Tuesday, April 30

Terça-feira da Semana V da Páscoa


De terra em terra, Paulo e os companheiros vão anunciando a Palavra de Deus, a qual aumenta, dia a dia, o número dos discípulos do Senhor. Estes estabelecem chefes em cada Igreja que vão fundando e, por fim, retornam ao lugar donde tinham partido e dão parte à comunidade local das maravilhas que Deus, por meio deles, tinha operado, a maior das quais tinha sido a vocação dos pagãos ao Evangelho.

A paz é o dom sempre ligado à pessoa de Jesus, é um dom que Jesus derrama nos nossos corações. Paz significa união, aliança, comunhão. Jesus vive em nós e, com Ele, está o Pai e está o Espírito Santo. Jesus, que na Paixão desce às profundezas do homem, humilhando-Se até à morte, e morte de cruz, será glorificado pelo Pai, ao ser exaltado junto de Deus. Ele é a paz, Aquele que estabelece a comunhão do homem com Deus. Na hora da Ressurreição, os discípulos irão compreender o que por enquanto não entendem. O Tempo Pascal também a nós nos irá fazendo compreender mais profundamente as palavras de Jesus.

Felizes os construtores da Paz: a paz de Deus nasce no coração e é fruto da comunhão com Ele brota a unidade e a partilha com os irmãos. A paz é o dom mais precioso que Deus pode conceder aos homens! O mundo de hoje é todo ele um grito pela paz...

Monday, April 29

S. Catarina de Sena, Virgem e doutora da Igreja, padroeira da Europa


A santa que celebramos hoje nasceu em Sena no ano 1347. Movida pelo desejo de perfeição, entrou na Ordem Terceira de S. Domingos quando era ainda adolescente. Inflamada no amor de Deus e do próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades, defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes obras de espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu no ano 1380.

Nas leituras, o Senhor ensina-nos a viver segundo a Sua luz, a Sua orientação e a procurarmos deixarmo-nos envolver pelo dom do Seu Espírito que certamente nos ajudará a viver na mansidão e na humildade de coração. Neste Tempo Pascal e de dificuldades em muitas aspectos da vida corrente, que Jesus nos ajude a carregar os fardos e as cargas que temos aos ombros e a compreender melhor os Seus desígnios e a Sua vontade. Concede a Tua graça a quantos não têm força e coragem de levar o peso da vida e aliviai os que vivem desesperados.

Sunday, April 28

Domingo V da Páscoa


O amor que os discípulos manifestam entre si será visível para todos os homens: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. Esse será o distintivo da comunidade de Jesus. Os discípulos de Jesus não são apenas aqueles que têm uma doutrina, uma ideologia, uma observância das leis ou que cumprem uns determinados ritos, mas são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama, que acolhe, que se faz serviço, que respeita a liberdade, que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total até à morte para dar a vida eterna.
O amor é possível e podemos alcançá-lo, se abrirmos, no coração, a porta da fé. Pela fé, conheceremos o amor que Deus nos tem. Na sua forma mais simples e íntima, a fé é aquele momento do Amor em que reconhecemos que nós mesmos precisamos de ser amados e que não podemos ser e fazer tudo sozinhos. Ter fé é aceitar que temos um enorme deficit de amor e abrir as nossas mãos e acolher os dons de Deus. A fé está presente no verdadeiro amor. A Eucaristia é a grande escola do amor, em que Jesus nos introduz na dinâmica daquele amor, que se faz dom, serviço e se oferece até ao fim. Será que ao sairmos da Eucaristia, sentimos este amor que Deus nos tem e que nos reconhecerão como discípulos de Jesus Cristo?

Friday, April 26

Sexta-feira da Semana IV da Páscoa


As passagens da história da salvação recordadas pelo Apóstolo desde o princípio deste discurso, apresenta-as ele como tendo sido realizadas em Jesus no seu mistério pascal. É uma promessa que vem de longe, desde os tempos dos seus pais, os antigos patriarcas do povo de Deus, e que Deus cumpriu ao ressuscitar Jesus de entre os mortos. De facto, o mistério pascal é a síntese e o vértice para onde caminha toda a história da salvação.

As grandes revelações da última Ceia, o tom directo das palavras de Jesus, são um belo testamento do seu Coração. No limite da sua vida terrena, quando os seus inimigos pensam ver tudo acabado, Jesus afirma-Se claramente como o caminho por onde os homens podem chegar ao Pai, e a sua morte é realmente a porta por onde passa este caminho, que os leva à vida.

A Boa Nova apresenta hoje uma grande novidade: vamos ter uma morada no Céu. S. Paulo refere que esta mensagem de salvação está apoiada na morte e ressurreição de Cristo.
Só com as nossas forças não conseguiríamos chegar à casa do Pai, isto é, à vida eterna em Deus. Mas Cristo é para nós um sinal de esperança: Ninguém vai ao Pai senão por mim. E conduz-nos até ao Pai porque Ele é Caminho, Verdade e Vida. A Porta do Céu facilitará a entrada nesta morada celestial.

Thursday, April 25

Festa de São Marcos, Evangelista


São Marcos era primo de Barnabé. Admite-se que o autor do Segundo Evangelho, de Marcos - e o primo de Barnabé, de que se fala nos Actos e nas Epístolas - sejam uma só e mesma pessoa. Santo Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria atribuem decididamente a Marcos, discípulo e intérprete de São Pedro, o segundo Evangelho. E segundo os críticos modernos, o evangelho de Marcos foi escrito por volta dos anos 60/70 e dirigido aos cristãos de Roma.
Marcos e Maria viviam em Jerusalém. A sua casa servia de local de reunião dos primeiros cristãos. Acompanhou o apóstolo Paulo na sua primeira viagem, e depois também o acompanhou a Roma, esteve ao seu lado quando este ficou preso em Roma. Foi discípulo de Pedro a que Igreja está em Babilónia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho (1 Pedro 5,13s.), de cuja pregação se fez intérprete no Evangelho que escreveu. O seu evangelho é comumente reconhecido como o mais antigo, utilizado e completado por Mateus e por Lucas. Parece que também os grandes discursos da primeira parte do Atos dos Apóstolos são uma retomada e desenvolvimento do evangelho de Marcos, a partir de Mc 1, 15. É-lhe atribuída a fundação da Igreja de Alexandria.

Wednesday, April 24

Quarta-feira da Semana IV da Páscoa


Barnabé e Paulo vão ser companheiros na expansão missionária do Evangelho. Partem de Antioquia, onde se tinham encontrado e navegam para a ilha de Chipre, donde Barnabé é oriundo. A sua missão tem origem numa graça do Espírito Santo, e é um gesto da Igreja; esta ora por eles, impõe-lhes as mãos e envia-os. O Espírito actua na Igreja, e a Igreja é o lugar onde o Espírito está e Se manifesta. A comunidade de Antioquia, viva e cheia de dinamismo, estava empenhada na evangelização da enorme cidade. Distinguiam-se nessa tarefa, Saulo, Barnabé e João Marcos.

Jesus continua a afirmar que é o Enviado do Pai, que nos diz as palavras do Pai, que vem cumprir os desígnios do Pai, que são de salvar o mundo, não de o condenar. Ele veio como luz; por isso, haverá trevas onde a sua luz não chegar, haverá condenação para quem não quiser ser salvo. Acreditar em Jesus, vê-lo, significa acreditar e ver Aquele que O enviou; é o tema da unidade: o Pai e Jesus são uma só coisa; Jesus é o resplendor do Pai, aproxima-O do homem, dá-lho a conhecer, comunica-O. Jesus é a luz; a missão de Jesus é portadora de salvação.

Cada um de nós faz parte desta mesma comunidade. É na oração que descobriremos a presença do Senhor; que receberemos a luz, para que não haja trevas na nossa vida; que receberemos as palavras do Senhor, como vindas do Pai; que escutaremos o Espírito Santo, para que nos oriente sobre o que devemos fazer; que nos decidiremos a anunciar a palavra de Deus aos outros.

Tuesday, April 23

Terça-feira da Semana IV da Páscoa


Assistimos hoje ao nascimento da Igreja de Antioquia, cidade capital da Síria, que a partir de agora se torna centro de irradiação missionária da maior importância. O Evangelho, que até aqui tem sido anunciado particularmente a Judeus, passa agora a ser anunciado também aos pagãos. Os discípulos dispersos tornaram-se missionários entre os pagãos. Pregaram na Samaria, na Fenícia, em Chipre e Antioquia, dirigindo-se, não só às comunidades judaicas, mas também aos gregos, que eram pagãos.

Jesus vai ao Templo, na festa da Dedicação, e passeia debaixo do pórtico de Salomão. Os judeus ansiosos rodeiam-no e disparam a pergunta que os atormentava: Até quando nos deixarás na incerteza? Se és o Messias, di-lo claramente. Jesus, perante a pergunta vai dizer que a pergunta já está respondida pois basta ouvir as suas palavras e observar as suas obras. O problema é que eles não estão dispostos a acreditar, não querem aderir a Jesus, porque não lhe pertencem, não são seus, não são suas ovelhas. Por isso, as palavras e os actos de Jesus revelam a atitude de Deus para com os homens.

Nós, que pertencemos ao rebanho, temos a responsabilidade de fazer ouvir a voz do Senhor, de modo perceptível, àqueles que ainda não a ouviram. Para isso, havemos de dar um testemunho coerente.

Monday, April 22

Pensamento do dia: 22-04-2013

Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal. (Niccolo Maquiavel: 1469-1527)

Segunda-feira da Semana IV da Páscoa


O baptismo de Cornélio, pagão, estrangeiro, por nascimento, em relação ao povo judaico, e a explicação que Pedro faz do acontecimento levaram a comunidade dos cristãos de origem judaica a compreenderem que a Igreja de Cristo seria a comunidade universal de todos a quem chegasse a palavra de Deus e a Ele se convertessem.

Estamos ainda a celebrar a Páscoa. Páscoa significa Passagem. Pela morte na Cruz, Cristo passou para o Pai. Nesta leitura, Ele Se apresenta agora como a Porta; de facto, é por que Ele todos passamos também para o Pai. A imagem do rebanho, que segue atrás do pastor, é figura muito expressiva desta passagem do mundo terrestre ao mundo celeste, por Cristo, o Bom Pastor, ao mesmo tempo que a da Porta, por onde o rebanho pode passar. A imagem da Porta e a do Pastor completam-se uma à outra.

Jesus é o bom Pastor que nos conhece pelo nosso nome. Este conhecimento é um convite para nos aproximarmos mais d’Ele, confere-nos mais graças, compromete-se a ajudar-nos nas dificuldades. Procura igualmente o que é melhor para nós, para o podermos seguir, ainda que isso nos custe e nos contrarie.

Sunday, April 21

Domingo IV da Páscoa


O 4º Domingo do Tempo Pascal é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, pois todos os anos a liturgia propõe um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como Bom Pastor. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus hoje nos propõe.
O Evangelho apresenta Cristo como o Bom Pastor, cuja missão é trazer a vida plena às ovelhas do seu rebanho; as ovelhas, por sua vez, são convidadas a escutar o Pastor, a acolher a sua proposta e a segui-l’O. É dessa forma que encontrarão a vida em plenitude.
A primeira leitura propõe-nos duas atitudes diferentes diante da proposta que o Pastor (Cristo) nos apresenta. De um lado, estão essas ovelhas cheias de auto-suficiência, satisfeitas e comodamente instaladas nas suas certezas; de outro, estão outras ovelhas, permanentemente atentas à voz do Pastor, que estão dispostas a arriscar segui-l’O até às pastagens da vida abundante. É esta última atitude que nos é proposta.
A segunda leitura apresenta a meta final do rebanho que seguiu Jesus, o Bom Pastor: a vida total, de felicidade sem fim.

Hoje, Jesus convida-nos a sermos ovelhas do Seu rebanho, não "carneiros que andam atrás uns dos outros", mas a escutar a Sua Palavra, a celebrar a Eucaristia, a fazer a experiência pessoal com Cristo para nos deixarmos conduzir e orientar por Ele. Nestes dias de sol, agradeçamos ao Senhor o dom da vida, da luz, da alegria e da partilha com todos os nossos irmãos, filhos dum mesmo Pai, o nosso Deus.

Friday, April 19

Sexta-feira da Semana III da Páscoa


Na 1ª leitura, Saulo está a caminho de Damasco, decidido a exterminar aquilo que julgava ser uma seita. Mas é envolto em luz e ouve uma voz que o interroga… Saulo ouve a voz d´Aquele que persegue. Cai das suas certezas, fica cego e jejua três dias. Saulo é chamado a levar o nome de Jesus aos pagãos e a todos os que não conhecem Jesus, começando a sua missão de anunciar Jesus Cristo. A história da Igreja nunca mais vai ser a mesma. É uma das grandes figuras da Igreja nascente. A ele devemos o facto de conhecermos Jesus porque ele abriu a possibilidade de anunciar aos pagãos, aos não judeus.
No Evangelho, Jesus continua a explicar-nos que é o pão da vida, é a Eucaristia, é a Palavra de Deus, é a vítima sacrificial, que se faz dom por amor ao homem. A Eucaristia é presença, no meio de nós, do corpo e do sangue de Jesus, que deve encher toda a nossa vida, dando-nos uma nova forma de existência, aumenta a nossa união a Cristo: Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 

Rezemos ao Senhor da messe, nesta semana de oração pelas vocações consagradas, para que mande trabalhadores para a sua messe, e demos testemunho para ajudar os novos apóstolos de Deus, consagrados e consagradas, religiosos e religiosas, sacerdotes e leigos empenhados.

Wednesday, April 17

Quarta-feira da Semana III da Páscoa


Depois do martírio de Estêvão, veio a perseguição da Igreja. Todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria e assim difunde-se o Evangelho fora de Jerusalém. Começa assim uma nova fase na vida da comunidade cristã, porque a perseguição ajudou a Igreja a não adormecer e a reencontrar as suas raízes missionárias assentes no Evangelho de Jesus. Saulo devasta a Igreja e faz muitos prisioneiros. Mas ela expande-se entre aqueles que estão fora do judaísmo: Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a Palavra da Boa Nova.

Eu sou o pão da vida. Jesus apresenta-se como o revelador da verdade, o mestre divino que veio para alimentar os homens. O pão e o maná são símbolo da Sua revelação e da Sua pessoa. Mas, a multidão não quer entender, não reconhece Jesus como Filho de Deus. Então Jesus denuncia a pouca fé das pessoas. Ele fez-se homem, não para fazer a sua vontade, mas a vontade d´Aquele que O enviou: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia.

Tuesday, April 16

Terça-feira da Semana III da Páscoa


A morte de S. Estêvão é apresentada como a morte de Jesus. O primeiro mártir da Igreja vai sereno ao encontro da morte, graças à morte de Jesus que, agora ressuscitado e constituído Senhor, anima as suas testemunhas mostrando-lhes o Céu aberto como meta gloriosa e já muito próxima. Como Jesus confiou ao Pai o seu espírito, Estêvão também confia a Jesus o seu. Como Estêvão, temos igualmente que ser coerentes com a nossa fé, em situações normais, de hostilidade e defendendo os valores evangélicos.

Jesus continua a afirmar-Se como o verdadeiro alimento da fé. Ele é o Pão que veio do Céu, o Pão de Deus. Aos israelitas no deserto, tinha-lhes sido dado o maná, vindo do céu. Mas, muito mais do que o maná, é este Pão que Deus nos enviou, o seu próprio Filho, para que acreditemos n’Ele e O recebamos pela fé. Jesus dá-lhes o novo maná, superior àquele que os pais comeram no deserto: dá a todos a vida eterna. Mas só quem tem fé pode receber esse dom. O Pão da Vida é a Pessoa de Jesus, que se revela e exige uma resposta de fé.

Ao vivermos de acordo com a nossa fé estamos a promover a dignidade e a liberdade de cada pessoa e para isso, contamos com a força e auxílio que recebemos na Eucaristia: Eu é que sou o pão da vida.

Monday, April 15

Segunda-feira da Semana III da Páscoa


O processo de S. Estêvão segue os mesmos passos que o de Jesus: as mesmas falsas testemunhas, o mesmo ódio da parte dos acusadores; e, da parte de Estêvão, o mesmo olhar fixo em Deus e as mesmas palavras de perdão para os seus algozes, como Jesus para aqueles que O crucificavam.

As multidões nem sempre procuravam Jesus com a maior rectidão: vós procurais-me porque comestes dos pães e vos saciastes. Mas a verdade é que conseguiram encontrá-lo. É certo que o encontro com Cristo pode trazer maior exigência, e até o martírio, como aconteceu com Estêvão.
Nesta semana de orações pelas vocações consagradas peçamos a Deus que muitos procurem o Senhor, para se dedicarem ao seu serviço. E que Deus os ajude a vencerem as dificuldades que encontrarem.

Sunday, April 14

Domingo III da Páscoa


A liturgia deste 3º Domingo do Tempo Pascal recorda-nos que a comunidade cristã tem por missão testemunhar e concretizar o projecto libertador que Jesus iniciou; e que Jesus, vivo e ressuscitado, acompanhará sempre a sua Igreja em missão, vivificando-a com a sua presença e orientando-a com a sua Palavra.
A primeira leitura apresenta-nos o testemunho que a comunidade de Jerusalém dá de Jesus ressuscitado. Embora o mundo se oponha ao projecto libertador de Jesus testemunhado pelos discípulos, o cristão deve antes obedecer a Deus do que aos homens.
A segunda leitura apresenta Jesus, o “cordeiro” imolado que venceu a morte e que trouxe aos homens a libertação definitiva; em contexto litúrgico, o autor põe a criação inteira a manifestar diante do “cordeiro” vitorioso a sua alegria e o seu louvor.
O Evangelho apresenta os discípulos em missão, continuando o projecto libertador de Jesus; mas avisa que a acção dos discípulos só será coroada de êxito se eles souberem reconhecer o Ressuscitado junto deles e se deixarem guiar pela sua Palavra.


Friday, April 12

Sexta-feira da Semana II da Páscoa


Estão aqui, em presença um do outro, o testemunho de um homem sincero e clarividente, ainda não cristão, mas atento à palavra de Deus, e o dos outros membros do tribunal judaico, sempre receosos das interferências na sua maneira de pensar da doutrina de Jesus. Entretanto, os Apóstolos sentem-se felizes por poderem participar na Paixão do Senhor, que morreu, mas ressuscitou e está vivo para sempre.

A multiplicação dos pães situa-se próximo da Páscoa e é apresentada nos termos da celebração eucarística. Estamos no ambiente da catequese sobre a iniciação cristã celebrada na Vigília pascal. O milagre da multiplicação dos pães introduz simbolicamente o Discurso sobre o pão da vida. Trata-se de um dos sinais realizados por Jesus para revelar a sua identidade, é-nos apresentado como o novo Moisés, guia de um novo êxodo. A multiplicação dos pães também é sinal da Eucaristia.

Thursday, April 11

Quinta-feira da Semana II da Páscoa


A pregação basilar dos Apóstolos é sempre o anúncio do Mistério Pascal: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador, que morreu e ressuscitou. Este será também o pregão fundamental da pregação da Igreja. 
O Sumo-sacerdote acusava os apóstolos de dois crimes: desobediência às ordens que lhes foram dadas porque continuavam a ensinar em nome de Jesus, e difamação porque acusavam os chefes do povo de serem os responsáveis pela morte de Jesus. Pedro reafirma o dever de obedecer antes a Deus que aos homens, porque só quem se submete a Deus recebe o Espírito Santo e centra-se no essencial do anúncio cristão: a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Em todas as situações não podemos prescindir da nossa fé: no mundo do trabalho, dos negócios, da família, da vida, da educação.

A passagem do Evangelho faz continuação à conversa de Jesus com Nicodemos, verdadeiras catequeses sobre o mistério da pessoa de Jesus, a sua origem, a sua relação com o Pai, a sua missão. A terra é o mundo dos homens com as suas limitações, as suas carências, até a sua cegueira que os impede de ver a luz de Deus; o Céu é o mundo de Deus, donde nos vem Jesus, o Filho, para tornar os homens participantes da sua vida divina e os conduzir ao Pai.
Todo o discípulo é chamado a verificar a sua relação com Jesus e o modo como escuta a sua palavra
Nos nossos tempos a cultura secularizada pretende impor-nos o mesmo silêncio. Quer construir um mundo sem Deus, que é o seu fundamento. Quem se recusa a crer no Filho, não terá a vida.

Wednesday, April 10

Quarta-feira da Semana II da Páscoa


A palavra de Deus ilumina e salva os que a acolhem com fé e lhe correspondem, como endurece e cega os que se obstinam em se lhe fecharem. Enquanto, aos primeiros, os encanta, aos segundos, irrita-os, e eles acabam por serem por ela preteridos. Mas a palavra de Deus não pode ser julgada, é ela que julga; não pode ser aprisionada. Os Apóstolos foram presos mas acabaram por ser libertados e vieram a ser encontrados a anunciar essa mesma palavra pela qual tinham estado prisioneiros.

A opção fundamental do homem consiste em aceitar ou rejeitar o amor de um Pai que se revelou em Cristo, em iluminar o mundo. Quem acreditar em Jesus não será condenado; mas quem o rejeitar, e não acreditar no seu nome, já está condenado. A causa da condenação é uma só: a incredulidade, a recusa da palavra de Jesus. No fim deste colóquio de Jesus com Nicodemos, e com cada um de nós, nada mais resta do que acolher o convite à conversão e a uma mudança radical de vida. Quem aceita Jesus e dá espaço a um amor que nos transcende, encontra o que ninguém pode alcançar por si mesmo: a verdadeira vida.

Tuesday, April 9

Pensamento do dia: 09-04-2013

A arte de vencer aprende-se com as derrotas. (Simón Bolivar:1783-1830)

Terça-feira da Semana II da Páscoa


A fé da primeira comunidade cristã de Jerusalém mostra-se na comunhão entre os seus membros, comunhão de sentimentos e comunhão até de bens materiais. Esta maneira de viver é apresentada como testemunho da Ressurreição; de facto, quem assim vive testemunha que uma vida nova começou sobre a terra, a vida dos que passaram com Cristo deste mundo para o Pai. Nesta partilha, notamos dois aspectos: o primeiro consiste em pôr em comum os próprios bens, partilhando o seu uso; mantendo cada um a propriedade dos seus bens, considera-se apenas administrador dos mesmos, pondo-os à disposição dos outros; o segundo aspecto consiste em vender os próprios bens, distribuindo o lucro pelos pobres.

O diálogo com Nicodemos transforma-se num monólogo com grande amplidão de horizontes centrado no testemunho de Cristo, Filho do homem descido do céu, o único capaz de revelar o amor de Deus pelos homens, como de facto fez, na sua morte e ressurreição. Para compreendermos a grande revelação pascal, há que crescer na fé sobre o destino espiritual. Há que acreditar em Cristo, ainda que não tenhamos subido ao céu para compreendermos os seus mistérios. Ele, que desceu do céu, é capaz de anunciar a realidade do Espírito, e é capaz de estabelecer a verdadeira relação do homem com Deus. Só Jesus é o lugar ideal da presença de Deus.

Sunday, April 7

Domingo II da Páscoa


A liturgia deste domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.
O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura insiste no motivo da centralidade de Jesus como referência fundamental da comunidade cristã: apresenta-O a caminhar lado a lado com a sua Igreja nos caminhos da história e sugere que é n’Ele que a comunidade encontra a força para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus.
A primeira leitura sugere que a comunidade cristã continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus; e quando ela é capaz de o fazer, está a dar testemunho desse Cristo vivo que continua a apresentar uma proposta de redenção para os homens.

Friday, April 5

Sexta-feira da Oitava da Páscoa


A cura do coxo foi ocasião para uma longa catequese, uma mistagogia, uma catequese para iniciados sobre os mistérios da sua própria iniciação. De facto, esta semana foi sempre a semana das catequeses mistagógicas para os que receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã na Noite Santa da Páscoa. Hoje esta catequese insiste sobre o Nome divino de Senhor, que é agora título do Homem-Deus, o Senhor Jesus, o Ressuscitado, Kyrie.

O Ressuscitado vai ao encontro dos discípulos usando os caminhos que eles mesmos conhecem. Hoje o evangelho fala-nos de uma pesca milagrosa, memória daquela em que, no início da sua vida pública, Jesus tinha prometido que os apóstolos seriam pescadores de homens. Se estivermos atentos aos pequenos sinais, também nós reconheceremos o Senhor.
As aparições do Senhor ressuscitado vêm frequentemente em ambiente de refeição e esta é descrita com termos semelhantes aos da celebração da Eucaristia. A celebração eucarística é o lugar privilegiado onde os cristãos reconheceram o Senhor no seu Mistério Pascal.

Thursday, April 4

Quinta-feira da Oitava da Páscoa


Continua a ouvir-se o grande anúncio: Cristo foi morto pelos homens, mas Deus ressuscitou-O dos mortos. É esta afirmação que constitui o objecto da primeira evangelização cristã. Sem a aceitação desta evangelização inicial, não é possível aprofundar o mistério que ela encerra. Esse aprofundamento será depois, num segundo tempo, fruto da catequese posterior. Todo este mistério, o Antigo Testamento o profetiza e o Novo o vê realizado.

Tal como a primeira leitura, também esta insiste na unidade dos dois Testamentos, ambos testemunhas da mesma história da salvação. Para a primitiva comunidade cristã, vinda do povo judeu, esta descoberta era fundamental: o que antes de Cristo fora anunciado tinha agora n’Ele pleno cumprimento. O Novo Testamento, o tempo da plenitude, continua a ser agora testemunha desta Boa Nova entre os povos. O texto, que hoje escutamos, completa a narrativa da aparição aos discípulos de Emaús, sublinhando as provas sobre a Ressurreição de Jesus.

Wednesday, April 3

Quarta-feira da Oitava da Páscoa


Depois da palavra da pregação dos Apóstolos, vemos hoje o gesto, o sinal, como que a dar encarnação àquela palavra: a cura feita em Nome de Jesus, sinal do poder do Ressuscitado, que permanece vivo no meio dos seus, como fonte de vida e de salvação. Pedro realiza o milagre, em nome de Jesus Cristo Nazareno, sinal de que os tempos novos tinham chegado e estavam presentes. Ao mesmo tempo, cumpria-se a palavra de Jesus que tinha enviado os seus discípulos a curarem os enfermos e a anunciarem o evangelho.

A aparição aos discípulos de Emaús é das mais significativas: encontramos a ligação entre a Palavra e o Rito, o sinal, onde os discípulos reconhecem o Senhor. Toda esta encantadora narração reproduz a estrutura da celebração da Eucaristia: Jesus no meio dos seus; a palavra das Escrituras; Moisés (a Lei) e os Profetas; a escuta da Palavra e a Eucaristia como fundamentos do caminho da fé cristã; a explicação ou homilia que desvenda o sentido das mesmas Escrituras; por fim, a Fracção do pão, termo que, desde a origem, designa a celebração da Eucaristia. Os discípulos de Emaús são imagem de todos nós que caminhamos, duvidamos e finalmente recuperamos a alegria e a paz no encontro pessoal com Jesus ressuscitado. O dom total e a partilha do amor misericordioso de Cristo é fogo para o anúncio da Boa Nova.

Tuesday, April 2

Terça-feira da Oitava da Páscoa


A primeira pregação dos Apóstolos fez surgir o primeiro grupo da comunidade cristã. A palavra levou à fé, esta à conversão e ao Baptismo. A proclamação da palavra de Deus continua a presença do Verbo, e os Sacramentos, a sua acção salvadora no meio dos homens. O discurso de Pedro culmina com a confissão essencial da fé cristã.

Na madrugada de domingo, que era dia da Páscoa, querendo adiantar-se a todos, talvez com a intenção de renovar os aromas do morto, Maria Madalena, uma daquelas que tinham seguido Jesus, ao chegar ao sepulcro encontrou a pedra afastada. Espantou-se. O interior estava vazio, sendo que as tiras e o sudário que o tinham envolvido estavam postas num canto. Quando estava em prantos, lamentando o desaparecido e imaginando que haviam roubado o corpo, uma voz se lhe apresentou: Era Jesus!

Monday, April 1

Segunda-feira da Oitava da Páscoa


É este o primeiro testemunho, dado pelos Apóstolos, da Ressurreição de Jesus, o Crucificado de Sexta-feira Santa. É este mesmo testemunho que a Igreja continua a dar até ao fim dos tempos. S. Pedro estabelece nesta sua proclamação a ligação entre a palavra profética do Antigo Testamento, aqui a de um salmo, aquele que vai servir de responsorial, e a sua realização agora na pessoa de Jesus. Assim se proclama a unidade da história da salvação, cujo ponto culminante é a Ressurreição do Senhor.

As aparições de Jesus Ressuscitado manifestam sempre a vida nova em que a sua santíssima humanidade entrou ao sair deste mundo. É o paraíso reencontrado, onde o homem encontra Deus na paz. Diante de toda esta novidade pascal, o mundo pasma ou ignora ou tenta evitar que se creia ser verdade, indo ao ridículo ou à falsidade premeditada, como esta leitura já o atesta em relação aos primeiros dias da Igreja.