Friday, July 15
Pensamento do dia: 15-07-2011
Salvador Dalí
Sexta-feira da Semana XV do Tempo Comum e Memória de São Boaventura
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A leitura do Livro do Êxodo passa agora à celebração da ceia pascal, à libertação do povo de Israel do Egipto. A ceia pascal judaica prefigura a Páscoa de Jesus. Na véspera da sua passagem deste mundo para o Pai, Ele instituiu, a partir daquela ceia pascal judaica, a Ceia da nova Aliança, não com o sangue do cordeiro pascal que Moisés já imolara, mas com o seu próprio Sangue, pois é Ele o verdadeiro Cordeiro pascal. É a festa da libertação, mesmo no seio da opressão. O que Moisés prescreveu para essa noite é o que se cumpre, ainda hoje, no ritual tradicional da ceia pascal hebraica, com que se comemora a libertação dos Hebreus na noite da Páscoa. É também o rito subjacente à última ceia de Jesus com os Apóstolos, antes da sua morte e da nossa missa. No texto do Êxodo, dá-se grande importância ao cordeiro pascal: descrevem-se as suas qualidades, as condições, o rito do sacrifício, a refeição ritual e a eficácia do seu sangue colocado nas padieiras das portas. O sangue do cordeiro é profecia do sangue de Jesus Cristo, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo que a todos nos salvará.
A lei de Moisés era um guia para Cristo. Jesus, depois, não a destruiu, antes a levou até ao seu pleno cumprimento, porque Ele ultrapassa as figuras que O anunciavam e chega até onde a Lei queria conduzir, que é Ele próprio.
O repouso sabático, inicialmente, era uma lei humanitária, que visava proporcionar descanso a quem trabalhava, aos homens livres e aos escravos, e mesmo aos animais. O sábado era um dia de festa para todos, lembrando a libertação da escravidão do Egipto mas tinha sido transformada na mais sagrada das instituições divinas. Por isso, a afirmação de Jesus o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado soou a verdadeira blasfémia. A expressão de Jesus o Filho do Homem até do sábado é Senhor significa que a autoridade de Jesus é superior à de Moisés, em força da sua relação especial com aquele Deus a quem se pretende honrar com a observância do sábado. Jesus irá repor o homem no centro do verdadeiro culto: prestar culto a Deus não pode ser algo de separado da atenção ao homem, que Deus criou e ama.
Thursday, July 14
Pensamento do dia: 14-07-2011
Quinta-feira da Semana XV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
Moisés recebe a revelação do Nome divino “Eu sou”, que corresponde ao nome de Iavé ou Javé. Deus define-Se como Aquele que É, o “Existente”, mas que faz aliança com o seu povo. Ele é um Deus pessoal, um Deus com Quem o homem pode dialogar. Deus revela-Se assim como Aquele que, sendo transcendente, estará sempre presente na vida do seu povo. Habituámo-nos a escutar este nome de Deus como se fosse uma definição metafísica, uma definição do ser eterno de Deus, “Aquele que existe” desde sempre por ser Deus. Mas os estudiosos da Bíblia dizem-nos actualmente que o verdadeiro significado do nome é: «Eu sou o Deus que está contigo para te salvar». É um nome que nos revela a presença, a ajuda, o amor de Deus comprometido com a salvação do seu povo. O Deus de Israel é um Deus próximo e salvador.
O Senhor Jesus apresenta-Se a todos os que sofrem, esmagados sob o peso de todos os fardos, como Aquele que pode dar o alívio, a paz e o repouso. Assim, Jesus realiza em Si a figura com que, já no Antigo Testamento, a Sabedoria convidava todos os que a escutavam a virem procurar em si a força e a alegria.
Depois de ter dado graças ao Pai pela revelação recebida, e de ter anunciado o conteúdo dessa revelação, Jesus dirige um convite-chamamento a todos cansados e oprimidos. A lei de Moisés, tal como a aplicavam os escribas era um jugo particularmente duro. Os discípulos de Jesus são convidados a pôr-se ao lado dEle, a carregar o mesmo jugo, a levar o mesmo estilo de vida: o dos mansos e humildes, dos pobres e pequenos, que compreenderam o mandamento novo da obediência a Deus e do serviço aos irmãos. O jugo em si mesmo é pesado. Mas, levá-lo com Jesus, é causa de doçura. O amor exige pesada renúncia aos próprios instintos egoístas. Mas abre os horizontes da verdadeira vida.
Wednesday, July 13
Calendula maderensis

Espécie endémica da Madeira. Trata-se de uma herbácea, perene, rara e que floresce de Dezembro a Junho. Espécie que vive em locais expostos da Ponta de São Lourenço e do litoral Norte da ilha da Madeira e também ocorre nas Desertas. Os seus caules são ramificados e lenhosos na base e as folhas são um pouco carnudas. Designada também por vacoa ou vaqueira.
Quarta-feira da Semana XV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A visão do Horeb está na origem de uma das mais importantes páginas do Êxodo. Tudo começa com um acontecimento inaudito: uma sarça ardia sem ser devorada pelo fogo. Moisés aproxima-se e é surpreendido pela palavra do Senhor, que se declara sensível ao sofrimento do seu povo oprimido no Egipto. O seu grito de aflição chegou aos ouvidos de Deus, que toma a iniciativa de salvar o seu povo. Mas quer salvá-lo com a mediação de homens escolhidos, dispostos a colaborar no seu plano de redenção: agora, vai; Eu te envio ao faraó e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel. Diante da grandeza de um tal plano, Moisés sente-se pequeno e expõe a Deus os seus limites, mas o Senhor garante-lhe: Eu estarei contigo. A transcendência de Deus não é obstáculo à sua solicitude de amor para com os homens, como Moisés o sentiu. Ao mesmo tempo, o encontro com Deus é sempre encontro que transforma a vida e leva à missão, como o foi para Moisés. A acção do homem insere-se na iniciativa divina, de que se torna simples colaborador. Deus quer realizar as suas obras com a colaboração do homem.
Os pequeninos são os discípulos de Jesus, as coisas que só a eles são reveladas são os mistérios do reino de Deus. De facto, o conhecimento destas verdades é fruto da revelação que Deus faz a quem escuta a sua palavra com o coração puro o sincero. O encontro com Deus só é possível se nos colocarmos diante d’Ele em atitude de verdade: verdade que é consciência da nossa profunda pobreza; verdade que é despojarmo-nos de nós mesmos, do nosso orgulho; verdade que é lançarmo-nos nos caminhos da fraternidade e da humanidade, como quem é capaz de se agarrar ao essencial, de viver como se visse o invisível. Jesus louva e dá graças ao Pai por actuar de modo tão diferente da lógica humana que exalta o poder e a força em qualquer âmbito da existência. Jesus verifica que são os pequeninos que beneficiam da revelação do Pai. A revelação da paternidade divina, de que Deus é Pai, sobretudo de Jesus e, por meio d´Ele, dos crentes, é o núcleo fundamental da pregação de Jesus. Na paternidade divina está resumido tudo quanto poderia dizer-se da relação de Deus com os homens. Na filiação divina está resumido o que poderia dizer-se da relação dos homens com Deus.
Tuesday, July 12
Terça-feira da Semana XV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A Bíblia apresenta com frequência a intervenção divina na infância das personagens que hão-de vir a desempenhar papéis da maior importância na história do povo de Deus, como por exemplo em Moisés. Como mandara o faraó, todos os recém-nascidos eram afogados no rio Nilo. Mas Deus, que é Aquele que verdadeiramente dirige a história, está atento à sorte de um desses meninos, Moisés, que, de modo inesperado e surpreendente é salvo das águas. Este menino, salvo da morte, será o salvador do seu povo. Moisés é abandonado num cesto de papiro, no lugar onde a filha do faraó costuma ir banhar-se. Ao ver o menino, enternece-se e decide adoptá-lo como filho. Entretanto, a irmã de Moisés, Maria, convence a filha do faraó a procurar uma mãe de leite entre as mulheres israelitas. Acaba por ser a verdadeira mãe a alimentar o pequeno Moisés. Depois do desmame, a princesa do Egipto a criança para a corte, fazendo dela um filho e dando-lhe o nome de Moisés. Mais tarde, Moisés dá-se conta da sorte dos seus irmãos Hebreus e toma a sua defesa.
Quanto maior foi o conhecimento que se teve da palavra de Deus, maior será a responsabilidade diante do mesmo Deus e maior a responsabilidade das terras onde chegou a mensagem do Evangelho do que a daquelas onde ela nunca chegou. O aviso do Senhor tinha especial razão de ser para os seus contemporâneos que não prestavam a devida atenção à palavra que ouviam directamente da sua boca. Os milagres de Jesus revelam a sua identidade: eram prova da acção do Espírito, da vitória sobre Satanás, da misericórdia de Deus, que sempre convida o extraviado a regressar à casa paterna, procuravam levar ao acolhimento de Jesus e da sua mensagem, na fé. Mas as cidades da Galileia não corresponderam ao dom recebido. Tal correspondência pressupõe uma disponibilidade que vem da consciência da necessidade de ser salvo, de ser libertado do mal. Por isso, as cidades pecadoras, tal como Tiro, Sídon e Sodoma, são potencialmente mais dispostas ao evangelho e à conversão.
Monday, July 11
Leituras da Festa de São Bento, Abade e Padroeiro da Europa
Meu filho, se aceitares as minhas palavras
e guardares os meus preceitos,
dando ouvidos à sabedoria
e inclinando o coração para a verdade;
se invocares a inteligência e chamares a prudência;
se a procurares como a prata e a buscares como um tesouro,
então compreenderás o temor do Senhor
e alcançarás o conhecimento de Deus.
Porque é o Senhor que dá a sabedoria,
da sua boca procedem o saber e a prudência.
Ele reserva aos homens rectos a sua protecção,
é um escudo para os que vivem honestamente.
Ele protege os caminhos da justiça,
guarda os passos dos seus fiéis.
Então compreenderás a justiça e o direito,
a rectidão e todos os caminhos da felicidade.
Salmo 33 (34)
Refrão: Em todo o tempo e lugar bendirei o Senhor.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 19, 27-29)
Naquele tempo,
disse Pedro a Jesus:
«Nós deixámos tudo para Te seguir.
Que recompensa teremos?».
Jesus respondeu:
«Em verdade vos digo:
No mundo renovado,
quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória,
também vós que Me seguistes
vos sentareis em doze tronos
para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas,
irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras,
por causa do meu nome,
receberá cem vezes mais
e terá como herança a vida eterna».
Festa de São Bento, Abade e Padroeiro da Europa
"Orar e trabalhar, contemplar e agir" é a síntese da Regra Beneditina. A vida religiosa não é privilégio exclusivo de seres excepcionais e bem dotados espiritualmente. É possível a todos os que queiram buscar a Deus. Moderação é a tónica geral. Nela já não se fala de mortificação e de penitências: um bom monge era aquele que não era soberbo nem violento, "não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não murmurador ..." Não é de estranhar que o emblema monástico tenha passado a ser a cruz e o arado ...
Morreu no dia 21 de Março de 547; mas já desde os fins do séc. VIII, em muitas regiões começou a celebrar-se a sua memória neste dia.
S. Bento contribuiu enormemente para a implantação das raízes cristãs na Europa. Por isso, foi nomeado Padroeiro da Europa pelo Papa Paulo VI.
Continua hoje a ser muito importante que Deus esteja presente na cultura europeia: nas constituições dos países, nas leis nacionais. E também muito presente na vida de cada um de nós. Deus precisa da nossa fidelidade à fé: Ele protege os caminhos da justiça, guarda os passos dos que lhe são fiéis. Para isso, temos que nos empenhar mais: Olha que nós deixámos tudo e te seguimos.
Sunday, July 10
Domingo XV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomarmos consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na nossa própria vida transformando-a. Ao reflectirmos sobre a Palavra, devíamos encontrar também uma maneira de tornar mais viva e mais rica em frutos a liturgia da Palavra que celebramos todos os domingos.
A Parábola propõe-nos três perguntas muito incisivas:
1. Que terreno somos nós? Qual a nossa atitude de ouvintes e receptores da Palavra de Deus?
2. Que semeadores somos nós? Cuidamos do nosso terreno, retiramos as pedras e espinhos que atrapalham?
3. Será que vale a pena continuar a semear? O Evangelho de hoje diz-nos que, apesar do aparente fracasso, o sucesso está garantido e o resultado final será algo de surpreendente e de maravilhoso pois a Palavra de Deus não voltará sem produzir o seu fruto.
Devemos então acolher a Palavra de Deus, sem deixar que as dificuldades da vida e outros valores a afoguem e a tornem uma semente estéril, sem vida.
Friday, July 8
Sexta-feira da Semana XIV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
O reencontro de José com os seus irmãos e a reunificação da família de Jacob é o tema central da longa história do Génesis. O itinerário de Jacob torna-se uma última etapa decisiva na história da salvação de Israel. É uma caminhada que aguarda a sua realização no regresso à terra de Canaã. Essa nova etapa será aberta pelo livro do Êxodo. O Senhor renova as suas promessas a Jacob; estará com o povo no Egipto, e estará com ele também no êxodo futuro. Imenso horizonte se desenha diante dos olhos do velho patriarca, que, depois de voltar a ver o filho que julgara perdido, pode finalmente terminar em paz a sua carreira. A história de José representa a história de todos aqueles crentes que, fiados na Palavra de Deus, se abandonam aos seus desígnios e mostra como aqueles que se fiam de Deus acabam por sair vitoriosos e tornam-se benfeitores para os outros.
Jesus dá algumas instruções aos Apóstolos em ordem à sua actividade missionária, põe-os de sobreaviso em relação às perseguições futuras que virão a sofrer, como Ele as havia de sofrer também. Mas promete-lhes a sua presença junto deles até ao fim, depois de lhes fazer compreender que o testemunho que eles derem é já antecipação do último juízo de Deus. Não foi fácil a missão dos Apóstolos, como ainda hoje o não é a da Igreja. A palavra de Deus desencadeia sempre, ao lado do bom acolhimento de alguns, a indiferença, a irritação e até a perseguição de muitos. A mansidão e a não-violência do missionário não são fraqueza nem masoquismo, mas vivência de duas virtudes aparentemente opostas: a prudência da serpente, como exercício de inteligência vigilante, realista e crítica, que evita o engano; a simplicidade da pomba, como exercício de um procedimento límpido e confiante, próprio de quem sabe estar nas mãos de Deus-Pai, poderoso e bom. Nos tribunais, há que confiar na presença e na acção do Espírito. Quem suportar ser odiado, por causa de Cristo, será salvo.
Thursday, July 7
Quinta-feira da Semana XIV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
Numa cena emocionante, José dá-se a conhecer, e mostra a acção providente de Deus em tudo o que acontecera. Longe de se vingar, José perdoa, e por isso nele vêem os cristãos uma figura de Cristo, na sua Paixão e Ressurreição.
Na primeira parte do texto que escutamos, Judá, desconhecendo estar na presença do irmão José, tenta persuadi-lo a ficar com ele e não com Benjamim, por causa da promessa feita ao pai. Na segunda parte narra o modo como José se deu a conhecer aos irmãos. A atitude e as palavras de Judá, assinalam uma verdadeira mudança, uma conversão. Ele, com os irmãos, não teve escrúpulos de vender José aos ismaelitas, mas, agora, não está disposto a deixar Benjamim longe do velho pai. Diante dessa atitude, José acaba por revelar a sua identidade aos irmãos. Ao mesmo tempo revela uma inteligência da história que apela para a providência divina: Não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós próprios, por me terdes vendido para este país; porque foi para podermos conservar a vida que Deus me mandou para aqui à vossa frente. A reconciliação de José com os irmãos apoia-se na confiança que tem em Deus.
Tudo o que Deus colocou na igreja, nos seus ministros, o em cada um de nós, em ordem à salvação dos homens é dom seu. Por vezes, chamamos-lhe poderes; mas, antes de mais, tudo é graça, tudo são dons, por isso mesmo mais eles exigem serem comunicados aos outros. Aqueles que Deus envia são portadores da Salvação de Deus o por isso acolhê-los ou rejeitá-los é acolher ou rejeitar Aquele de quem são mensageiros. Os discípulos devem anunciar a presença do Reino, tal como fizera João Baptista e Jesus. Quem acreditar que o Reino é o Senhor, e viver como Ele, torna-se “sinal” da sua presença e pode realizar curas, ressuscitar mortos, curar leprosos, expulsar demónios. O mais importante é estar conscientes das forças divinas que nos enchem, graças à paixão, morte e ressurreição de Cristo. O conteúdo da pregação dos discípulos está expresso nas afirmações relativas à paz. Anunciar a paz é anunciar a Cristo e tudo o que Ele significa.
Wednesday, July 6
Quarta-feira da Semana XIV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A 1ª leitura introduz na história da salvação uma personagem que nela ocupa lugar de grande importância: José, um dos doze filhos de Jacob. Vendido por seus irmãos, depois glorioso governador do Egipto, distribuidor dos bens de seu senhor aos irmãos que deles careciam, coração grande que soube perdoar sem se vingar. Encarna a imagem do sábio, tal como os egípcios a entendiam: um homem que pela sua sabedoria ascende a altos cargos e os desempenha com destreza e é imagem de todo o homem que, na fé, sabe que Deus não abandona os seus eleitos. Tendo obtido o mais elevado sucesso, não aproveita para exercer qualquer vingança sobre os irmãos. O seu modo de agir tem por objectivo levar os irmãos a um profundo exame de consciência sobre o que tinham feito contra ele e a dar-se conta de que a vida não pode gastar-se na violência. José é figura de Jesus, o Salvador de seus irmãos, a quem perdoa e dá o alimento; tornou-se figura d´Aquele que, anunciando a misericórdia do Pai, mostra que o lucro da própria existência consiste em fazer a vontade de Deus e imagem do crente que, em Cristo, verdade do homem, procura e realiza a fraternidade.
No Evangelho, aparece a lista dos doze Apóstolos. Este número corresponde no Novo Testamento aos doze patriarcas das doze tribos de Israel do Antigo Testamento. Jesus, novo Moisés, funda o novo povo de Deus, a Igreja. O povo de Deus na Igreja é o ponto de chegada do povo eleito que vinha já do Antigo Testamento. Os Doze são enviados e levam em si a própria missão de Jesus e são chamados para estarem com o Senhor e ser enviados por Ele aos irmãos. Jesus confere o seu mesmo poder que se manifesta na vitória sobre as forças demoníacas e na cura de doenças como antecipação e sinal da libertação total do mal. Encabeça a lista Simão, chamado Pedro e seguem os outros nomes, dois a dois. A realização desta bênção, de que Israel, se se converter, será portador, é o Reino de Deus, a presença de Deus-Amor que, em Jesus, liberta e salva. A missão realiza-se pela simples presença e pelo testemunho vivo da vida cristã.
Tuesday, July 5
Terça-feira da Semana XIV do Tempo Comum
Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
Na estranha personagem com quem entra em luta, Jacob descobre a presença do próprio Deus, e não descansa enquanto d’Ele não obtém a bênção. Este acontecimento misterioso, pretende, em última análise, explicar o significado do nome de Israel, forte contra Deus, e indicar que a bênção que Jacob recebe de Deus se estenderá a todo o povo que levará o seu nome, o povo de Israel. O nome de Israel, que Jacob assume depois do combate nocturno, porque, como diz o Senhor, combateste contra Deus e contra os homens e conseguiste resistir, evoca um passado de lutas e de vitórias sobre forças inimigas. Deus defendeu Jacob de Esaú e de Labão. Jacob-Israel tem consigo a bênção divina, tal como Abraão. Entra no mistério de Deus por meio de uma luta na qual suplica, reza e se entrega nas mãos do antagonista, pois se vê obrigado a revelar o nome, enquanto o adversário esconde a sua identidade. Israel significa «Deus é forte e esse nome, dado a Jacob indica que Deus está com ele.
Para ser capaz de reconhecer a intervenção de Deus é necessário ter-se um coração simples, como o de uma criança. Foi assim já no tempo de Jesus: os simples tinham fé, os entendidos negavam-se até ao que era evidente. Jesus nem por isso desiste de anunciar o reino de Deus; só lamenta que poucos se entreguem ao trabalho que este reino exige. Mas esses serão sempre um dom de Deus; é necessário, pois, pedir que Ele os envie. Sem a luz da Palavra de Deus, os homens transviam-se e perdem-se. Fora anunciado que o Messias faria ouvir os surdos e falar os mudos. Se Jesus realiza tais maravilhas, libertadoras da escravidão e limitações humanas, quebra o poder de Satanás, e só pode ser o Messias. Os fariseus atribuem tais maravilhas ao poder satânico, que, segundo eles, actua por meio de Jesus. O coração de Cristo enche-se de compaixão pela multidão cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. O nosso sofrimento toca-o até ao ponto de o fazer com-padecer-se, com-sofrer connosco, de carregar sobre si as nossas dores, no seu mistério de morte e ressurreição. Jesus convida os discípulos a rezar ao Pai para que suscite pessoas dispostas a segui-Lo na tarefa da evangelização, semelhante ao trabalho da ceifa, pela sua urgência.