Friday, March 30

Sexta-feira da Semana V da Quaresma


Jeremias continua a ser, na experiência dolorosa da sua pessoa e da sua vida, a figura do Messias, Jesus, na sua Paixão, mas ao mesmo tempo, imagem de quem sabe confiar, colocando-se sempre nas mãos de Deus. Foi assim que Jesus na sua Paixão Se tornou fonte de salvação para os pobres e perseguidos e os levou finalmente a cantar e louvar o Senhor que salva quem a Ele se entrega. Jeremias chamou o povo à conversão durante anos: Mas o povo não o quis escutar. Agora, deve anunciar que o juízo de Deus é irrevogável, e que o castigo vai abater-se sobre Israel: Jerusalém irá cair às mãos do rei de Babilónia. Evoca a sua vocação, recorda os momentos de mal-estar e de rebeldia, provocados pelas perseguições, pelas calúnias e pelas traições de que foi vítima. Mas renova o seu acto de fé em Deus que sempre esteve com ele e que jamais o abandonará.

Cada vez se apresenta mais negra a luta entre Cristo e os seus ouvintes, fechados à sua palavra, entrincheirados nas suas seguranças, mesmo religiosas. É difícil para o orgulho humano ver a glória de Deus através dos sinais tão humanos da pessoa, da vida e das acções de Jesus. Mas é este o caminho da Encarnação: Deus revela-Se e está perto dos homens na humildade de seu Filho, e prolonga esta revelação e esta presença na comunidade da fé, que é a Igreja. Mas, tudo isto, que devia ser aceite como sinal de aliança, torna-se, para quem não o sabe acolher, sinal obscuro, ocasião de escárnio e desprezo. E assim se dá a morte ao que se destinava a ser semente de vida.
Acusa Jesus de blasfemo, por se fazer igual a Deus, sendo um homem. Jesus responde, primeiro referindo a Palavra de Deus, que todos aceitam e apelando para as obras realizadas que os seus adversários puderam testemunhar. Apela para as suas obras que são Palavra, confirmação da Sua identidade de enviado, de Messias e de Filho de Deus.

Thursday, March 29

Quinta-feira da Semana V da Quaresma


Abraão, que Jesus vai recordar no Evangelho, aparece como o homem com quem Deus faz Aliança e que se torna o pai de todo o futuro povo de Deus. Abraão é igualmente o símbolo de todos os que se entregam, confiadamente, ao poder da palavra de Deus e se tornam instrumento providencial da acção de Deus entre os homens e objecto da sua divina intimidade.
Foi Deus quem Se revelou a Si mesmo e revelou a Abraão o nome novo: pai de inúmeros povos, de acordo com um projecto divino de salvação no qual era chamado a ser protagonista. Esta vocação e missão implicavam caminhar diante do Senhor em integridade de vida. Abraão e da sua posteridade seriam de Deus, e Deus seria O Deus de Abraão e da sua posteridade. Abraão responde à proposta divina com um gesto de adoração e de acção de graças que se torna escuta.

Toda a obra de Jesus é o que é e tem o valor que tem por Ele ser quem é: o Filho de Deus, imagem do Pai. Aquele que estabelece a aliança entre o Pai e os homens. Esta aliança já vem de longe: um dos seus grandes momentos foi quando Deus a fez com Abraão. Mas Jesus é maior do que Abraão e é antes dele e será depois dele. A aliança selada no sangue da sua cruz é aliança eterna, que havemos de recordar perpetuamente, como também Ele jamais a esquecerá.
Jesus afirma, com solenidade, - «Em verdade, em verdade vos digo» -, que a sua Palavra é vida e dá a vida a quem a acolhe. Jesus vai respondendo indirectamente às perguntas provocatórias que lhe são feitas. Mas, das suas respostas, emerge a clara afirmação de que é o Filho de Deus, cuja glória procura. É Deus que o leva a falar. Só reconhecendo a Deus, que se manifesta no seu Filho feito homem, se pode ter a vida. Há uma perfeita comunhão entre o Pai e o Filho. É para ela que se encaminha a história da salvação, prometida a Abraão que, na fé, entreviu a sua realização.

Wednesday, March 28

Quarta-feira da Semana V da Quaresma


A libertação será a situação em que seja possível viver a vida em plenitude sem nada a entravar-lhe o contínuo crescimento. Só apoiados em Deus o poderemos conseguir. Assim o experimentaram os jovens vítimas do rei de Babilónia. Esta leitura representa a imagem da Igreja neste mundo, sempre perseguido pelo espírito do mal, sempre liberto pelo poder e pelo amor de Deus.
O episódio dos três jovens, que escaparam ilesos à fornalha ardente, mostra que o Deus dos hebreus é o único Deus verdadeiro, só Ele é o Deus da vida. Servi-lo é optar pela vida, mesmo que seja preciso sofrer e morrer. O martírio torna perfeita a fé daqueles que puseram a sua confiança em Deus e é o melhor testemunho para os próprios perseguidores.

Mais ainda do que os jovens mártires de Babilónia, poderá experimentar a libertação todo aquele que se tornar, dia a dia, discípulo na escola de Cristo: aí poderá experimentar, dia a dia, o crescimento no espírito, na verdade, no amor. É-se filho de Abraão, do povo de Deus, não pelo sangue, mas pela fé em Cristo. Está-se livre, quando se não é escravo do pecado. A Páscoa é a festa da libertação, para ela nos encaminhamos nestes dias de preparação quaresmal.
A fé no Filho leva os discípulos a permanecerem nEle, Palavra do Pai, como filhos livres que permanecem na casa paterna. Quem procede de outro modo, revela ter outra origem, intenções perversas e escravidão, ainda que não se dê conta disso ou não o queira admitir.

Tuesday, March 27

Terça-feira da Semana V da Quaresma


Na leitura evangélica, Jesus vai fazer referência ao momento em que Ele será levantado, erguido ou exaltado na Cruz. Será então que eles O hão-de reconhecer como o Enviado do Pai, fonte de salvação para quem para Ele olhar com fé. Esta palavra do Evangelho atraiu esta outra passagem em que a serpente de bronze, elevada no poste, se tornou para os filhos de Israel, mordidos pelas serpentes venenosas, sinal de cura, sinal de salvação para quem a olha com fé, sinal que encontra continuidade e realização no Evangelho, sinal da misericórdia de Deus que dá remédio ao castigo.

Jesus é a manifestação do Pai, mas é a sua manifestação encarnada, a mais próxima do homem; mas também, por isso mesmo, é manifestação que não será entendida da mesma maneira por todos. Tudo dependerá da fé ou da falta da mesma com que os homens vão olhar para Ele. Assim, alguns chegarão a dar-Lhe a morte, a elevá-lO. Será elevado na cruz, quando Lhe derem a morte: será, ao mesmo tempo, esse o caminho por onde Ele será elevado, exaltado, mas agora na glória do Pai. Será esse também o grande sinal por onde todos poderão reconhecer quem Ele é e de onde veio. Jesus convida à fé, que eleva o olhar do homem para o alto, Ele é sinal de contradição. Ao realizar o projecto de salvação, revelará os pensamentos secretos dos corações e manifestará definitivamente a sua identidade de Filho, que diz e cumpre a vontade do Pai.

Sunday, March 25

Domingo V da Quaresma



Na liturgia do 5º Domingo Comum ecoa, com insistência, a preocupação de Deus no sentido de apontar ao homem o caminho da salvação e da vida definitiva. A Palavra de Deus garante-nos que a salvação passa por uma vida vivida na escuta atenta dos projectos de Deus e na doação total aos irmãos.
Na primeira leitura, Jahwéh apresenta a Israel a proposta de uma nova Aliança. Essa Aliança implica que Deus mude o coração do Povo, pois só com um coração transformado o homem será capaz de pensar, de decidir e de agir de acordo com as propostas de Deus.
A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo, o sumo-sacerdote da nova Aliança, que Se solidariza com os homens e lhes aponta o caminho da salvação. Esse caminho (e que é o mesmo caminho que Jesus seguiu) passa por viver no diálogo com Deus, na descoberta dos seus desafios e propostas, na obediência radical aos seus projectos.
O Evangelho convida-nos a olhar para Jesus, a aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer.

Friday, March 23

Sexta-feira da Semana IV da Quaresma


O eterno conflito entre o bem e o mal, entre o pecado e a graça, entre o mundo (no sentido de aqueles que não são iluminados pela palavra da salvação) e Deus, reclama finalmente um julgamento, um juízo. E esse juízo vai ser a morte e a ressurreição de Jesus. É aqui que se revela, em toda a sua maldade, o pecado, mas também é aí que ele fica condenado, e se manifesta, em todo o seu esplendor, a verdade, a graça e a vida.
É Jesus o verdadeiro justo, o Filho predilecto, o manso posto à prova, escarnecido e condenado a uma morte infame. É Ele que tendo posto toda a confiança no Pai, ressurge do abismo da morte. A esperança do Antigo Testamento adquire uma dimensão inesperada: pelo mérito de um só, todos são tornados justos, desde que estejam abertos à graça.

Em Jesus crucificado aparece o triunfo da morte, mas em Jesus ressuscitado, o triunfo da Vida. O Mistério Pascal é o juízo de Deus manifestado em Cristo. Quem o entenderá? E, entendendo-o, quem se disporá a aceitá-lo na fé, na esperança, no amor, na acção de graças pascal? A tanto nos quer dispor a liturgia da Quaresma.
A pessoa de Jesus suscita interrogações e inquietações crescentes nos seus contemporâneos, enquanto os chefes Judeus, movidos pela sua aversão, decidem rnatá-lO. Jesus aguarda serenamente a hora do Pai. Ele sabia bem donde vinha: Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou, e que vós não conheceis. Eu é que o conheço, porque procedo dele e foi Ele que me enviou. Com subtil ironia, afirma que a sua origem é efectivamente desconhecida dos que julgam saber muito e, por isso, não o reconhecem como enviado de Deus. Estas palavras ecoam nos ouvidos dos adversários como ironia, insulto e blasfémia. Tentam apoderar-se dEle, mas não conseguem, pois é Ele o Senhor do tempo e das circunstâncias. Submeteu-se totalmente aos desígnios do Pai, e a sua hora ainda não tinha chegado.

Thursday, March 22

Quinta-feira da Semana IV da Quaresma


Apesar das obras que Deus realiza a favor do seu povo, tanto na saída do Egipto como depois na travessia do deserto, este mesmo povo, de dura cerviz, provoca o Senhor com os seus pecados, como hoje se lê na adoração do bezerro de ouro à imitação do que tinha visto fazer aos egípcios, que adoravam o boi Ápis. O povo caiu na idolatria, adorando o bezerro de ouro, obra das suas mãos, como se fosse o Deus que o tirara Egipto. Deus, acende-se em ira e informa Moisés do sucedido: a aliança fora quebrada. Deus quer repudiar Israel, apanhado em flagrante adultério e começar uma nova história cheia de esperanças com Moisés, que permanecera fiel. Mas Moisés, que recebera a missão de guiar Israel à terra prometida, não abandona o seu povo, não cede à tentação de pensar apenas em si mesmo e intercede pelo povo pecador. Procura acalmar a justa ira de Deus, fazendo uma certa chantagem e recordando-Lhe as promessas feitas aos antigos patriarcas.

Diante das obras de Jesus, só o orgulho e a má fé podem fechar o coração. Tudo e todos dão testemunho a seu favor: João Baptista, as Escrituras, Moisés... Só um povo de cabeça dura poderá não se abrir a Deus que Se revela na palavra e nas obras de Jesus. O Filho de Deus veio ao mundo como revelação do Pai; a sua missão é revelar o Pai aos homens e levar os homens ao Pai. Em Cristo, Deus deixou de ser distante para os homens, e que graça maior devia haver do que ter Deus junto de si e ser levado a Deus pelo próprio Filho de Deus feito homem! A Quaresma é tempo particularmente oportuno para nos encontrarmos em Cristo e por Ele sermos levados ao Pai!
Jesus apresenta-nos quatro testemunhos que deveriam levar os seus ouvintes a reconhecê-lo como Messias, enviado pelo Pai, como Filho de Deus: as palavras de João Baptista, homem enviado por Deus; as obras que ele mesmo realizou por mandado de Deus; a voz do Pai; e, finalmente, as Escrituras. Estes testemunhos têm duas características que os unem: remetem para o agir salvífico de Deus e não dizem nada de realmente novo.

Wednesday, March 21

Quarta-feira da Semana IV da Quaresma


Esta leitura anuncia o regresso do exílio, utilizando até linguagem que já se tinha referido à saída do Egipto. De facto, a história do povo de Deus é toda ela uma história pascal que deste mundo, a partir de todos os recantos da terra, nos leva ao Pai. A Quaresma é um tempo oportuno para tomar consciência deste regresso a Deus, de quem o pecado nos afastou.
Deus dá nova coragem ao seu Servo experimentado pelo sofrimento e dilata os confins da sua missão a toda a terra. A sua acção consistirá na libertação dos Israelitas do Egipto, porque chegou o tempo da misericórdia, o dia da salvação. Deus entra no curso da história humana para a transformar. O Servo é como Moisés: mediador da Aliança. Como Josué, restaurará e redistribuirá a terra, será o arauto de um novo êxodo. Os exilados enchem-se de esperança porque nosso Deus não é um deus longínquo, um juiz implacável mas é um Deus próximo e solícito.

Jesus continua a manifestar-Se como Aquele que é a Vida e que dá a Vida. Tal como o Pai, segundo a poética descrição do Génesis, faz a criação em seis dias e, no último, dá a vida ao homem, assim Jesus ressuscita e dá a Vida no último dia. Mas esse dia é para já aquele que se inaugura na sua ressurreição, e, para cada um de nós no Baptismo. Nele se exerce o juízo de Deus, condenando o pecado e chamando à graça, destruindo a morte e dando a Vida. Assim se revela a compaixão, o Seu amor por nós. 
Aos judeus, que O perseguem por curar em dia de sábado, Jesus revela a sua identidade de Filho de Deus e coloca-se acima da Lei. E mostra que se conforma em tudo ao agir de Deus: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai. A total unidade de acção entre o Pai e o Filho resulta da total obediência do Filho, que ama o Pai e partilha do seu amor pelos homens pecadores. O Pai doa ao Filho o que só a Ele pertence, o poder sobre a vida e a autoridade no juízo. Esta íntima relação entre o Pai e o Filho pode alargar-se aos homens pela escuta obediente da palavra de Jesus.



Tuesday, March 20

Terça-feira da Semana IV da Quaresma




Para o povo no exílio no tempo de Ezequiel, o templo era sinal da presença de Deus. A água é a fonte da vida, da ressurreição e Jesus dirá que ela é sinal do Espírito Santo. A Igreja é como um rio que irriga e faz participar na vida de Cristo ressuscitado pela força do Espírito Santo.
O profeta Ezequiel contempla uma fonte que brota dos fundamentos do próprio templo e corre para Oriente, por onde entrara a Glória do Senhor para morar no meio do povo regressado do exílio. A nascente deu origem a uma pequena corrente de água que os exilados tinham contemplado. Ezequiel é convidado a experimentar no seu corpo a grandeza e a força da torrente e à sua fecundidade e eficácia: ela torna verdejante o deserto e salubre o Mar Morto que se enchem de vida e surge uma época de prosperidade. Esta visão profética realiza-se em Jesus, verdadeiro templo.

Jesus, salvação de Deus, passa por entre os doentes e deficientes que se acumulam à volta da piscina, junto à Porta da Ovelhas, em Jerusalém. Dá especial atenção a um homem que ali jaz paralítico há 38 anos. Movido pelo Espírito da Ressurreição, o homem é liberto do pecado, fica são pela vida que Jesus lhe comunica, e assim curado, libertado, perdoado, ressuscitado em Jesus caminha são e é convidado a não mais pecar.
Ao encontrar, mais tarde, no templo, o doente curado, Jesus dirige-lhes palavras de grande exigência, dando-lhe a entender que o pecado e as suas consequências são algo de pior que 38 anos de paralisia. Há que deixar-se curar completamente dos males do corpo, mas também do mal da alma. É uma opção a fazer livremente cada dia: deixar-se curar e não pecar.


Monday, March 19

São José

Nos desígnios de Deus, José foi o homem escolhido para ser o pai adoptivo de Jesus. É no seio da sua família modestíssima que se realiza, com efeito, o Ministério da Incarnação do Verbo. Intimamente unido à Virgem-Mãe e ao Salvador, José situa-se num plano muito superior ao dos mais profundos místicos: amando Jesus, amava o Seu Deus; toda a ternura respeitosa, com que envolvia Maria, dirigia-se à Imaculada Mãe de Deus.
Figura perfeita do «justo» do Antigo Testamento, homem de uma fé a toda a prova, no cumprimento da sua missão, mostrará sempre uma disponibilidade total, mesmo nos acontecimentos mais desconcertantes.
Protector providencial de Cristo, continua a sê-lo do Seu Corpo Místico. O exemplo da sua vida é sempre actual para todos quantos querem situar a sua vida na âmbito dos desígnios de salvação do Senhor.
Fica agora um pequeno texto de São Claude la Colombière sobre o pai adoptivo de Jesus: 

Sabemos muito pouco da vida de S. José. O Evangelho não relata mais do que dois ou três factos; e um autor antigo observou que não se encontra nele nenhuma palavra sua. Talvez que [...] o Espírito Santo quisesse com isso assinalar o silêncio e a humildade de São José, o seu amor pela solidão e a vida escondida. Seja como for, perdemos muito com isso. Se o Senhor tivesse permitido que soubéssemos detalhes da vida deste grande santo, com certeza que se teriam encontrado belos exemplos, belas regras, sobretudo para quem vive no estado de casado. [...]
Toda a vida de São José se pode dividir em duas partes: a primeira é a que precedeu o seu casamento; a segunda é a que se lhe segue. Não sabemos absolutamente nada da primeira e da segunda sabemos muito pouco. Afirmo no entanto que ambas foram muito santas: a primeira porque foi coroada por casamento tão vantajoso; a segunda foi ainda mais santa porque toda ela se passou neste casamento. [...]
Que proveito deve São José ter tirado dos muitos anos de diálogo que manteve quase continuamente com a Santa Virgem! [...] Não tenho qualquer dúvida de que o próprio silêncio de Maria foi extremamente edificante e de que só olhar para ela era suficiente para ele se sentir levado a amar Deus e a desprezar tudo o resto. Mas quais não seriam os discursos de uma alma onde o Santo Espírito habitava, onde Deus tinha derramado uma plenitude de graças, que Lhe tinha mais amor que todos os serafins juntos! Que fogo não sairia desta boca quando ela se abria para exprimir os sentimentos do seu coração! Que frialdades, que gelos este fogo não teria dissipado! E que efeito não teria ele tido em José, que já tinha uma tão grande disposição a ser inflamado! [...] Este grande fogo, capaz de abrasar toda a terra, teve só o coração de José para acalorar e consumir durante muitos anos. [...] Se Ela acreditou que o coração de São José era uma parte do seu, que cuidados não terá tido em o inflamar do amor de Deus!

Leituras da Solenidade de São José

Leitura do Segundo Livro de Samuel (2 Sam 7, 4-5a.12-14a.16)
Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo: «Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que nascerá de ti e consolidarei a tua realeza. Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real. Serei para ele um pai e Ele será para Mim um filho. A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente e o teu trono será firme para sempre».

Salmo 88 (89), 2-3.4-5.27 e 29 (R. 37)
Refrão:
A sua descendência permanecerá eternamente.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.



Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos (Rom 4, 13.16-18.22)
Irmãos: Não foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé, que se fez a Abraão ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como herança. Portanto a herança vem pela fé, para que seja dom gratuito de Deus e a promessa seja válida para toda a descendência, não só para a descendência segundo a Lei, mas também para a descendência segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós, como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe. Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se pai de muitos povos, como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua descendência». Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 2, 41-51a)
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso.

Sunday, March 18

Domingo IV da Quaresma


A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna.
A primeira leitura diz-nos que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova.
A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência.
No Evangelho, João recorda-nos que Deus nos amou de tal forma que enviou o seu Filho único ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna. Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição do amor total, a percorrer com Ele o caminho da entrega e do dom da vida. É esse o caminho da salvação, da vida plena e definitiva.

Friday, March 16

Sexta-feira da Semana III da Quaresma


A liturgia de hoje quer reconduzir-nos ao essencial da nossa fé: Deus. É Ele próprio quem nos convida a voltarmos para Si. A Quaresma é tempo de regresso a Deus. Reencontrá-l’O é reencontrar o paraíso, que o profeta descreve com as conhecidas imagens de uma terra fértil e feliz, deixando para trás os deuses que nossas mãos tinham fabricado. Oseias convida o povo a voltar, a converter-se a Deus, reconhecendo o seu pecado, causa das actuais desgraças. O profeta sugere uma confissão lúcida e sincera das próprias culpas, porque agrada mais a Deus uma vida purificada e unida à oferta de louvor do que os sacrifícios de vítimas. O povo pode sentir-se pobre e desprotegido, mas é Deus que cuida dele. Uma vez convertido o povo, o próprio Deus Se converte renunciando à sua justa ira e o seu amor curará Israel e perdoará as suas infidelidades. Deus compromete-se a ajudá-lo: amá-los-ei generosamente pois a minha indignação vai desviar-se deles. Quem caminha na rectidão compreenderá esse amor e fruirá dos seus benefícios.

O mandamento fundamental de toda a lei era, já no Antigo Testamento, reconhecer a Deus como o único Senhor e amá-l’O como tal. Foi assim a resposta do escriba, e Jesus no Evangelho confirmou que estava certa a resposta. É essa a porta de entrada no reino de Deus: reconhecê-l’O e amá-l’O. Caminhar para a Páscoa supõe a descoberta contínua deste primeiro mandamento, a redescoberta de Deus nos caminhos da nossa vida, que a Ele finalmente nos conduzem. Jesus soube ir logo ao fundo da questão, ao citar o Deuteronómio: Escuta, Israel. A este mandamento, Jesus acrescenta outro, tirado do Levítico: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A originalidade desta resposta de Jesus está na união destes dois mandamentos. O escriba reconheceu nela uma verdadeira síntese da Lei e do culto. Jesus elogia-o e acrescenta outra novidade: a proximidade do reino de Deus, cuja lei fundamental é o amor. Jesus confirma que Deus é o único Senhor e que é necessário amá-lo sobre todas as coisas e com todo o empenho. Nesta Quaresma pede-nos que voltemos para Deus, que o procuremos amar mais, colocando-o à frente de tudo, fazendo um esforço maior.

Thursday, March 15

Quinta-feira da Semana III da Quaresma


A Quaresma é tempo de conversão ao Senhor; é tempo de exame de consciência, de revisão de vida à luz da palavra de Deus. Esta palavra nos acuse, nos desmascare, nos queira tocar no mais fundo do coração. Ontem foi-nos dito que a palavra de Deus é a nossa lei; hoje somos acusados de a não termos escutado. Mas esta acusação quer levar-nos à conversão para encontrarmos a alegria do perdão. Ao condenar o formalismo do culto, o profeta condena a surdez de Israel à voz de Deus, escutada no momento da Aliança, no monte Sinai. Só na escuta o povo de Israel pode conhecer o seu Deus, diferente de todas as outras divindades. Por isso, o primeiro mandamento é: escuta, Israel. Os verdadeiros profetas apelam continuamente a essa escuta.

Deus não se cansa de falar ao seu povo. Enviou muitos profetas, desde a saída do Egipto até ao aparecimento de Cristo, a quem compete proclamar a Boa Nova. O povo não escutava a voz do Senhor e até se opunha a Cristo. Procuremos não fechar os nossos corações aos ensinamentos do Senhor. Recebamos a Boa Nova, tal como a Igreja no-la propõe. Assimilemos os seus ensinamentos para que sejam vida da nossa vida. Guardemo-los nos nossos corações e transmitamo-los aos nossos familiares e amigos.

Na Vigília Pascal somos chamados a renovar os nossos compromissos baptismais. Trata-se de optarmos por Cristo, nosso Senhor, de proclamarmos, uma vez mais, que somos d’Ele, porque quem não é por Ele está contra Ele. A celebração da Páscoa é o ponto culminante de uma grande conversão.
No Evangelho, uns ficam admirados porque intuem uma extraordinária presença de Deus no mundo; outros acusam Jesus de blasfémia e de aliado do diabo. Jesus responde de modo incisivo, deixando os ouvintes concluírem que Satanás não combate contra si mesmo. Para que não restem dúvidas, o próprio Jesus conclui: o Reino de Deus já chegou até vós. A expulsão dos demónios prova essa presença do Reino, prova o começo de uma nova época de liberdade para quem acolher a alegre notícia trazida por Jesus.

Wednesday, March 14

Quarta-feira da Semana III da Quaresma


Na primeira leitura de hoje, Moisés começa por evocar a história de Israel e por recordar ao povo a fidelidade de Deus à Sua aliança. Moisés observa que é necessário corresponder com o cumprimento fiel das leis e preceitos, é uma condição para entrar na terra prometida: Agora, Israel, escuta os preceitos que Vos dou a conhecer e põe-nos em prática, para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor, Deus dos vossos pais. E é também uma vocação a realizar: Ensinei-vos estas leis e preceitos, conforme o Senhor, meu Deus, me ordenara, a fim de os praticardes na terra de que ides tomar posse.
A vida dos israelitas se for levada a sério, causará grande admiração por parte dos outros povos, que apreciarão a sua sabedoria e a sua proximidade de Deus. Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos?. Israel será o povo que testemunha a presença de Deus no meio dos homens; Deus que é Vida e Verdade e que está sempre pronto a ajuda-los nos obstáculos do quotidiano, na vivência de cada um, no dia-a-dia do homem que acredita n’Ele.
O cumprimento dos mandamentos por parte do homem é a resposta de amor que ele dá a Deus libertador. É necessário fazer memória, lembrar a história da salvação e as ma...ravilhas operadas por Deus que o Pentateuco, o conjunto dos primeiros cinco livros da Bíblia, nos dá a conhecer. Os acontecimentos da história da salvação e as maravilhas operadas por Deus devem ser constantemente lembrados pelo Povo de Deus. Isso ajudará o povo a crescer na gratidão para com Deus e na observância das suas leis.

No Evangelho, Jesus apresenta-se como a perfeição da Lei e dos Profetas; Ele interpreta a lei em função do homem, não o homem em função da lei. Mateus, que escreve para uma comunidade judeo-cristã apresenta Jesus como um novo Moisés que promulga a nova lei: as Bem-aventuranças.
A Lei e os Profetas não são abolidos; em Cristo atingem o pleno cumprimento: ajudaram Israel a preparar-se para a comunhão com Deus; comunhão essa que é oferecida, por graça e em plenitude. Porque, em Jesus, Deus se faz Emanuel, Deus-connosco. Porém, os velhos preceitos permanecerão como norma perene: se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus.
Jesus deixou um bom exemplo de quem cumpriu tudo. Ele pede-nos que amemos como Ele amou, que sonhemos como Ele sonhou, que pensemos como Ele pensou, que vivamos como Ele viveu...

Tuesday, March 13

Terça-feira da Semana III da Quaresma


De novo, uma liturgia da palavra de tipo penitencial, bem expressa na oração de Daniel. Ao lado da espiritualidade baptismal, a Quaresma desenvolve a espiritualidade penitencial. Aliás, o baptismo é sacramento de penitência, de conversão. A penitência é a atitude que nasce no fundo do coração do homem. O sacrifício agradável a Deus é o espírito humilhado e o coração contrito. Ainda que o sofrimento seja enorme, que o povo esteja reduzido a um resto, e seja humilhado, Deus deve continuar a ser glorificado. O profeta lê todos os acontecimentos como purificação providencial. Na provação, o povo reencontra o coração contrito e humilhado que agrada ao Senhor como um verdadeiro sacrifício que dá glória a Deus e então renasce a esperança.

O perdão que esperamos de Deus vem associado ao perdão que oferecemos aos nossos irmãos. Não pode deixar de nos impressionar esta catequese, que assenta no que há de mais fundamental na mensagem cristã, como aliás o diz a oração que o Senhor nos ensinou: perdoai-nos, como nós perdoamos. O Pai-nosso é uma bela forma de oração de penitência.
Este Evangelho é dedicado ao perdão das ofensas pessoais. Pedro diz-se disposto a perdoar até sete vezes. Mas Jesus aponta para um horizonte mais amplo afirmando que é preciso perdoar sempre. O cristão é chamado a assumir uma mentalidade completamente nova. Jesus ilustra o seu ensinamento com uma parábola: encontro do servo devedor com o senhor, encontro do servo libertado com outro servo que lhe é devedor, e novo encontro entre o servo e o senhor. A dívida do servo é enorme, mas o senhor tem compaixão por ele e perdoa-o gratuitamente. O servo insolvente, mas perdoado, encontra outro que lhe deve uma quantia irrisória e não lhe perdoa. A graça recebida não lhe transformou o coração. Por isso, atraiu sobre si o inevitável juízo e o castigo divino. O perdão ao irmão condiciona o perdão do Pai que está no céu: Perdoai-nos as nossas ofensas, como nós perdoamos. Sabemos que os nossos pecados, por muito numerosos e grandes que sejam, recebem o perdão, pela misericórdia de Deus.

Monday, March 12

Segunda-feira da Semana III da Quaresma


A saúde restituída a um leproso por meio de simples banho no rio é figura do Baptismo, que, num gesto tão simples, é sacramento de uma graça espiritual tão grande, que nele, de simples homens naturais, nos tornamos filhos de Deus, participantes da vida e da glória de Cristo ressuscitado. E esta graça é oferecida a todos os homens: Naamã era estrangeiro e pagão, e foi curado.
As leituras de hoje referem o milagre da cura de Naamã. E isto foi possível porque embora ele, ao princípio, se tenha recusado a obedecer, depois rectificou e ficou curado.

A liturgia de hoje põe em relevo a universalidade da redenção. É a todo o género humano que se abre a fonte do Baptismo; todos são chamados a acolherem, na fé, o reino de Deus e a entrarem na sua Igreja. Mas, por vezes, os que estão mais perto são os que têm mais dificuldade em o acolher, como aconteceu com os de Nazaré. Ainda no começo da sua missão, Jesus regressa à sua terra, vai à sinagoga e lê um texto de Isaías. Conclui afirmando que esse texto se realiza na sua pessoa.
A recusa dos habitantes de Nazaré em recebê-lo tem o seu melhor comentário na frase de João: Veio ao que era seu, mas os seus não O receberem. A revelação do filho de José, vai-se transformando, de admiração e espanto, em incredulidade hostil e mesmo em ódio homicida: levaram-no ao cimo do monte a fim de o precipitarem dali abaixo. É o destino de todos os profetas: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. Os preconceitos, religiosos, culturais, nacionalistas, impedem ou dificultam o acolhimento humilde da revelação de Deus. Mas a viúva de Sarepta e Naaman, estrangeiros e pagãos, acolhem a salvação, que os seus primeiros destinatários recusam; e estão abertos às iniciativas surpreendentes de Deus.

Friday, March 9

Cassete 80: Baltimora - Tarzan Boy

Baltimora, ou Jimmy McShane nasceu na Irlanda do Norte em 23 de Maio de 1957; Desde muito cedo ele sabia que existia algo que o distinguia dos seus amigos e a sua família o excluiu com vergonha das suas tendências sexuais. O seu maior sucesso foi o “Tarzan Boy”. Jimmy faleceu a 28 de Março de 1995, vítima de AIDS. Tinha apenas 37 anos.
"Tarzan Boy" é então o single de estreia de Baltimora, lançado em 1985 e incluído no álbum Living in the Background. O refrão usa o grito do Tarzan como uma linha melódica. A música é rítmica, com uma melodia eletrónica e a letra da canção é em inglês simples.
Foi um enorme sucesso de Verão, estreando no Top 10 em Itália e noutros países europeus, incluindo Noruega, Alemanha e holanda. "Tarzan Boy" encontrou seu grande sucesso na França, onde ficou em primeiro lugar por cinco semanas consecutivas. No Reino Unido, alcançou a terceira posição em Agosto de 1985. O single teve sucesso similar nos Estados Unidos (onde foi lançado pela Manhattan Records), com o single permanecendo na Billboard Hot 100 por seis semanas e alcançando a posição de número 13 no início da primavera de 1986.
Durante os anos 90 a canção voltou a obter certa popularidade após ser incluída numa publicidade da Listerine. A canção foi usada nos filmes As Tartarugas Ninja 3 (1993) e O Ninja de Beverly Hills (1997). A canção foi usada na série New Tricks, no episódio "A Face for Radio".



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Letra da música:
Jungle life
I’m far away from nowhere
On my own like Tarzan Boy
Hide and seek
I play along while rushing cross the forest
Monkey business on a sunny afternoon
Jungle life
I’m living in the open
Native beat that carries on

Burning bright
A fire the blows the signal to the sky
I sit and wonder does the message get to you

Night to night
Gimme the other, gimme the other
chance tonight
Gimme the other, gimme the other
Night to night

Gimme the other, gimme the other world

Jungle life
You’re far away from nothing
It’s all right
You won’t miss home
Take a chance
Leave everything behind you
Come and join me

Won’t be sorry
It’s easy to survive

Jungle life
We’re living in the open
All alone like Tarzans Boy
Hide and seek
We play along while rushing cross the forest
Monkey business on a sunny afternoon

Night to night
Gimme the other, gimme the other
Chance tonight
Oh Yeah
Night to night
Gimme the other, gimme the other
Night to night
You won’t play

Night to night
Gimme the other, gimme the other
Chance tonight
Oh Yeah
Night to night
Night to night
Gimme the other, gimme the other

Sexta-feira da Semana II da Quaresma



A liturgia deste dia oferece um paralelo entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a figura e a realidade, entre José e Jesus: ambos foram inocentes, ambos traídos pelos seus irmãos, ambos trocados por dinheiro, ambos amados pelo pai e desprezados pelos irmãos a ponto de desejarem a morte, mas ambos finalmente restituídos à vida, depois de terem sofrido a humilhação e a condenação. Esta parábola dos agricultores bem como os maus tratos infligidos a José pelos irmãos, é um anúncio dos sofrimentos de Jesus na sua Paixão e que culminaram na sua morte. É assim o processo do Mistério Pascal.
A 1ª leitura inicia a história bíblica de José que é vendido pelos irmãos como escravo porque a inveja deles alimenta um grande ódio. Mas Deus escreve direito por linhas tortas e com o passar dos anos, será José, como primeiro-ministro do faraó do Egipto, será ele o salvador dos seus irmãos.
O Evangelho de hoje também mostra a má vontade de uns lavradores que por avareza matam o filho do dono da vinha, ou seja, Jesus Cristo. A vinha é Israel, dono Deus, arrendatários chefes do povo judeu, os criados os profetas, o filho morto é Jesus e o castigo de justiça é destruição de Jerusalém e a entrega da vinha a outros, o anúncio do Reino de Deus aos povos pagãos.
Este texto é uma espécie de resumo da Sagrada Escritura, é a síntese da história da salvação e da história que Deus faz connosco no nosso dia-a-dia: história de libertação, de amor, de perdão e misericórdia.
Na sua reflexão pascal, a comunidade cristã primitiva entendeu a parábola como uma advertência de Cristo também para ela própria. Trata-se de um convite do Senhor a dar frutos segundo Deus, uma vez que se nos confiou a vinha, o Reino, para um serviço fiel e fecundo. A fé, o culto e a oração são dimensões importantes na nossa vivencia cristã. É assim como devemos hoje aplicar-nos esta parábola para que a escritura seja eficaz em nós: com espírito de revisão e conversão quaresmal. Assim seremos um povo que produz frutos.

Thursday, March 8

Quinta-feira da Semana II da Quaresma


Na 1ª leitura: apresenta-nos 2 caminhos possíveis: Maldito o homem que confia no homem e que afasta o seu coração do Senhor (rico) e Bendito o que confia no Senhor (Lázaro = Deus é o meu auxílio).
A 1ª leitura procura ajudar-nos a descobrir a verdadeira sabedoria, a que nos ensina a encontrar o caminho da vida e da salvação. Jeremias ensina que é a força de Deus e não o poder humano quem pode salvar, embora o coração humano, o que há de mais astucioso e incorrigível, tente encontrar nos seus sentimentos mais íntimos a resposta para as suas interrogações. Só Deus experimenta e avalia com justiça os comportamentos e frutos de cada um dos homens, porque só Ele conhece o coração do homem e o pode curar.

No Evangelho, apresenta-nos 3 cenas: situação de vida do rico e de Lázaro, cena depois da morte, diálogo do rico com Abraão. Há vários contrastes entre ambos, felicidade de um e desgraça do outro.
Com esta história, Jesus não quer dizer que os ricos não vão para o céu. O rico não é condenado pelo simples facto de o ser mas porque não respeita Deus, prescinde de Deus, abandona os caminhos de Deus, é egoísta e não partilha os seus bens com aqueles que precisam. Por sua vez, Lázaro não se salva porque é pobre mas porque está aberto a Deus e espera d’Ele a salvação. Afirma-se o perigo da riqueza porque pode criar o esquecimento de Deus, a surdez à Palavra de Deus e fechamento ao próximo.
Escutar a Palavra de Deus, converter-se a Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, abandonar a falsa segurança dos bens materiais e partilhar com os irmãos o que temos são deveres do cristão que parte da Eucaristia. Esta lição de Jesus não é apenas para os ricos de bens materiais mas é para todos aqueles que se sentem abertos à proposta de Jesus Cristo. Já temos as condições necessárias para a conversão: a Palavra de Deus, os sacramentos, cursos de formação, catequese, testemunhos de fé, sinais da presença de Deus. Por vezes, faltam-nos a decisão do coração, a força interior de confiarmos em Deus e na Sua acção sobre nós.

Wednesday, March 7

Sítio da Rocha do Navio



A Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio tem uma área total de 1710 hectares e um comprimento total de 6259 metros. É exclusivamente marinha e delimitada entre a Ponta do Clérigo a leste e a Ponta de São Jorge a oeste e entre a linha definida pela preia-mar máxima e a batimétrica dos 100 metros, incluindo o Ilhéu da Rocha das Vinhas e o Ilhéu da Viúva.
Esta Reserva foi criada em 1997 e encontra-se integrada na rede ecológica europeia de zonas especiais de conservação - Rede Natura 2000.

Pensamento do dia: 07-03-2012

A humanidade geme, meio esmagada, sob o peso do progresso que cria.
H. Bergson

Quarta-feira da Semana II da Quaresma


O Mistério Pascal é o acesso à Vida, passando pela Morte; é a passagem da Morte à Vida, deste mundo ao Pai. Tudo isto se processa num itinerário todo espiritual, mas que Jesus irá percorrer até na sua própria carne. Jeremias, o profeta sofredor, figura do Senhor em sua Paixão, faz-nos ouvir uma das suas lamentações ou desabafos, em forma de oração confiante, como hoje há-de ser também a oração do cristão. Jeremias está sob ameaça de morte: são os próprios chefes de Israel que tentam reduzi-lo ao silêncio. Ele é tipo do Servo sofredor e é perseguido por causa da fidelidade à sua vocação e do seu amor ao povo. Porém, abandona-se confiadamente a Deus, de quem espera a salvação.
Tudo aquilo que o profeta faz por amor do seu povo e diz na sua oração, irá realizar-se de modo perfeito no Servo sofredor, Jesus. Ele será morto pelos chefes do povo mas não pedirá vingança a Deus; pedirá perdão para os seus inimigos, e oferecerá livremente a vida em favor daqueles que O crucificam.

Jesus sobe a Jerusalém consciente daquilo que lá O espera. Pela terceira, vez fala aos discípulos da sua paixão. Os discípulos não conseguem compreender e aceitar tais perspectivas e preferem cultivar as de sucesso e poder e Jesus explica-lhes o sentido da sua missão e o sentido do seguimento que lhes propõe. Quem aspira aos lugares mais elevados no Reino, terá que, como Ele, estar pronto a expiar o pecado do mundo. Ele é o Filho de Deus, veio para servir como o Servo de Javé, oferecendo a sua vida em resgate para que os homens, escravos do pecado e sujeitos à morte, sejam libertados.
Para alcançarmos um lugar no reino dos Céus já sabemos que temos que seguir os seus passos. E o Senhor convida-nos, como a João e a Tiago: Podeis beber o cálice que eu estou para beber? Procuremos cumprir bem os nossos deveres, aceitemos bem as contrariedades de cada dia, vivamos bem a caridade com o próximo, etc. Todos os cristãos são chamados a prestar um serviço à sociedade, fruto da sua participação na Eucaristia.

Tuesday, March 6

Terça-feira da Semana II da Quaresma


Com frequência a palavra de Deus declara em que vem a consistir a conversão. A fé vive-se em toda a vida e não apenas em certos momentos. Mas a Quaresma é um tempo particularmente denso, no qual havemos de aprender, de novo, a viver, todos os dias, da fé. Só assim poderemos ter parte na Ressurreição, no termo da grande caminhada. É essa a extraordinária maravilha que Deus quer operar em nós, apagando todas as nossas manchas, mesmo as mais horríveis, com um detergente muito especial, o sangue de Cristo. O sacramento da Reconciliação permite-nos um muito particular acesso ao precioso sangue de Cristo, que nos lava de todo o pecado, nos renova interiormente e nos torna capazes de corresponder adequadamente ao amor fiel e misericordioso do nosso Deus. O profeta insiste na necessidade de mudança, para acolher o perdão oferecido por Deus. A nossa conversão interior está intimamente ligada às boas obras: O apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores, os jejuns; mas a conversão do coração, a penitência interior. Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras; pelo contrário, a conversão interior impele á expressão dessa atitude em sinais visíveis, gestos e obras de penitência.

Seguir o caminho de justiça e de santidade é estar na escola que leva a Deus. De contrário, estaríamos condenados juntamente com os escribas e fariseus, que dizem e não fazem, ainda que ocupem a cadeira de mestres, ou então o que fazem é por ostentação, para serem tidos por grandes. Mas os que a si mesmos se elevam por orgulho e vã glória a si mesmos traçam o caminho escorregadio da humilhação, que os não levará nunca ao monte da Transfiguração, que ontem se erguia diante de nós. A conclusão não pode ser deixar de escutar a Palavra proclamada por chefes incoerentes, mas usar o discernimento para fazer o que eles dizem, e não fazer o que fazem. O Mestre divino, começou primeiro a fazer a depois a ensinar e contrasta o seu modo de actuar com o dos escribas e fariseus.

Monday, March 5

Segunda-feira da Semana II da Quaresma


De novo, uma liturgia penitencial, que não é de estranhar neste tempo. Penitencial não quer dizer triste; quer dizer antes denúncia do pecado, chamamento à conversão, anúncio do perdão e da misericórdia do Pai. O primeiro passo na conversão é o reconhecimento, diante de Deus, da situação de pecador. E logo surge a oração humilde e confiante de quem pede o perdão, como a de Daniel, o cativo da Babilónia. Daniel volta-se para Deus relendo a história à luz da tradição deuteronomista: à infidelidade do povo segue o castigo. Mas, até quando terá Deus que castigar o seu povo? Só Ele sabe. Por isso é que o profeta faz a pergunta a Deus e limita-se a reconhecer que o castigo é merecido. Mas a confissão e o arrependimento do profeta não o levam ao desesperar, mas a esperar confiadamente o perdão divino.
Para sermos misericordiosos como Jesus nos pede, temos, em primeiro lugar, que reconhecer que somos pecadores: Nós pecámos, deixámos os vossos mandamentos e as vossas leis. Vivendo bem a caridade fraterna, as obras de misericórdia: Os frutos da caridade são: a alegria, a paz e a misericórdia.

O homem, feito em santidade à imagem de Deus, também agora, ao suplicar o perdão de seus pecados, há-de imitar o Pai das misericórdias, há-de perdoar a quem o ofendeu, como numa cadeia de amor, de Deus ao pecador, deste ao seu irmão. Como praticar esta misericórdia. É o que nos indicam os versículos que hoje escutamos. Quando nos arrependemos dos nossos pecados, nos dispomos a arrepiar caminho, e nos abrimos ao amor misericordioso do Pai, o seu perdão é um dom superabundante e por isso, também nos convém ser generosos no perdão aos nossos irmãos.
Depois, recebendo com frequência o sacramento da misericórdia, somos levados a ser misericordiosos como Ele e recebendo a Eucaristia, pois ela fortifica a caridade que, na vida quotidiana, tende a enfraquecer.

Friday, March 2

Sexta-feira da Semana I da Quaresma


A conversão não é coisa fácil mas é o único caminho certo. Cada um de nós bem sente que é assim. Deus quer esta conversão e espera por ela, nunca Se satura de nós; espera sempre, porque a sua vontade é que o homem se converta e viva. Os exilados estavam convencidos de que sofriam pelos pecados dos pais. Ezequiel diz-lhes que é cada um que decide o seu destino, com o seu modo de agir, e acrescenta que, também o destino pessoal, não é imutável. Deus é Deus de vida e não encontra felicidade na morte do pecador, espera e suscita a conversão de cada um, para que viva. A vida nova é uma possibilidade ao alcance do pecador, que pode converter-se, mas também o justo deve continuar atento e perseverante no cumprimento da vontade de Deus.

A Quaresma é um tempo de conversão, tempo de arrependimento, que nos conduzirá de novo à vida e à reconciliação com Deus, através da reconciliação com o nosso irmão, é um tempo de preparar o coração para a passagem pascal, a passagem da morte à vida com Cristo.
A nossa conversão interior está igualmente ligada ao esforço por introduzir nas instituições e condições de vida as correcções convenientes, quando induzem ao pecado, para que estejam conformes com as normas de justiça e favorecerem o bem em vez de se lhe oporem.

Se a conversão a Deus é o fim de todo o caminho quaresmal, este caminho começa pela reconciliação com os irmãos, que são sempre a imagem de Deus mais próximo de nós, como Deus assim os apresenta; não se pode passar ao lado dos irmãos para chegar a Deus, pois que Deus para vir até nós Se fez nosso irmão. Jesus exige aos seus discípulos, para entrarem no reino dos céus, uma justiça superabundante, pede ainda mais porque dá aquilo que pede. É preciso partir do coração, donde brotam as motivações profundas do nosso agir. É necessária uma purificação exterior que exige um coração pacificado e construtor de paz.

Thursday, March 1

Quinta-feira da Semana I da Quaresma


À medida que experimentamos a nossa insuficiência, vamos sentindo, cada vez mais, a necessidade de recorrer ao Senhor, que é a nossa força. Em tais circunstâncias, só o orgulhoso não sabe dirigir-se a Deus e rezar. Em momento especialmente difícil da vida do seu povo, Ester, a israelita condenada à morte com todos os demais, presa de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor. A rainha, na tentativa de salvar o povo a que pertencia, decide expor-se ao perigo, intercedendo por ele junto do marido. Mas, antes de se apresentar ao rei, apresenta-se ao Senhor, numa atitude de penitência e de oração. Assim reconhece que o verdadeiro rei é Deus e professa que Ele é o Único. Só Ele pode salvar o seu povo e na oração pede-Lhe que lhe socorra.

No Evangelho é o próprio Jesus que insiste em que devemos pedir, procurar, bater à porta. Orar ao Senhor não é humilhante; é antes acto de confiança, afirmação de fé, caminho de paz. Jesus também pediu ao Pai nas horas difíceis. E a penitência é um caminho difícil, mas conduz à libertação pascal. Só o braço poderoso de Deus nos pode fazer passar da escravidão à libertação, da morte à vida. Jesus ensina a necessidade da oração de súplica e que a mesma é seguramente escutada. O Pai sabe, mas é preciso assumir a atitude do mendigo e reconhecer a própria condição de fraqueza e dependência de Deus. E Deus dá a quem pede e abre a quem bate. Se um pai dá pão ao filho que lhe pede pão, e não outra coisa parecida, também Deus dará coisas boas a quem Lhas pedir. O Pai escuta sempre os pedidos dos filhos e dá-lhes o que é melhor para eles. O modo de agir de Deus, leva-nos a agir de modo semelhante com os irmãos. É preciso estar atentos às suas necessidades. O verdadeiro discípulo põe no centro o Pai e os outros, e não a si mesmo.
A oração é uma das formas de vivermos a penitência quaresmal, juntamente com o jejum e a esmola. O coração, assim decidido a converter-se, aprende a orar na fé… Jesus pode pedir-nos que procuremos e batamos à porta, porque Ele é a porta e o caminho (CIC, 2609).