Leituras e Reflexão (Portal dos Dehonianos)
A narração do dilúvio poderá ter por origem a lembrança de determinadas inundações de especial importância de que o autor sagrado se serviu para dar um ensinamento sobre a justiça e a misericórdia de Deus e sobre o pecado do homem e a salvação oferecida pelo Senhor. De facto, o dilúvio é apresentado como sinal do juízo de Deus, que condena o pecado e salva o justo.
O pecado começa a alastrar no mundo e parece comprometer a bondade da criação realizada por Deus. Deus não se arrepende da criação em si mesma, mas do pecado dos homens que a inquina e corrompe. O arrependimento de Deus corresponde à atitude que os homens deveriam manifestar depois dos seus pecados, mas não manifestam. A intenção divina é de recriar o mundo, de renovar a face da terra. Os que sobrevivem ao dilúvio representam toda a humanidade salva das águas, os pais da nova família humana. Noé torna-se figura de Jesus; o dilúvio esboço do baptismo que nos salva.
O Senhor adverte os seus discípulos de que devem ir além da religião formalista dos fariseus e das preocupações materialistas e políticas para poderem compreender, à luz da fé, os seus milagres. Há coisas mais importantes do que o pão para a boca, e valores que estão antes das cautelas diplomáticas de Herodes. A pessoa de Jesus é suficiente para inspirar toda a confiança aos seus discípulos. O Reino era novidade com que Deus surpreendia a todos. Só os corações simples, abertos e disponíveis o podiam acolher. Por isso, era necessário não se deixar contaminar com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes, com o orgulho e com a soberba. A salvação que nos oferece será realizada na partilha que multiplica o pão e na carne que se torna fonte de vida eterna, na sua passagem pela morte. Será também esse o caminho dos discípulos e da Igreja, se quiserem ser fiéis aos ensinamentos e ao exemplo de Jesus.
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