Thursday, August 18

Quinta-feira da Semana XX do Tempo Comum


A 1º leitura mostra uma determinada maneira de encarar os conceitos religiosos em tempos ainda muito primitivos, mas que o Evangelho viria a esclarecer e a espiritualizar. Deus nunca exigiu sacrifícios humanos, que estiveram, no entanto, em uso entre os povos vizinhos do povo de Deus. Deus escolheu, como Juiz-libertador, Jefté, filho de uma prostitua, chefe de um grupo de aventureiros. O voto, feito ao Senhor por Jefté, e que o leva a sacrificar a filha, desconcerta-nos. A Lei proibia sacrifícios humanos, mas a contaminação com costumes dos pagãos, com quem Israel convivia, levaram Jefté a este acto horrível. Ainda havia muito caminho a fazer, até que o povo de Deus se libertasse de formas de religiosidade perigosas e equívocas, que não respeitavam a pessoa humana nem a relação com o Deus da aliança do Sinai.
As núpcias são uma das imagens simbólicas para significar a união feliz de Deus com o seu povo, sobretudo em Jesus Cristo, que é chamado o Esposo, bem como a Igreja é chamada a Esposa. O convite para as bodas, e consequentemente o convite para entrar na Igreja de Cristo, a sua Esposa, é dirigido a todos os homens. Esta parábola mostra a generosidade de Deus que a todos convida, mas também a necessidade de responder ao convite de Deus e de tomar parte no seu banquete. Jesus compara o reino de Deus exactamente a um banquete de núpcias. Mais ainda, compara-o ao banquete que um rei preparou para o casamento do seu filho. Era de esperar uma enorme e bem sucedida festa. Mas os convidados recusam participar. Na perspectiva teológica de Mateus, esta parábola refere-se a Israel, desde os seus princípios até à vinda do Messias. Foi sempre um povo rebelde, e acabou por recusar o Messias, com os seus dons. Os novos comensais formam o novo Israel, a Igreja, santa, mas sempre carecida de conversão, e que precisa sempre de estar atenta para conservar a veste nupcial. Esta parábola ensina-nos que o convite para a festa do banquete é uma graça, um dom que envolve e compromete seriamente toda a nossa vida, que a faz nova.

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