Thursday, May 31

Festa da Visitação de Nossa Senhora


A Festa de Visitação começou a ser celebrada no século XIII, pelos Franciscanos. Bonifácio IX (1389-1384) introduziu-a no calendário universal da Igreja. Tradicionalmente celebrada a 2 de Julho, a festa foi antecipada pelo novo calendário para o dia 31 de Maio, ficando assim entre a Solenidade da Anunciação (25 de Março) e o Nascimento de João Batista (24 de Junho). Depois da Anunciação, Maria foi visitar a prima Isabel, partilhando com ela a alegria que experimentava perante as “maravilhas” n´Ela operadas pelo Senhor. Impele-a também a essa visita a sua caridade feita disponibilidade e discrição. Para Lucas, Maria é a verdadeira Arca da Aliança, a morada de Deus entre os homens. Isabel reconhece esse fato e reverencia-o. Toda a visitação de Maria é um acontecimento de Jesus.

Wednesday, May 30

Reflectindo: Quarta-feira da Semana VIII do Tempo Comum

Senhor, às vezes, sinto-me indignado com Tiago e João. Tu revelavas-lhes o teu destino futuro, cheio de humilhações, e eles pediam-te privilégios. Mas reparo que, também eu, muitas vezes, caio no mesmo erro, que, também eu, me porto de modo inconsciente. Quando me explicas o teu mistério, digo logo que percebi. Mas, pouco depois, lá estou a pedir-te coisas completamente contrárias aos desígnios do Pai. Mais ainda: como os outros discípulos, fico indignado quando veja alguém cair no erro dos filhos de Zebedeu. E não é por virtude, mas porque, também eu, sou ambicioso e procuro lugares de honra, e temo que os dês a outros. Perdoa-me, Senhor. Ensina-me a humildade do serviço. Ensina-me a verdadeira grandeza que é sentir-me e actuar como último e como servo de todos. Amen.

Fonte: Dehonianos.org

Quarta-feira da Semana VIII do Tempo Comum


No plano de Deus para salvar os homens ocupa lugar eminente e único o sacrifício do Cordeiro imaculado Jesus Cristo, na Cruz. É pela oblação do Senhor Jesus que vem a libertação para todos nós, libertação que se manifesta na sua Ressurreição. A aceitação deste plano de salvação há-de manifestar-se, pois, agora na vida de cada crente: obediência à palavra de Deus, amor fraterno, olhar levantado para a vida imortal, anunciada pela mesma palavra do Senhor.
Deus escolheu a Cristo, qual cordeiro sem defeito nem mancha para, pelo seu sangue precioso, nos resgatar. Pertencemos a Deus porque Ele nos resgatou, nos comprou, não a preço de bens corruptíveis, prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo. Acreditamos em Deus, acreditamos que ressuscitou Jesus e temos a possibilidade de ancorar a nossa fé e a nossa esperança no Pai por efeito da missão, ressurreição e glorificação de Jesus.

Três pequenas secções compõem esta passagem do Evangelho: Jesus, a caminho de Jerusalém, anuncia, pela terceira vez, a sua Paixão, mas os discípulos parecem nada compreender; os filhos de Zebedeu, os Apóstolos Tiago e João apresentam-se como candidatos aos mais altos lugares no reino dos Céus, os outros discípulos estão preocupados com assuntos que nada têm a ver com os do Senhor; por fim, e como resposta a tal pedido, Jesus esclarece que o lugar dos chefes é servir e não ser servido, como acontece com Ele próprio. Ser discípulo de Jesus é ser, como Ele, dócil ao Pai, partilhar a missão que o Pai Lhe confiou: beber o mesmo cálice, mergulhar no mesmo baptismo, é seguir o caminho do servo sofredor, servir a todos até ao dom da própria vida.
Para alcançar a vida eterna é preciso partilhar primeiro o cálice com o Senhor, participar na sua paixão, morte e ressurreição. Com os nossos sofrimentos completamos o que falta à paixão de Cristo. Precisamos purificar a nossa alma, obedecendo à verdade; amar intensamente os nossos irmãos, do íntimo do coração e acreditar na palavra de Deus, que permanece eternamente.

Tuesday, May 29

Terça-feira da Semana VIII do Tempo Comum


O mistério da salvação, que os profetas tinham anunciado desde há muito, manifestou-se em Jesus Cristo e é-nos agora anunciado a nós pelos mensageiros do Evangelho, sob a acção do Espírito Santo, para que acreditemos e esperemos. Esta fé e esta esperança hão-de acompanhar-nos todos os dias pois é o tempo de aprender a viver na santidade, a viverem em clima de páscoa, de ânimo preparado para servir e vivendo com sobriedade, estando vigilantes à espera da graça que lhes será dada na parusia, quando Jesus se manifestar na sua glória. A vida de santidade é possível a quantos, tendo sido baptizados, se tornaram participantes de vida de Cristo, da vida divina.
Um dos caminhos para a vida eterna é a aceitação dos sofrimentos: pois o Espírito predisse-lhe os sofrimentos reservados a Cristo e as glórias que haviam de seguir-se a esses sofrimentos. Aceitemos com alegria os nossos sofrimentos.

Numa linguagem aparentemente exagerada, Jesus pretende fazer compreender a superioridade indiscutível do valor da vida de quem O seguir, em comparação com os valores deste mundo, em si mesmos considerados. A linguagem intencionalmente forte já por si manifesta como não é fácil de compreender o sentido da vida de quem mais de perto seguir o Senhor.
Jesus esclarece a Pedro e a todos os que o seguirem, que a recompensa já aqui na terra, será de cem vezes mais. Certamente não na quantidade, mas sobretudo na qualidade. Deixando tudo, o discípulo encontrará na Comunidade do Reino, maior felicidade que toda a que deixou!... Felicidade que não exclui a cruz, por que esta é consubstancial ao seguimento de Cristo e garantia duma felicidade eterna incomparável. O desprendimento e o espírito de pobreza, livremente abraçados, são já uma antecipação da libertação futura.
O outro caminho para a vida eterna é a generosidade para com Deus: Cristo é o centro de toda a vida cristã. A união com Ele prevalece sobre todas as outras, quer se trate de laços familiares, quer sociais. Procuremos ser mais generosos com Deus.

Monday, May 28

Segunda-feira da Semana VIII do Tempo Comum


Começa hoje a ler-se esta Carta apostólica, dirigida primariamente às Igrejas da Ásia Menor, mas também a toda a Igreja de todos os tempos. Depois da direcção e saudações iniciais, onde há já referência a dados fundamentais do mistério cristão, como a misericórdia de Deus onde tem origem todo o plano da salvação dos homens, e a Ressurreição de Jesus Cristo, seu ponto culminante, o Apóstolo apresenta o objectivo último, que anima a esperança dos cristãos até alcançarem o fim da sua fé; está aí a sua herança eterna.
A fé introduz-nos no domínio de Deus omnipotente, que protege e apoia na batalha os que estão encaminhados para a salvação, para a manifestação do Senhor da glória. Amar e acreditar sem ver é um caminho que leva à purificação da fé e do amor, a nível pessoal e comunitário.

A fé que nos leva a seguir Jesus pode ser mais ou menos profunda, e daí, para nós, mais ou menos exigente. Cada um há-de escutar a palavra de Jesus com a exigência que o Senhor lhe inspirar; mas, em qualquer caso, os interesses desregrados desta vida, especialmente o amor às riquezas, podem ser grande entrave para entrar na vida eterna.
Jesus verifica que se trata de um homem sincero, sente afeição por ele e fala-lhe; e este fica de semblante anuviado e retirou-se pesaroso porque tinha muitos bens. Jesus aproveita a ocasião para sublinhar que as riquezas são um grave obstáculo para entrar no reino de Deus, porque impedem de centrar o coração e os afectos em Deus, de tender para Ele.
A fé tem muito mais valor que o oiro. Foi esta luz da fé que faltou ao homem rico, quando o Senhor lhe pediu para deixar tudo e segui-lo. O homem rico, embora estivesse a viver bem os mandamentos da lei de Deus, desde a sua juventude, não foi capaz de viver a conversão em relação aos bens materiais e partiu triste. Todos precisamos ter presente esta avaliação das coisas, pessoas e acontecimentos, feita pelo próprio Senhor. O tempo dedicado a Deus, por exemplo, não é nunca uma perda de tempo.

Sunday, May 27

Oração ao Espírito Santo

Ó Espírito Santo,
dai-me um coração grande,
aberto à vossa Palavra silenciosa,
mas forte e inspiradora,
fechado a todas as ambições mesquinhas,
alheio a qualquer desprezível competição humana,
compenetrado do sentido da Santa Igreja!

Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande,
desejoso de se tornar semelhante
ao coração do Senhor Jesus.

Dai-me um coração grande e forte
para amar a todos, para servir a todos,
para sofrer por todos!
Um coração grande e forte
para superar todas as provações,
todo o tédio, todo o cansaço,
toda a desilusão, toda a ofensa!
Um coração grande e forte,
constante até ao sacrifício,
quando este for necessário!

Ó Espírito Santo, dai-me um coração
cuja felicidade seja palpitar
com o coração de Cristo
e cumprir humilde, fiel e firmemente
a vontade ao do Pai. Àmen.

(Paulo VI)

Solenidade de Pentecostes



O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.
Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.
Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

Thursday, May 24

Oração: Quinta-feira da Semana VII da Páscoa

Pai Nosso, hoje a nossa prece centra-se no desejo de Cristo ao pedir-te a unidade total de quantos por todo o mundo acreditamos nele.
Só tu podes conseguir o que parece impossível: que os irmãos separados nos unamos numa Igreja, formando um só rebanho sob um só pastor.
Todos fomos baptizados num mesmo Espírito para formar um só corpo, a Igreja de Jesus. Ajuda-nos, Pai, a manter a unidade com o vínculo da paz, porque uma só é a meta da esperança da vocação a que tu nos chama gratuitamente em Cristo nosso Senhor.

Quinta-feira da Semana VII da Páscoa


Paulo está preso em Jerusalém e comparece perante o Sinédrio. Aí provoca polémica ao falar da esperança na ressurreição dos mortos: ele proclama que Jesus é o Messias, o Crucificado, que foi ressuscitado dos mortos. A sua afirmação suscita um aceso debate entre saduceus e fariseus: para os saduceus não há ressurreição dos mortos, nem anjos, nem espíritos; pelo contrário, os fariseus acreditavam que sim. Julgado em Jerusalém, Paulo recebe do Senhor a revelação de que ele está destinado a levar o testemunho do Evangelho à própria cidade de Roma, nesse tempo o centro do império romano e do mundo. Paulo continua a ser o vaso de eleição que há-de levar o nome do Senhor diante dos reis pagãos.

Jesus reza pelos discípulos para que eles possam chegar à perfeita unidade e vejam a glória do Mestre. Reza por todos os que acreditam ou vão acreditar no Seu nome, na Sua pessoa, nos Seus ensinamentos. Ele foi enviado por deus Pai como consequência do amor que Ele tem por cada um de nós, Seus filhos muito amados e predilectos.
A unidade das Pessoas divinas é a fonte e o modelo da unidade entre os cristãos. O Filho de Deus feito homem é o primeiro Homem, Cabeça da humanidade nova, Centro da unidade de todos os homens, Mediador da união entre os homens e Deus. Foi para estabelecer esta união que Jesus Se ofereceu na Cruz; por ela Ele orou e continua a orar junto do Pai.
Como o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, também os crentes hão-de estar com eles, para que o mundo creia que Jesus é o enviado do Pai. Esta unidade é possível pelo amor, realização da vontade do Pai, única forma de uma pessoa estar noutra sem perder a sua própria identidade.
Para acreditar, o mundo precisa de encontrar testemunhas, discípulos convictos e cristãos que tenham feito a experiencia de um verdadeiro encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Todos somos enviados do Senhor, junto das nossas famílias e nos locais de trabalho. Que todos possam ser atraídos para o Senhor, graças ao nosso testemunho e às nossas palavras.

Wednesday, May 23

Quarta-feira da Semana VII da Páscoa


Dirigindo-se aos presbíteros, Paulo pede-lhes zelo, humildade renúncia ao próprio egoísmo. Paulo insiste no dever da vigilância pois perspectivam-se tempos difíceis, com perigos internos e externos à comunidade, sobretudo o despontar de falsas doutrinas. Mesmo com sofrimento, o pastor deve vigiar sobre si e sobre os que lhe estão confiados para os defender dos inimigos. Confia os pastores da Igreja a Deus e à palavra da sua graça que tem o poder de construir o edifício, lembra-lhes as suas responsabilidades e fala-lhes dos perigos que os espreitam. S. Paulo pede aos anciãos de Éfeso: Tomai cuidado convosco e com todo o rebanho. Pressentia que o seu rebanho iria ser atacado por lobos violentos, para arrastarem os discípulos. Todos precisamos viver bem a comunhão dos santos, pedindo pela firmeza na fé dos nossos irmãos.

Jesus pede ao Pai que proteja os que acreditaram ou hão-de vir a acreditar n´Ele: guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos. Os discípulos devem permanecer no mundo, sem se deixar contaminar por ele. Jesus pede a graça da unidade para os seus discípulos. Ele é Um com o Pai e veio ao mundo para revelar aos homens o Pai, para que os homens comunguem na própria vida do Pai, junto de quem Ele é Medianeiro. A unidade é a comunhão de vida que existe entre o Pai e o Filho e que pelo Filho vem até aos homens. Os que chegarem ao conhecimento do Pai pela palavra do Filho entrarão na unidade com Deus, se se deixarem consagrar por essa palavra de verdade que o Filho lhes revela.

As palavras de Paulo, como as de Jesus, são discursos de adeus. Paulo vê aproximar-se a hora do martírio, Jesus vê aproximar-se a hora de voltar para junto do Pai. Enquanto o discurso de Paulo é dramático, o de Jesus é sereno e cheio de paz. Paulo está preocupado com aqueles a quem confia as comunidades que fundou; Jesus com os seus Apóstolos. Tanto Jesus como Paulo querem preservar os discípulos dos perigos e lançá-los como continuadores da missão do Evangelho.

Tuesday, May 22

Terça-feira da Semana VII da Páscoa


Este é um grande discurso de S. Paulo, que os Actos dos Apóstolos nos transmitiram; é o seu testamento pastoral, dirigido aos anciãos, aos pastores, de Éfeso, quando supunha que seria a última vez que os veria. Emerge a figura de um homem totalmente dedicado ao serviço do Senhor, um serviço prestado com humildade, coragem e desinteresse. Espera-o um futuro onde não faltarão cadeias e tribulações. Mas conforta-o a presença iluminadora do Espírito por quem se sente seduzido. Nada o detém na corrida para a meta, porque o testemunho do Evangelho da graça de Deus é urgente. Vigilância, desinteresse, caridade são as virtudes fundamentais que lhes recomenda.
O Espírito Santo orienta os cristãos: Só sei que o Espírito Santo me avisa de cidade em cidade, que me aguardam cadeias e tribulações. O Espírito Santo é o mestre interior da nossa vida, que nos inspira, guia e fortalece.

A oração sacerdotal: o clima das duas leituras é de despedida; o Cap. 17 de São João é um dos mais sublimes de todo o Evangelho; vê-se nela a consagração do Filho ao Pai. Necessitamos de rezar com Jesus: A oração de Jesus é um convite à participação dos apóstolos e da Igreja futura; A crise generalizada de oração nos nossos dias; Precisamos de rezar, rezar sempre e com mais intensidade; com mais fé e confiança; a sós e em comunidade; levando a oração à vida e a vida à oração.

Jesus sabe que a sua hora está a chegar, e que a sua missão está próxima do fim e levantando os olhos ao céu, dá início à sua oração em que Jesus, no fim da última Ceia, faz a oblação de Si ao Pai e intercede pelos seus, os do presente e os do futuro. A glorificação que Jesus pede para Si é a participação da sua santa humanidade na glória que o Filho de Deus desde sempre leve junto do Pai, glorificação que se há-de manifestar na ressurreição e que será participada por todos aqueles que O reconhecerem.

Monday, May 21

Segunda-feira da Semana VII da Páscoa


Os futuros cristãos de Éfeso eram ainda, nesta altura, apenas discípulos de João Baptista, que tinham recebido somente o baptismo do Precursor. Ora o baptismo de João era um rito ascético, que convidava à penitência, ao passo que o baptismo cristão é sinal da vida nova dada por Jesus Cristo. É um dom, comunica o Espírito Santo; supõe a conversão por parte de quem o recebe; mas é dom gratuito, fruto do sacrifício pascal do Senhor. Os discípulos de Éfeso ainda não tinham chegado até aqui.

O Espírito Santo, um ilustre desconhecido: O Espírito Santo, o grande desconhecido na vida dos cristãos; Falta de formação catequética e sacramental, sobre a vida e acção do Espírito Santo na Igreja; A inexperiência vivencial da Sua presença amorosa, na vida pessoal e comunitária; Abuso das explicações da Sua actuação quase mágica nos sacramentos, e normal dificuldade na captação dos símbolos. O Templo do Espírito Santo: Ele é o suporte da Igreja, com a Sua acção eficaz na vida da Comunidade eclesial; O Espírito Santo define-Se pela Sua presença e acção libertadora; Assim O descobrimos na vida de Jesus e na vida da Igreja.

Jesus anuncia aos discípulos que, enquanto estiveram no mundo, sentirão, como Ele sentiu, as dificuldades, angústias e até a perseguição inerentes a esta vida, mas pela força do Espírito de Jesus ressuscitado eles vencerão o mundo, como Ele o venceu. É precisamente o momento em que os discípulos fazem um acto de fé e de confiança maior no Mestre, é precisamente esse que Ele escolhe para lhes anunciar maiores provações e lhes pedir maior confiança para as tribulações que os esperam. A confiança no Senhor não pode ter limites!

Friday, May 18

Sexta-feira da Semana VI da Páscoa


Atenas, orgulhosa na sua ciência, não conseguiu acolher a palavra de Deus. Em relação a Corinto, cidade marítima, de costumes fáceis, como é frequente em cidades portuárias, o Senhor declara a Paulo que tem ali um povo numeroso pela humildade e generosidade com que a palavra ali será acolhida e levará aquele povo a voltar-se para Deus. A humildade é sempre caminho mais directo para encontrar a Deus do que o orgulho, mesmo quando ele nasce da ciência.
Paulo continua a ter uma vida difícil, mas o Senhor confirma-o na missão que lhe confiou entre os pagãos. O Apóstolo, acompanhado pelo casal de Priscila e Áquila, embarca para a Síria, rumo a Jerusalém e a Antioquia. Permanecera 18 meses em Corinto, onde teve algum sucesso, entre os judeus e entre os pagãos mas Paulo não tinha feitio para se demorar muito tempo no mesmo lugar.

Os discípulos irão sentir a Paixão do Mestre. Mas a Ressurreição será para eles fonte de alegria eterna que ninguém lhes poderá roubar. Esta alegria será fruto do conhecimento que eles terão de Cristo ressuscitado. Eles já não terão que interrogar Jesus; se necessitassem de o fazer, isso suporia, da parte deles, falta de compreensão; mas, à luz da Ressurreição, tudo será luminoso: foi o Dia eterno do Senhor que despontou e que não mais terá ocaso.
A alegria dos discípulos vem da liberdade que o afastamento do mundo lhes dá. O encontro espiritual com Cristo ressuscitado produz a liberdade e a alegria nos crentes. Essa liberdade e essa alegria vem da reconciliação do homem com Deus, realizada por Cristo, e expressa sobretudo na oração comunitária. Tal como acontece à mulher, que deu à luz, está feliz porque terminaram os seus sofrimentos, e deu ao mundo uma nova criatura, também o cristão está contente porque a sua alegria, fundada na dor, desabrochou na nova vida que é a Páscoa do Senhor. A morte infame de Jesus transformou-se em alegria retumbante, alegria que ninguém pode tirar aos discípulos, porque se fundamenta na fé n´Aquele que vive glorioso à direita de Deus. A partir da ressurreição, a comunidade cristã, iluminada pelo Espírito, terá uma visão nova da vida e das coisas, e o mesmo Espírito lhe fará compreender tudo quanto precisar.

Thursday, May 17

Quinta-feira da Semana VI da Páscoa



De Atenas, a capital, Paulo desce a Corinto, cidade marítima, populosa, mal reputada do ponto de vista moral. A presença de Paulo em Corinto começou de maneira simples e modesta. A sua palavra foi primeiro dirigida aos judeus, na sinagoga. Com a chegada de Silas e de Timóteo, Paulo dedica-se exclusivamente à pregação. Começa sempre pelos judeus e, só depois de ser recusado, mais uma vez, é que se volta para os pagãos. Lucas parece continuar preocupado em justificar a passagem aos pagãos. Mas, como sempre acontece, há alguém, mesmo entre os judeus, que acolhe a Palavra. Desta vez é o próprio chefe da sinagoga, com a sua família. E começa a colheita abundante entre os pagãos.

Será ao longo de toda a sua vida que a Igreja irá experimentando o mistério da morte e da vida, de tristeza e de alegria, que é a sua participação na Páscoa de Cristo. Mas, depois da Ressurreição do Senhor, mesmo as suas tristezas são agora sofridas na alegria da esperança!
A vida terrena do Mestre está a terminar. A sua vida gloriosa vai começar na ressurreição. O regresso de Jesus não acontecerá só com as aparições depois da ressurreição, mas vai prolongar-se pela sua presença no coração dos crentes. Os discípulos não entendem as palavras de Jesus. Fazem perguntas. Jesus responde tentando remover-lhes da alma a tristeza que os assalta e procurando infundir-lhes confiança com uma nova revelação: a vossa tristeza há-de converter-se em alegria. A alegria surgirá da mesma causa que provocou a tristeza.
Estas palavras também se aplicam ao mistério da Ascensão e do Pentecostes. Ao subir ao Céu, Jesus deixa de estar visivelmente entre os seus, mas, no Pentecostes, inaugura uma nova forma de presença no meio deles, na Igreja. O Espírito Santo torna Jesus presente no coração dos fiéis e na comunidade dos mesmos. Já não O vêem como durante a vida terrena, nem sequer como nas aparições depois da Ressurreição, mas vêem-no com o olhar do coração, onde o Espírito O torna presente.

Wednesday, May 16

Quarta-feira da Semana VI da Páscoa


Paulo chega a Atenas, a capital da Grécia, que foi a escola de todo o saber da antiguidade. À vista da multidão dos deuses adorados pelos pagãos, Paulo anuncia-lhes o Deus de Jesus Cristo. A não-judeus, Paulo não parte da Escritura, mas da ordem natural. Em Atenas, ele utiliza uma nova técnica para anunciar o Evangelho. Não começa por citar as Escrituras, como entre os judeus, mas começa por referir a religiosidade dos gregos. O discurso no Areópago de Atenas é um exemplo de inculturação, que não atraiçoa a originalidade da mensagem cristã. Mesmo dirigindo-se a estóicos e epicuristas, mesmo citando poetas gregos, Paulo faz um discurso de profeta, anunciando um homem ressuscitado de entre os mortos. Mas, chegando aqui, aqueles homens não conseguiram ouvir mais; a ressurreição estava acima da sua filosofia. Muitos afastam-se mas alguns aderem à mensagem. Lucas quer dar um exemplo de como se pode apresentar o Kerygma aos pagãos cultos: há quem acolha a Palavra e quem a rejeite. Apesar de tudo, nasce uma comunidade cristã na capital da cultura daquele tempo.

A ciência dos gregos, apesar de ser a mais alta do tempo, não conseguiu ultrapassar a limitada medida do homem. A própria palavra divina, mesmo anunciada por Jesus, mas escutada pelos ouvidos, ainda muito terrenos, dos discípulos, não conseguiu ser entendida logo que escutada. Jesus, durante a sua vida terrena, não pôde ensinar muitas coisas aos discípulos, porque não eram capazes de as entender, pelo menos em profundidade. Só o Espírito Santo é o mestre interior e o guia para a verdade completa. A vinda do Espírito Santo inaugurará uma nova fase do conhecimento da palavra de Jesus. O seu ensinamento será dado no íntimo do coração de cada discípulo. Por ele, hão-de conhecer os segredos da verdade de Cristo e interiorizá-los. O Espírito será guia na compreensão da palavra de Jesus e do próprio Jesus, fará ver a realidade de Deus e dos homens como o Pai e o Filho a vêem e conhecer o mundo e a história na perspectiva da novidade iniciada com a morte e a ressurreição de Cristo.

Tuesday, May 15

Terça-feira da Semana VI da Páscoa


Na cidade de Filipos, a mesma cidade onde se baptizara a primeira cristã da Europa, fruto da pregação de Paulo, aconteceu também a primeira perseguição por parte das autoridades locais. Os magistrados mandaram açoitar os acusados e puseram-nos na prisão, bem vigiados. Mas a cadeia transforma-se num espaço sagrado para acolher uma assembleia em vigília de oração. E tudo acaba com a iniciação cristã do carcereiro e sua família.
O carcereiro, depois de baptizado, pediu a S. Paulo que toda a sua família fosse salva. Estas famílias passaram a ser pequenas ilhas de vida cristã num mundo descrente. E assim hão-de continuar a ser no nosso tempo. Actualmente assistimos a um ataque a esta instituição. É importante que se continue a proclamar a verdade sobre a família, enquanto comunhão de vida e de amor, aberta à geração dos filhos e enquanto igreja doméstica digna.

Jesus parte deste mundo pela sua Morte, e vai para o Pai. Mas não Se ausenta. Por um lado, leva em Si o homem que veio procurar a este mundo: por outro, continua, e bem vivo e activo, no meio dos seus, pelo seu Espírito. Foi precisamente para que o Espírito de Deus fosse a alma da nova humanidade que Jesus foi até à Cruz e partiu para o Pai. Vivemos agora, no tempo da Igreja, da vida do Espírito de Deus. Foi por isso bom que o Senhor tivesse partido. E é agora, pela acção do Espírito, que se pode fazer justiça à causa de Jesus.
O testemunho de Jesus, que os discípulos hão-de dar, só será possível depois de entenderem quem é Jesus, o que significou a sua presença no meio de nós, e qual foi o sentido da sua morte e da sua ressurreição. E só o Espírito lhes pode dar esse entendimento e também acusará o mundo de pecado por O ter rejeitado. A Sua ressurreição condenou o príncipe deste mundo para sempre. Jesus, morto e ressuscitado, é o verdadeiro vencedor.

Monday, May 14

Festa de São Matias, Apóstolo


Foi escolhido para completar o grupo dos Doze, em substituição de Judas, para ser, como os outros Apóstolos, testemunha da ressurreição do Senhor, como se lê nos Actos dos Apóstolos (1, 15-26). Como afirma São Pedro, estava entre aqueles que, após o baptismo de Jesus por João Baptista, não tinham deixado de acompanhar os Apóstolos e haviam sido testemunhas da Ressurreição.
São Matias era um dos numerosos discípulos que seguiram Jesus, desde o começo de sua vida pública. Foi testemunha de Jesus e viveu todo o drama da paixão, morte e ressurrreição de Jesus. Ele foi o escolhido para ocupar o lugar de Judas Iscariotes, O Traidor, e tornar-se assim o décimo segundo apóstolo, completando o grupo após a morte de Judas. É justamente São Matias, o santo que hoje comemoramos.
A sua eleição foi descrita nos Actos dos Apóstolos, assim: É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição. Apresentaram então dois: José, chamado Barsabás e Matias. E fizeram esta oração: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para ocupar o lugar que Judas abandonou, no ministério do apostolado, para dirigir-se ao lugar que era o seu; lançaram sortes sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que foi então contado entre os doze apóstolos (Actos dos Apóstolos 1,21-26).
Poucos relatos existem sobre sua vida, sabe-se apenas que ele também morreu sob martírio em Colchis e, muitas vezes, teve o seu nome confundido com o de São Mateus, que em muito se assemelha na grafia.

Friday, May 11

Sexta-feira da Semana V da Páscoa


As conclusões do concílio de Jerusalém são apresentadas como resoluções do Espírito Santo e dos Apóstolos. É esta uma das afirmações mais significativas da consciência que a Igreja primitiva tem de ser o lugar onde o Espírito de Deus está presente e actua, prolongando a presença e a actuação do Senhor. Aquelas conclusões foram depois comunicadas às diversas comunidades numa carta, que será uma verdadeira encíclica, isto é, uma carta destinada a circular entre todas. A decisão de aceitar o princípio da liberdade do Evangelho diante da Lei foi tomada pelo Espírito Santo e pela comunidade cristã através dos seus representantes. A Igreja experimentou a presença do Espírito.

A insistência de Jesus para que os seus discípulos vivam no amor mútuo está na continuação lógica do amor que Ele próprio lhes tem, o qual, por sua vez, manifesta o amor que o Pai tem por eles, e que, deste modo, lhes manifesta que a força que comanda toda a história da salvação é o amor de Deus. E o amor que os homens possam manifestar, tanto para com Deus como de uns para com os outros, não é mais do que sinal de que reconhecem e compreendem aquele amor de Deus. Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. A relação entre Jesus e os discípulos assume particular intensidade, quando o Senhor fala do mandamento do amor fraterno. Os mandamentos da comunidade messiânica resumem-se ao amor fraterno. A vivência do amor fraterno glorifica o Pai, revela os verdadeiros discípulos e produz muitos frutos. O amor fraterno tem o seu modelo no amor oblativo de Jesus por nós, que O leva a dar a vida pelos seus amigos. A resposta que Jesus pede aos seus é um amor oblativo e sem reservas, para com Ele e para com os irmãos, um amor total, de grande qualidade. Jesus partilha connosco os segredos do seu coração, ajudando-nos a crescer no amor e na intimidade com Ele. Esse amor e essa intimidade, que são dom, têm por objectivo a nossa salvação, e permitem-nos alcançar do Pai tudo quanto Lhe pedirmos, em nome de Jesus. A amizade há-de pois levar-nos a dar aos nossos amigos o melhor que temos; a aproximá-los de Deus; a comunicar-lhes os tesouros de Deus.

Thursday, May 10

Quinta-feira da Semana V da Páscoa


No concílio de Jerusalém, foi decisiva a voz de Pedro, ele próprio marcado pelo que acontecera aquando da conversão do pagão Cornélio, confirmada pela narração de Paulo, acabado de regressar da sua primeira missão entre os pagãos. Foi São Pedro quem inaugurou a missão entre os pagãos, ao baptizar Cornélio e a sua família, tendo a i greja de Jerusalém aprovado a sua actuação; o próprio Deus aprovou e confirmou essa actuação, ao enviar o Espírito Santo sobre os pagãos e mediante a fé, purificou os corações dos gentios, que os judeus julgavam impuros; se a fé toma o lugar da Lei, como meio de purificação, não é preciso suportar o seu jugo, tão pesado para os próprios judeus e o homem salva-se, não pela Lei, mas pela graça de Jesus Cristo. Foi a palavra de Tiago que formulou a conclusão: a novidade do Evangelho ao lado da tradição vinda de longe! Verdade na caridade!
A alegria de Jesus, e que há-de ser também a dos seus discípulos, é a alegria de que Ele seja reconhecido como o Messias, Filho e Enviado de Deus, Salvador dos homens, seu Pastor e Guia para a casa do Pai. É a alegria de que a Igreja faz agora a experiência ao longo do Tempo Pascal. O amor de Jesus pelos seus discípulos tem origem no amor que circula entre o Pai e o Filho. É essa comunhão de amor que está na origem de todas as intervenções maravilhosas de Deus para salvar o homem: Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Os discípulos devem corresponder a este amor, observando os mandamentos de Jesus, permanecendo no seu amor, obedecendo ao Pai como Jesus obedeceu (Amor e obediência dependem um do outro: apoiam-se e completam-se mutuamente. O amor brota da obediência e esta exprime e aumenta o amor.). Os discípulos devem realizar fielmente o que Jesus realizou durante a sua vida, e testemunhar o amor de Jesus permanecendo unidos no seu amor. Mais importante do que amar a Jesus é deixar-se amar por Ele, acolher o amor que o Pai, por Jesus, oferece a cada um de nós.
A minha existência de discípulo consiste em dar espaço a este amor divino, que é amor descendente, amor que leva o Pai a dar o Filho, amor que leva o Filho a dar-se a si mesmo, e que leva os discípulos a fazer o mesmo entre eles. É este o amor que garante a felicidade.

Wednesday, May 9

Quarta-feira da Semana V da Páscoa


Grande dificuldade, na Igreja primitiva, foi a passagem do Antigo ao Novo Testamento, do judaísmo para o cristianismo. A novidade do cristianismo não era facilmente aceite pelos judeus tradicionalistas. Era a consequência de se confundir o espírito com a letra. A lei de Moisés era o guia para Cristo, e não a palavra definitiva. Se o cristianismo queria ser universal, não podia impor práticas específicas de um determinado povo. A comunidade irá perceber que é Cristo a salvação e não a Lei e por isso mesmo a circuncisão não é uma condição para aderir ao Evangelho. Estas e outras questões exigiam a reflexão aprofundada da Igreja. Há um debate e um confronto entre duas comunidades de proveniência religiosa e de orientação teológica diferentes. Por isso, os Apóstolos e os Anciãos reuniram-se para examinarem a questão, reúne-se em Jerusalém um concílio (o 1º da Igreja). É importante conhecermos os ensinamentos do Senhor e dos seus sucessores.

A comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na Sagrada Escritura. Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta como a videira e aos seus discípulos como as varas da mesma e sublinha a identidade de vida que procedendo de Jesus, vivifica os membros da sua Igreja, é uma comunhão de vida que d’Ele nos vem. Jesus é a videira verdadeira, que produz frutos e corresponde aos cuidados do Pai.
A alegoria da videira fala da nossa união a Cristo, que é o princípio e o centro da nossa vida, o nosso caminho de santidade: a vara não pode dar fruto por si mesma, se não permanece na cepa... É isto que deve ser a vida do discípulo na sua relação com Deus: tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Permanecer em Cristo é perseverar, é unir-se a Ele, é ser-lhe fiel e guardar o Seu mandamento novo do amor, é permanecer na Igreja. É principalmente na Eucaristia que nos pomos em comunhão com Ele. A separação de Jesus é como o ramo seco que é queimado, a sua fé morre, pois a fé é relação, é estar unido a Cristo, é comunhão com Jesus.

Tuesday, May 8

Memória de Nossa Senhora, Medianeira de todas as graças


Em 1921, Bento XVI, a pedido do Cardeal Mercier, concedeu à Bélgica o ofício e a missa da Bem-aventurada Virgem Maria “Medianeira de todas as graças”, a celebrar no dia 31 de Maio. Depois, a Sé Apostólica concedeu o mesmo ofício e missa a numerosas dioceses e congregações religiosas. Daí que a memória da Bem-aventurada Maria Medianeira se tenha tornado quase universal. A Virgem Maria é Medianeira de graça, porque foi associada a Cristo na aquisição da graça maior, a Redenção, isto é, a salvação, a vida divina e a glória eterna (cf. LG 61).
A partir do século IV, o culto à sua intercessão tornou-se universal. A crença no poder de mediação e Maria junto ao seu filho, teve origem na própria Bíblia.
Ensina-nos que Maria cooperou com o plano de Deus desde a Encarnação até a Redenção, quis associar a Mãe na tarefa da reparação da Humanidade. Pela sua maternidade divina, Maria tornou-se Co-redentora, obteve a função de Medianeira e se tornou Mãe da Igreja, da qual ela é o modelo perfeito.

Ester, vendo-se em perigo de morte, juntamente com o seu povo, busca refúgio em Deus. Ela sabe que Israel é o povo eleito e a herança de Deus e que o Senhor fez promessas gratuitas aos patriarcas e as cumpriu com fidelidade. Pede a Deus que lhe conceda palavras oportunas e adequadas para enfrentar Assuero, de modo que o seu ódio contra os judeus se vire contra Amã e contra os persas. A oração da rainha foi acolhida por Deus, que a salvou a ela e ao seu povo.

Maria e Jesus, com os seus discípulos, participam nestas bodas, em Caná. E falta o vinho. É então que Maria intervém. A resposta de Jesus é desconcertante, quase escandalosa e só se compreende se pensarmos que, ao iniciar a vida pública, muda a relação Maria/Jesus. A partir daí, Jesus quer actuar unicamente determinado pela vontade do Pai. A nova relação clarifica-se em Caná, no começo da missão de Jesus. Maria pede ajuda a Jesus, com plena confiança e esperança, e recomenda aos servos que façam o que Jesus disser. E Jesus acaba por dar o primeiro sinal da sua glória. Se, quando ainda não chegara a sua hora, Jesus faz um milagre a pedido de Maria, quanto mais eficaz será o seu poder de intervenção quando essa hora chegar.

Monday, May 7

Segunda-feira da Semana V da Páscoa


Estamos hoje durante o percurso da primeira viagem missionária de S. Paulo, feita conjuntamente com S. Barnabé, e estamos em plena Ásia Menor, a Turquia actual, e na cidade de Listra, terra de pagãos. O ponto de partida para os evangelizar foi uma cura miraculosa; mas essa evangelização não se ficou pelo extraordinário da cura, pelo milagre. A cura foi um sinal: a palavra dos Apóstolos fez a catequese a partir desse sinal. Os Apóstolos procuram ir até a anunciar-lhes o Deus verdadeiro, a partir da experiência que eles agora eram capazes de ter da acção de Deus no meio de si.
S. Paulo e Barnabé não quiseram aceitar os sacrifícios que lhes foram oferecidos pelo milagre realizado e pediram que abandonassem os ídolos, a fim de se voltarem para o Deus vivo. Nossa Senhora foi preparada por Deus para ser uma digna morada para o Filho de Deus. Com a ajuda de Deus afastemos o que não lhe agrada da nossa vida.

A união entre Jesus Cristo e os cristãos vai ser maior depois da sua morte do que o havia sido antes. Os cristãos mostrarão que O amam guardando os seus mandamentos, sobretudo o mandamento do amor fraterno; e o Senhor, que está agora no Pai, vai manifestar-Se-lhes na intimidade profunda do coração, na fé, na esperança e na caridade. Mas toda esta acção divina junto dos homens será fruto do Espírito Santo, o Defensor, o Paráclito, que os discípulos hão-de receber no Pentecostes.
Sabemos que o fim da nossa existência é a união perfeita com a Santíssima Trindade no céu. Mas Jesus revela-nos até onde pode chegar a loucura do amor de Deus: aqui na terra a Santíssima Trindade vem habitar dentro de nós, prenúncio da união definitiva.

Sunday, May 6

Domingo V da Páscoa


A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a reflectir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Se permanecerem em Cristo, os discípulos serão verdadeiras testemunhas no meio dos homens da vida e do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo – o Corpo de Cristo. A sua vocação é seguir Cristo, integrado numa família de irmãos que partilha a mesma fé, percorrendo em conjunto o caminho do amor. É no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece e é na comunidade, unida por laços de amor e de fraternidade, que a nossa vocação se realiza plenamente.
A segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a “verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.

Friday, May 4

Sexta-feira da Semana IV da Páscoa


As passagens da história da salvação recordadas pelo Apóstolo desde o princípio deste discurso, apresenta-as ele como tendo sido realizadas em Jesus no seu mistério pascal. É uma promessa que vem de longe, desde os tempos dos seus pais, os antigos patriarcas do povo de Deus, e que Deus cumpriu ao ressuscitar Jesus de entre os mortos. De facto, o mistério pascal é a síntese e o vértice para onde caminha toda a história da salvação. O discurso de Paulo, em Antioquia da Pisída, pode resumir-se assim: o evangelho é a consumação de tudo quanto Deus fez, anunciou e prometeu ao seu povo.

As grandes revelações da última Ceia, o tom directo das palavras de Jesus, são um belo testamento do seu Coração. No limite da sua vida terrena, quando os seus inimigos pensam ver tudo acabado, Jesus afirma-Se claramente como o caminho por onde os homens podem chegar ao Pai, e a sua morte é realmente a porta por onde passa este caminho, que os leva à vida.
João apresenta-nos Jesus a inculcar-lhes segurança e confiança. Eles devem acreditar em Jesus como acreditam em Deus. E devem confiar que a sua partida os favorece. Conhecendo a Jesus, conhecem o caminho para o Pai, porque é Ele o caminho. É tudo o que o homem precisa para se salvar, porque o Pai está em Jesus para salvação do homem. Jesus afirma que há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.

A Boa Nova apresenta hoje uma grande novidade: vamos ter uma morada no Céu. S. Paulo refere que esta mensagem de salvação está apoiada na morte e ressurreição de Cristo.
Só com as nossas forças não conseguiríamos chegar à casa do Pai, isto é, à vida eterna em Deus. Mas Cristo é para nós um sinal de esperança: Ninguém vai ao Pai senão por mim. E conduz-nos até ao Pai porque Ele é Caminho, Verdade e Vida. A Porta do Céu facilitará a entrada nesta morada celestial.

Thursday, May 3

Festa de São Filipe e São Tiago


São Filipe
Existe um facto realmente extraordinário na vida São Filipe, natural de Betsaida, na Galileia. Um dia, quando obrigado a reverenciar o deus Marte acendendo-lhe incenso, eis que surge detrás do altar pagão uma cobra que mata o filho do sacerdote-mor e dois dos seus servos. Filipe ressuscitou-os e matou a cobra. Esse milagre de São Filipe originou a conversão de muitas pessoas ao cristianismo.
Existem muito poucas referências à sua vida nas sagradas escrituras. Uma delas conta que foi ele quem perguntou a Jesus, no dia do milagre da multiplicação dos pães, como faria para alimentar tanta gente com tão poucos pães.
Não se sabe exactamente como ou quando Filipe morreu. Mas o mais provável é que tenha sido crucificado aos oitenta e sete anos, por ordem do imperador Domiciano. As suas relíquias estão guardadas numa igreja de Roma, junto com as de São Tiago Menor, e seria por isso que se festejam no mesmo dia esses dois santos apóstolos.

São Tiago Menor
São Tiago, dito “o menor”, um dos doze apóstolos, era filho de Alfeu e primo de Jesus. É identificado nos Evangelhos como “irmão do Senhor”, termo esse usado pelos povos semitas para designar um grau de parentesco próximo. Teve muita influência na comunidade de Jerusalém. Foi testemunha da ressurreição de Jesus e é o provável autor da “Epístola de Tiago”; foi com ele que Paulo, depois de convertido, se foi encontrar em Jerusalém (Gl 1,18). Foi bispo de Jerusalém, levou uma vida de grande mortificação e converteu à fé muitos judeus. São Tiago teve um papel importante no Concílio de Jerusalém. Morreu mártir por volta do ano 62.

Reflexão
Paulo deixa-nos perceber a importância que a tradição tinha nos começos da comunidade cristã: Transmiti-vos o que eu próprio recebi. É através da tradição apostólica que chegam até nós as notícias referentes ao evento histórico-salvífico da Páscoa do Senhor. Através dela, podemos ligar-nos ao fluxo salvífico daquela graça. O nosso texto contém uma profissão de fé que remonta aos primeiros momentos da comunidade cristã: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze. Anunciar ao mundo esta Boa Nova é a missão dos Apóstolos e de todos os cristãos. Só pela participação na Páscoa de Cristo, os homens podem ser salvos.

Wednesday, May 2

Quarta-feira da Semana IV da Páscoa


Barnabé e Paulo vão ser companheiros na expansão missionária do Evangelho. Partem de Antioquia, onde se tinham encontrado e navegam para a ilha de Chipre, donde Barnabé é oriundo. A sua missão tem origem numa graça do Espírito Santo, e é um gesto da Igreja; esta ora por eles, impõe-lhes as mãos e envia-os. O Espírito actua na Igreja, e a Igreja é o lugar onde o Espírito está e Se manifesta. A comunidade de Antioquia, viva e cheia de dinamismo, estava empenhada na evangelização da enorme cidade. Distinguiam-se nessa tarefa, Saulo, Barnabé e João Marcos. Um dia, enquanto jejuavam e rezavam manifestou a sua vontade por meio de um profeta: Separai Barnabé e Saulo para o trabalho a que Eu os chamei. Por este relato se vê que a Igreja é uma comunidade que reza. Ao rezar, escuta aquilo que o Espírito Santo lhe diz; celebra o culto do Senhor.

Jesus continua a afirmar que é o Enviado do Pai, que nos diz as palavras do Pai, que vem cumprir os desígnios do Pai, que são de salvar o mundo, não de o condenar. Ele veio como luz; por isso, haverá trevas onde a sua luz não chegar, haverá condenação para quem não quiser ser salvo. Acreditar em Jesus, vê-lo, significa acreditar e ver Aquele que O enviou; é o tema da unidade: o Pai e Jesus são uma só coisa; Jesus é o resplendor do Pai, aproxima-O do homem, dá-lho a conhecer, comunica-O. Jesus é a luz; a missão de Jesus é portadora de salvação.

Cada um de nós faz parte desta mesma comunidade. É na oração que descobriremos a presença do Senhor; que receberemos a luz, para que não haja trevas na nossa vida; que receberemos as palavras do Senhor, como vindas do Pai; que escutaremos o Espírito Santo, para que nos oriente sobre o que devemos fazer; que nos decidiremos a anunciar a palavra de Deus aos outros.

Tuesday, May 1

Memória de São José Operário


O primeiro de Maio, considerado hoje na Europa o dia da Festa do trabalho, foi, durante muitos anos, nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária.
A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a Festa do trabalho sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho.
Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo.
E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos. O trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo.

Na verdade, os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem a própria actividade de maneira a bem servir a sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço aos seus irmãos e um contributo pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história.
Mas quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária. Por aqui se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos seus semelhantes; ao contrário, obriga-os a sentir esta colaboração como um verdadeiro dever.

(Da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II,  sobre a Igreja no mundo  contemporâneo)