Tuesday, April 17

Terça-feira da Semana II da Páscoa


A fé da primeira comunidade cristã de Jerusalém mostra-se na comunhão entre os seus membros, comunhão de sentimentos e comunhão até de bens materiais. Esta maneira de viver é apresentada como testemunho da Ressurreição; de facto, quem assim vive testemunha que uma vida nova começou sobre a terra, a vida dos que passaram com Cristo deste mundo para o Pai. Nesta partilha, notamos dois aspectos: o primeiro consiste em pôr em comum os próprios bens, partilhando o seu uso; mantendo cada um a propriedade dos seus bens, considera-se apenas administrador dos mesmos, pondo-os à disposição dos outros; o segundo aspecto consiste em vender os próprios bens, distribuindo o lucro pelos pobres. O que Lucas pretende sublinhar é que a partilha, nas suas diferentes formas, tem a sua raiz na comunhão de espírito e de corações dos fiéis. E apresenta-se o exemplo particular de Barnabé.

O diálogo com Nicodemos transforma-se num monólogo com grande amplidão de horizontes centrado no testemunho de Cristo, Filho do homem descido do céu, o único capaz de revelar o amor de Deus pelos homens, como de facto fez, na sua morte e ressurreição. Para compreendermos a grande revelação pascal, há que crescer na fé sobre o destino espiritual. Há que acreditar em Cristo, ainda que não tenhamos subido ao céu para compreendermos os seus mistérios. Ele, que desceu do céu, é capaz de anunciar a realidade do Espírito, e é capaz de estabelecer a verdadeira relação do homem com Deus. Só Jesus é o lugar ideal da presença de Deus.
Precisamos aproveitar o Tempo Pascal, apoiados nas palavras de Jesus a Nicodemos, para um novo nascimento: Vós tendes que nascer de novo. Esta renovação pode consistir em imitar o modo de vida dos primeiros cristãos: com um só coração e com uma só alma. Este ideal de comunhão há-de levar a que haja uma verdadeira partilha de bens espirituais e materiais, uma entreajuda entre todos, evitando os pequenos conflitos que são objecto de discórdia.

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