Monday, March 22

Reflectindo: Domingo V da Quaresma (I)

A liturgia de hoje fala-nos de um Deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas divergências e a conceder o perdão aos nossos irmãos: o Senhor dá-nos um grande exemplo de perdão e de misericórdia.
Na 1ª leitura, o profeta que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, é um acontecimento grandioso tal como a saída do povo da escravidão do Egipto. Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. Os animais selvagens proclamarão a minha glória, porque farei brotar água no deserto, rios na terra árida, para matar a sede ao meu povo escolhido, o povo que formei para Mim e que proclamará os meus louvores.
O Deus libertador em quem acreditamos e em quem esperamos não demorará a actuar. Aproxima-se o dia de um novo êxodo, de uma nova libertação. O Povo libertado percorrerá um caminho fácil no regresso à sua Terra e não conhecerá o desespero da sede e da falta de comida porque Deus vai fazer brotar rios na paisagem desolada do deserto. A actuação de Deus manifestará o amor e a solicitude de Deus pelo seu Povo. Diante da acção salvadora e redentora de Deus, o Povo tomará consciência de que é um povo eleito por Deus e louvará o seu Deus pelos dons recebidos em louvor da Sua glória.
O nosso Deus é o Deus libertador, que não se conforma com qualquer escravidão que roube a vida e a dignidade do homem e que está a pedir-nos que lutemos contra todas as formas de sujeição.
Neste tempo de Quaresma, somos convidados a deixar definitivamente para trás o passado e a aderir à vida nova que Deus nos propõe. Cada Quaresma é um abalo que nos desinstala, que põe em causa o nosso comodismo, que nos convida a olhar para o futuro e a ir além de nós mesmos.

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