Friday, March 29

Sexta-feira Santa


A Paixão do Senhor não pode tomar-se isoladamente como um facto encerrado em si mesma, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da Páscoa. Só pode compreender-se, interpretar-se à luz da Palavra divina. Por isso, a Liturgia de hoje começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de S. João, no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.
A essa luz a Paixão do Servo sofredor aparece-nos como uma obra de expiação em favor da humanidade, realizada com plena, total e soberana liberdade. E Jesus surge-nos não apenas como Vítima inocente e sofredora, mas também como Sacerdote. A Sua Morte tem valor sacrificial, é acto de mediação universal e causa de salvação. Não é tragédia, mas glorificação. A Sua Cruz não é objecto de ignomínia, mas trono de glória.
Na posse do significado salvífico da Paixão, a assembleia cristã sente necessidade de unir a esse acto sacerdotal de expiação e intercessão. Assim a liturgia da Palavra encerra-se com uma solene oração que abrange a humanidade inteira, pela qual Cristo morreu.

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