Friday, March 30

Sexta-feira da Semana V da Quaresma


Jeremias continua a ser, na experiência dolorosa da sua pessoa e da sua vida, a figura do Messias, Jesus, na sua Paixão, mas ao mesmo tempo, imagem de quem sabe confiar, colocando-se sempre nas mãos de Deus. Foi assim que Jesus na sua Paixão Se tornou fonte de salvação para os pobres e perseguidos e os levou finalmente a cantar e louvar o Senhor que salva quem a Ele se entrega. Jeremias chamou o povo à conversão durante anos: Mas o povo não o quis escutar. Agora, deve anunciar que o juízo de Deus é irrevogável, e que o castigo vai abater-se sobre Israel: Jerusalém irá cair às mãos do rei de Babilónia. Evoca a sua vocação, recorda os momentos de mal-estar e de rebeldia, provocados pelas perseguições, pelas calúnias e pelas traições de que foi vítima. Mas renova o seu acto de fé em Deus que sempre esteve com ele e que jamais o abandonará.

Cada vez se apresenta mais negra a luta entre Cristo e os seus ouvintes, fechados à sua palavra, entrincheirados nas suas seguranças, mesmo religiosas. É difícil para o orgulho humano ver a glória de Deus através dos sinais tão humanos da pessoa, da vida e das acções de Jesus. Mas é este o caminho da Encarnação: Deus revela-Se e está perto dos homens na humildade de seu Filho, e prolonga esta revelação e esta presença na comunidade da fé, que é a Igreja. Mas, tudo isto, que devia ser aceite como sinal de aliança, torna-se, para quem não o sabe acolher, sinal obscuro, ocasião de escárnio e desprezo. E assim se dá a morte ao que se destinava a ser semente de vida.
Acusa Jesus de blasfemo, por se fazer igual a Deus, sendo um homem. Jesus responde, primeiro referindo a Palavra de Deus, que todos aceitam e apelando para as obras realizadas que os seus adversários puderam testemunhar. Apela para as suas obras que são Palavra, confirmação da Sua identidade de enviado, de Messias e de Filho de Deus.

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