Wednesday, November 30

Santo André


André, natural de Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Baptista e depois seguiu a Cristo, a quem apresentou também seu irmão Pedro. Juntamente com Filipe introduziu à presença de Jesus uns gentios que O queriam ver, e foi ele também que indicou o rapaz que tinha os peixes e o pão. Segundo uma tradição, depois do Pentecostes pregou em diversas regiões da Grécia e foi crucificado na Acaia. Os gregos chamam a este ousado apóstolo Protókletos, o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: Que procurais? - Mestre, onde habitas? - Vinde e vede. A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.

Leituras da Festa litúrgica de Santo André

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos (Rom 10, 9-18)Irmãos: Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e se acreditares em teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação. Na verdade, a Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido». Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam. Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão-de invocar Aquele em quem não acreditam? E como hão-de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão-de pregar, se não forem enviados? Está escrito: «Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!». Mas nem todos obedecem ao Evangelho, como Isaías diz: «Senhor, quem acreditou na nossa pregação?». A fé, portanto, vem da pregação e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. Mas pergunto: Não a teriam ouvido? Ao contrário, como diz a Escritura: «A sua voz ressoou por toda a terra e as suas palavras até aos confins do mundo».
Salmo 18 A (19 A)
Refrão:
A sua mensagem ressoou por toda a terra.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem,
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 4, 18-22)
Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.

Tuesday, November 29

Terça-feira da Semana I do Advento


A vinda do Filho de Deus inaugura a era da paz universal, Ele que de judeus e pagãos fez um só povo. Esta era de paz, que só será perfeita quando Ele vier no fim dos tempos, é aqui descrita com imagens como as do paraíso reencontrado. E, como no princípio, tudo será fruto da acção do Espírito de Deus, Espírito que Jesus recebeu do Pai em plenitude, e nos comunicou a nós também. Jesus aplicou um dia a Si próprio esta passagem do profeta. Num cenário de desolação, brota rebentos, sinal de vida e de bênção. Brota do tronco da família de David, provada pelas tragédias da história e pela infidelidade do pecado. Mas Deus é fiel e não esquece a promessa de estabelecer para sempre o trono de David. O dom do Espírito é o dom divino por excelência aos chefes libertadores de Israel, aos juízes carismáticos, aos profetas e aos sacerdotes, aos sábios. Com a vinda do Messias recebemos a promessa de um reino de justiça e de paz. O Espírito Santo ajuda, tendo em conta a sua missão salvífica.
Toda a vida de Jesus, o Messias enviado pelo Pai, manifestou que Ele estava cheio do Espírito Santo, que vivia movido por Ele e por Ele estava unido ao Pai, como se vê nesta passagem. A acção do Espírito Santo há-de revelar-se particularmente a partir do Mistério Pascal do Senhor e será essa acção do Espírito Santo que vai renovar a face da terra, como se há-de cantar no último dia do Tempo Pascal, no dia de Pentecostes. Desde já começamos a olhar para esse ponto de chegada da Páscoa do Senhor. Jesus admira o conhecimento que o Pai tem dele e exalta o conhecimento que o mesmo Pai Lhe dá do seu projecto de salvação. Jesus introduz neste conhecimento de Deus os seus amigos, aqueles que aceitam participar na familiaridade que O liga ao Pai. Essa participação é a verdadeira bem-aventurança dos discípulos, que já não vivem à espera, mas usufruem da presença da salvação há muito esperada por Israel.
Para isso, precisamos viver a simplicidade. E deixar-nos guiar pelo Espírito Santo, para que nos ilumine e deixemos de ser injustos para com Deus e para com o próximo e deixemos de praticar o mal.

Friday, November 25

Sexta-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Estamos em presença de outra visão profética. Os vários animais que vão aparecendo representam, como na visão da estátua feita de vários elementos, os diversos reinos que se foram sucedendo uns aos outros. Depois deles, aparece o Filho do homem, um ser celeste que vem de junto de Deus, mas com forma humana, a quem Deus entrega o reino eterno. Jesus aplicou a Si mesmo, com frequência, esta imagem do Filho do homem. No Credo nós professamos que o seu reino não terá fim. Os animais (quatro significa a totalidade) representam as forças inimigas ou reinos pagãos. Apesar da sua arrogância, não passam de simples instrumentos por meio dos quais Deus realiza os seus juízos. Nos animais podem identificar-se os sinais de Babilónia, dos Medos, dos Persas, e, sobretudo, os Selêucidas da Síria, os mais terríveis. O mal continua a ameaçar os fiéis. Mas o seu fim está perto. A teofania culmina com a aparição do Filho de homem, figura messiânica, a quem é entregue a senhoria eterna sobre todos os povos e nações.

A hora da ruína de Jerusalém será, ao mesmo tempo, a hora do começo do desenvolvimento do reino de Deus. Os sinais de destruição não podem, por isso, ser vistos só no seu aspecto de calamidade. Deus é Senhor da história, Ele humilha e exalta, Ele leva às portas da morte e de lá liberta. Este Céu e esta Terra de agora poderão passar e hão-de passar, mas o reino de Deus será o novo Céu e a nova Terra, que não passarão jamais. O regresso do Senhor não deve ser entendido como é o Verão, tempo das colheitas. Apenas se quer afirmar que, quando se verificarem os sinais premonitórios, então se manifestará definitivamente o poder de Deus que salva. O reino de Deus já está no meio de nós e o regresso do Senhor não será o início do Reino, mas a realização da sua última fase. A vossa redenção está próxima: Cristo, o libertador, que já deu início ao reino do Pai no meio de nós, há-de vir aperfeiçoar a sua missão.
Precisamos aproveitar muito bem as inumeráveis graças que Deus nos concede cada dia. Nalguns casos Deus serve-se de acontecimentos como sinais: um sofrimento, o bom exemplo dos outros, um infortúnio...

Thursday, November 24

Quinta-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Por meio de uma história simbólica, a história de Daniel na cova dos leões, sublinha-se o testemunho da fidelidade do profeta a Deus e da resistência às tentações de idolatria e a figura do povo de Deus perseguido, mas sempre defendido e salvo pelo poder e pela misericórdia do Senhor. Daniel, apesar da proibição do rei, continua a rezar três vezes ao dia, como faz todo o piedoso israelita e os seus inimigos denunciam-no. Dário fica triste, mas não pode deixar de castigar Daniel, pois os decretos reais são irrevogáveis. Como nas fábulas, Daniel e lançado na cova dos leões, fechada com uma pedra que o rei sela para evitar irregularidades. No dia seguinte, ainda cedo, quando o rei pesaroso se dirigiu à cova dos leões e chama por Daniel. Libertado o herói, Daniel, segue-se o castigo dos seus inimigos que, antes de chegarem ao fundo da cova, são triturados pelos dentes dos leões. E a leitura termina com uma proclamação de louvor e acção de graças a Deus, posta estranhamente na boca do rei estrangeiro e pagão, mas que tinha testemunhado a acção de Deus em favor de Daniel.
Toda a passagem do Evangelho de hoje está cheia de alusões a outras passagens bíblicas. Anunciam-se aqui as provações por que há-de passar o povo de Deus, umas vindas da parte dos pagãos, outras das próprias circunstâncias naturais. São todas elas formas de purificação; mas nunca são nem um fim em si mesmas, nem acontecimentos sem sentido. Deus é Senhor dos acontecimentos, e faz que tudo concorra para o bem dos seus eleitos. Por isso, no meio de toda esta desolação, levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. É o anúncio do mundo novo que há-de vir. O crente nada tem a temer, ainda que a descrição desse momento o induza ao temor de Deus. De facto, o regresso do Senhor caracteriza-se por grande poder e glória. Mas será nesse regresso que irá trazer aos fiéis o dom da libertação definitiva, o dom da redenção.
Façamos nosso este modo de ver as coisas, lendo os acontecimentos à luz da fé e da esperança. Externamente, talvez nada mude mas estaremos sempre na paz que Jesus nos trouxe. Basta-nos a disponibilidade para tudo acolher e viver em união com Cristo, para nossa salvação e salvação do mundo.

Tuesday, November 22

Santa Cecília

O culto de S. Cecília, que deu o nome a uma basílica construída em Roma no século V, difundiu se amplamente a partir da narração do seu martírio em que ela é exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, que abraçou a virgindade e sofreu o martírio por amor de Cristo.

Terça-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


Ao fazer a interpretação do sonho do rei, Daniel anuncia a sucessão dos reinos terrenos e a sua destruição até ao aparecimento do reino do Messias, o qual jamais passará, porque é definitivo e eterno. Daniel explica o significado da visão: depois de Nabucodonosor, vão suceder-se quatro reinos, cada um dos quais suplantará o anterior, numa progressiva decadência até ao último, enfraquecido pela amálgama de ferro e argila e então surgirá, por obra de Deus, um reino que aniquilará os outros, simbolizado pela pedra. De novo, a palavra de Deus, hoje por meio do profeta Daniel, nos revela o mistério da história, que é algo de muito mais profundo do que a simples enumeração dos acontecimentos ou até a sua interpretação puramente racional. A história encerra realmente um mistério: nela se vai revelando o desígnio de Deus sobre o mundo, que só a própria palavra de Deus nos pode fazer compreender.
No Evangelho, Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, a partir da observação que alguns fazem, chamando-Lhe a atenção para a beleza do templo. De facto, o templo e a cidade foram destruídos, pisados pelos pagãos, e o culto de Deus substituído, pelo menos durante algum tempo, pelo culto de ídolos. É que, antes de os lugares terem sido profanados, já o coração dos homens o tinha sido. O discurso de Jesus é pronunciado diante do templo, com as suas belas pedras e ofertas votivas, o que cria contraste entre o presente, que ameaça fechar a religiosidade dos contemporâneos de Jesus, e o futuro para onde Jesus deseja orientar a fé dos seus ouvintes. Jesus anuncia o fim do mundo que se concretizará nessa catástrofe mas o mais importante é acolhermos o ensinamento de Jesus e deixar-nos guiar por ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua palavra ajuda-nos a discernir pessoas e acontecimentos e a optar pelos valores que nos propõe.  

Monday, November 21

Segunda-feira da Semana XXXIV do Tempo Comum


O livro de Daniel é um livro escrito para um tempo de crise e de perseguição, provavelmente em relação com as lutas do tempo dos Macabeus. Contém narrações e profecias, estas escritas em estilo apocalíptico, que falam sobretudo por meio de imagens. A narração que hoje se lê é imaginada no tempo do exílio de Babilónia e pretende incutir o respeito pela observância da lei. A questão da comida é apenas um exemplo, mas que mostra como Deus recompensa quem lhe é fiel.
Aos olhos de Deus é o coração do homem que dá o sentido a todas as suas atitudes e acções, e não as aparências. O muito e o pouco aos olhos de Deus está no amor que anima o coração e não no valor material das coisas. É o olhar de Deus o único que pode dar o justo valor a cada acção humana.

Friday, November 18

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Já no século XII se celebrava na basílica vaticana de S. Pedro e na de S. paulo na Via Ostiense o aniversário das respectivas dedicações, feitas pelos papas Silvestre e Sirício, no século IV. Esta comemoração estendeu-se posteriormente a todas as igrejas de rito romano, neste dia veneram-se os dois principais Apóstolos de Cristo.
Como ouvimos no Evangelho, há tempestades que se abatem sobre o barco, que representa a Igreja: A igreja avança na sua peregrinação por entre as perseguições do mundo e das consolações de Deus (CIC, 769). S. Pedro e seus sucessores terão que apoiar-se sempre em Deus para vencer as tempestades. Depois, a expansão da Igreja, que há-de seguir o exemplo de S. Paulo: Pregava o reino de Deus, com todo o desassombro e sem impedimento.

Devemos certamente alegrar-nos na comemoração de todos os Santos, que são para nós um dom de Deus, protecção da nossa fraqueza, exemplo de paciência e confirmação da nossa fé. Mas ao celebrarmos a memória dos apóstolos São Pedro e São Paulo, com razão nos devemos gloriar mais jubilosamente, pois a graça de Deus os elevou tão alto entre todos os membros da Igreja que os constituiu como a luz dos dois olhos no corpo de que Cristo é a cabeça.
Nos seus méritos e virtudes, que superam toda a eloquência humana, nada devemos considerar diferente ou distinto num e noutro, porquanto a eleição os tornou semelhantes, o trabalho parecidos e o fim da vida iguais.
Tal como nós já experimentámos e os nossos maiores demonstraram, cremos e confiamos que no meio de todas as dificuldades desta vida seremos sempre ajudados pela oração dos nossos principais protectores para obter a misericórdia de Deus. Deste modo, se os nossos pecados nos abatem, elevam-nos os méritos dos Apóstolos.
(São Leão Magno)

Leituras da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Leitura dos Actos dos Apóstolos (Actos 28, 11-16.30-31)
Três meses depois da nossa chegada a Malta, embarcámos num navio de Alexandria, que tinha o emblema dos Dióscuros e passara o inverno na ilha. Desembarcámos em Siracusa, onde permanecemos três dias, e de lá, contornando a costa, chegámos a Régio. No dia seguinte soprou o vento sul, e em dois dias chegámos a Pozzuoli. Os irmãos que aí encontrámos convidaram-nos a passar uma semana com eles; depois seguimos para Roma. Os irmãos de Roma, informados da nossa chegada, vieram de lá ao nosso encontro, até ao Foro Ápio e Três Tabernas. Quando os viu, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se reanimado. Quando chegámos a Roma, Paulo foi autorizado a ficar em domicílio pessoal, com um soldado que o guardava. Ficou dois anos inteiros no alojamento que tinha alugado, onde recebia todos aqueles que o procuravam. Anunciava o reino de Deus e ensinava o que se refere ao Senhor Jesus Cristo, com firmeza e sem nenhum impedimento.

Salmo 97 (98)
Refrão:
O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 14, 22-33)
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!» Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».

Thursday, November 17

Santa Isabel da Hungria

Sobre a dura casca espiritual da Idade Média, irrompida pela graça de Deus, brotou uma das flores mais delicadas da Cristandade: Santa Isabel de Hungria. Nasceu no ano 1207 em um dos castelos - Saróspatak ou Posonio - de seu pai, André II rei da Hungria, que a teve com sua primeira mulher, Gertrudes, filha de Bertoldo IV, que corria em suas veias o sangue de Bela I, também rei de Hungria, pelo qual a princesinha Isabel veio a ser a mais preciosa flor da estirpe real húngara.
Abriu a princesinha seus olhos à luz em um ambiente de luxo e abundância que, por divino contraste, foi despertando em seu sensível coração anseios de evangélica pobreza.
Do seu privilegiado posto na corte descia, desde muito pequena, para procurar os necessitados, e os presentes que recebia de seus pais passavam logo para as mãos dos pobres. Em vão a vestiam com ricos trajes, porque aproveitava o menor descuido para tirar as sedas e brocados, e dá-los aos pobres e voltar ao palácio com os farrapos da mais miserável de suas amiguinhas.
Conforme os costumes da época, foi prometida em sua mais tenra idade a Luís, filho de Herman I, da Turingia. O matrimônio aconteceu no ano 1221, quer dizer, quando Isabel completava seus 14 anos, em Wartburgo de Turingia. E desta maneira a princesa, nascida em um país cheio de sol e de abundância como era a Hungria, veio parar à dura e pobre terra germânica.
A pobreza do povo estimulou ainda mais a caridade da princesa Isabel. Tudo lhe parecia pouco para remediar aos necessitados: a prata de suas arcas, as jóias que trouxe como dote e até seus próprios alimentos e roupas. Enquanto podia, aproveitando as sombras da noite, deixava o palácio e visitava uma a uma as choças dos vassalos mais pobres para levar aos doentes e às crianças, sob seu manto, um cântaro de leite ou uma broa de pão.
Tendo Luis morrido no decorrer de uma Cruzada, em 1227, a princesa Isabel ficou viúva e desamparada aos vinte anos numa corte estrangeira e hostil, e foi então que realmente começou o seu calvário. Seu cunhado Herman, querendo substituir os filhos de Luís da herança do Ducado, acusou Isabel de prodigalidade, e era verdade que ela tinha esvaziado até o fundo de sua arca para remediar a miséria do povo no temível "ano da fome" que a Europa inteira atravessava. As acusações de Herman encontraram eco na corte, e a princesa Isabel, expulsa do palácio, teve que buscar refúgio com seus três filhos e a companhia de duas serventes em Marburgo, a pátria de sua mãe.
Neste tempo, voltavam os cruzados dos Santos Lugares ardendo em febres e com suas carnes maceradas pela lepra, e a eles Isabel dedicava seus mais amorosos cuidados, em memória, sem dúvida, de seu marido, morto muito longe do alcance de suas mãos.
Isabel, firme em seu propósito de dedicar a sua vida aos pobres e doentes, buscando neles o próprio Cristo, rejeitou uma e outra vez o apelo de seu pai, o rei da Hungria, que, valendo-se de nobres emissários e até da autoridade episcopal, tentava convencê-la a voltar a seu país.
Em troca, acudiu solícita ao chamamento do Senhor, e aos vinte e quatro anos, em 1231, subiu ao céu para receber o prémio merecido por ter dado água a tantos lábios sedentos, curado tantas feridas ulceradas e consolado tantos corações oprimidos.

Fonte: www.acidigital.com

Quinta-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum


A revolta dos judeus contra os governantes estrangeiros pagãos, que tentavam obrigá-los a renunciar à sua fé, começa com a resistência de Matatias. É ele outro magnífico exemplo de fidelidade à lei de Deus. Matatias, o pai dos irmãos Macabeus, levanta o grito de revolta contra esses perseguidores do seu povo e assim dá novo vigor aos seus compatriotas, despertando neles o zelo e o amor pela Lei do Senhor. Só gente de fé consegue despertar a fé.
Um judeu intimidado aproxima-se do altar para sacrificar aos ídolos, e Matatias mata-o imediatamente, fazendo o mesmo aos emissários de Antíoco. Acaba por destruir o altar. Depois pronuncia um verdadeiro grito de guerra: Aquele que sentir zelo pela lei e permanecer fiel à aliança, venha e siga-me. E foge com os seus homens para organizar a resistência nas montanhas.
Na modesta cidade de Modin muitos estavam para apostatar. O exemplo de Matatias arrasta esses muitos a manterem-se fiéis à Aliança. Se formos fiéis, com o nosso testemunho, atrairemos muitas bênçãos de Deus para a nossa cidade.
No Evangelho, depois de ter sido aclamado pelo povo aquando da sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus chora sobre a cidade, que, apesar de O ter aclamado, não entendia a sua mensagem de paz! A cidade que Lhe abriu as portas para o triunfo do dia dos Ramos não teve fé para Lhe abrir o coração! Jerusalém não soube acolher a visita de misericórdia que lhe era feita em Jesus. Sofrerá então a visita de punição, com as terríveis consequências, que, apesar de serem sempre graças, serão sentidas como desgraças. O choro de Jesus revela-nos a sua humanidade autêntica e a sua total participação no drama de uma humanidade que resiste a entrar no projecto salvífico de Deus. Jesus salva-nos com o seu poder divino mas também com a sua fragilidade humana.
A paz é o dom messiânico por excelência. Jesus veio proclamá-la e oferecê-la a todos. Mas é preciso acolhê-la para caminhar com Jesus até ao termo do seu itinerário. O tempo de que fala Jesus é o tempo providencial em que Deus visita o seu povo para o libertar e introduzir no Reino.

Tuesday, November 15

Terça-feira da Semana XXXIII do Tempo Comum


O Segundo Livro dos Macabeus não é a continuação do primeiro; é antes uma série de episódios da primeira parte da luta narrada no livro anterior, apresentados de maneira empolgante, própria para comover o leitor. Hoje lemos o martírio de Eleazar, que preferiu morrer a tomar uma atitude fingida e equívoca. Não quis transgredir as normas sobre a alimentação e assim enfrentou serenamente o martírio. A fidelidade às leis sobre a alimentação era sinal da fidelidade à lei do Senhor e ao próprio Senhor. Quando lhe é sugerido que finja comer as carnes proibidas, Eleázar recusa por temer dar mau exemplo aos jovens Israelitas e reage com firmeza às imposições do rei pagão. As últimas palavras do mártir contrapõem o sofrimento físico à alegria do coração. Assim se torna para todos um exemplo de fortaleza e de coragem.
É constante em S. Lucas o apelo à conversão. Este apelo é, só por si, a afirmação da misericórdia do Senhor e da necessidade que todo o homem tem de a aceitar, oferecendo a Deus o seu coração, generosamente disposto a converter-se a Ele, como Zaqueu. Ao apelo há-de corresponder a resposta da conversão, e a conversão, que já é dom de Deus, abre a porta à salvação celebrada na alegria. Zaqueu procurava ver Jesus, mas não conseguia, seja devido à sua pequena estatura, seja à distância psicológica e espiritual que o afastava do Senhor. Mas Jesus também procurava Zaqueu para lhe satisfazer o desejo. O encontro de ambos torna-se um momento de graça: Hoje tenho de ficar em tua casa…Hoje veio a salvação a esta casa. Precisamos de tempos de intimidade pessoal com o Senhor, de tempos que devemos escolher no dia, fora dos tempos da oração comunitária. Devemos pôr-nos à escuta da Palavra, se quisermos converter-nos como Zaqueu, se quisermos anunciá-la com convicção e fervor tanto na pregação tanto na direcção espiritual como no testemunho da nossa vida quotidiana.
Zaqueu tinha uma grande vontade de ver Jesus e Eleazar preferiu o martírio para poder unir-se a Deus na eternidade.

Sunday, November 6

Domingo XXXII do Tempo Comum


A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum convida-nos à vigilância. Recorda-nos que a segunda vinda do Senhor Jesus está no horizonte final da história humana; devemos, portanto, caminhar pela vida sempre atentos ao Senhor que vem e com o coração preparado para o acolher.
Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalónica que Cristo virá de novo para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.
O Evangelho lembra-nos que “estar preparado” para acolher o Senhor que vem significa viver dia a dia na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com os valores do Reino. Com o exemplo das cinco jovens “insensatas” que não levaram azeite suficiente para manter as suas lâmpadas acesas enquanto esperavam a chegada do noivo, avisa-nos que só os valores do Evangelho nos asseguram a participação no banquete do Reino.
A primeira leitura apresenta-nos a “sabedoria”, dom gratuito e incondicional de Deus para o homem. É um caso paradigmático da forma como Deus se preocupa com a felicidade do homem e põe à disposição dos seus filhos a fonte de onde jorra a vida definitiva. Ao homem resta estar atento, vigilante e disponível para acolher, em cada instante, a vida e a salvação que Deus lhe oferece.