A leitura leva-nos já aos últimos anos de Samuel, durante os quais fora juiz do povo de Deus. Esta passagem é testemunho das diversas correntes políticas existentes em Israel. No entanto, a união de todos seria o único meio de resistir ao inimigo que os ameaçava, os Filisteus. Mas nenhum dos regimes podia perder de vista que o supremo condutor do povo é Deus. O povo de Israel confiava no poder de um rei que realizasse a união das tribos, promovesse o bem-estar de todos e conduzisse os exércitos contra os seus inimigos. Deus condescende. Exorta Samuel a dar um rei ao povo, mas o Seu plano vai por diante e há-de surpreender aqueles que confiavam mais na ajuda humana do que na ajuda divina. O povo já não confia unicamente em Deus. Quer um rei como as outras nações, só um rei poderá realizar a união das tribos. Deus condescende e exorta Samuel a dar um rei ao povo. As consequências negativas não se fazem esperar. Os profetas censuram com frequência as injustiças, a paganização do culto, a política de alianças com as grandes potências.
O perdão dos pecados anda sempre ligado à Boa Nova do Reino de Deus. O perdão dos pecados é a primeira libertação de que o homem precisa para poder sair do círculo fechado em que o Mal o envolve e o angustia. A cura do paralítico é uma síntese da palavra pregada por Jesus. O reino de Deus está próximo, porque Deus decidiu oferecer o seu perdão aos homens. Esse perdão introduz o homem todo, corpo e espírito, na salvação. O primeiro efeito do anúncio da Boa Nova será levar o homem, à luz da Palavra de Deus, a reconhecer-se pecador, a reconhecer o amor de Deus e a decidir-se a pedir-Lhe perdão.
O evangelho mostra-nos a diferença entre a ajuda que vem dos homens e a ajuda oferecida por Deus. Os quatro amigos do paralítico puseram-no num catre e levaram-no a Jesus. Por sua vez, Jesus faz o que só Deus pode fazer pelo homem: cura o doente da paralisia e do pecado. O poder de Deus, manifestado em Jesus, transforma totalmente o paralítico, que recupera as forças para carregar o catre e assumir responsabilidades. O homem redimido pelo poder de Deus torna-se capaz de viver de acordo com a sua nova condição.
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