-me a ser misericordioso com todos, e a não julgar ninguém. Se tiver de julgar, mostra-me, antes, se não sou semelhante àquele que julgo, para que não reprove nos outros o que antes devo reprovar em mim.
Ajuda-me a rezar, para poder receber os dons da tua graça, e derramá-los sobre os meus irmãos. Amen.