Wednesday, May 16

Quarta-feira da Semana VI da Páscoa


Paulo chega a Atenas, a capital da Grécia, que foi a escola de todo o saber da antiguidade. À vista da multidão dos deuses adorados pelos pagãos, Paulo anuncia-lhes o Deus de Jesus Cristo. A não-judeus, Paulo não parte da Escritura, mas da ordem natural. Em Atenas, ele utiliza uma nova técnica para anunciar o Evangelho. Não começa por citar as Escrituras, como entre os judeus, mas começa por referir a religiosidade dos gregos. O discurso no Areópago de Atenas é um exemplo de inculturação, que não atraiçoa a originalidade da mensagem cristã. Mesmo dirigindo-se a estóicos e epicuristas, mesmo citando poetas gregos, Paulo faz um discurso de profeta, anunciando um homem ressuscitado de entre os mortos. Mas, chegando aqui, aqueles homens não conseguiram ouvir mais; a ressurreição estava acima da sua filosofia. Muitos afastam-se mas alguns aderem à mensagem. Lucas quer dar um exemplo de como se pode apresentar o Kerygma aos pagãos cultos: há quem acolha a Palavra e quem a rejeite. Apesar de tudo, nasce uma comunidade cristã na capital da cultura daquele tempo.

A ciência dos gregos, apesar de ser a mais alta do tempo, não conseguiu ultrapassar a limitada medida do homem. A própria palavra divina, mesmo anunciada por Jesus, mas escutada pelos ouvidos, ainda muito terrenos, dos discípulos, não conseguiu ser entendida logo que escutada. Jesus, durante a sua vida terrena, não pôde ensinar muitas coisas aos discípulos, porque não eram capazes de as entender, pelo menos em profundidade. Só o Espírito Santo é o mestre interior e o guia para a verdade completa. A vinda do Espírito Santo inaugurará uma nova fase do conhecimento da palavra de Jesus. O seu ensinamento será dado no íntimo do coração de cada discípulo. Por ele, hão-de conhecer os segredos da verdade de Cristo e interiorizá-los. O Espírito será guia na compreensão da palavra de Jesus e do próprio Jesus, fará ver a realidade de Deus e dos homens como o Pai e o Filho a vêem e conhecer o mundo e a história na perspectiva da novidade iniciada com a morte e a ressurreição de Cristo.

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