Wednesday, February 16

Quarta-feira da Semana VI do Tempo Comum

Leituras e Reflexão (Portal dos Dehonianos)

Noé, o que foi salvo do dilúvio, é a personagem principal desta narração. Narrações como esta não são para se tomarem à letra; trata-se de narrativas poéticas, cujo sentido se há-de procurar através da sua linguagem simbólica. Aqui o importante é que a aliança de Deus será sempre mais forte que a desunião e a maldade dos homens. A catástrofe passa gigantesca, mas imediatamente dela nasce uma nova ordem para o mundo, marcada pelo selo da Aliança. É já uma figura antecipada do Mistério Pascal do Senhor.
Depois do dilúvio, e do sacrifício, Deus decide não voltar a amaldiçoar a terra por causa do homem, pois as tendências do coração humano são más, desde a juventude. A maldade do coração humano esteve na origem do dilúvio, e está no seu termo. Deus apercebe-se de que o remédio tentado não foi eficaz, e desiste de voltar a usá-lo. Assim verificamos que, em Deus, castigo e misericórdia quase se identificam. Nascem da mesma motivação.
A cura dos cegos realiza à letra a palavra dos profetas, que apresentam tais prodígios como sinais dos tempos messiânicos. A cura deste cego aparece como qualquer coisa que se realiza de maneira progressiva e aparentemente difícil. Talvez o Evangelho, que a apresenta imediatamente antes da confissão de fé de Pedro, queira referir-se aos esforços de Jesus por abrir os olhos dos discípulos para que estes compreendam o que Ele lhes faz e lhes diz.
O verdadeiro crente crê nos milagres, e não por causa dos milagres. Os milagres vêm depois da fé, de tal modo que, se não há fé, ou se ela é fraca, nem sequer acontecem milagres. Os milagres são testemunhos da vinda do Messias que hão-de ser contados de modo discreto por aqueles que os receberam, também têm todo o direito a pressupor que certos acontecimentos são verdadeiros prodígios, pois crêem na força sobrenatural de Deus, embora não a possam demonstrar racionalmente.

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