Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos
A leitura do Livro do Êxodo passa agora à celebração da ceia pascal, à libertação do povo de Israel do Egipto. A ceia pascal judaica prefigura a Páscoa de Jesus. Na véspera da sua passagem deste mundo para o Pai, Ele instituiu, a partir daquela ceia pascal judaica, a Ceia da nova Aliança, não com o sangue do cordeiro pascal que Moisés já imolara, mas com o seu próprio Sangue, pois é Ele o verdadeiro Cordeiro pascal. É a festa da libertação, mesmo no seio da opressão. O que Moisés prescreveu para essa noite é o que se cumpre, ainda hoje, no ritual tradicional da ceia pascal hebraica, com que se comemora a libertação dos Hebreus na noite da Páscoa. É também o rito subjacente à última ceia de Jesus com os Apóstolos, antes da sua morte e da nossa missa. No texto do Êxodo, dá-se grande importância ao cordeiro pascal: descrevem-se as suas qualidades, as condições, o rito do sacrifício, a refeição ritual e a eficácia do seu sangue colocado nas padieiras das portas. O sangue do cordeiro é profecia do sangue de Jesus Cristo, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo que a todos nos salvará.
A lei de Moisés era um guia para Cristo. Jesus, depois, não a destruiu, antes a levou até ao seu pleno cumprimento, porque Ele ultrapassa as figuras que O anunciavam e chega até onde a Lei queria conduzir, que é Ele próprio.
O repouso sabático, inicialmente, era uma lei humanitária, que visava proporcionar descanso a quem trabalhava, aos homens livres e aos escravos, e mesmo aos animais. O sábado era um dia de festa para todos, lembrando a libertação da escravidão do Egipto mas tinha sido transformada na mais sagrada das instituições divinas. Por isso, a afirmação de Jesus o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado soou a verdadeira blasfémia. A expressão de Jesus o Filho do Homem até do sábado é Senhor significa que a autoridade de Jesus é superior à de Moisés, em força da sua relação especial com aquele Deus a quem se pretende honrar com a observância do sábado. Jesus irá repor o homem no centro do verdadeiro culto: prestar culto a Deus não pode ser algo de separado da atenção ao homem, que Deus criou e ama.
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