Leituras e Reflexão (Portal dos Dehonianos)
A torre de Babel é o símbolo da desunião dos homens e dos povos, fruto do orgulho dos mesmos. O pecado dividiu os homens; a graça do Espírito Santo, fruto da Páscoa do Senhor ressuscitado, vai reconduzi-los à unidade.
O episódio da cidade e da torre de Babel representa a tentação humana, sempre recorrente, de fugir ao desígnio original de Deus, ao criar o mundo e o homem. Os homens temem a dispersão, querem ter uma cidade e uma torre, um nome e uma fama, uma unidade linguística e política, que evitem ou dificultem a dispersão e façam deles um império. A descida de Deus para lhes confundir a linguagem não é um gesto punitivo, mas um acto de pura condescendência. Deus quer repor o seu projecto original, porque isso é importante para os homens, mesmo que o não compreendam já. A variedade dos povos sobre a terra não é fruto de uma condenação imposta por Deus mas é fruto da sua condescendência e benevolência em relação ao homem.
O Evangelho de hoje apresenta algumas das condições fundamentais para seguir Jesus: arriscar a própria vida, como Jesus fez, Ele que foi até à Cruz; não colocar os interesses maiores em coisas que valem menos do que a própria vida. Felizes os que desde este mundo sabem nortear a vida por esses valores que a Boa Nova nos revela.
Quem quiser seguir Jesus não pode pretender para si o lugar central, mas há-de cedê-lo a Jesus, dando-Lhe o primado em tudo, também sobre a própria vida. Há que tomar a cruz e, seguindo os passos de Jesus, sair com Ele da cidade, rumo ao suplício. Só ganha a Vida quem estiver disposto a renunciar a si mesmo. Se não nos envergonharmos dele, nem das suas palavras, também Ele não se envergonhará de nós e nos reconhecerá como seus. A vocação original do homem está em fazer comunhão na diferença, no abandono ao projecto inicial de Deus. Quando o homem quer salvar a sua vida, perde-a. Quando é capaz de a dar, de renegar a si mesmo, salva-a.
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