Sunday, March 29

Domingo V da Quaresma

Liturgia da Palavra - https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2899

Reflexão
O Evangelho fala-nos de uma família amiga de Jesus que morava em Betânia e que O acolhia. Dessa família apenas conhecemos três irmãos: Marta, Maria e Lázaro. Porém, houve um acontecimento que abalou a vida desta família: Lázaro estava gravemente doente. As irmãs ficam preocupadas e informam Jesus.
É interessante que Jesus não vai imediatamente para lá e até parece que vai atrasar-se de propósito. Jesus deixa então que a morte física do amigo aconteça. É provável que tal aconteça para dizer que Jesus não veio para alterar o ciclo normal da vida do ser humano e fazer com que não morra mas veio sim para dar um novo sentido à morte física e para oferecer a vida eterna.
Depois de dois dias, Ele resolve ir ao encontro do amigo e ao chegar a Betânia, encontrou-o sepultado há já quatro dias: indica que já estava mesmo morto e assim dar mais relevo ao milagre de Jesus.
Marta veio ao seu encontro e disse-lhe: Se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido. Jesus irá dizer-lhe que o seu irmão ressuscitaria mas ela pensava que as palavras de Jesus eram apenas palavras de ocasião e banais e que Ele estava a falar na crença dos fariseus na ressurreição segundo a qual se dizia que os mortos haveriam de reviver no final dos tempos.
Jesus vai então visitar o túmulo e chorar. E assim mostra o sofrimento pela morte do seu amigo Lázaro. Até as pessoas ao verem, irão afirmar: Vede como ele era seu amigo. É de alguma forma para nos dizer que é muito normal que nós choremos perante certos acontecimentos tais como o falecimento de um familiar ou amigo mas não devemos viver totalmente escravos da morte.
Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é a imagem, a encarnação do Deus que é amor, misericórdia e ternura paterna e materna do Deus que é Vida. Por isso, disse a Marta: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Proclama que, quem acredita n’Ele, terá a vida para sempre; depois de morrer, viverá para sempre uma vida nova. Esta é a grande notícia que Jesus nos traz hoje: estar com Ele, permanecer e escutar a Sua vontade é ter a vida para sempre. E acrescentou: Crês nisto? É uma pergunta que Jesus dirige a cada um de nós, que ultrapassa a nossa compreensão exige que confiemos n’Ele. A resposta de Marta é exemplar: Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. Significa que acredita, apesar das suas dúvidas e incertezas porque Ele tem palavras de vida eterna e dá a vida.
Jesus, ao restituir a vida a Lázaro, diz-nos que tem mais força que a morte e é capaz de a derrotar: Lázaro volta a ter vida. A família de Betânia é também a representante da comunidade cristã, que é formada por irmãos e irmãs que são amigos de Jesus e que O acolhem na sua casa e na sua vida. Esta família faz a experiência da morte mas sabe que Ele é a Ressurreição e a Vida e que a dá aos seus porque a morte é apenas a passagem para a eternidade. Podemos chorar a saudade pela partida de um irmão, mas temos de saber que ao deixar este mundo, ele encontrou a vida eterna na glória de Deus. A ressurreição de Lázaro foi então o último sinal que Jesus deu antes do grande sinal da Sua própria Ressurreição.
Lázaro, sai para fora é o brado de Jesus, que parece ressoar, em toda a Igreja, desafiada a sair, para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo, sobretudo aos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida.
Lázaro, sai para fora é o brado de Jesus, a todos nós. Para que possamos, como Lázaro, ressuscitar cada dia com gestos e palavras de amor, com atitudes cristãs e com mudança de vida. Vivamos desta maneira nesta Quaresma esperando também a nossa Ressurreição.

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