Thursday, May 1

Memória litúrgica de São José Operário


O primeiro de Maio, considerado hoje na Europa o dia da Festa do trabalho, foi, durante muitos anos, nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária.
A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a Festa do trabalho sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho.
Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo.
E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos. O trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo.


Liturgia da Palavra

Leitura do Livro do Génesis (Gen 1, 26 – 2, 3)
Disse Deus: «Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre os animais selvagens e sobre todos os répteis que rastejam pela terra». Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Ele o criou homem e mulher. Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem na terra». Disse Deus: «Dou-vos todas as plantas com semente que existem em toda a superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os seres vivos que se movem na terra dou as plantas verdes como alimento». E assim sucedeu. Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom. Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia. Assim se completaram o céu e a terra e tudo o que eles contêm. Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado. Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele descansou de todo o trabalho da criação.

Salmo 89 (90), 2.3-4.12-13.14 e 16 (R. 17c)
Refrão: Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.

Antes de se formarem as montanhas
e nascer a terra e o mundo,
desde toda a eternidade
Vós, Senhor, sois Deus.

Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
 são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite.

Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos.

Saciai-nos, desde a manhã, com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Manifestai a vossa obra aos vossos servos
e aos seus filhos a vossa majestade.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mat (Mt 13, 54-58)
Naquele tempo, Jesus foi à sua terra e começou a ensinar os que estavam na sinagoga, de tal modo que ficavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem esta sabedoria e este poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? A sua Mãe não se chama Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem entre nós? De onde Lhe vem tudo isto?». E estavam escandalizados com Ele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra e em sua casa». E por causa da falta de fé daquela gente, Jesus não fez ali muitos milagres.


O trabalho humano

Na verdade, os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem a própria actividade de maneira a bem servir a sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço aos seus irmãos e um contributo pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história.
Mas quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária. Por aqui se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes; ao contrário, obriga-os a sentir esta colaboração como um verdadeiro dever.


(Da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja no mundo contemporâneo)

No comments: