Tuesday, January 31

Terça-feira da Semana IV do Tempo Comum


Terminou mal a campanha de Absalão contra o pai: depois de vencido na batalha, acaba por ser morto às mãos de um general do exército de David, que julgava com isso dar grande alegria ao rei. Mas David é sempre o homem de coração generoso e acolhe a notícia no meio de grande amargura. David espera novidades da frente de batalha. Os servos começam por lhe dar as boas notícias. O drama explode quando, a uma pergunta directa do rei, têm de lhe comunicar a morte do filho. David desata a chorar amargamente. O filho, morto em combate, já não é um inimigo, mas um simples rapaz. O júbilo da vitória transformou-se em luto intenso. O mais específico, mas também o mais difícil do cristianismo, é o perdão dos inimigos. Neste sentido, David foi um cristão antes do cristianismo.

Jesus continua a passar fazendo o bem, curando doentes e ressuscitando mortos, mas, mais profundamente, levando as pessoas a descobrir que d’Ele saía uma força sobre-humana, a própria força de Deus, que a todos queria salvar, mas que só a fé seria capaz de reconhecer. Jesus é o sacramento da salvação dos homens; por Ele, o Filho de Deus feito homem, Deus intervém no meio dos homens para os salvar, como nos dois casos referidos nesta leitura.
Marcos apresenta-nos, hoje, dois gestos decisivos de Jesus contra a morte: a cura da mulher que sofria de um fluxo de sangue e a cura da filha de Jairo. A perda de sangue era, para a mulher hebreia, uma frustração vital, porque, não poder ter descendência, equivalia à morte prematura. A filha de Jairo estava mesmo morta e teve que ser ressuscitada. Jesus livra ambas da morte mostrando que é o verdadeiro Messias, porque a sua palavra suscita vida.
Jesus curou esta mulher, porque viu a sua grande fé: foi a tua fé que te salvou. Jesus tem em conta a fé manifestada em silêncio, mas tocando na sua veste. Nós estamos constantemente a tocar em Jesus, quando participamos na Eucaristia, quando o recebemos na Comunhão, quando fazemos oração ou levamos a cabo o nosso trabalho...

Terça-feira da Semana IV do Tempo Comum

Leituras e Reflexão no Portal dos Dehonianos

Monday, January 30

Segunda-feira da Semana IV do Tempo Comum


Não foi fácil a David a vida em Jerusalém. Diante da ameaça de seu filho Absalão de querer atacar a cidade, David vê-se obrigado a sair de Jerusalém com a sua gente. No caminho, é insultado por um descendente da família de Saul, que o acusa de usurpador. Assim, lutas familiares, lutas da parte da casa do rei cessante, então como hoje a emulação, cercam sempre quem parece subir na vida. Mas, no meio de todas estas fraquezas humanas vai-se realizando a história da salvação.

Este estranho caso, contado de maneira popular, manifesta, uma vez mais, o mistério da pessoa de Jesus: Ele é o Filho de Deus, que veio ao mundo dos homens para aqui lançar as raízes do Reino dos Céus; e este triunfará do reino de Satanás pelo seu poder divino. Os habitantes da região do homem curado parecem reagir ao que tomaram por um dano puramente material. Jesus não Se demora por lá, mas deixa aí o miraculado, para que anuncie entre os seus vizinhos as maravilhas de Deus.

Friday, January 27

Sexta-feira da Semana III do Tempo Comum


David, depois de tantas graças recebidas de Deus, comete grave pecado. Seduzido pelo olhar indiscreto sobre a mulher de certo soldado seu, ausente em campanha, entregou este à morte para lhe tomar a mulher para esposa sua. Ninguém se pode julgar seguro enquanto vive neste mundo; e a vida anterior nunca é garantia absoluta de futuro sem mancha. As raízes do mal, inerentes à natureza humana, a cada momento podem dar rebentos e frutos de pecado e de morte. O pecado foi tomando conta do rei que agiu de modo cada vez mais pérfido e ele dá-nos a justa medida do homem.

Duas breves parábolas põem em realce duas características do reino de Deus: a primeira refere-se à força interior deste reino, que o faz nascer e crescer pela força de Deus e não do homem (A parábola da semente, que cresce sem a intervenção do agricultor, diz-nos que o Reino é uma iniciativa de Deus, que deve permanecer sempre acima de toda a tentativa humana para guiar o curso do seu crescimento e maturação e Deus conta com a colaboração humana.); a segunda põe em contraste os começos humildes deste Reino e a pujança final para onde se encaminha, e que bem manifesta a força interior que o animava desde o início (A segunda parábola apresenta o reino como um grão de mostarda, que dá origem a um grande arbusto. Também aqui encontramos uma importante mensagem de confiança para a comunidade primitiva e para nós. Não havemos de preocupar-nos por sermos poucos e pequenos: a Palavra de Deus dará frutos incomensuráveis, não por nosso mérito, mas pela graça.). É grande mistério este Reino de Deus, presente já na Igreja sobre a terra e um dia glorioso no Céu.

Thursday, January 26

São Timóteo e São Tito

Timóteo e Tito, discípulos e colaboradores do apóstolo Paulo, presidiram às Igrejas de Éfeso e de Creta, respectivamente. No cumprimento da sua missão também encontraram o cenário profetizado por Cristo: como cordeiros no meio de lobos. A eles foram dirigidos as Epístolas Pastorais, que contêm admiráveis recomendações para a formação dos pastores e dos fiéis. S. Paulo revê-se nos seus dois discípulos e sente-se feliz pelo dom da fé que lhes é comum, e que neles se tornou a raiz da vida vivida na fidelidade à palavra de Deus, que receberam, e à missão em que foram investidos dentro da Igreja.
Sobre São Timóteo, São Paulo diz: Lembro-me de ti, noite e dia, em minhas orações. Conserva a lembrança da fé sincera que há em ti; fé que habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe, Eunice. E o Apóstolo dá ainda, a São Timóteo o excelente conselho de empenhar-se inteiramente na sua missão de velar sobre sua pessoa, bem como sobre o seu ensino. E termina, dizendo: Perseverando nessas duas missões, salvar-te-ás e aos que te escutam. Nas duas epístolas que São Paulo escreveu a Timóteo, os sacerdotes de todos os tempos puderam encontrar conforto e incentivo para a sua missão e a sua vida.
Na carta a São Tito lê-se: Exorta os jovens a serem equilibrados em tudo, mostrando-te como modelo de boa conduta, correcção e ensino, dignidade, palavra sã e irrepreensível. Ele deve ter sofrido muitos dissabores, apesar de sua grande habilidade.
Os pregadores do Evangelho são outros tantos precursores do Senhor, porque vão à sua frente a preparar-Lhe o caminho. A sua missão é a daqueles que são enviados; por isso, não vão em nome próprio. O seu anúncio é de paz; por isso, ele só pode ser escutado por homens de paz. O seu trabalho não é para seu proveito; por isso, não procurarão os seus interesses, mas os do reino de Deus, que chegará até através desse mesmo trabalho.

Tuesday, January 24

S. Francisco de Sales


Nasceu na Sabóia no ano 1567. Ordenado sacerdote, trabalhou muito pela restauração da fé católica na sua pátria. Eleito bispo de Genebra, mostrou-se verdadeiro pastor do clero e dos fiéis, instruindo-os com os seus escritos e obras, feito modelo para todos. Morreu em Lião a 28 de Dezembro de 1622, mas foi sepultado definitivamente em Annecy a 24 de Janeiro do ano seguinte.

S. Francisco de Sales (século XVI-XVII) muito lutou pela restauração da fé católica na sua pátria.

Terça-feira da Semana III do Tempo Comum


Uma vez conquistada a cidade de Jerusalém, David faz dela a capital e introduz na cidade a arca da Aliança, sinal da presença de Deus no meio do povo. A Arca da Aliança continha as tábuas da Lei dadas por Deus a Moisés, no Sinai. Era símbolo da presença de Javé no meio do seu povo. A arca é conduzida em procissão solene, na qual a repetição dos sacrifícios, as aclamações da multidão e a dança ritual do rei manifestam o sentido religioso, sempre presente no centro da vida daquele povo, torna-se sinal de paz e de prosperidade. Jerusalém torna-se uma referência fundamental para o judaísmo e mais tarde também para o cristianismo e para o islamismo.
A Arca da Aliança congregava à sua volta todo o povo de Deus. É vontade de Deus que haja uma só Igreja, que foi fundada por Cristo. Contribuiremos para a unidade se nos esforçarmos por fazer sempre aquilo que agrada a Deus: o cumprimento dos deveres diários para com Deus, a família, a sociedade, etc.

Nem a família de Jesus parece ter, a princípio, compreendido, em toda a profundidade, a sua pessoa e a sua missão. Mas Jesus, sem negar em nada os laços do sangue, proclama a profundidade ainda maior do parentesco espiritual, fruto da comunhão com a vontade de Deus. Por esta comunhão espiritual todos são chamados a entrar na família do Senhor.
Todos quantos rodeiam Jesus, ainda que simples curiosos, discípulos hesitantes ou apóstolos tardos em compreender, ou mesmo traidores, são mãe e irmãos. Ser irmão de Jesus, não é questão de sangue, de mérito, mas de graça: Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe, por que se torna filho de Deus.
A família dos filhos de Deus tem como característica principal o cumprimento da vontade de Deus. Ele próprio nos deu exemplo: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade.

Thursday, January 19

Quinta-feira da Semana II do Tempo Comum


A inveja leva Saul a procurar dar a morte a David. Salva-o a amizade de Jónatas. As limitações dos homens não impedem a realização dos desígnios de Deus, mas podem, muitas vezes, impedir que esses desígnios se cumpram da maneira mais conforme ao modo como Deus quereria que eles se cumprissem. A inveja é forma de egoísmo de consequências muito tristes. A acção salvífica de Deus realiza-se na história, tantas vezes marcada pelos limites, fragilidades e pecados dos homens. Adquire maior relevância e simpatia a amizade aberta, generosa e desinteressada que o filho de Saul mostra para com David. Se a inveja de Saul agride David, a amizade de Jónatas salva-o. Há grandes males e grandes bens que passam pelas nossas paixões. E Deus pode actuar por meio delas. Da nossa parte, se não devemos deixar-nos dominar por elas, também havemos de pô-las ao serviço do Senhor.

Jesus é procurado sobretudo pelos que mais precisam. É natural. E Ele mostra-Se-lhes como a fonte da vida; por isso, cura os doentes, como sinal de que tinham chegado finalmente os tempos preditos pelos profetas. Mas quer acima de tudo que as pessoas O encontrem na fé, e não vejam n’Ele apenas um simples benfeitor ou uma pessoa que arrasta multidões. A fé há-de nascer no coração e não na exaltação momentânea, fruto de emoção. A actividade de Jesus alarga-se e causa admiração nas multidões. Mas é ainda um entusiasmo superficial, que não leva à decisão da fé e Ele vai preparando uma nova família formada por pessoas que mostram verdadeira disponibilidade para com Ele e cria para elas a escola do discipulado. A Sua palavra e a Sua acção colocam-no no centro das atenções, buscando apenas os interesses de Deus. Ele é o enviado do Pai que narra o que Deus quer dar a conhecer de Si mesmo e o que pede aos mesmos homens, que estão mais interessados em procurar a si mesmos do que a Deus, inclusivamente nos seus actos religiosos.

Wednesday, January 18

Quarta-feira da Semana II do Tempo Comum


A vitória de David sobre Golias, o filisteu, manifesta o poder de Deus, sempre maior do que as fracas forças do homem, e que Deus revela esse seu poder sobretudo nas circunstâncias mais frágeis dos homens. A glória do homem é estar nas mãos de Deus, e poder servir de instrumento, para que Deus realize, por meio dele, a sua obra, que é sempre de salvação para os homens. Mais do que dois homens, David e Golias, enfrentam-se duas teses, duas políticas: a tese da política da fé contra a tese da política da força e da técnica humanas. Como David, deve-se confiar em Deus mais do que nos homens e nos meios humanos. O texto realça a fé de David que enfrenta uma situação adversa para o povo e para a fé em Deus; a impotência do rapaz, mas também a sua fé na Providência divina. Assim se conclui que a verdadeira fé pode enfrentar e desfazer as dificuldades.

Se a primeira leitura nos fala de vitória de um fraco, que Deus apoia, o evangelho também nos fala de vitória, a vitória de Jesus sobre a paralisia do homem e sobre a interpretação opressiva da Lei por parte do fariseus.
De novo, Jesus procura fazer compreender o sentido profundo das observâncias religiosas, particularmente do descanso do sábado. Mas, os que O observam e acusam não são bem intencionados, não os move o zelo sincero, mas o ódio. Por isso, eles nunca entenderão nem as palavras nem as acções do Senhor. São voluntariamente cegos. E é este o maior dos pecados. Jesus mostra indignação e amargura; os seus interlocutores revelam obstinação e astúcia e tramam a morte de Jesus. O Senhor continua fielmente o seu serviço profético, insistindo numa instituição sabática que sirva o homem. Fazer bem ao homem, exigirá a Deus o preço da eliminação do seu Filho.

Tuesday, January 17

Terça-feira da Semana II do Tempo Comum


Rejeitado Saul, o Senhor chama David, o último dos filhos de Jessé de Belém de Judá. O profeta de Deus dá-lhe a unção real. Por meio da unção é significada a própria presença e acção de Deus através do seu servo, feito guia e condutor do povo de Deus. Este relato da unção de David por Samuel segue um esquema comum a quase todos os relatos de eleição, a começar pelo próprio povo de Israel que é eleito, não por ser o mais numeroso nem por ser melhor que os outros, mas por puro amor de Deus. 
O homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração. Deus não se deixa impressionar pela imponência de Eliab, nem pela beleza de Saul. Escolheu para rei de Israel o mais novo dos filhos de Jessé, que nem julgara necessário chamá-lo do meio do seu rebanho. Deus não olha às aparências, mas ao coração. E o de David agradou-lhe. A escolha de David é figura da de Jesus, o novo David, que vem na mansidão e na humildade para fazer a união, não de um só povo, mas de todos os povos, de todos os homens.

Não foi fácil para quem estava acostumado aos hábitos do Antigo Testamento, descobrir a continuidade e a novidade do Novo Testamento. A lei do sábado, no Antigo Testamento, e o descanso que lhe estava ligado, tinha um sentido que encontrava em Jesus a sua plenitude. Ele é Senhor do sábado: Ele é a Paz, o encontro do homem com Deus, o repouso em Deus. Jesus não veio condenar o homem, mas salvá-lo de toda a alienação. Se David por motivos de força maior, podia passar sobre a lei, quanto mais Jesus o podia fazer e a Sua autoridade permitia-lhe ab-rogar o sábado e substituí-lo por outro dia. O Evangelho transcende a ordem estabelecida. O cristão relativiza a ordem legal quando ela não está em função do homem. Para realçar a dignidade da pessoa humana, Jesus realiza muitos milagres ao sábado e convive com todos, mesmo com os pecadores. Respeitar o homem e fazer-lhe bem, especialmente quando carenciado, é uma lei maior que todas as outras. É o melhor modo de santificar o sábado, de prestar culto a Deus.

Friday, January 13

Sexta-feira da Semana I do Tempo Comum


A leitura leva-nos já aos últimos anos de Samuel, durante os quais fora juiz do povo de Deus. Esta passagem é testemunho das diversas correntes políticas existentes em Israel. No entanto, a união de todos seria o único meio de resistir ao inimigo que os ameaçava, os Filisteus. Mas nenhum dos regimes podia perder de vista que o supremo condutor do povo é Deus. O povo de Israel confiava no poder de um rei que realizasse a união das tribos, promovesse o bem-estar de todos e conduzisse os exércitos contra os seus inimigos. Deus condescende. Exorta Samuel a dar um rei ao povo, mas o Seu plano vai por diante e há-de surpreender aqueles que confiavam mais na ajuda humana do que na ajuda divina. O povo já não confia unicamente em Deus. Quer um rei como as outras nações, só um rei poderá realizar a união das tribos. Deus condescende e exorta Samuel a dar um rei ao povo. As consequências negativas não se fazem esperar. Os profetas censuram com frequência as injustiças, a paganização do culto, a política de alianças com as grandes potências.

O perdão dos pecados anda sempre ligado à Boa Nova do Reino de Deus. O perdão dos pecados é a primeira libertação de que o homem precisa para poder sair do círculo fechado em que o Mal o envolve e o angustia. A cura do paralítico é uma síntese da palavra pregada por Jesus. O reino de Deus está próximo, porque Deus decidiu oferecer o seu perdão aos homens. Esse perdão introduz o homem todo, corpo e espírito, na salvação. O primeiro efeito do anúncio da Boa Nova será levar o homem, à luz da Palavra de Deus, a reconhecer-se pecador, a reconhecer o amor de Deus e a decidir-se a pedir-Lhe perdão.
O evangelho mostra-nos a diferença entre a ajuda que vem dos homens e a ajuda oferecida por Deus. Os quatro amigos do paralítico puseram-no num catre e levaram-no a Jesus. Por sua vez, Jesus faz o que só Deus pode fazer pelo homem: cura o doente da paralisia e do pecado. O poder de Deus, manifestado em Jesus, transforma totalmente o paralítico, que recupera as forças para carregar o catre e assumir responsabilidades. O homem redimido pelo poder de Deus torna-se capaz de viver de acordo com a sua nova condição.

Wednesday, January 11

Quarta-feira da Semana I do Tempo Comum


Samuel começa a manifestar-se como verdadeiro profeta, como aquele que escuta a palavra de Deus para a realizar e a transmitir. Assim fez Samuel, que ficou sendo o modelo de todos os que respondem prontamente à Palavra de Deus. Procura na autoridade de Heli, o sacerdote, a confirmação da autenticidade da sua vocação. A palavra de Heli é ainda a palavra de outro profeta a prepará-lo a ele para missão semelhante. É sempre a palavra de Deus que conduz os homens de Deus. A história desta criança que não reconhece a voz de Deus e se julga chamado pelo sacerdote Eli, repete-se muitas vezes na vida de cada um de nós. Temos que aprender a escutar, a conhecer e a reconhecer a voz do Senhor desde pequeninos. Mas, ao longo da vida, devemos reaprendê-lo várias vezes, porque Deus não fala sempre do mesmo modo, nas diversas fases da nossa vida. Como Samuel, também nós precisaremos da orientação de alguém mais experimentado nas coisas de Deus, de um director espiritual, para não corrermos o risco de fazermos falsas interpretações da sua voz e da sua vontade. 

Esta passagem do Evangelho relata um dia da vida de Jesus. Vem da assembleia de oração para casa dum discípulo; cura a sogra de Pedro; recebe e cura os doentes que lhe são apresentados ao entardecer; dorme durante a noite; de manhãzinha procura a solidão para falar ao Pai na maior intimidade; parte finalmente, para novas terras a anunciar o Reino. Jesus vai manifestando assim quem é por meio das obras que realiza. Ele é Senhor da morte e da vida, da doença e da saúde. Ele domina os espíritos do mal e tem a palavra da verdade. Mas procura evitar que o povo simples e sempre sensível ao espectacular faça uma ideia errada do Messias e da sua missão; por isso, pede sempre muita discrição em volta dos seus milagres. Depois de um dia cheio de trabalho e de êxitos apostólicos, Jesus não se deixa levar pelo entusiasmo do povo, mas refugiou-se no deserto para se encontrar a sós com o Pai e orar. Jesus não se detém a saborear os êxitos apostólicos. Parte para que a Boa Nova chegue a todo o lado, a todos os povos.

Tuesday, January 10

Terça-feira da Semana I do Tempo Comum


Ana rezava a Deus ou como ela explica ao sacerdote que a julgava embriagada, estava apenas a desabafar diante do Senhor. E o Senhor escutou a sua oração. Vai ter um filho, Dom do Senhor como a mãe pretende sublinhar com o nome que lhe dá, Samuel. Tudo procura pôr em relevo a acção misericordiosa de Deus na história da salvação dos homens. O sacerdote Eli, que começa por confundir Ana com uns tantos casos patológicos que passavam por Silo, acaba por reconhecer a sua humildade e sinceridade. O caso de Ana torna-se, para ele, um sinal de Deus. As suas palavras indicam implicitamente que a oração de Ana fora ouvida. E a mulher, que antes estava triste e amargurada, acolhe serenamente as palavras de Eli: Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o que lhe pedes.

Passou o Tempo do Natal, o tempo das epifanias ou manifestações do Senhor. A leitura de hoje situa-nos na continuação das manifestações que revelam o mistério de Jesus. A doutrina que Ele ensina e o modo como a apresenta e o seu poder sobre os espíritos do mal deixam maravilhados quantos O escutam e O observam. De nada teria valido saber a história do Messias que, há dias, contemplámos nascido em Belém, se, escutando as suas palavras e vendo as suas obras, não soubéssemos responder àquela pergunta da leitura: Que vem a ser isto? O povo dava-se conta de que Jesus não se limitava a explicar os profetas anteriores, mas que se apresentava, também ele, como profeta, investido de um poder que lhe vinha de Deus: ensinava com autoridade e curava os doentes. O ensino de Jesus era verdadeiramente eficaz.

Friday, January 6

Sexta-feira do Tempo do Natal


Na água e no sangue saindo do lado do Senhor morto na Cruz viu a tradição cristã o sinal dos sacramentos do Baptismo e da Eucaristia. Os Sacramentos, pela acção do Espírito Santo, dão testemunho de que Deus comunica a sua vida, por Cristo, à Igreja, e assim alimenta nela a fé. O cristão vence o mundo pela fé; o único meio para vencer o mundo é a fé em Cristo, Filho de Deus. Jesus veio para dar a vida e quem acredita nele, tem a vida eterna. É sobre este testemunho tríplice e concorde que se funda a manifestação de Deus em Cristo, seu Filho. Quem refuta este testemunho do Espírito de Deus, recusa a fé em Cristo, que é esta união de vida e de morte.

João Baptista faz o contraste entre o baptismo que ele administra, um baptismo para significar a penitência e o Baptismo que Jesus há-de instituir, baptismo no Espírito Santo. Por outro lado, o próprio Pai apresenta Jesus como seu Filho, para que os homens O reconheçam e n’Ele acreditem. Os acontecimentos do Natal são assim apresentados e celebrados na fé. João reconhece Jesus e apresenta-o ao povo como alguém superior a ele: Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. N'Ele harmonizam-se a divindade e a humanidade. Por isso, enquanto o baptismo de João é realizada na água, o de Jesus é realizado no Espírito Santo. Jesus recebe o baptismo de João mas, ao sair da água, é investido com o poder e a força do Espírito, em vista da missão que há-de realizar. Jesus é o Servo em quem repousa o Espírito. Guiará o povo às pastagens verdejantes de paz, de salvação e de justiça.

Thursday, January 5

Quinta-feira do Tempo do Natal


É na caridade fraterna que podemos encontrar o testemunho certo de que somos discípulos de Jesus e de que, com Ele, passámos da morte para a vida, como foi a Páscoa do Senhor. Ele amou até ao fim; assim começa no Evangelho de S. João a narração da Páscoa de Jesus. Só o amor aos irmãos salva e comunica a vida, depois de ter destruído a morte. O contrário do amor é o ódio, que levou Caim a matar Abel, é sinal da morte em que jaz o mundo. O amor fraterno insere o homem no reino da vida e permite gestos concretos de amor diante das necessidades do próximo. Como Cristo, o fiel há-de estar disponível para viver o amor até às últimas consequências, porque, sem amor, as obras estão mortas. Partilhar os próprios bens é sempre uma obrigação para os discípulos. O amor activo leva-nos a viver na paz e no amor do Pai.

Os discípulos de Jesus vão aumentando, pela Boa-Nova que corre de um para o outro, e pelo contacto com o Mestre que cada um deles vai experimentando. As vocações de Filipe e de Natanael são modelo de discipulado e de seguimento. Jesus chama Filipe a segui-Lo. Depois, Filipe chama Natanael: «Vem e verás!». Filipe não tenta esclarecer as dúvidas iniciais do companheiro, mas convida-o a uma experiência pessoal com o Mestre, uma experiência idêntica à dele. Natanael foi provocado por Jesus e aceitou acolher o mistério do Filho do homem, rende-se à evidência, reconhece Jesus como Messias e confessa: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!».
A última frase deste Evangelho, em que é clara a alusão à visão da escada de Jacob, deixa entrever em Jesus o Medianeiro entre Deus e os homens, bem como a sua intimidade com o Pai.

Wednesday, January 4

Quarta-feira do Tempo do Natal


A fonte da santidade é só Deus; d’Ele nos vem, por seu Filho feito homem, a participação na sua vida divina. Quem aceita a manifestação que Jesus nos faz do Pai torna-se, por graça sua, filho de Deus também. Esta graça da filiação divina anda como que escondida em nós, mas manifesta-se também na fé, pela esperança com que ela é vivida. Quem assim viver não pecará. O que distingue um cristão é a conduta recta e justa, praticar a justiça é aceitar a vontade de Deus. Quem peca está contra o mundo de Deus, não pode ser filho de Deus. João distingue duas formas de ser filho: a filiação divina e a filiação humana. Quem se abre à acção do Espírito, torna-se filho de Deus; quem se fecha ao Espírito e rejeita a Deus entrega-se ao diabo. O filho de Deus deixa crescer nele e dar frutos a semente da Palavra, dá espaço a Deus e permanece em Cristo que actua na sua vida. Há que permanecer abertos ao Espírito e em atitude de conversão.

João Baptista encaminha os seus discípulos para Jesus. Estes têm as primeiras alegrias logo nesse primeiro encontro. E Jesus começa imediatamente a lançar os fundamentos da sua Igreja. Tudo começa pela pergunta que definirá a atitude futura dos discípulos: Quem procurais?, para neles suscitar a resposta fundamental para toda a sua vida: Encontrámos o Messias. E logo Simão é declarado por Jesus a pedra de alicerce da sua Igreja. O mistério da Encarnação realizado em Jesus prolonga-se agora na Igreja, seu Corpo Místico.
O texto apresenta-nos o facto histórico do chamamento dos primeiros discípulos descrito como descoberta do mistério de Cristo e a mensagem teológica sobre a fé e o seguimento de Jesus. Tudo começa com o testemunho e o anúncio de uma testemunha qualificada; segue-se o caminho do discipulado; o encontro pessoal e de comunhão com o Mestre e termina com uma profissão de fé que depois se torna apostolado e missão.
Esse chamamento faz-se ouvir na vida de cada um de nós. Que saibamos ler os acontecimentos da nossa vida e saibamos indicá-Lo também aos outros.

Tuesday, January 3

Terça-feira do Tempo do Natal


Aquilo que há-de determinar a nossa maneira de viver neste mundo é a consciência de que somos filhos adoptivos de Deus, à imitação e na continuidade de Jesus, o Filho de Deus por natureza, e a esperança de estarmos a caminhar para o dia da completa manifestação desta realidade, que, por enquanto, anda oculta a nossos olhos, mas já presente no coração. Jesus é modelo para todo o cristão, é o justo, Aquele que não tem pecado, o obediente por excelência ao Pai. O cristão, que vive na justiça, também é filho de Deus e não comete pecado, é um homem novo, chamado a uma vida nova, é filho de Deus, nasceu de Deus e é chamado a identificar-se cada vez mais com o Pai, a imitar Cristo e a viver em comunhão com Ele. A Primeira Carta de João diz-nos também que, tendo sido libertados do pecado, havemos de viver na pureza a realizar a justiça. Tendo sido purificados gratuitamente, havemos de viver como puros. A exigência é precedida pelo dom e porque Deus nos amou e nos transformou, não podemos pactuar com o pecado.

João Baptista apresenta Jesus aos homens, indicando-O como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Deste modo, Jesus é manifestado desde já como o Salvador, que vem para dar a vida por nós e assim nos levar consigo para o Pai. João Baptista reconhece a identidade de Jesus, vê Jesus. Jesus é o Cordeiro-Servo obediente ao Pai. É Ele que, pela sua Paixão, Morte e Ressurreição tira o pecado do mundo e lhe dá a vida. O próprio Baptista vê o Espírito descer sobre o Messias. O Espírito que desce em forma de pomba anuncia o novo Israel de Deus, que começa com Jesus e é o fruto maduro da vinda do Espírito. O Espírito desce sobre Jesus, permanecendo n'Ele e transformando-O no novo templo, fonte perene do Espírito no meio dos homens. É na teofania do baptismo que João reconhece o Messias, podendo agora dar testemunho de Jesus como Filho de Deus, aquele que baptiza no Espírito e nos enche desse dom de salvação.

Monday, January 2

Segunda-feira do Tempo de Natal


Neste tempo do Natal, a Palavra de Deus quer despertar e enraizar em nós a fé que nos faz descobrir no Menino de Belém o Filho de Deus. Anticristo é todo aquele que nega que Jesus é o Messias, o Enviado de Deus. A unção de Cristo que nos instrui sobre todas estas coisas é a palavra de Deus que em nós penetra sob a acção do Espírito Santo. Cada nova celebração do mistério da Manifestação do Filho de Deus no meio de nós há-de preparar-nos melhor para a sua vinda gloriosa. O verdadeiro cristão deve permanecer fiel à Palavra escutada desde o princípio, ao mistério pascal na sua totalidade ensinado pelos apóstolos. É essa a fé que permite estar em comunhão com o Filho e com o Pai.
João Baptista vem preparar o caminho a Jesus. O povo tem a tendência de o confundir com o Messias; João defende-se dessa confusão. Ele dá testemunho de Jesus perante a delegação enviada pelas autoridades de Jerusalém. À pergunta: Tu quem és?, afasta todo e qualquer mal-entendido sobre a sua pessoa e a sua missão declarando não ser o Messias esperado. Declara também não ser Elias, nem qualquer profeta, personagens aguardadas para o tempo messiânico, provocando desorientação nos seus interlocutores. Ele não é a luz, mas apenas uma lâmpada que arde e dá testemunho da luz verdadeira. Ele não é a Palavra incarnada, mas apenas a voz que prepara o caminho pela purificação dos pecados e a conversão do coração e tem como missão apontar a Palavra, Jesus. O baptismo de João é apenas um rito para dispor ao acolhimento do Messias; não é ainda o baptismo dos tempos da salvação. João aproxima a sua pessoa da de Cristo para realçar a dignidade e a grandeza de Jesus, cuja vida tem dimensões de eternidade: não é digno de lhe desatar a correia das sandálias, de lhe prestar os mais humildes serviços e quer suscitar a fé em Jesus nos seus ouvintes, porque só Ele é o Salvador. O Baptista é apenas o precursor, aquele que vai afrente a preparar os caminhos. Por isso, ele aponta para Jesus e para Ele encaminha os seus discípulos.

Sunday, January 1

Já estamos em 2012

Fogo de artifício da Madeira:

Fogo de Artifício Ilha da Madeira 2012 from Super Especial on Vimeo.